Alcy, Zélio Alves Pinto, o cartunista que vos digita e Mino, no 24º Salão Internacional de Humor do Piauí, se não me engano (olha o Alzheimer transitório!). © Vera Solda.

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Ostras

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Quaresma (Validuaté), caricatura em preto e branco do Paixão, colorizada pelo próprio Quaresma no Photoshop. Salão Internacional de Humor do Piauí, Teresina, 2011.

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A hora é de tristeza (e de vergonha)

© João Bittar

Aconteceu o esperado. Mais que isso: o inevitável. Lula da Silva levou de 3 x 0 no TRF de Porto Alegre. Com um agravante: os nove anos e meio aplicados por Sérgio Moro foram ampliados para doze anos e um mês de reclusão pelos julgadores de segunda instância. Unanimemente.

E vamos fazer o quê? Sair por aí gritando, batendo palmas e panelas, soltando foguetes? Nada disso. Pode não parecer, mas, mesmo para os não-lulistas, para aqueles que têm raiva dele e torciam pela sua condenação, o momento é de tristeza. E de vergonha. Afinal, há um ex-presidente da República a caminho da prisão pela prática criminosa de corrupção e de lavagem de dinheiro. Por ordem ditada e confirmada pelo Judiciário. Como ficamos todos aos olhos do mundo? Se, de um lado, o fato demonstra que as nossas instituições estão funcionando, de outro, revela o tipo de gente a quem costumamos entregar o poder. Afinal, o apenado é líder das pesquisas para um terceiro mandato presidencial…

Luiz Inácio não foi o primeiro presidente da República do Brasil a cometer ato (ou atos) de corrupção. Nem será o único. Ele apenas descuidou-se e sonhou alto demais. Confiou na centenária impunidade brasileira e achou que era mais esperto do que a esperteza. Deu-se mal.

Nessa hora, lembro-me do meu amigo Mário Montanha Filho. Petista de carteirinha, militante ativo, sincero e bem intencionado, assim que surgiram os primeiros desvios de conduta de Lula presidente, Mário desabafou:

“Ao conduzirmos o ex-sapo barbudo à presidência, sabíamos que não estava em curso uma revolução. Cumpriríamos uma etapa, apenas. Mas, de repente, começamos a ver a destruição de nossos sonhos. A marcha neoliberal segue impávida. E o neo-sapo foi elevado à condição de estadista bem-comportado. Talvez seja melhor assim. Se a moral dos ‘vencedores’ não tem mais nada a ver conosco, então podemos nos sentir livres”.

Em seguida:

“A cada dia, a minha opinião sobre Lula fica mais apagada. Às vezes me parece que ele deixou de existir. De uma certa forma, acho que é isso mesmo. A imagem de um líder barbudo que nos emocionava com discursos carregados de simplicidade  e  conteúdo  revolucionário está distante. O que sobrou foi um senhor enquadrado no mundo das instituições, das regras e dos bons costumes, acondicionado em ternos de um cinza comum. Um fazedor de frases vazias, tolas, arrogantes. Nada mais. Não tenho por ele a mesma repulsa que ainda hoje me provocam os presidentes anteriores, generais sombrios, burgueses exibicionistas ou intelectuais colonizados. Também não me situo entre os seus inimigos figadais. Sei apenas que deixamos de ser companheiros. Paciência, a vida e a luta continuam.

E ainda:

“Isolado na minha simplicidade, vejo o mundo de cabeça para baixo. Estranhamente, continuo a fazer as mesmas coisas que fazia antes de 1º de janeiro de 2003, quando o Brasil se encontrou em Brasília para saudar o operário que virou presidente da República. Não enxergo motivos para rejeitar as minhas ideias, por mais velhas e confusas que sejam. Tampouco me disponho a jogar no lixo o que eu disse ou gravei nos arquivos da memória.”

Não foi você que mudou, meu estimado “Da Montanha”. Nem eu. Continuamos, talvez ingenuamente, com os nossos velhos sonhos. Quem mudou foi Lula. Ou ele apenas revelou a sua verdadeira face.

