A conspiração

© Ícaro Castilho

O golpe foi tramado na Área 51, em Roswell, por iluminatis, templários, maçons e membros do Priorado do Sião, sob as ordens de Elvis Presley, que presidiu a reunião final deitado em uma banheira cheia de gelo e sem um dos rins.

Isso explica o incomensurável poder dos conjurados, que comandam pessoas chave de todas as áreas, de todos os estados, de todas as cores ideológicas, de todos os poderes da república e têm ramificações em todo o mundo.

A força tarefa da Lava Jato é formada de robôs incorruptíveis construídos por incas venusianos em Alfa Centauri, sob encomenda dos golpistas. Porém, estão fora de controle e, por isso, avançam também sobre os próprios criadores, pois agora têm o poder dos ovos do dragão, descobertos no cânion do Quartelá, perto de Curitiba.

Ao contrário de nós, comuns mortais, que mal conseguimos montar uma pegadinha coordenando 10 pessoas para animar o aniversário de um colega da firma, eles têm um poder de organização sobre-humano. Hipnose e domínio da mente à distância, além de sessões de satanismo e chips implantados no cérebro, estão entre seus métodos.

Sendo assim, eles uniram em um grande organismo pluricelular sob seu comando, todas as instâncias da justiça federal, polícia, receita, o banco central, ministério público, governos e bancos estrangeiros, as revistas, as rádios, as redes de televisão, os blogueiros, os humoristas e, até, os atores pornôs, para derrubar titular e vice de um governo inocente, puro e besta.

E a grana que escoou da Petrobras, do BNDES, da Previ e seus etecéteras? Perguntariam vocês, incrédulos. Acontece que, estes bilhões de dólares tirados dos cofres públicos são cenográficos, parte deles impressos em Hollywood e a outra fornecida pelo banco central dos EUA, direto de Fort knox, por meio de um comando secreto ao qual nem a CIA tem acesso, só para incriminar inocentes.

E os porquês de tudo? Aham, então vocês querem os porquês, não é mesmo? Por que uma organização tão poderosa não resolveu isso tudo de modo mais rápido, limpo, sem todos esses anos de drama e esperneio?

Simples: por pura malvadeza. São vilões, portanto gostam de matar os nossos heróis aos poucos, devagarinho, com traquitanas esdrúxulas e máquinas bizarras, enquanto fazem discursos e gargalham gostosamente.

Roberto Prado

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Hoje!

© Carol Todt

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Rocha Loures, boca fechada

Mônica Bergamo – Folha de São Paulo

Rodrigo Rocha Loures optou por ficar em silêncio durante seu depoimento na Polícia Federal hoje. O advogado Cezar Bitencourt, que defende Loures, afirma que o ex-parlamentar só foi preso para delatar.

Ele considera a detenção “equivocada, desnecessária e fundamentada, pelo digno ministro Edson Fachin, em fato errado”.

Segundo ele, Fachin “afirmou em sua decisão que Rodrigo Rocha Loures praticava crimes há algum tempo com Joesley e que havia indícios que prosseguiria. Sua excelência não ouviu o áudio da ilegal gravação do presidente Temer feita delator Joesley. Nesse áudio o delator afirma, claramente, que não conhece Rodrigo, que com ele não tem relação e, ainda que o conheceu no dia 6 de março! Então, como afirmar-se que praticava crimes a tempo?”, questiona Bitencourt.

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O tribunal avestruz

Bernardo Mello Franco – Folha de São Paulo

BRASÍLIA – O TSE encontrou uma fórmula para salvar o mandato de Michel Temer. Como não pode sustentar que a eleição de 2014 foi limpa, a corte decidiu varrer a sujeira do processo. Para isso, deve anular as provas fornecidas pela Odebrecht e pelos marqueteiros da campanha.

A manobra foi liderada pelo presidente do TSE, Gilmar Mendes. Ele teve o apoio de Napoleão Nunes Maia, Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira. Os dois últimos foram nomeados por Temer às vésperas do julgamento.

