Palocci, os crimes de Lula e a ilusão corrupta do pré-sal

Se Lula tinha alguma esperança de não ser condenado em segunda instância no processo do famoso triplex do Guarujá, isso se rompeu definitivamente com o depoimento de Antonio Palocci desta quarta-feira, dado ao juiz Sérgio Moro. É claro que o julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região deve ater-se às provas que já estão lá, mas em processos do tipo nunca se deve subestimar o clima político e era com isso que Lula contava para se safar. Tanto é que até inventou essa caravana pelo Nordeste, que ao contrário do esperado sucesso esperado, acabou contribuindo para demonstrar fraqueza política.

O depoimento de Palocci foi desastroso para Lula, em tudo que ele tem para enfrentar daqui pra frente. Desmonta até a lorota sobre sua candidatura em 2018. Seu ex-ministro fez uma confissão extensa sobre o esquema criminoso investigado pela Lava Jato, inclusive falando de Lula diretamente. Ele disse que o ex-presidente fez um “pacto de sangue” com a Odebrecht. E Palocci é um chegado. Foi da mais alta importância na primeira vitória eleitoral de Lula para presidente e sempre foi pessoa de sua intimidade. Era um braço-direito mesmo depois de sair do governo. E a forma que o ex-ministro abriu o verbo mostra que ele sabe que o Ministério Público tem provas consistentes. E apesar de ter falado bastante hoje, com certeza ele guarda muita coisa para depois, para garantir a delação premiada que ainda está negociando com os promotores.

Algo muito interessante que dá para observar no depoimento foi a falta de percepção de Lula frente ao aumento do volume de corrupção em seu governo e também sua falta de capacidade de conduzir o esquema em condições mais controladas. Chama a atenção o papel do chamado pré-sal como aguçador da ambição pelo dinheiro. Palocci diz que o pré-sal “foi um dos grandes males para o Brasil”. Ele diz que o governo não soube “lidar com a riqueza”, o que de fato ocorreu e não foi só no estímulo aos ladrões para meter a mão no dinheiro público.

Todo o país perdeu muito na ilusão de que o petróleo jorraria de tal forma que o Brasil chegaria a fazer parte da Opep, como repetia então o próprio Lula. E agora ficamos sabendo pela fala de um dos mais graduados dirigentes petistas que a animação com o dinheiro fácil afetou até a capacidade de atenção dos corruptos no disfarce de seus crimes. Esta foi outra situação no governo do PT em que a propaganda manteve-se ativa mesmo depois da vitória eleitoral, convencendo até os próprios autores da fraude. Tem até um slogan forte que define muito bem este arrebatamento: “Sem medo de ser feliz”. Eles se deixaram levar pelo engodo que deu muito voto para o PT. O governo petista gastou o que não tinha e ainda passaram a roubar além da conta.

José Pires

Publicado em Sem categoria | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Dirceu diz que prefere morrer do que delatar como Palocci

Mônica Bergamo – Folha de São Paulo

José Dirceu, condenado na Operação Lava Jato, diz que prefere “morrer” antes de delatar, como tenta fazer o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

PREÇO
O próprio Dirceu, questionado sobre o depoimento em que Palocci envolve Lula diretamente com o recolhimento de propinas para o PT, respondeu a interlocutores: “Só luta por uma causa quem tem valor. Os que brigam por interesse têm preço. Não que não me custe dor, sofrimento, medo e às vezes pânico. Mas prefiro morrer que rastejar e perder a dignidade”.

FICHA
O depoimento do ex-ministro da Fazenda ao juiz Sergio Moro levou a uma comparação entre o comportamento dele e de condenados como Dirceu e João Vaccari, ex-tesoureiro do PT. Os dois suportariam tudo em nome de uma “causa”. Já Palocci jamais teria tido qualquer compromisso com ela.

O JOGADOR
Apesar das ameaças do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de cancelar os benefícios da delação premiada de executivos da J&F, Joesley Batista passava até sexta (8) a alguns interlocutores a impressão de que mantinha a segurança de quem sempre se deu bem no final das histórias.

