Mural da História

O Ex-tado do Paraná, 14 de fevereiro, 2007

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50 anos depois da morte, o Che é apenas uma foto na camiseta

Clovis Rossi – Folha de São Paulo

Ernesto Rafael Guevara de La Serna, o homem, morreu (assassinado) na Bolívia há exatos 50 anos neste 9 de outubro. Mas o “Che”, o revolucionário, morrera antes na Cuba em que estão enterrados seus restos. O “Che” perdeu internamente a batalha de ideias pelo modelo econômico que deveria ser implantado na ilha. Prevaleceu o modelo soviético, imposto pela necessidade de preservar o financiamento que a União Soviética concedia a Cuba.

Escreve, por exemplo, para “El País” o historiador cubano Rafael Rojas:

“Quando Fidel Castro leu a carta de despedida do Che, no ato de constituição do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, em outubro de 1965, ficou evidente que o guevarismo não teria futuro na ilha. As naves haviam sido queimadas e o Congo e a Bolívia foram tentativas de provar que outra revolução, como a cubana, podia triunfar em qualquer nação do Terceiro Mundo”.

Na minha primeira visita a Cuba, em 1977, quando a ilha ainda era proibida para brasileiros, tivera idêntica sensação de que o “Che” já não cabia por lá. Escrevi, para o “Estadão”, onde então trabalhava, um texto em que relatava a introdução completa do modelo soviético, a que o Che se opunha, e dizia em seguida:

“Não é de estranhar, portanto, que a figura de Che Guevara seja alvo, hoje, de uma curiosa dicotomia: de um lado, exalta-se e idolatra-se a o Che revolucionário internacional, o homem que lutou no Congo e na Bolívia, o guerrilheiro infatigável. De outro, atira-se ao limbo o Che teórico, o defensor do Homem Novo, o idealista”.

Acrescentava no texto de 40 anos atrás: “Sintomaticamente, até as revistas que serviram de veículo para a propagação das teses guevaristas –Cuba Socialista, Nuestra Indústria e Comércio Exterior– foram paulatinamente extintas”.

Isolado em Cuba, o Che acabou morrendo na Bolívia, igualmente isolado.

O coronel boliviano Gary Prado, que comandou as tropas que capturaram Guevara no dia 8 de outubro de 1967, contou em entrevista para o jornal “El Deber” que a guerrilha que o Che liderava estava reduzida a 17 homens quando o batalhão Manchego, de Prado, entrou na zona de operações.

O revolucionário foi traído, cruel ironia, exatamente pelos camponeses que pretendia libertar de suas infames condições de vida, sempre segundo o depoimento do coronel Gary Prado:

“Recebemos informação de camponeses que haviam visto guerrilheiros na quebrada de El Churo. Montei a operação, cercamos a quebrada e se produziu o combate”.

Pouco depois, prossegue o relato, o coronel encontrou com dois dos guerrilheiros restantes e um deles lhe disse: “Não me matem, sou o Che Guevara, para vocês valho mais vivo que morto”.

Foi assassinado no dia seguinte.

O coronel boliviano faz um julgamento impiedoso do Che: “Dava pena. Era o fracasso de toda a sua vida, de sua série de fracassos porque não havia tido muito êxito em nenhuma das tarefas que havia empreendido em toda a sua vida”.

De fato, a revolução que ajudara a triunfar em Cuba deslizou mais e mais para uma burocracia tão sufocante que até seus líderes tratam, agora, de desconstruir, penosa e lentamente, sem abdicar da ditadura que o Che também apoiara.

O homem novo, que ele pretendia construir na África e na América Latina, não nasceu; ao contrário, está cada vez mais apegado a valores materiais, quando seu comandante, Fidel Castro, dizia que “o homem não vive somente de dinheiro. Os trabalhadores devem aprender que seu trabalho é uma contribuição de que o povo inteiro e o Estado tiram proveito” (entrevista de Fidel ao jornalista americano Herbert Mathews, em fins de 1967).