Nesta quinta, os ministros tiveram que se esforçar para justificar a pirueta. Vieira reconheceu que as descobertas da investigação “assombram qualquer pessoa de bem”, mas alegou razões técnicas para ignorá-las. “Na minha compreensão, o caixa dois não está em julgamento”, disse.

Gilmar atacou o Ministério Público, citou o julgamento de Cristo e pediu que os colegas +controlassem o que chamou de “sanha cassadora”. “Por questões pequenas, acabamos cassando mandatos”, criticou.

O ministro pensava de outra forma quando o alvo do processo era Dilma Rousseff. Em +2015, ele defendeu o uso de provas da Lava Jato na investigação. “Não podemos permitir que o país se transforme em um sindicato de ladrões”, disse. Hoje ele frequenta os jantares do Jaburu e viaja de carona no avião presidencial.

Entre as “questões pequenas” que o TSE vai ignorar, está a acusação de que a Odebrecht pagou R$ 150 milhões em caixa dois à chapa Dilma-Temer. A confissão de João Santana, que admitiu ter recebido parte do dinheiro, também será descartada.

O relator Herman Benjamin, que conduz o caso com independência, falou em “provas oceânicas” ao defender a cassação da chapa. O ministro Luiz Fux também protestou contra a tentativa de fingir que a Lava Jato não existe. Ao perceber o risco de desmoralização do TSE, ele avisou: “Nós somos uma corte. Avestruz é que enfia a cabeça no chão”. Apesar do alerta, o tribunal deve se curvar ao governo e salvar Temer por 4 a 3.

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Mural da História

17 de novembro, 2010

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Pensando bem…

Michel Temer fez mal a mulher. Quarta-feira passada uma brasiliense esgoelou-se a berrar em frente ao Alvorada: “Te amo, Temer”. Em seguida desmaiou. Orgasmos múltiplos, I presume.

O homo sapiens nasceu 100 mil anos antes dos registros hoje existentes. A mulher sapiens, ao contrário, nasceu em 2015. Foi localizado no Brasil o exemplar único em estado de fóssil vivo. Chama-se Dilma Rousseff.

Basta de amadores, Gilmar Mendes para presidente do Brasil.

“Negro de primeira linha” – saudação do ministro Luís Roberto Barroso no descerramento da placa em homenagem ao ex-presidente Joaquim Barbosa, no STF. Outros negros presentes ficaram intrigados, queriam saber a qual linha pertenciam. Nunca vão entender, tem gente que está sempre dois uísques abaixo, dizia Humphrey Bogart.

Bingoling in the rain. A polícia prendeu o cara que baixava as calças e mostrava as pudendas para mulheres e crianças. Coisa fróidiana, de manual: na frente da casa da mãe dele, no Sítio Cercado. Até aí o domínio trivial do exibicionismo, o nome da tara. Surpreende o detalhe: o cara tinha predileção pelos dias de chuva. Tara tem da seca e tem da úmida, do clima.

Joesley Batista, o cara da Friboi, não conseguiu matricular os filhos na escola de ricos em Nova Iorque. Nada a ver com ele ou com a qualidade da carne. O problema foram as referências, entre elas Michel Temer.

Karma  O avião em que Michel Temer e a bela e recatada Marcela viajaram para a Bahia é o mesmo que transportou Joesley Batista e família para Nova Iorque logo depois do grampo aplicado pelo dono do avião no seu distraído passageiro.

ENGANO INOCENTE

“Desculpe, me confundi de carro”. Tudo bem, respondi, mas estamos já no meio da quadra. Empate, ambos nos enganamos, eu não tinha que arrancar e depois conferir a passageira. Empate justo, para ela e para mim.

Ela esperava o marido, que como eu é dono de um Monza Tubarão, o GLS 1995, 2.0. Eu, com a irritação habitual dos homens que esperam mulheres, esperava a minha, que nunca aparecia. Ela embarcou apressada, receosa da irritação do marido, sempre cansado de espera-la.

Deus e o Detran estão de prova de que os Monzas são diferentes. O meu, bonito, 68 mil km, conservado e perfumado como carro de viúva de médico. O outro, do marido, estropiado como os Monzas de encanador e eletricista, aqueles com escadas na capota e farol picega.

Dei meia volta, entreguei a mulher para o Monza certo e a minha entrou no seu Monza de direito. Poupo-vos de descrever as carrancas do outro motorista e da minha passageira, coisa difícil de atenuar à vista de antecedentes de lado a lado.

Que interesse tem este relato trivial e pequeno burguês? Um só: às vezes a gente embarca tão distraído que nem sabe de quem é o carro ou mesmo o avião. Mesmo que seja viagem longa, de São Paulo até a Bahia.  

Rogério Distéfano

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

Início do século XX, em uma pequena cidade no Pas-de-Calais, norte da França. A família Van Peteghem, formada pelo patriarca André (Fabrice Luchini), a esposa Isabelle (Valeria Bruni Tedeschi) e seus dois filhos, leva uma vida confortável e esnobe em uma enorme casa, construída em um terreno com uma vista privilegiada. Eles recebem a visita da irmã Aude (Juliette Binoche) e sua filha Billie (Raph), que possuem temperamentos muito diferentes. Enquanto Billie gosta de se vestir como um garoto e se apaixona por Ma Loute (Brandon Lavieville), o filho de um pescador local, Aude é extremamente dramática e preconceituosa em relação aos moradores mais humildes. O que os Van Peteghem não esperavam é ter que lidar com o súbito desaparecimento de pessoas nos arredores, o que atrai a atenção de um policial bastante atrapalhado.

Direção de Bruno Dumont|2016|França|Alemanha|Bélgica|2h03m|

Mistério na Costa Chanel parece ter sido pensado como uma versão cinematográfica para O Pequeno Quinquin, a minissérie lançada por Bruno Dumont em 2014. Novamente partindo de uma investigação policial, o diretor francês repetirá muito daquilo que se viu em seu trabalho anterior, notadamente o humor burlesco num cenário onde a mais simples causalidade parece escapar por entre os dedos de seus personagens.

A primeira diferença entre essas duas inusitadas comédias pode ser encontrada em qualquer sinopse: a questão migratória é substituída pela luta de classes. Aqui, ela será potencializada por um romance entre dois adolescentes: em 1910, uma família de industriais vai ao norte da França para passar o verão em sua mansão litorânea. Simultaneamente, dois policiais investigam desaparecimentos que vêm ocorrendo na região. Entre os humildes moradores locais, e principais suspeitos, está o jovem Ma Loute (Brandon Lavieville), sempre em trajes que o fazem parecer um Popeye desnutrido. Primogênito em uma família de pescadores, ele começa um improvável romance com Billie (Raph), filha destoante dos burgueses, o que fará com que todos tenham de interagir – ou melhor, com que todos tenham de tentar interagir. Continue lendo

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Temer diz a peemedebistas que Wagner Rossi conseguiu avião da JBS

Andréia Sadi – Globo.com

O presidente Michel Temer disse a peemedebistas que pediu ao então ministro da Agricultura Wagner Rossi que conseguisse um avião em 2011 para que ele e sua esposa Marcela Temer pudessem viajar a lazer para Comandatuba, na Bahia.

Rossi, além de então ministro da Agricultura, era e ainda é um dos peemedebistas mais próximos de Temer. Segundo o blog apurou, após a solicitação de Temer, Rossi pediu então à JBS o avião, que foi usado por Temer em janeiro de 2011.

Oficialmente, o presidente primeiro disse que não havia feito a viagem. Ontem, ele recuou e confirmou o uso de avião particular, mas diz que não sabia de quem era.

Foi Rossi quem apresentou Joesley Batista a Temer. Em 2011, Ricardo Saud, delator da JBS, trabalhava com Rossi no ministério, pasta em que a JBS tinha interesse.

Rossi pediu demissão do governo Dilma em agosto daquele ano, alvejado por denúncias.

Entre elas, por ter viajado de carona em um jatinho da OuroFino, empresa do ramo agropecuário que recebeu autorizações do ministério para produzir medicamento contra a febre aftosa. Na época, o então ministro negou que a empresa tenha recebido “privilégios ou tratamento especial”.

O blog procurou o Palácio do Planalto com as informações, mas a assessoria informa que o governo não vai se pronunciar. O blog também procurou Wagner Rossi e ainda aguarda retorno do ex-ministro.

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H. Stern delata mais R$ 4 mi em joias compradas com propina por Cabral

O Ministério Público Federal prepara uma nova denúncia contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo sob acusação de compra de joias com uso de propina obtida por meio de obras do Estado.

A nova acusação terá como base a delação premiada da H. Stern, que listou 41 itens adquiridos pelo casal desde 2009. São 30 peças –ou cerca de R$ 4 milhões– a mais do que era sabido no início das investigações.

As denúncias já apresentadas listam 66 peças que somam R$ 6,9 milhões. A maior parte dessas joias descritas nos processos foram adquiridas na Antônio Bernardo (55), que relatou as compras feitas pelo casal às autoridades no início das investigações.

Contudo, a colaboração premiada da H. Stern ampliou a lista desta joalheria de 11 para 41 peças. Ela descreve a aquisição de três joias com valor superior a R$ 1 milhão.

Uma delas, um par de brincos de ouro branco 18 quilates com brilhante solitário no valor de R$ 1,2 milhão, foi trocada por Ancelmo por outra ainda mais valiosa, de R$ 1,8 milhão. A diferença (R$ 600 mil) foi paga em dinheiro, de acordo com a empresa.

Além de ampliar o valor atribuído ao casal de compras de joias de forma irregular, a nova denúncia tem como objetivo detalhar o mecanismo de ocultação de dinheiro sujo e lavagem por meio do setor joalheiro.

A apuração contra Cabral revelou que duas joalherias com boa reputação no mercado mantinham um controle paralelo de venda de peças, sem a emissão de notas fiscais. Elas também burlaram a regulamentação do setor, que exige comunicação ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) de toda transação acima de R$ 10 mil.

No caso de Cabral e Ancelmo, o relato das joalherias inclui um agravante considerado suspeito. As parcelas eram quitadas com dinheiro vivo na maioria dos casos, segundo as investigações.

“Ele [Cabral] deixava claro que queria que ficasse sem identificação [nota fiscal], que fosse uma coisa mais discreta”, disse Maria Luiza Trotta, diretora comercial da H. Stern.

Joias são usadas para lavagem de dinheiro por ter a capacidade de transformar pilhas de dinheiro num objeto pequeno e valioso, fácil de ser escondido. A Folha revelou no mês passado que as joias mais caras atribuídas ao casal não foram encontradas durante o cumprimento dos dois mandados de busca e apreensão no apartamento deles.

Outras pessoas que integravam o cadastro paralelo da H. Stern estão sob investigação.

OUTRO LADO

Os advogados de Adriana Ancelmo afirmam que ela não adquiriu de forma irregular nenhuma joia.

“Representantes da H. Stern mentem e colocam na conta de Adriana joias jamais adquiridas por ela”, disse o advogado Alexandre Lopes.

Em depoimento à Justiça Federal, a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro negou ter comprado joias de valor alto, acima de R$ 1 milhão, como descrito pela joalheria.

Procurada, a defesa de Cabral afirmou que só vai se pronunciar no curso do processo. Folha de São Paulo

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Em xeque

Dividem-se, como seria de esperar, os argumentos e as expectativas em torno do que deve decidir o Tribunal Superior Eleitoral no julgamento da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), a prosseguir nestes próximos dias.

Começou a ser examinado, na sessão desta quarta-feira (7) do TSE, o que talvez constitua o principal argumento dos que se opõem à cassação do atual presidente.

Consideram os advogados de Temer —assim como os de sua antiga aliada, Dilma— que as investigações sobre abuso de poder econômico nas eleições de 2014 extrapolaram o objeto inicial do processo.

Segundo esse raciocínio, os testemunhos de personagens como o construtor Marcelo Odebrecht e os marqueteiros João Santana e Mônica Moura não poderiam ser levados em conta pela corte.

Repetindo o teor das delações premiadas homologadas no contexto da Operação Lava Jato, tais depoimentos admitem, de maneira dificilmente refutável, a existência de um vasto e complexo esquema de corrupção a alimentar as despesas da chapa vencedora.

No plano jurídico, todavia, a questão da legitimidade processual, do direito à defesa e da estabilidade de uma demanda não pode ser tratada com ligeireza.

Com efeito, seria inaceitável que, no decorrer de uma causa, fossem alterados bruscamente os motivos e os elementos de prova que se invocaram de início.

Seria essa a situação do atual processo no TSE, segundo os advogados de Temer. Entre os diversos motivos apresentados pelo PSDB para impugnar a chapa, estaria incluída apenas uma menção vaga a irregularidades na Petrobras.

O relator atual do caso, Herman Benjamin, teria portanto ampliado exageradamente o escopo das investigações ao acolher os testemunhos de Marcelo Odebrecht e dos marqueteiros da campanha.

A questão ainda será analisada pelos ministros do tribunal. Entretanto, o extenso voto de Benjamin parece fragilizar os argumentos em favor da chapa Dilma-Temer.

Conforme expôs o magistrado, menções à Odebrecht já constavam do pedido inicial apresentado pelo PSDB há mais de dois anos. Decisões anteriores do próprio TSE, sem contar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, autorizam a inclusão de fatos novos num processo eleitoral, desde que guardem nexo com a suspeita originária.

A consistente exposição do relator acentuou, ao término da sessão, a impressão de que também no plano jurídico —para não falar no âmbito da credibilidade— a situação de Temer é precária.

Cumpre esperar, de todo modo, o desfecho desse processo, passo vital para a superação de incertezas com que o país, por tempo demais, tem sido forçado a conviver.

editoriais@grupofolha.com.br

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“Irmãos Campana” é destaque da programação semanal do MON

©  Marcello Kawase – MON

Visita mediada e oficina fazem parte da programação desta semana

O Museu Oscar Niemeyer (MON) oferece aos visitantes uma programação semanal, sempre aos domingos e quartas-feiras, com o objetivo de enriquecer a experiência do público com as exibições de arte no museu. Esta semana, dias 11 e 14 de junho, a programação conta com oficina artística e visita mediada.

No domingo, 11/06, a equipe do Educativo comanda uma oficina livre de construção de objetos com palito de sorvete. A atividade acontece entre 11h e 17h e é aberta para o público de todas as idades. Acontece também uma visita mediada pela exposição “Irmãos Campana”, às 15h. Na quarta-feira, 14/06, a programação se repete nos mesmos horários.

A mostra “Irmãos Campana” está instalada no Olho, e apresenta obras de Fernando e Humberto Campana. O trabalho dos designers incorpora a ideia de transformação, reinvenção e integração do artesanato na produção em massa. Materiais simples do dia a dia se tornam objetos preciosos e sempre com características bem brasileiras.

A entrada no MON custa R$ 16 e R$ 8 (meia-entrada). Maiores de 60 e menores de 12 anos têm entrada franca. Nas quartas a entrada é sempre gratuita. A retirada de ingressos no museu pode ser feita até as 17h30, na bilheteria.

Serviço: Domingo no Museu Oscar Niemeyer. 11 de junho de 2017. R$ 16 e R$ 8 (meia-entrada). Maiores de 60 e menores de 12 anos têm entrada gratuita. Venda de ingressos: até as 17h30. Permanência no museu: até as 18h. Quarta gratuita no Museu Oscar Niemeyer. 14 de junho de 2017. Entrada franca das 10h às 18h

Programação: Domingo, 11 de junho. Oficina livre com a equipe do Educativo. Técnica: construção de objeto com palito de sorvete. Horário: 11h às 17h. Local: Sala de Oficina – subsolo. Visita mediada com a equipe do Educativo. Exposição: “Irmãos Campana”. Horário: 15h. Local: Olho

Quarta-feira, 14 de junho. Oficina livre com a equipe do Educativo. Técnica: construção de objeto com palito de sorvete. Horário: 11h às 17h. Local: Sala de Oficina – subsolo. Visita mediada com a equipe do Educativo. Exposição: “Irmãos Campana”. Horário: 15h. Local: Olho

Museu Oscar Niemeyer|Rua Marechal Hermes, 999|Visitação: Terça a domingo, das 10h às 18h

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Pensando bem…

Velozes & Furiosos Romero Jucá, líder no Senado dos governos desde FHC, abriu CPI sobre o Acordo de Delação da Friboi e quer convocar o procurador Rodrigo Janot e o ministro Édson Fachin, que materializaram o ajuste.  Retaliação dos barões salteadores.

É o Velozes & Furiosos, versão legislativa brasileira. As outras CPIs de impacto que envolveram estatais e empresas privadas resultaram (1) sem conclusão e (2) e revelações de achaques de parlamentares sobre os investigados.

Remember Marisa Ainda vai sobrar para Marcela. Não há de ver que Joesley Batista, o cara da Friboi, diz agora que a bela e Michelzão viajaram em seu avião. Hoje no Brasil avião que carrega avião não ganha os cem anos de perdão.

Esquizofrenia O PSDB quer queo TSE considere as delações da Odebrecht no processo de cassação da chapa Dilma-Temer. Ao abrir o processo, o partido queria tirar presidente e vice, ressaibo da derrota de Aécio Neves.

Dilma impichada, o PSDB quer a nulidade, que estica e volta a parecer intocada: cassação de Dilma e não castração de Temer, em cujo ministério o PSDB agarrou-se como carrapato.

Operação Lêndea Cortar os cabelos do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures é abuso, como denunciou seu advogado ao STF. E é pífia a justificativa de poupar o ex-deputado ao ataque de piolhos ou proteger outros presos dos piolhos de Rocha Loures.

Primeiro, porque em cela de bacana não tem piolhos; presos no nível social de Rocha Loures levam a nécessaire abastecida com xampu e mata-piolhos. Segundo, se o problema fosse o piolho, teríamos que raspar a cabeça dos alunos do ensino fundamental, mesmo nas escolas de ricos.

De mais a mais, José Dirceu, Antonio Palocci, André Vargas, João Vaccari, Eduardo Cunha e outros mantiveram as vastas melenas na prisão. Se os presos da corrupção têm piolhos, eles estão em casa, são os parceiros que bateram a bolsa da Duquesa de Caxias.

Almanaque Rafael O site da prefeitura toca a essência do curitibano nos conselhos sobre as chuvas da semana: “não use guarda-aberto debaixo da marquise”. Até hoje carrego a marca do raspão da sombrinha na testa. A frase vale por um tratado de etnografia.

Quando o sol surgir, a prefeitura bem que podia continuar o aconselhamento: cumprimente seu vizinho no elevador e as mulheres que suavizem as feições e relaxem a carranca – não tira pedaço e ninguém vai lhes passar atestado de baranga.