CAÇA
A Prefeitura de São Paulo está estudando um meio mais eficiente para conseguir cobrar os devedores. A estimativa é que a cidade tenha deixado de receber R$ 100 bilhões em taxas e tributos nos últimos anos. Para minimizar essa perda, a ideia é adotar uma estratégia de cobrança mais agressiva, semelhante à de bancos privados.

CAÇA 2
Empresas de tecnologia estão apresentando soluções à administração. Entre elas estão programas de computador que conseguem vasculhar detalhes da vida das pessoas, seus amigos e parentes. A expectativa é conseguir evitar fraudes com a transferência de bens entre pessoas próximas ao devedor.

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Desfile

© Roberto José da Silva

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Fim do Lula

Luiz Inácio Lula da Silva – © Lula Marques

O dia 6 de setembro de 2017 tem tudo para passar à História como o que selou o destino do mais popular e carismático líder político brasileiro desde Getúlio Vargas, o presidente da República que em agosto de 1954 matou-se com um tiro no peito para não ser derrubado por um golpe militar.

Em menos de duas horas, ficou-se sabendo que o ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos do PT, Antonio Palocci, “o Italiano”, detonou o “pacto de sangue” firmado por Lula com a construtora Odebrecht. E que Lula e Dilma foram denunciados outra vez, desta vez por obstrução de Justiça.

A Lula, segundo Palocci, a Odebrecht pagou propinas num valor de R$ 300 milhões – parte para financiar suas atividades, parte para a compra de uma nova sede do Instituto Lula, e o resto para satisfazer qualquer outro desejo dele. Como o de concluir um museu em sua homenagem. O pacote incluía o pagamento de R$ 200 mil por palestra.

Depois de disparar uma flecha no próprio pé com o caso da polêmica delação do Grupo JBS, Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, disparou outra em Lula e Dilma – essa por conta da manobra esperta de 2015 que tornaria Lula ministro-chefe da Casa Civil do segundo governo Dilma.

A manobra tinha como objetivo proteger Lula, que corria o risco de ser preso a qualquer momento por ordem do juiz Sérgio Moro. Como ministro de Estado, Lula só poderia ser processado pelo Supremo Tribunal Federal. Escaparia assim da órbita de Curitiba, etrerno pavor dos acusados por corrupção.

Preso há um ano, condenado uma vez, Palocci finalmente cedeu às pressões dos seus advogados e contou o que sabe em depoimento a Moro. Se não contou tudo, contou o suficiente para enterrar Lula que em breve deverá ser condenado pela segunda vez. É réu em pelo menos mais quatro ações penais.

Revelou, por exemplo, que Lula acompanhou cada passo do andamento das operações de repasses ilícitos da Odebrecht. E que na véspera de deixar o governo no final de 2010, apresentou Dilma a Emílio Odebrech para comprometê-la com o acerto que ele tinha com a construtora.

Quanto ao sítio de Atibaia, em São Paulo, onde a familia Lula da Silva desfrutou dos fins de semana, sim, foi mais um “agrado” da Odebrecht feito a Lula, afirmou Palocci. Como foi também o apartamento defronte ao que Lula mora em São Bernardo do Campo, usado por ele Por vários anos, a Odebrecht tapou buracos financeiros do Instituto Lula.

O depoimento de Palocci a Moro não fez parte de nenhuma delação premiada, porque delação ainda não há. Certamente Palocci guardou revelações inéditas para oferecer mais tarde em troca de melhor prêmio por delatar. Está ansioso por isso. Moro ouvirá Lula na próxima semana.

O que Palocci disse a Moro já é suficiente para que ele seja apontado no futuro como o maior algoz de Lula, aquele que desrespeitou o pacto de silêncio dos líderes do PT empenhados em preservar a imagem do demiurgo da esquerda. Algoz de Lula, mas também de Dilma, cuja fantasia de vestal Palocci rasgou.

A Lula e aos seus advogados só resta esgrimir com o surrado argumento de que Palocci mentiu para livrar-se da cadeia, o que desqualificaria a princípio toda e qualquer delação. Ao PT, resta procurar outro candidato para disputar a vaga de Temer, algo que ao fim e ao cabo não fará, refém que é de Lula.

Ricardo Noblat

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Todo dia é dia

Thiago E, da revista AO – Academia Onírica, Teresina, Piauí.