Nem os trabalhadores nem os camponeses aprenderam. Não é à toa, pois, que, 50 anos depois de sua morte, o Che seja apenas um objeto do consumoque ele desprezava, estampado em camisetas.

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Tempo

Lina Faria e Denise Roman, na exposição de Iara Teixeira no MAC, 2001.  © Kraw Penas

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Gleisi: “Lula é candidato de forma irrevogável”

Gleisi Hoffmann publicou um artigo na Folha de S. Paulo repetindo que o PT vai candidatar Lula. Mesmo que ele esteja preso.

“A um ano das eleições de 2018, a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se impõe como fato irreversível. Lula não é apenas candidato do PT, de forma irrevogável, como definiu o Diretório Nacional do partido em 22 de setembro. É o candidato da mais expressiva parcela da população brasileira (…).

O povo brasileiro, que não tolera e é vítima dos desvios, está cada vez mais consciente de que há só um caminho para superar a profunda crise que vivemos: retomar a democracia, em eleições diretas com a participação de todas as forças políticas, para que um governo legítimo possa resgatar a confiança e reconstruir o país.”

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Crachás

24º Salão de Humor do Piauí – novembro, 2006 – Teresina|Piauí

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MPF pede prisão preventiva de Carlos Nuzman

Procuradores afirmam que presidente licenciado do COB poderia atuar para atrapalhar as investigações e movimentar recursos no exterior.

Preso temporariamente desde a última quinta-feira, na segunda fase da Operação Unfair Play, o presidente afastado do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, teve a prisão preventiva pedida nesta segunda-feira pelo Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro. Os procuradores alegam ao juiz federal Marcelo Bretas que, caso seja solto ao fim dos cinco dias de prisão temporária, o dirigente poderia agir para obstruir as investigações e movimentar recursos no exterior. Os investigadores também pediram a prorrogação da prisão do ex-diretor-geral de operações do Comitê Rio-2016, Leonardo Gryner, por mais cinco dias.

Nuzman e Gryner são apontados pelas investigações da Lava Jato no Rio como intermediários do pagamento de 2 milhões de reais ao senegalês Lamine Diack, presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que, em troca do dinheiro, votaria pela candidatura do Rio a sede das Olimpíadas de 2016 e influenciaria outros membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI) a fazer o mesmo.

Conforme as apurações, o pagamento foi feito a Papa Massata Diack, filho do dirigente, pelo empresário Arthur Cesar De Menezes Soares, o “Rei Arthur”, cujas empresas chegaram a ter 3 bilhões de reais em contratos com o governo do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Alvo da primeira fase da Unfair Play, assim como Nuzman, Soares vive em Miami e é considerado foragido pelas autoridades brasileiras. Veja.com

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Protesto contra Gilmar Mendes em SP tem ‘tomataço’

Manifestantes fazem ato contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, atirando tomates em frente a Faculdade de Direito IDP SP, onde o ministro participa de um seminário.  © Aloisio Mauricio|FolhaPress

Um protesto organizado pelo grupo autonomeado Tomataço sujou de tomates a calçada em frente ao Instituto de Direito Público de São Paulo (IDP-SP), faculdade da qual é sócio o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No momento do protesto, a instituição, localizada na Bela Vista, região central da cidade de São Paulo, realizava o seminário “Reforma Política: Avanço ou Retrocesso?”, que tinha na mesa de abertura o ministro e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Pelas redes sociais, o Tomataço convocou seus apoiadores a comparecem ao movimento nesta segunda-feira, “na faculdade do Gilmar Mende$”, com a letra final do nome do magistrado sendo substituída por símbolo de cifrão. Nas imagens, os militantes do grupo exibem as frutas podres que vão ser utilizadas no protesto, doadas pelos “patriotas do Ceasa”, centro de compra e venda de hortaliças e vegetais da cidade de São Paulo. Veja.com

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E os salários…

O Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpes) está convocando os professores da Facel – Associação das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus do Estado do Paraná, para uma assembleia geral na próxima quarta-feira (11). Na ocasião será discutida a deflagração de uma greve ou outro tipo de movimento como forma de pressão para que os salários atrasados sejam pagos. Zé Beto

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Mural da História

31 de outubro, 2009

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Um pacote de R$ 1 milhão e uma gentileza a Padilha

Veja teve acesso ao vídeo que José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer, gravou em depoimento para a Procuradoria-Geral da República. No vídeo, Yunes confirma que recebeu um pacote do doleiro Lúcio Funaro em seu escritório em São Paulo –mas disse não saber que havia R$ 1 milhão nele.

Foi um favor para Eliseu Padilha, alegou. “Pelo relacionamento que tenho, ele [o ministro] pediu essa gentileza para mim.” Yunes afirmou ainda que só depois passou a saber “quem é essa figura do Lúcio Funaro”. “É uma pessoa que jamais eu poderia ter qualquer convívio.”

Em fevereiro, quando a história foi divulgada pela primeira vez, o ministro de Temer alegou não conhecer o doleiro.

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Crachás

26º Salão Internacional de Humor do Piauí, julho, 2009, Teresina, Piauí. Meio Ambiente no Século 21. 

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“As pessoas estão morrendo por questões meramente ideológicas, estúpidas”

O governo da Venezuela tem recusado todas as ofertas de ajuda feitas nos últimos meses por outros países, incluindo o Brasil, e organizações internacionais, segundo a Época. A exemplo do que faz a Coreia do Norte – e do que fez Dilma Rousseff em relação à inflação na campanha de 2014 –, a ditadura de Nicolás Maduro afirma que a situação está sob controle.

“É difícil imaginar por que o governo não aceita abrir um corredor humanitário. É uma questão urgente, as pessoas estão morrendo por questões meramente ideológicas, estúpidas”, disse à revista o cirurgião José Félix Olleta, ex-ministro da Saúde (1997-1999), com atuação nos partidos de oposição e na sociedade Venezuelana de Saúde Pública.

Olleta também explicou, pela falta de dólares, a escassez quase absoluta de medicamentos e insumos hospitalares.

“Com nossas reservas tão baixas – US$ 9,8 bilhões –, a tendência é esse problema se agravar ainda mais porque simplesmente não há dinheiro para comprar o que precisamos.” O Antagonista relembra que a ditadura foi erguida com apoio de Lula e propinas da Odebrecht.

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50 anos de Sérgio Mercer

© Lina Faria

Grande Soldat, na foto da Lina, com o Mercer seguido pelo Dante, magro como éramos todos – menos ele, Mercer – à frente segue aquela banda curitibana até pouco tempo atrás mantida pela Fundação Cultural, cujo nome o Alz me faz esquecer. Não eram os músicos que tocaram no baile.

Para o bate-coxa foram contratados outros, compondo orquestra montada especialmente pelo maestro Genésio – não o da mulher do vizinho.O problema é que o organizador-mor da festa, Valério Fabris, convocou, durante meses, uma reunião por semana para discutir a formação da orquestra. O maestro compareceu às primeiras, depois desistiu, ao se dar conta de que as exigências cresciam na proporção do nível etílico dos organizadores. Em uma das reuniões, Valério resolveu que o naipe de metais estava aquém do necessário. Queria mais um sax tenor, um bombardino, clarinetes, clarins, sei lá quantos instrumentos mais.