OS SUPOSITÓRIOS DA NEGAÇÃO

Michel Temer admite que voou nele, mas não sabia que o avião era da Friboi. Viagem longa, para o Nordeste, ele e família, incluída a babá ainda sem cargo em comissão, receberam flores, bombons, bolachinhas de cortesia da tripulação.

Temer está sob o efeito dos supositórios da negação. Os supositórios se escondem nas pregas da cadeira presidencial, entram pelas pregas da bunda presidencial e chegam ao cérebro presidencial, assim tipo solitárias gulosas. Foi assim com Lula, Dilma e agora com Michel Temer. Há indícios veementes, como dizem os advogados de corruptréus, ou réus corruptos.

Lula visitou, encomendou e acertou a aquisição do tríplex e jura que nunca esteve lá. O mesmo com o sítio. O supositório o atacou nas viagens com Rosemary Noronha, a secretária. Iam no mesmo avião, dormiam nos mesmos hotéis e Lula de nada sabia. Dia seguinte, quando apareciam cabelos no lençol, ele jurava que era do peito e da barba de João Vaccari – que continuava no Brasil, pasta na mão pedindo grana para os empreiteiros petroleiros.

Michel Temer entrou em avião sem saber quem era o dono, apesar do forte aroma de picanha fatiada. Sabia que não era avião do governo, que ele tinha direito de usar – e não podia ignorar a origem, já que os pilotos são militares e está escrito Força Aérea Brasileira bem grande na fuselagem.

Não consigo entender como um homem viajado, letrado, escritor festejado, cheio de mandatos, até o de vice-presidente (na época) põe a família em avião desconhecido. Podiam ser terroristas islâmicos ou bolivarianos, que fariam mal à bela e recatada Marcela ou cobrariam resgate para devolver Michelzinho. Gente assim tão distraída só chega à presidência porque os brasileiros usam o papel higiênico no lugar do título de eleitor – e vice-versa. 

Rogério Distéfano

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Caras & Bocas

© Jan Saudek

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Mural da História

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Corrupção de sentidos

Ruy Castro – Folha de São Paulo

RIO DE JANEIRO – Meu amigo Raul de Souza, trombonista admirado nos EUA e na Europa e há muito radicado em São Paulo, fez outro dia uma de suas raras apresentações no Rio. Em certo momento, conteve a explosão de seu samba-jazz para lembrar Bangu, bairro onde nasceu, jogou pelada, trabalhou na fabulosa fábrica de tecidos e aprendeu +música. Raul tem até o título de um livro que gostaria de publicar sobre sua vida: “De Bangu a Hollywood”.

Hoje, ele só ouve falar de Bangu como um complexo penitenciário de segurança máxima, que abriga ou abrigou traficantes, assassinos, o ex-governador Sérgio Cabral e sua quadrilha e o ex-bilionário Eike Batista.

O status desses prisioneiros não o ilude. Raul preferia quando Bangu era o império da +++família Silveira e berço do craque Domingos da Guia (e de seu filho Ademir), do romancista José Mauro de Vasconcellos, do treinador campeão mundial Carlos Alberto Parreira, da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel e de banguenses honorários como Hermeto Pascoal e outro craque, Zizinho.

Os fatos corrompem as palavras. Por exemplo, a velha e deliciosa expressão “Conheceu, papudo?” ou “Tomou, papuda?”. É um jogo de palavras do folclore, originalmente associado às crianças, e que se dizia a alguém que falasse demais e se visse contrariado pelos fatos. Hoje, Papuda é também um complexo penitenciário, só que em Brasília, e que abriga ou abrigou elementos como o esperto guerreiro José Dirceu, o rocambolesco ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, o bandido chefe do PCC Marcola e, esta manhã, deverá receber Rodrigo Loures, o porta-malas de R$ 500 mil.

Por isso, Curitiba que se cuide. Para o ex-presidente Lula e outros desvalidos do foro privilegiado, esse nome não representa uma das cidades mais amáveis e amadas do país. É apenas sinônimo de cana.

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