Outro petista histórico, César Benjamin, conta que o então companheiro-presidente, quando assumiu o governo, encontrou montada uma forma espúria de organização do poder político e, em vez de lutar contra, como era a sua obrigação moral, adaptou-se a ela. Fez mais, digo eu: serviu-se dela, ampliou-a, adequou-a aos seus interesses pessoais, aos interesses de familiares e do seu grupo político, com o objetivo de perpetua

ção no poder.

Deu no que deu.

Célio Heitor Guimarães

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Amanhã será outro dia

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

DO RIDÍCULO AO PATÉTICO. Foi o trajeto do PT no julgamento de Lula.

Primeiro, o comportamento: o partido continua sob os dogmas do destino manifesto e da infalibilidade de Lula. Ou seja, qualquer condenação judicial ou derrota política é a negação das benesses que trouxe ao país e a afirmação de atos de corrupção por seu líder é algo de gravidade equivalente à de negar a imaculada conceição (a virgindade da mãe de Cristo, viu, senadora presidente).

Segundo, o comportamento que raia o infantil de achar que numa democracia demonstrações de massa acuam os poderes estabelecidos: Lula ignorou a dignidade de ex-presidente e se mandou para a Porto Alegre a fazer comícios para intimidar os juízes do TRF, um comportamento pelo menos mais evoluído que o na antológica foto de sua campanha contra Fernando Collor, na qual aparecia com ar compungido ao lado da filha Lurian, que o adversário – mais tarde seu aliado – alegara em campanha que o pai, Lula, havia rejeitado na gravidez da mãe.

A sentença de condenação foi confirmada pelo tribunal. Aqui ingressa a ignorância, crassa ignorância, da liderança do partido, sobretudo de sua presidente – esta assina com todas as digitais o atestado. De novo, aquilo de constranger o tribunal, até com os argumentos do advogado. Qualquer advogado sabe que por mais aguerrida seja sua defesa do cliente ela nunca se faz agredindo o juiz. Para isso a lei faculta alegar suspeição ou impedimento, que o advogado jamais usou. Aliás, por melhor que seja o advogado de Lula, ele é o sócio minoritário do escritório de Roberto Teixeira, compadre, advogado e benfeitor-beneficiário de Lula.

A defesa de Lula merecia um medalhão da advocacia, afinal, do outro lado estava um deles, René Dotti. Faltou dinheiro ou os medalhões perderam a confiabilidade para o PT? O partido sequer buscou seus craques, José Eduardo Cardozo e Luis Eduardo Greenhalgh, para patrocinar a causa de Lula. A presidente do PT veio com aquela de que o juiz relator era “militante” e de que o “resultado” pela unanimidade “foi combinado” entre os desembargadores do TRF.

A senadora presidente já demonstrou que é trêfega e destemperada. Oito anos de diretora de Itaipu, quatro de ministra de Dilma, mais quatro no Senado não lhe acrescentaram noção das coisas, discernimento. Lembro do episódico sintomático de, ministra de Dilma, ter comparecido ao Senado para prestar informações e por-se a dar lições de moral no senador Aloysio Nunes Ferreira, líder tucano. Recebeu uma descompostura olímpica: “a senhora pode ser senadora, mas está afastada, tem aqui seu suplente; pode ser ministra, mas vem de outro poder, que não é maior nem menor que o Legislativo; portanto, componha-se”. E ela se compôs, rabinho entre as pernas.

Ao voltar ao Senado, findo o primeiro mandato de Dilma, retomou a histeria que hoje beira o paroxismo. Tinha direito, espelhava-se num companheiro de bancada. O PT deve estar em processo de desmanche ou em falta de líderes para entregar a presidência. A senadora do Paraná fez bem ao aceitar ser presidente: ali está sua última chance de sobrevivência política. Tanto que em Porto Alegre se fez de Santa Verônica, envergando a camiseta cor de sangue com a efígie de Lula.

Isso de dizer que o TRF combinou o resultado do julgamento não é apenas um crime. É coisa pior, como disse o velho Talleyrand quando Napoleão mandou matar o duque de Enghien: é um erro. Se o julgamento é colegiado, o resultado unânime, como aconteceu, é uma das possibilidades. A outra seria o julgamento por maioria, pró ou contra. A senadora diria o mesmo caso o julgamento unânime fosse pela absolvição de Lula?

A presidente do PT, lamentavelmente senadora pelo Paraná, é formada em Direito, advogada de carteirinha. Não quero ser injusto com a escola em que se formou, mas seus professores neste momento devem estar, os que a aprovaram, envergonhados, e os que lhe deram notas baixas, seguramente dizendo “nós avisamos”.

Será que a senadora passou um dia por uma banca de segunda época, aquelas com dois ou três examinadores? Aprovada por unanimidade, foi caso de justiça, ela diria. Reprovada por unanimidade, foi resultado combinado – com certeza ali iniciou sua jurisprudência da estupidez. Que falta faz a norma do silêncio obsequioso nessas horas.

A montanha petista pariu um rato. Agito em Porto Alegre, bloqueios na Bahia, vias com policiamento aqui mesmo, em Curitiba, em frente ao foro do juiz Moro e na praça Santos Andrade. O dólar, que havia subido ontem, baixou hoje. O deus Mercado é mais forte que São Lula e a Imaculada Gleisi Hoffmann. Amanhã será outro dia, infelizmente com a malta de Michel Temer – que, nunca devemos esquecer, foi inventada, alimentada e recebeu aliança preferencial e bençãos de Lula (Dilma, reconheça-se em seu benefício, nunca engoliu Michel Temer).

Caberia ao PT neste momento lamber as feridas, fazer ato de contrição, expulsar seus vendilhões do templo e abrir uma nova era. Melhor voltar ao que foi antes do poder, a consciência crítica da nação. Será que vai fazer isso? Muito difícil. Lula vive o ranço da ingratidão, Gleisi vive o terror da abstinência, Dilma, a sobrevivente, vive o drama da rejeição. Pior que tudo, a burocracia do partido lamenta a perda das benesses e, a militância, pobre militância, mata e morre pelo falso ídolo.

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Os caras

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

O QUE têm em comum Lula e Donald Trump, ex-presidente do Brasil e atual dos EUA? Tudo. São narcisistas, mentirosos e não respeitam as instituições. Um desrespeita o Legislativo, outro desrespeita a Justiça. Também são milionários. Só que um tem o dinheiro no nome dele e o nome dele na fachada das propriedades. E o outro? Não tem nada em seu nome e não tem seu nome em nada, só na bolsa que encheu à custa das famílias.

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Zanin repete a ladainha

Cristiano Zanin repete a ladainha de que Sérgio Moro admitiu que não haveria relação direta comprovada entre a propina paga pela OAS a Lula e o dinheiro dos contratos da Petrobras. Trata-se de um argumento falacioso, como já explicamos antes.

 

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Foi embora ontem, de madrugada. No passado distante era nessa parte do dia que trafegávamos por Curitiba. Parando só para o reabastecimento. Jorge Eduardo Mosquera compleva o trio que, mais tarde, batizei pra mim mesmo de “Entorta Rua”. Fotógrafo que perdeu o emprego na sucursal do Jornal do Brasil em Curitiba ao registrar uma imagem do Paulo Maluf dentro de uma gaiola. O sinônimo de ladrão só agora foi preso pra sempre – esperamos. O Garninzé, apelido do baixinho, partiu e, para quem o acompanhou nos últimos anos, descansou. Os que sobraram do trio fazem parte do time dos sobreviventes. Aqui não haverá relato das nossas aventuras malucas. Trabalhamos juntos em algumas reportagens da Placar e do Estadão. Ele era um anjo de pessoa. Se transformava – e dava trabalho, quando entrava no outro universo onde cada um revela seu próprio demônio. Uma das melhores dele eu guardei e divulgo: “Você precisa me ver pelado, só de meia preta e pulando na cama”. Nos últimos tempos não andava mais. De vez em quando nos falávamos ao telefone. Às vezes ele chorava. Eu fazia o mesmo do outro lado da linha. Pela situação do meu amigo, porque entendia quase tudo que se passava naquela alma.  Amém. Zé Beto

O enterro está marcado para hoje, 10h. O endereço:  R. Planalto, 459 – Ouro Fino, São José dos Pinhais.

***

Fomos colegas de trabalho na redação d’O Estado do Paraná, e anos mais tarde o Garnizé passou um tempo na Coordenadoria de Comunicação do governo estadual, quando fui coordenador, no primeiro mandato do Requião. Viajamos juntos algumas vezes e numa delas o Carlinhos chegou de madrugada no hotel, em Guarapuava, e quis bagunçar o coreto importunando o motorista… pedi que se acalmasse e fosse dormir e ele atendeu na boa… ao contrário da fama de brigão.

Estávamos fazendo uma matéria especial sobre a Ferroeste, para a qual entrevistamos o Mathias Leh, presidente da Cooperativa Entre Rios, além de outros… O Mathias usava óculos de grau altíssimo e não houve dúvida quanto ao apelido que só nós ficamos sabendo: “Garrafa”. Foi excelente profissional e um grande colega. A foto que lhe rendeu a demissão do JB foi tirada na véspera da abertura de um feira no parque Barigui, se não me falha a memória sobre artesanato regional, no stand do governo de S. Paulo. O JB publicou a foto e depois demitiu o profissional que a fizera… Ivan Schmidt

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Lula, 2ª instância

Editorial – Folha de São Paulo

A esta altura dos acontecimentos, seria ingenuidade pedir equilíbrio, comedimento ou tolerância aos grupos mobilizados em torno do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.

Ainda que natural em alguma medida, dadas as dimensões do personagem, a politização do processo rompeu os limites do razoável –com o impulso decisivo do próprio réu, claro, mas não só dele.

Sentenciado em primeira instância a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula tem todo o direito de se dizer inocente e criticar a decisão da Justiça. Sua pregação, porém, é de outra natureza.

O líder petista, que misturou a defesa de sua biografia e a pretensão de candidatar-se novamente à Presidência, insufla a militância com a tese tresloucada de que é vítima de uma conspiração tramada pelas instituições jurídico-policiais e pela imprensa.

Aliados equiparam a eventual inelegibilidade um “golpe”, associando-a, por meio do surrado artifício retórico, ao impeachment de Dilma Rousseff. Chega-se, assim, à antessala da incitação ao confronto –e a cúpula do PT, a começar pela presidente da sigla, não mostra preocupação em evitar o tom beligerante.

Do lado oposto, há decerto um sentimento antilulista, por vezes radicalizado, que se fortaleceu nos anos de desastre econômico e investigações da Lava Jato.

Ademais, ampla parcela da opinião pública, movida por justa indignação com os desmandos, pede punições severas e imediatas aos políticos sob suspeita, nem sempre com a devida atenção a trâmites jurídicos e garantias legais.

Seja qual for a decisão do TRF-4, resta esperar que o tempo depure o evento da dramaticidade hoje exacerbada. Não está em jogo a democracia do país, como querem uns, nem o combate à corrupção na política, como temem outros.

A ação referente ao famigerado apartamento em Guarujá envolve, sem dúvida, boa dose de complexidade na interpretação das provas colhidas. O processo, não por acaso, passa por um segundo exame, que não será o último.

Se as somas do caso não parecem vultosas diante dos desvios bilionários na Petrobras, o ex-presidente tampouco encena com credibilidade o papel de vítima. Sobram evidências de que suas relações com as grandes empreiteiras feriram, na hipótese mais branda, a ética republicana.

Ainda mais inegável é o gigantesco esquema criminoso que operou em seu governo –e desafia a credulidade imaginar que tudo se passava sem o conhecimento do chefe do partido e do Executivo

Réu em outra meia dúzia de ações, Lula conta com a intenção de voto de um terço dos eleitores, o que o torna, absolvido ou não, ator central na disputa pelo Planalto. Nem isso nem a preferência dos que querem vê-lo preso afetam, porém, a legitimidade da sentença que se aguarda nesta quarta. 

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11 de setembro, 2010. O Ex-tado do Paraná

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Lançamento hoje, em Porto Alegre

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O 24 de janeiro de Lula

Elio Gaspari – Folha de São Paulo

Só quando o dia terminar é que se saberá o resultado do julgamento de Lula no TRF-4. 3×0? 2×1? Passarão alguns meses para que se chegue ao desfecho de todos os recursos que a lei permite e aí fica embutida outra pergunta: o retrato de Lula estará na urna eletrônica no dia 7 de outubro?

Nesta quarta (24) fecha-se um ciclo da vida política brasileira, o da ideia de um partido de trabalhadores, que resultou na criação do PT. Fecha-se um ciclo e começa outro, pois nem Lula nem o PT acabarão.

Exatamente no dia 24 de janeiro de 1979, no colégio Salesiano da cidade paulista de Lins, um congresso de metalúrgicos aprovou uma tese “chamando todos os trabalhadores brasileiros a se unificarem na construção de seu partido, o Partido dos Trabalhadores”.

Criou-se uma comissão para cuidar do assunto e nela estava Jacó Bittar, do sindicato dos petroleiros de Paulínia.

Lula, a estrela desse renascimento do sindicalismo, explicou a essência da iniciativa: “Pouca gente está mais preparada que a classe trabalhadora para assumir uma responsabilidade política deste nível. Não podemos ficar esperando a democracia das elites. Os trabalhadores não devem confundir o Partido dos Trabalhadores com o PTB, MDB ou Arena.” (A Arena era o partido do regime agonizante, virou PDS, PFL e, mais tarde, DEM.)

No poder, o Partido dos Trabalhadores foi o partido de alguns trabalhadores. A primeira proposta do Congresso de Lins era a “total desvinculação dos órgãos sindicais do aparelho estatal, ponto fundamental para o desenvolvimento da vida sindical”. O imposto sindical, que sustenta cartórios de patrões e empregados, foi preservado nos 14 anos de poder petista. Extinguiu-o a reforma trabalhista de Michel Temer.

Do grupo de Lins, Jacó Bittar, o “Turcão”, elegeu-se prefeito de Campinas em 1988 e dois anos depois deixou o PT. Foi condenado em duas instâncias por atos de improbidade administrativa.

Depois da vitória petista em 2002, Lula colocou Bittar no conselho do fundo de pensão da Petrobras. Dois anos depois, ele ganhou uma “Bolsa Ditadura” de R$ 7.000 mensais por conta de sua demissão da Petrobras. Seus dois filhos, Fernando e Kalil, associaram-se a Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, em empresas de entretenimento e tecnologia digital mimadas com contratos de operadoras de telefonia. Nelas, Lulinha teve um rendimento de R$ 5,2 milhões entre 2004 e 2014.

Fernando Bittar é um dos donos da propriedade onde está o sítio Santa Bárbara, em Atibaia. Lá, a Odebrecht gastou R$ 700 mil em obras, e a OAS pagou a cozinha.

Nos armários de uma das quatro suítes da casa havia roupas com as iniciais de Lula. Isso e mais uma agenda com seu nome achada numa sala.

Veículos a serviço de Lula estiveram no sítio 270 vezes. Entre 2012 e 2016 sete servidores que trabalham com ele receberam 1.090 diárias por terem ido a Atibaia. Cerca de 50 e-mails de funcionários do sítio e do Instituto Lula relacionam o ex-presidente com a propriedade. Num deles, cuidava-se de identificar o bicho que comera os marrecos do lago. Teria sido uma jaguatirica.

Lula assegura que a propriedade não é dele. Esse sítio nada tem a ver com o apartamento de Guarujá que, segundo Lula, também não é dele. O processo de Atibaia ainda está com o juiz Sergio Moro.

Há dois anos ladrões entraram no sítio, levando vinhos e charutos. Foram presos dois suspeitos, mas a queixa foi retirada.

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‘A ideia é capturar populares’

A Frente Brasil Popular vai montar um telão no Largo da Carioca, centro do Rio, para a transmissão do julgamento de Lula, amanhã. “A ideia é capturar populares que estejam passando por ali naquele momento”, disse à Folha Caique Tibiriçá, integrante do movimento. Hoje, o Vem Pra Rua pede a prisão do ex-presidente, a partir das 18h30, na orla de Copacabana.

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© Orlando Pedroso

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