Publicado em Todo dia é dia | Com a tag , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Os Robertos (José da Silva e Prado)

© Roberto José da Silva

o oco no bolso
o vácuo no cofre
o zero no banco

espaços em branco
à espera do ouro
da imensa primavera

Publicado em Os Robertos (Prado e José da Silva) | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Para especialistas, Palocci deu sinal ‘evidente’ de que quer agradar ao MPF

Mônica Bergamo – Folha de São Paulo

Para especialistas, Palocci deu sinal ‘evidente’ de que quer agradar ao MPF

Antonio Palocci tem se mostrado de ótimo humor na carceragem da PF. Entre seus vizinhos de cela estão Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, e Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS.

MUY AMIGO

Na quarta (6), o ex-ministro bombardeou Lula em depoimento que prestou ao juiz Sergio Moro. Na leitura de criminalistas habituados à sistemática da Operação Lava Jato, o disparo é um sinal evidente de que ele quis agradar ao Ministério Público Federal acreditando que tem boa chance de fechar acordo de delação premiada.

RUMO

Os próprios advogados de Palocci disseram que as negociações com o MPF caminham muito bem.

EXEMPLO

Há alguns meses, Léo Pinheiro adotou postura semelhante à de Palocci diante de Moro, colocando o mesmo Lula no centro de seu depoimento. Ele está na fila da delação premiada.

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

A paulada de Palocci

Bernardo Melo Franco – Folha de São Paulo

depoimento de Antonio Palocci é devastador para a defesa, a imagem e o futuro de Lula. Desta vez, o ex-presidente não pode alegar que foi fritado por um empresário aflito para sair da cadeia. Quem o jogou na fogueira foi um velho companheiro, que atuou como figura-chave nos governos do PT.

Palocci afirmou à Justiça que Lula fechou um “pacto de sangue” com Emílio Odebrecht, dono da maior empreiteira do país. Ele afirmou que o “pacote de propinas” incluiria um terreno para o instituto do ex-presidente, as reformas no sítio de Atibaia e a reserva de R$ 300 milhões.

De acordo com o ex-ministro, a relação “bastante intensa” da construtora com os governos petistas teve um preço. A empresa teria recebido vantagens em troca de “benefícios pessoais” e doações de campanha, via “caixa um e caixa dois”.

Preso há quase um ano, o petista já foi condenado a outros 12 por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele negocia um acordo de delação e decidiu antecipar informações ao depor em um dos processos contra Lula.

A paulada de Palocci atinge o ex-presidente num momento em que ele tentava trocar o papel de investigado pelo de candidato. O ensaio durou pouco. Um dia depois de encerrar a caravana pelo Nordeste, Lula volta a ser bombardeado pela Lava Jato.

As novas acusações ainda precisam ser comprovadas, mas já instalaram um clima de desânimo no petismo. O ex-ministro é um dos políticos mais importantes da história do partido. Idealizou a “Carta ao Povo Brasileiro”, que embalou a campanha vitoriosa de 2002, e pontificou como ministro da Fazenda (governo Lula) e da Casa Civil (governo Dilma).

Em abril, Lula disse à Rádio Guaíba que não se preocupava com uma possível delação do aliado. “Palocci é meu companheiro há 30 anos. É um dos homens mais inteligentes deste país. E se ele resolver falar tudo o que sabe pode, sim, prejudicar muita gente. Mas não a mim”, afirmou.

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Mural da História

25 de novembro, 2011

Publicado em mural da história | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Lula avalizou propina de R$ 300 mi da Odebrecht ao PT, diz Palocci

O ex-ministro Antonio Palocci disse nesta quarta-feira (6) ao juiz Sergio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalizou um “pacto de sangue” no qual a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo Lula e os primeiros anos do governo Dilma, segundo seus advogados.

O ex-ministro “revelou importantes detalhes dos bastidores e dos meandros que permearam as relações de poder na transição do governo Lula para o governo Dilma e como foi essa compra de boa vontade da Odebrecht em relação ao governo”, segundo o advogado Adriano Bretas, um dos defensores de Palocci.