O Maestro enlouqueceu. A verba que tínhamos dado a ele já estava esgotada. E agora apareciam todos aqueles instrumentos não previstos. Resolveu me telefonar no dia seguinte, considerando aquilo desnecessário, fora de propósito, do orçamento. Pedi a ele que dissesse ao Valério que tudo estava conforme as determinações. “Maestro”, eu disse, “não esqueça que estas excentricidades só aparecem depois de umas doses. No baile ninguém vai lembrar disso”. “Pois é exatamente o que me preocupa. Quando a orquestra tocar o primeiro acorde, cada um de vocês já terá bebido uma tuba de whisky”. Ernani Buchmann|março, 2007

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Com desfaçatez, Temer dedicou dia a comprar apoio

Janio de Freitas – Folha de São Paulo

A quantidade de compras de apoio por Michel Temer, bem ilustrada na recepção a mais de 50 deputados em apenas 12 horas da última terça-feira (3), suscita uma questão importante por si mesma, não para o alheamento vigente no Brasil: que legitimidade terá uma recusa da Câmara a processo criminal contra Temer, se obtida por mais práticas inescrupulosas do denunciado?

A relação de deputados recebidos por Temer naquele período, que a repórter Letícia Fernandes cuidou de esmiuçar, não foi o começo nem o fim dos negócios de apoio. Seu relevo não está só na quantidade, mas também, ou sobretudo, na sem-cerimônia, na desfaçatez com que todo um dia “presidencial” é dedicado a tal finalidade. No palácio de governo do país em crise.

Na imensidão das instituições desta louvada democracia não cabe nem espanto com a ausência até da discrição comum às ordinarices. Como espantar-se, então, com a continuidade das tramoias, enquanto dizem que o país aderiu à moralidade? Da própria Presidência vem a constatação, feita por outra repórter, Mariana Carneiro, de que em torno de Temer e na Câmara beneficiam-se de uma medida provisória pessoas que também a elaboraram. É aquela que concede maiores prazos e melhores condições, sob o nome de Refis, a dívidas na Receita Federal.

Os comprometimentos de Michel Temer e Aécio Neves não vêm de delações em busca de liberdade. Ambos foram entregues pelas próprias vozes, gravados em alguns dos seus momentos de autenticidade. Apesar disso, o pressentimento de que as compras de votos vão se comprovar como bons negócios, favorecendo Temer contra a segunda denúncia, precisam consolar-se com a ideia de que o processo apenas aguardará o fim do mandato. É a alternativa oferecida na legislação.

Mas aí entra o truque de Temer. Sem mandato, seu caso vai para a Justiça comum. Onde Temer nem precisará preocupar-se com ganhos sucessivos de prazo: a velhice, já suficiente, valerá como imunidade.

Aécio Neves, por sua vez, no papel de centro de um choque entre dois Poderes é como um pedido, a todos os distraídos, de alguma atenção para a decadência institucional. Aécio é só um desmascarado. E nem está ainda investigado como devido, mas vários sinais de parte do que falta são também conhecidos no Senado como no Supremo Tribunal Federal. E conhecê-los seria bastante para dispensar os tantos dias e tiros verbais a propósito do desmascarado.

Marcar só para o dia 11 a decisão final sobre o afastamento de Aécio do Senado e, ainda, sobre seu recolhimento domiciliar à noite, foi um erro do Supremo. Criou o intervalo propício ao duvidoso brio senatorial e aos incentivos do governo à defesa do seu aliado. Sempre contra o Supremo.

Sob a aparência de adiamento da sua reação ao Judiciário, de ontem para o dia 17, na verdade o Senado adiou o seu embaraço. Lá na frente, caso confirmado o imposto a Aécio, os senadores ficarão outra vez entre engolir a confirmação ou desrespeitar o Supremo.

Tudo isso, com Temer, Aécio e velhos companheiros, no país onde eles sempre disseram que “decisão da Justiça não se discute, cumpre-se”.

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Deixa o Michel lá!

Há certas coisas que, por mais que eu me esforce, não consigo entender. E acho que já estou velho demais para aprender. Por exemplo: a inflação não está caindo no Brasil? Os juros não estão em queda? O número de desempregados também não está diminuindo? A Bolsa não anda em alta e o dólar em baixa? E o tal mercado não prevê o crescimento do PIB neste 2017 da graça de Deus? Então, por que razão a popularidade de S. Exª. o senhor presidente da República rala o chão, perto dos 3%?!

