A arte de despistar chatos

Sempre é bom ouvir as duas partes envolvidas em uma questão. Se ouvimos uma só, tendemos a acreditar nela e ficar a favor. Um caso interessante por ser tirado da vida do grande artista alemão Goethe. Li três ensaios sobre ele: de Paul Valéry (Discurso em honra a Goethe), de André Maurois (dentro de Arte de Viver) e de Somerset Maugham (dentro de Pontos de vista). Claro que não vou nem resumir nada aqui.

Calma, não largue já o blogue, seu chato! Vou apenas citar uma passagem. Dizem que Goethe tinha fama de muito chato para com visitantes. Schiller, poeta, se tornou amigo íntimo de Goethe e confessou em carta a um amigo que ele sabia agradar e cativar, mas estava sempre livre e soberano, sendo egoísta ao extremo. Schiller disse que ficaria infeliz se convivesse muito com Goethe. Isso foi citado por S. Maugham. Valéry diz que, em qualquer relação humana, Goethe sentia logo “todas as forças da impaciência invadirem-no” e nada o mantinha junto de alguém mais tempo do que o necessário.

André Maurois citou coisas do próprio Goethe: “Quem quer fazer alguma coisa pelo mundo, deve velar para não se deixar prender por ele”. Escreve Maurois: “Quando, apesar das ordens dadas, um importuno forçava a porta de Goethe, era depressa desencorajado pela atitude glacial do seu interlocutor. Goethe cruzava as mãos nas costas e se calava. Se o visitante era de qualidade, Goethe tossia e dizia: “Hum! Hum! So… So…” e mais que depressa a conversação morria”. “So”, em alemão, quer dizer, mais ou menos, “Ah, tá!”

Maugham diz, em honra a Goethe, que aquele algo inumano nele permitiu que nos deixasse Fausto e Wilhelm Meister. Valéry diz que Goethe é o “Mestre mais erudito e mais nobre da arte de viver e de aprofundar o gosto pela vida”. Johann Wolfgang von Goethe viveu 82 produtivos anos, livrando-se dos chatos. E a gente ainda não sabe como afastar dos que invadem nossa vida! Fica o provérbio: o segredo do insucesso é querer agradar a todos.

Rui Werneck de Capistrano Não é Bobo nem Nada

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O chato de plantão

DOMINGO ensolarado, bem cedo, céu límpido, trégua da chuvarada, friozinho, tudo convida à caminhada. Oito quilômetros no celular, maratona de sedentário. Tirando o caldo de cana calórico e açucaroso, lugar nenhum para espantar o cansaço, a sede e a fome. Aos trancos, divisa-se ao longe o costelão, oásis das carnes animais, aberto 24 horas. Vamos, ela de sorvete e água mineral, eu, de cerveja e linguiça. Não há mal bem que nunca acabe: ali aporta o chato de plantão, figura onipresente que varia o nome e preserva a inconveniência. Ele estaca diante da mesa com o óbvio irritante: “Você de linguiça, ela de sorvete?” Que dizer? Retruco com a apóstrofe atrevida: ‘É servido de morder o sorvete e chupar linguiça?’ Impassível, nem a mais leve sombra do sorriso amarelo, cumprida a missão existencial, o chato vai embora.

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Submarino de mísseis guiados chega ao Oriente Médio, dizem EUA

O anúncio do Comando Central norte-americano é visto como mais um recado ao Irã e a outros atores da região, como o Hezbollah.

O Comando Central dos Estados Unidos afirmou neste domingo, 5, que um submarino da classe Ohio de mísseis guiados chegou ao Oriente Médio.

O anúncio incomum, realizado na rede social X, é mais um recado do governo norte-americano ao Irã e a outros atores da região, como o Hezbollah, para não tentarem “tirar vantagem” do conflito em curso entre Israel e Hamas.

On November 5, 2023, an Ohio-class submarine arrived in the U.S. Central Command area of responsibility. pic.twitter.com/iDgUFp4enp

— U.S. Central Command (@CENTCOM) November 5, 2023

Na sexta, 3, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que “todas as opções estão abertas” e que os EUA eram “inteiramente responsáveis” pela situação em Gaza.

A postagem do Comando Central dos EUA não mencionou o nome do submarino. Contudo, segundo a CNN, a Marinha norte-americana tem quatro submarinos de mísseis guiados da classe Ohio, que são antigos submarinos de mísseis balísticos convertidos para disparar até 154 mísseis de cruzeiro Tomahawk.

O Pentágono já havia mobilizado pelo menos dois porta-aviões para a costa de Israel.

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Faça propaganda e não reclame. © Desencannes 2007

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Coisas do mundo, minha nega

Coloquei como descanso de tela no micro dois singelos versinhos meus: Se eu não escrevesse poesia/sua vida nada valeria. Pus pra rodar aleatoriamente sobre fundo azul. Só que, pra não dar muito na vista, assinei François Villon. Vira piada pra quem sabe quem foi o poeta francês cheio de histórias, que matou gente e que morreu muito novo.

Dia desses, eu estava fazendo alguma coisa fora do micro e apareceu a tela e os versos passando. Atrás de mim estava um cara da agência, olhando a tela. Ele leu e perguntou: “Por que ‘sua’ vida nada valeria? Por que não ‘minha’ vida nada valeria?” Ele completou: “Se eu não escrevesse poesia/‘minha’ vida nada valeria. Não acha?” Disse triunfante, peito estofado.

Eu, pra não entrar em detalhes terríveis diante do que ele havia dito, desconversei. Teria que explicar por que pus aqueles versinhos ali. Teria que explicar quem foi Villon. Teria que perguntar, descaradamente, o que ele achava que seria ‘correto’ e se a vida ‘dele’ valia alguma coisa. Dois simples versinhos poderiam fazer com que o cara não falasse mais comigo. Ficasse ‘de mal’. Pode?

Ele leu, pensou e achou que entendeu o que não entenderia nunca… porque logo depois não pensou mais nisso e se foi. “As coisas estão no mundo, só que é preciso aprender”, cantava Paulinho da Viola.

*Rui Werneck de Capistrano exumou esse texto pra tentar salvar os ossos

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Cuque

cuque-doisO sonho acabou. Mas ainda tem cuque”. Solda, década de 1970. Lee Swain 

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Elogio da bosta e outras polêmicas

Contra a imerecida fama de que Curitiba não comporta os inimigos do estabelecido, preferindo cultuar o tradicional e o status quo vigente, há exemplos de todo gênero. Paulo Leminski surgiu nos anos 1970 batendo forte na literatura que aqui se produzia – contrário aos “daltônicos”, em provocação clara a Dalton Trevisan, que passou por cima das provocações e seguiu escrevendo sem dar importância ao poeta rebelde. Ninguém saiu perdendo, posto que ambos mantêm seus leitores até hoje, 34 anos depois da morte do poleminski.

Muito antes disso, porém, a cidade conheceu autores que adoravam uma confusão literária. Ernesto de Oliveira, nascido na Lapa, pastor evangélico, fundador da Cadeira 23 da Academia Paranaense de Letras, jamais economizou energia para o debate. Alinhou-se aos maragatos na Revolução Federalista, com o que terminou asilado na Argentina. Engenheiro, poliglota, professor de agronomia, tradutor e conferencista, desenvolveu a lavoura da erva-mate, lançou campanha pelo reflorestamento do Paraná e meteu-se em polêmicas ferozes. Entre elas, uma com o Padre Leonel Franca, ideólogo da Igreja Católica, a quem mais tarde a Academia Brasileira de Letras outorgou o Prêmio Machado de Assis. Também bateu-se com o jurista italiano Enrico Ferri, confrontando o determinismo com o livre arbítrio que defendia.

Sua polêmica mais engraçada foi com um jornalista do Diário da Tarde, autor de artigo atacando Ernesto por ele haver usado a palavra bosta em palestra a agricultores do interior paranaense. O escritor comparou o jornalista a “asnos que zurram ao enxergar o feno” e defendeu a bosta como sendo o único termo aplicável ao entendimento de colonos estrangeiros para a composição de adubos. Seu texto teve como título “Elogio da Bosta”. Morreu em 9 de novembro de 1938, no Rio de Janeiro.