O ex-ministro foi ouvido na ação em que Lula é acusado de ter recebido, da Odebrecht, um terreno de R$ 12,4 milhões destinado a ser a nova sede do Instituto Lula (negócio que acabou não se concretizando) e um apartamento de R$ 540 mil em São Bernardo do Campo (SP), vizinho ao que o petista mora com a família. Segundo os defensores, Palocci não só confirmou que mediou este arranjo como teve o aval de Lula.

De acordo com os advogados, Palocci afirma ter tentado dissuadir a Odebrecht de comprar o terreno, mas, diante da insistência de Lula, foi preciso um jantar na casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, para que o ex-ministro os dissuadisse da ideia. Segundo Bretas, o ex-ministro convenceu os demais de que “era uma operação escandalosa e poderia expor demais essa situação [o arranjo entre PT e Odebrecht]”.

A reportagem tenta contato com a defesa do ex-presidente.

INSTITUTO LULA

A anotação “prédio IL [Instituto Lula]”, alvo principal do processo em que Palocci foi ouvido nesta quarta-feira, é uma das rubricas da planilha Italiano. Em delação, Marcelo Odebrecht confessou que usou R$ 12,42 milhões para comprar um terreno em São Paulo que se destinaria a uma nova sede do Instituto Lula.

A mudança, segundo a denúncia, nunca ocorreu devido a problemas burocráticos, mas o terreno chegou a ser comprado pela DAG Construtora, uma empresa que teria servido como “laranja” no negócio. Na manhã desta quarta, o dono da DAG, Dermeval Gusmão, confessou ter pago R$ 7,1 milhões pelo terreno e disse ter ficado sabendo, indiretamente, do interesse de Lula no terreno.

DELAÇÃO

Palocci foi condenado no dia 26 de junho a mais de 12 anos de prisão. Moro concluiu que o ex-ministro ordenou o repasse de US$ 10,2 milhões da Odebrecht ao marqueteiro João Santana por meio de depósitos no exterior.

O pagamento consta na planilha ‘Italiano’, que controlou, segundo a megadelação dos executivos, desembolsos de R$ 133 milhões (dentro um saldo total de R$ 200 milhões) que a empreiteira fez de 2008 a 2014 para atender a pedidos do PT. O montante, segundo a Odebrecht, era parte de um acordo feito entre Marcelo Odebrecht e Palocci, do qual o ex-ministro nega a ‘paternidade’ até hoje.

Quando depôs neste processo, em maio, Palocci negou as acusações, mas insinuou o desejo de fazer delação, se dizendo “à disposição” da Justiça para dar “fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser certamente do interesse da Lava Jato”. Na ocasião, o ex-ministro disse ter omitido alguns nomes “por sensibilidade da informação”.

Poucos dias depois do depoimento, o advogado José Batochio, que defendia Palocci e é abertamente contra as delações, deixou o cliente, e o petista passou a negociar um acordo com o MPF (Ministério Público Federal) por meio de outros defensores.

Ao condenar Palocci, Moro não gostou da postura do ex-ministro, afirmando que as indiretas sobre delação “soaram como uma ameaça” a investigados para que o ajudassem a ser solto. O ex-ministro foi preso há quase um ano, em 26 de setembro de 2016, na 35ª fase da Lava Jato.

CONTROVÉRSIA

A Odebrecht sustenta que o dinheiro foi abatido de um montante de propina de R$ 40 milhões que ficou reservado para uso de Lula ao final do mandato dele, em 2011. Na última segunda-feira, Marcelo Odebrecht disse a Moro que Lula sabia da origem suja do dinheiro.

O empreiteiro alega ter pedido ao pai dele, Emílio Odebrecht, que alertasse Lula para o baixo valor em doações oficiais que o PT receberia da construtora em 2010. Isso porque ela já vinha bancando demandas do partido desde 2008 com base no acordo entre Marcelo e Palocci, que previa o repasse de R$ 200 milhões ao longo dos anos seguintes.

Na sequência, Marcelo diz ter sido abordado por Palocci, que foi tirar satisfações sobre aquela conversa. Com isso, o empreiteiro concluiu que seu pai, Emílio, fez o alerta a Lula, que por sua vez comentou o tema com Palocci; logo, Lula sabia de tudo.

A defesa do ex-presidente, no entanto, chamou a atenção nos autos do processo para uma contradição entre Marcelo e Emílio Odebrecht. Enquanto o filho sustenta que a informação chegou a Lula, Emílio disse, em depoimento neste processo, que nunca falou com Lula sobre isso.