Talvez seja por isso que nunca me comoveu a popularidade de um governo – a não ser, e de certa forma, o de JK, no tempo da bossa nova. Governo não tem de ser popular. Se for, melhor, mas governo tem de funcionar. Cito a notável Adélia Prado: “Quero que me governe um homem bom e justo, que cuide para que, chegando a noite, todo mundo vá dormir cansado com tanto trabalho que tinha para fazer e foi feito. Nem me importa se quem manda é rei vindo em linha direta de Salomão…”

Não votei em Michel Temer. Jamais votaria. Quem o colocou no trono de Brasília foi o PT de Lula, que precisava do PMDB de Michel para chegar ao poder, e a inépcia administrativa de Dilma, que levou o Brasil à concordata.

Ah, o homem é corrupto… Talvez seja, parece que é, mas ainda não há prova contundente. Depois, quem não é corrupto na Brasília de hoje em dia? Alguns poucos, com certeza, já que toda regra tem a sua exceção. Mas os decentes do planalto central estão… para não dizer escondidos, digo embiocados. De vergonha. Michel anda em má companhia? Sem dúvida. Mas a má companhia é outra praxe habitual na capital federal desde os seus primórdios. Fala bobagens? Sim, e como! Mas também não está só nessa marcha.

Ademais, se Temer for arredado do poder, quem o sucederia? Rodrigo Maia? Eunício Oliveira? Renan? Aécio? Jáder? Jucá? Tasso? Bolsonaro? Maluf? Collor? Ou, quem sabe, a senadora Gleisi Hoffmann? A “nata” da política nacional!…

Não, deixa Michel lá. Até dezembro de 2018, se um escândalo novo não surgir. Dele já conhecemos os defeitos e nele estão pregados os olhos da imprensa e da população. Tem pouca margem de manobra. E, aos poucos, vai até aprovando algumas reformas. Não as que seriam necessárias, mas aquelas que os nobres deputados e senadores deixarem. Aquela gente – é necessário frisar – que o nosso voto irresponsável colocou no Congresso Nacional.

E então admitiríamos que “os fins justificam os meios”, afirmação falsamente atribuída a Maquiavel. Não, propriamente. Até porque a frase sequer consta de “O Príncipe”, de Nicolau. Ademais, tirante o fato de que o atual presidente deseja manter-se no poder – o que até pode ser tido como desejo legítimo –, ele ainda não foi pilhado em atitude ética e moralmente condenável para realizar os seus planos e atingir os seus objetivos.

Por isso, fica mais barato para o Brasil e para o povo brasileiro conservar Temer no Jaburu. A conclusão não é política nem ideológica, mas apenas lógica.

Acresce o fato de que, de uma maneira geral, as pesquisas de opinião pública merecem muito pouco crédito. São negócios, realizados sempre por interesse de alguém. Além do que, as amostragens são falhas, direcionadas e, em regra, em desacordo com a realidade. E inconcludentes e contraditórias. Tome-se, como exemplo, a mais recente consulta popular do Datafolha – tido como o mais respeitado instituto de pesquisa do País: Lula, que está no bico do corvo, seria o vencedor em todas as simulações da eleição presidencial de 2018. No entanto, é o possível candidato com a maior rejeição popular – algo em torno de 60º%… Como explicar isso?

O parágrafo acima já estava escrito quando a “Folha de S.Paulo”, a cuja família pertence o Datafolha, veio a público tentar esclarecer que “a resposta está no grau de concordância dos brasileiros com algumas frases aplicadas pelo Datafolha para medir a tolerância da população com a corrupção na política”. Entenderam? Ninguém entendeu. Ficou pior a emenda do que o soneto.

Em resumo: vamos deixar o Michel lá onde está. Afinal, ele é a prova de que, quando o governo não atrapalha, o Brasil caminha sozinho. Célio Heitor Guimarães

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