Outro admirável polemista foi Dicesar Plaisant, 1º ocupante da Cadeira 17 da APL. Curitibano, estudou no Colégio Militar no Rio de Janeiro e formou-se em Direito na Universidade do Paraná. Foi promotor de Justiça em Minas Gerais. De volta à cidade natal, ficou famoso pelos debates que protagonizava nos jornais, livros e conferências. Segundo o historiador Romário Martins, citado por Wilson Bóia no verbete que escreveu sobre Dicesar, ele unia cultura, talento e intrepidez. Mais que isso, o que assustava seus contendores era a virulência. Nos tempos do Estado Novo, sob a ditadura Vargas, era a voz contra o despotismo e a favor da liberdade de imprensa.

Panfletário, mas dono de enorme formação cultural, a expressava em conferências e nas mesas do bares que frequentava, boêmio que era. Ainda segundo Bóia, Plaisant foi definido por seu amigo Barros Cassal como “complicado, esdrúxulo, tumultuoso e esquisito”.

Mas o resumo da influência que exercia nos meios intelectuais paranaenses é da autoria do médico João Evangelista, quando certa vez notou sua chegada iminente a uma roda de conversa: “Cumprimentem o Dicesar, por favor. Por educação ou por medo”.

Faleceu em Curitiba em 26 de dezembro de 1969.

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Fino traço

© Guto Lacaz

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Mural da História – 2007

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meu-tipo-inesquecível-maria-schneider© Grosby Group

Maria Schneider – 1952|2011 – atriz francesa, conhecida pela sua personagem Jeanne, que ao lado de Marlon Brando, protagonizou o filme O Último Tango em Paris de 1972.

Seu verdadeiro nome era Marie Christine Gélin e era filha da modelo romena Marie Christine Schneider e do ator francês Daniel Gélin. Casado com a atriz Danièle Delorme, Gélin só reconheceu a filha quando ela já era uma adolescente,  por essa razão, a atriz adotou o nome de sua mãe ao começar sua carreira no cinema.

Faleceu no dia 3 de fevereiro de 2011, de câncer, e seu corpo foi cremado no Cemitério do Père-Lachaise, suas cinzas foram espalhadas na Rocha da Virgem no mar em Biarritz na França, de acordo com seu último desejo.

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Michelle, a estrela do PL

Valdemar Costa Neto não vai dizer em público para evitar o melindre de Jair Bolsonaro, mas ele tratará Michelle Bolsonaro como a maior estrela do partido para as eleições municipais do ano que vem.

O dono do PL vai fazer a ex-primeira-dama viajar pelo país para participar da campanha eleitoral pelas prefeituras, principalmente as de capitais. A meta do PL é ter cerca de 3 mil candidatos a prefeito ou a vice.

Segundo interlocutores de Valdemar, Michelle consegue passar a imagem de moderação. Ele quer que ex-primeira-dama venda o partido e seus candidatos como os representantes da família tradicional, da liberdade de expressão e do orgulho nacional.

O dono do PL quer distância das brigas entre os poderes promovidas por Bolsonaro e da falta de gestão na crise sanitária causada pelo Covid.

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Fraga

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Braga Neto e Bolsonaro só poderão receber votos de boas festas

Por 5 votos a 2, o TSE decidiu que Braga Netto perderá os diretos políticos até 2030. Além de Bolsonaro, o general também foi declarado brochável.

A dupla foi condenada pelo uso eleitoral de evento oficial no 7 de setembro. Braga Netto queria disputar as eleições municipais no ano que vem, mas só vai receber votos se for selecionado para o BBB.

O general ficou irritado e deu 72 horas para a anulação da sentença. Bolsonaro não deu prazo porque todos os seus relógios foram vendidos por Mauro Cid como muamba nos EUA.

O ex-presidente agora pode concorrer apenas ao título de político que mais gastou dinheiro público e ainda assim não ganhou uma eleição.

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