Folha de São Paulo

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Gente de bem

Diante dos 51 milhões de reais (!!!) encontrados em malas e caixas atribuídas a Geddel Vieira Lima, vale lembrar uma das frases que o jurista Ives Gandra diz com frequência:

“A política precisa de gente de bem, não de bens.”

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Janot pede bloqueio de R$ 6,5 bi de cúpula petista

Será que vai faltar dinheiro?

O quase ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu o bloqueio de R$ 6,5 bilhões dos ex-presidentes Lula e Dilma, dos ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento), Edinho Silva (Secretaria da Comunicação) e Gleisi Hoffman (Casa Civil) e, ainda, do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

E além disso, ele também pede a condenação de todos os acusados à reparação de danos materiais e morais ‘causados por suas condutas’, fixando-se um valor mínimo global de R$ 300 milhões.

“Lula foi o grande idealizador da constituição da organização criminosa, na medida em que negociou diretamente com empresas privadas o recebimento de valores para viabilizar sua campanha eleitoral à presidência da República em 2002 mediante o compromisso de usar a máquina pública, caso eleito (como o foi), em favor dos interesses privados deste grupo de empresários”.

Na acusação formal levada ao Supremo, Janot enfatiza. “Durante sua (Lula) gestão, não apenas cumpriu com os compromissos assumidos junto a estes (empresários), como atuou diretamente e por intermédio de Palocci, para que novas negociações ilícitas fossem entabuladas como forma de gerar maior arrecadação de propina.”

Ainda sobre Lula. “Foi o grande responsável pela coesão do núcleo político da organização criminosa e pela indicação de Dilma como candidata do PT à presidência da República em 2010. Essa condição permitiu-lhe continuar a influenciar o governo da sua sucessora e a fazer disso mais um balcão de negócios para recebimento de vantagens ilícitas.”

Ao final da denúncia, Janot pede a decretação da perda da função pública para os condenados detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo, ‘principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Poder Público e a sociedade’.

Ainda, a decretação da perda em favor da Petrobrás, com base no artigo 7.º da Lei 9.613/1998, dos bens e valores objeto de lavagem de dinheiro no caso, no valor originário total de R$ 6,5 bilhões, ‘que é o que foi atribuído pela própria Petrobrás a ser acrescido de juros e correção monetária’.

Estado de S. Paulo

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Dinheiro atribuído a Geddel em ‘bunker’ chega a R$ 51 milhões

A Polícia Federal contabilizou cerca de R$ 42,6 milhões e US$ 2,7 milhões (R$ 8,4 milhões) nas malas apreendidas em um apartamento que seria utilizado como “bunker” pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), em Salvador.

O trabalho de contagem durou mais de 14 horas e sete máquinas foram utilizadas. A PF diz que é a maior apreensão de dinheiro em espécie da história.

A operação, batizada de Tesouro Perdido, foi deflagrada na manhã desta terça (05) e é desdobramento de outra investigação, sobre fraudes em liberações de empréstimos na Caixa, a Cui Bono.

Ex-ministro de Michel Temer, Geddel cumpre prisão domiciliar. Ele foi preso no dia 3 de julho, mas conseguiu um habeas corpus para cumprir a medida restritiva em sua residência, na capital baiana.  Os valores apreendidos serão depositados em conta judicial.

CUI BONO

A operação apura a atuação de Geddel e outras pessoas na manipulação de créditos e recursos realizada em duas áreas da Caixa Econômica Federal.

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o corretor de valores Lúcio Funaro são também alvos da investigação, que começou no ano passado.

Geddel é acusado de ter recebido R$ 20 milhões de propina em troca de aprovação de empréstimos no banco ou de liberação de créditos do FI-FGTS para beneficiar empresas.

Na decisão judicial que autorizou a busca e apreensão no apartamento em Salvador, o juiz Vallisney Oliveira cita que o “bunker” pertence a uma pessoa de nome Silvio Silveira, que teria cedido tal imóvel para que o ex-ministro de Michel Temer pudesse guardar caixas com documentos.

“Ademais, conforme consignado nas informações policiais, foram realizadas pesquisas de campo com moradores do prédio, confirmando a notícia de que uma pessoa teria feito uso do aludido imóvel para guardar ‘pertences do pai’, tratando-se provavelmente de Geddel, cujo pai faleceu em 10 de janeiro de 2016”, afirma o juiz no mandado. Procurada, a defesa do ex-ministro ainda não se manifestou. Folha de São Paulo

Publicado em Sem categoria | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Os Robertos (Prado e José da Silva)

© Roberto José da Silva

no avesso
do quebra cabeça
a calçada
do cabeça de pedra
racha ao sol

Publicado em Os Robertos (Prado e José da Silva) | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Cafajestagem e falcatrua

Nas conversas que o empresário Joesley Batista e o ex-diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, encaminharam à procuradoria-geral da República, Batista avalia que a advogada Fernanda Tórtima, que atua para a JBS, teria “surtado” com a possibilidade de a delação atingir em cheio o STF. Nesta segunda-feira, VEJA revelou que as conversas implicam ministros do tribunal.

Confira trecho em que Joesley Batista e Ricardo Saud comentam sobre a discordância da advogada Fernanda Tórtima em incluir o Supremo na delação premiada. Segundo Joesley, a advogada advertiu: “Nossa senhora, peraí, calma, o Supremo não, peraí, calma, vai foder meus amigos” e quando Saud pergunta a Joesley por que Fernanda não quer envolver o STF, o empresário responde: “Calma. É porque ninguém comeu ela ainda”.

Ricardo – Deixa eu falar uma coisa para você. O Marcelo deu uma tarefa para nós… agora acaba… …. é muito fácil, e quer mais, é isso? Já contou para o Janot… …para entregar a fita… toca o enterro… …no caso do Temer…
Joesley – Vamos lá, vamos dar um passo atrás. Na minha cabeça. Marcelo é do MPF. Ponto. O Marcelo tem linha direta com o Janot. Quando falo o Janot, é Janot, Pelella…
Ricardo – Te falei… Mandei a mensagem…
Joesley – Não, não… É tudo a mesma coisa. MPF é Janot, Pelella… Qual é o nome daquele outro? É o… Que a… que a…
Ricardo – Janot… Pelella…
Joesley – E o outro lá… Ricardo, nós somos… nós somos joia da coroa deles. O Marcelo já descobriu e já falou para o Janot: ‘Janot, nós temos o cara, nós temos o pessoal que vai dar todas as provas que nós precisamos’. Ele já entendeu isso. A Fernanda surtou por quê Porque a Fernanda entendeu que nós somos muito mais e nós podemos muito mais. E aí até a Fernanda perdeu o controle. Ela falou: ‘Nossa senhora, peraí, calma, o Supremo não, peraí, calma, vai foder meus amigos, vai…’. Só para… Ricardinho, eu não vou conseguir te explicar e te falar assim… Ricardinho, confia ni mim. É o seguinte: vamos conversando tudo, nós vamos tocar esse negócio. Nós vamos sair lá na frente, nós vamos sair amigo de todo mundo e nós não vamos ser presos. Pronto. E nós vamos salvar a empresa.
Ricardo – Não, eu não ligo não. Eu não ligo com nada.
Joesley – Eu sei… mas…. eu não consegui te falar…
Ricardo – Eu não consigo entender o seguinte… Então, por que, então por que nós estamos assim tudo bacana, está só a joia da coroa e por que a Fernanda não acha isso?
Joesley – Calma. É porque ninguém comeu ela ainda.
Ricardo – Não. Profissionalmente… Agora é sério. Só para fechar meu coisa. O povo… tão afinado com agente. O cara mandou escrever tudo hoje. Escapou. Quarta-feira vamos entregar tudo 100%. Pergunto o seguinte: por que a Fernanda não fecha com a gente?
Joesley – Ela fecha. Ela fecha. Ricardinho, a maior agonia de todo mundo é porque é o seguinte: nós vamos chegar lá.
Ricardo – Tem quatro semanas que a gente…
Joesley – Oi?
Ricardo – Tem quatro semanas que nós estamos… Todas. Depois nós estamos na Veja de novo.
Joesley – Joia, legal.

Revista Veja

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter