Mural da História

17 de novembro, 2010

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Pensando bem…

Michel Temer fez mal a mulher. Quarta-feira passada uma brasiliense esgoelou-se a berrar em frente ao Alvorada: “Te amo, Temer”. Em seguida desmaiou. Orgasmos múltiplos, I presume.

O homo sapiens nasceu 100 mil anos antes dos registros hoje existentes. A mulher sapiens, ao contrário, nasceu em 2015. Foi localizado no Brasil o exemplar único em estado de fóssil vivo. Chama-se Dilma Rousseff.

Basta de amadores, Gilmar Mendes para presidente do Brasil.

“Negro de primeira linha” – saudação do ministro Luís Roberto Barroso no descerramento da placa em homenagem ao ex-presidente Joaquim Barbosa, no STF. Outros negros presentes ficaram intrigados, queriam saber a qual linha pertenciam. Nunca vão entender, tem gente que está sempre dois uísques abaixo, dizia Humphrey Bogart.

Bingoling in the rain. A polícia prendeu o cara que baixava as calças e mostrava as pudendas para mulheres e crianças. Coisa fróidiana, de manual: na frente da casa da mãe dele, no Sítio Cercado. Até aí o domínio trivial do exibicionismo, o nome da tara. Surpreende o detalhe: o cara tinha predileção pelos dias de chuva. Tara tem da seca e tem da úmida, do clima.

Joesley Batista, o cara da Friboi, não conseguiu matricular os filhos na escola de ricos em Nova Iorque. Nada a ver com ele ou com a qualidade da carne. O problema foram as referências, entre elas Michel Temer.

Karma  O avião em que Michel Temer e a bela e recatada Marcela viajaram para a Bahia é o mesmo que transportou Joesley Batista e família para Nova Iorque logo depois do grampo aplicado pelo dono do avião no seu distraído passageiro.

ENGANO INOCENTE

“Desculpe, me confundi de carro”. Tudo bem, respondi, mas estamos já no meio da quadra. Empate, ambos nos enganamos, eu não tinha que arrancar e depois conferir a passageira. Empate justo, para ela e para mim.

Ela esperava o marido, que como eu é dono de um Monza Tubarão, o GLS 1995, 2.0. Eu, com a irritação habitual dos homens que esperam mulheres, esperava a minha, que nunca aparecia. Ela embarcou apressada, receosa da irritação do marido, sempre cansado de espera-la.

Deus e o Detran estão de prova de que os Monzas são diferentes. O meu, bonito, 68 mil km, conservado e perfumado como carro de viúva de médico. O outro, do marido, estropiado como os Monzas de encanador e eletricista, aqueles com escadas na capota e farol picega.

Dei meia volta, entreguei a mulher para o Monza certo e a minha entrou no seu Monza de direito. Poupo-vos de descrever as carrancas do outro motorista e da minha passageira, coisa difícil de atenuar à vista de antecedentes de lado a lado.

Que interesse tem este relato trivial e pequeno burguês? Um só: às vezes a gente embarca tão distraído que nem sabe de quem é o carro ou mesmo o avião. Mesmo que seja viagem longa, de São Paulo até a Bahia.  

Rogério Distéfano

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

Início do século XX, em uma pequena cidade no Pas-de-Calais, norte da França. A família Van Peteghem, formada pelo patriarca André (Fabrice Luchini), a esposa Isabelle (Valeria Bruni Tedeschi) e seus dois filhos, leva uma vida confortável e esnobe em uma enorme casa, construída em um terreno com uma vista privilegiada. Eles recebem a visita da irmã Aude (Juliette Binoche) e sua filha Billie (Raph), que possuem temperamentos muito diferentes. Enquanto Billie gosta de se vestir como um garoto e se apaixona por Ma Loute (Brandon Lavieville), o filho de um pescador local, Aude é extremamente dramática e preconceituosa em relação aos moradores mais humildes. O que os Van Peteghem não esperavam é ter que lidar com o súbito desaparecimento de pessoas nos arredores, o que atrai a atenção de um policial bastante atrapalhado.

Direção de Bruno Dumont|2016|França|Alemanha|Bélgica|2h03m|

Mistério na Costa Chanel parece ter sido pensado como uma versão cinematográfica para O Pequeno Quinquin, a minissérie lançada por Bruno Dumont em 2014. Novamente partindo de uma investigação policial, o diretor francês repetirá muito daquilo que se viu em seu trabalho anterior, notadamente o humor burlesco num cenário onde a mais simples causalidade parece escapar por entre os dedos de seus personagens.

A primeira diferença entre essas duas inusitadas comédias pode ser encontrada em qualquer sinopse: a questão migratória é substituída pela luta de classes. Aqui, ela será potencializada por um romance entre dois adolescentes: em 1910, uma família de industriais vai ao norte da França para passar o verão em sua mansão litorânea. Simultaneamente, dois policiais investigam desaparecimentos que vêm ocorrendo na região. Entre os humildes moradores locais, e principais suspeitos, está o jovem Ma Loute (Brandon Lavieville), sempre em trajes que o fazem parecer um Popeye desnutrido. Primogênito em uma família de pescadores, ele começa um improvável romance com Billie (Raph), filha destoante dos burgueses, o que fará com que todos tenham de interagir – ou melhor, com que todos tenham de tentar interagir. Continue lendo

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Temer diz a peemedebistas que Wagner Rossi conseguiu avião da JBS

Andréia Sadi – Globo.com

O presidente Michel Temer disse a peemedebistas que pediu ao então ministro da Agricultura Wagner Rossi que conseguisse um avião em 2011 para que ele e sua esposa Marcela Temer pudessem viajar a lazer para Comandatuba, na Bahia.

Rossi, além de então ministro da Agricultura, era e ainda é um dos peemedebistas mais próximos de Temer. Segundo o blog apurou, após a solicitação de Temer, Rossi pediu então à JBS o avião, que foi usado por Temer em janeiro de 2011.

Oficialmente, o presidente primeiro disse que não havia feito a viagem. Ontem, ele recuou e confirmou o uso de avião particular, mas diz que não sabia de quem era.

Foi Rossi quem apresentou Joesley Batista a Temer. Em 2011, Ricardo Saud, delator da JBS, trabalhava com Rossi no ministério, pasta em que a JBS tinha interesse.

Rossi pediu demissão do governo Dilma em agosto daquele ano, alvejado por denúncias.

Entre elas, por ter viajado de carona em um jatinho da OuroFino, empresa do ramo agropecuário que recebeu autorizações do ministério para produzir medicamento contra a febre aftosa. Na época, o então ministro negou que a empresa tenha recebido “privilégios ou tratamento especial”.

O blog procurou o Palácio do Planalto com as informações, mas a assessoria informa que o governo não vai se pronunciar. O blog também procurou Wagner Rossi e ainda aguarda retorno do ex-ministro.

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H. Stern delata mais R$ 4 mi em joias compradas com propina por Cabral

O Ministério Público Federal prepara uma nova denúncia contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo sob acusação de compra de joias com uso de propina obtida por meio de obras do Estado.

A nova acusação terá como base a delação premiada da H. Stern, que listou 41 itens adquiridos pelo casal desde 2009. São 30 peças –ou cerca de R$ 4 milhões– a mais do que era sabido no início das investigações.

As denúncias já apresentadas listam 66 peças que somam R$ 6,9 milhões. A maior parte dessas joias descritas nos processos foram adquiridas na Antônio Bernardo (55), que relatou as compras feitas pelo casal às autoridades no início das investigações.

Contudo, a colaboração premiada da H. Stern ampliou a lista desta joalheria de 11 para 41 peças. Ela descreve a aquisição de três joias com valor superior a R$ 1 milhão.

Uma delas, um par de brincos de ouro branco 18 quilates com brilhante solitário no valor de R$ 1,2 milhão, foi trocada por Ancelmo por outra ainda mais valiosa, de R$ 1,8 milhão. A diferença (R$ 600 mil) foi paga em dinheiro, de acordo com a empresa.

Além de ampliar o valor atribuído ao casal de compras de joias de forma irregular, a nova denúncia tem como objetivo detalhar o mecanismo de ocultação de dinheiro sujo e lavagem por meio do setor joalheiro.

A apuração contra Cabral revelou que duas joalherias com boa reputação no mercado mantinham um controle paralelo de venda de peças, sem a emissão de notas fiscais. Elas também burlaram a regulamentação do setor, que exige comunicação ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) de toda transação acima de R$ 10 mil.

No caso de Cabral e Ancelmo, o relato das joalherias inclui um agravante considerado suspeito. As parcelas eram quitadas com dinheiro vivo na maioria dos casos, segundo as investigações.

“Ele [Cabral] deixava claro que queria que ficasse sem identificação [nota fiscal], que fosse uma coisa mais discreta”, disse Maria Luiza Trotta, diretora comercial da H. Stern.

Joias são usadas para lavagem de dinheiro por ter a capacidade de transformar pilhas de dinheiro num objeto pequeno e valioso, fácil de ser escondido. A Folha revelou no mês passado que as joias mais caras atribuídas ao casal não foram encontradas durante o cumprimento dos dois mandados de busca e apreensão no apartamento deles.

Outras pessoas que integravam o cadastro paralelo da H. Stern estão sob investigação.

OUTRO LADO

Os advogados de Adriana Ancelmo afirmam que ela não adquiriu de forma irregular nenhuma joia.

“Representantes da H. Stern mentem e colocam na conta de Adriana joias jamais adquiridas por ela”, disse o advogado Alexandre Lopes.

Em depoimento à Justiça Federal, a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro negou ter comprado joias de valor alto, acima de R$ 1 milhão, como descrito pela joalheria.

Procurada, a defesa de Cabral afirmou que só vai se pronunciar no curso do processo. Folha de São Paulo

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Em xeque

Dividem-se, como seria de esperar, os argumentos e as expectativas em torno do que deve decidir o Tribunal Superior Eleitoral no julgamento da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), a prosseguir nestes próximos dias.

Começou a ser examinado, na sessão desta quarta-feira (7) do TSE, o que talvez constitua o principal argumento dos que se opõem à cassação do atual presidente.

Consideram os advogados de Temer —assim como os de sua antiga aliada, Dilma— que as investigações sobre abuso de poder econômico nas eleições de 2014 extrapolaram o objeto inicial do processo.

Segundo esse raciocínio, os testemunhos de personagens como o construtor Marcelo Odebrecht e os marqueteiros João Santana e Mônica Moura não poderiam ser levados em conta pela corte.

Repetindo o teor das delações premiadas homologadas no contexto da Operação Lava Jato, tais depoimentos admitem, de maneira dificilmente refutável, a existência de um vasto e complexo esquema de corrupção a alimentar as despesas da chapa vencedora.

No plano jurídico, todavia, a questão da legitimidade processual, do direito à defesa e da estabilidade de uma demanda não pode ser tratada com ligeireza.

Com efeito, seria inaceitável que, no decorrer de uma causa, fossem alterados bruscamente os motivos e os elementos de prova que se invocaram de início.

Seria essa a situação do atual processo no TSE, segundo os advogados de Temer. Entre os diversos motivos apresentados pelo PSDB para impugnar a chapa, estaria incluída apenas uma menção vaga a irregularidades na Petrobras.

O relator atual do caso, Herman Benjamin, teria portanto ampliado exageradamente o escopo das investigações ao acolher os testemunhos de Marcelo Odebrecht e dos marqueteiros da campanha.

A questão ainda será analisada pelos ministros do tribunal. Entretanto, o extenso voto de Benjamin parece fragilizar os argumentos em favor da chapa Dilma-Temer.

Conforme expôs o magistrado, menções à Odebrecht já constavam do pedido inicial apresentado pelo PSDB há mais de dois anos. Decisões anteriores do próprio TSE, sem contar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, autorizam a inclusão de fatos novos num processo eleitoral, desde que guardem nexo com a suspeita originária.

A consistente exposição do relator acentuou, ao término da sessão, a impressão de que também no plano jurídico —para não falar no âmbito da credibilidade— a situação de Temer é precária.

Cumpre esperar, de todo modo, o desfecho desse processo, passo vital para a superação de incertezas com que o país, por tempo demais, tem sido forçado a conviver.

editoriais@grupofolha.com.br

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“Irmãos Campana” é destaque da programação semanal do MON

©  Marcello Kawase – MON

Visita mediada e oficina fazem parte da programação desta semana

O Museu Oscar Niemeyer (MON) oferece aos visitantes uma programação semanal, sempre aos domingos e quartas-feiras, com o objetivo de enriquecer a experiência do público com as exibições de arte no museu. Esta semana, dias 11 e 14 de junho, a programação conta com oficina artística e visita mediada.

No domingo, 11/06, a equipe do Educativo comanda uma oficina livre de construção de objetos com palito de sorvete. A atividade acontece entre 11h e 17h e é aberta para o público de todas as idades. Acontece também uma visita mediada pela exposição “Irmãos Campana”, às 15h. Na quarta-feira, 14/06, a programação se repete nos mesmos horários.

A mostra “Irmãos Campana” está instalada no Olho, e apresenta obras de Fernando e Humberto Campana. O trabalho dos designers incorpora a ideia de transformação, reinvenção e integração do artesanato na produção em massa. Materiais simples do dia a dia se tornam objetos preciosos e sempre com características bem brasileiras.

A entrada no MON custa R$ 16 e R$ 8 (meia-entrada). Maiores de 60 e menores de 12 anos têm entrada franca. Nas quartas a entrada é sempre gratuita. A retirada de ingressos no museu pode ser feita até as 17h30, na bilheteria.

Serviço: Domingo no Museu Oscar Niemeyer. 11 de junho de 2017. R$ 16 e R$ 8 (meia-entrada). Maiores de 60 e menores de 12 anos têm entrada gratuita. Venda de ingressos: até as 17h30. Permanência no museu: até as 18h. Quarta gratuita no Museu Oscar Niemeyer. 14 de junho de 2017. Entrada franca das 10h às 18h

Programação: Domingo, 11 de junho. Oficina livre com a equipe do Educativo. Técnica: construção de objeto com palito de sorvete. Horário: 11h às 17h. Local: Sala de Oficina – subsolo. Visita mediada com a equipe do Educativo. Exposição: “Irmãos Campana”. Horário: 15h. Local: Olho

Quarta-feira, 14 de junho. Oficina livre com a equipe do Educativo. Técnica: construção de objeto com palito de sorvete. Horário: 11h às 17h. Local: Sala de Oficina – subsolo. Visita mediada com a equipe do Educativo. Exposição: “Irmãos Campana”. Horário: 15h. Local: Olho

Museu Oscar Niemeyer|Rua Marechal Hermes, 999|Visitação: Terça a domingo, das 10h às 18h

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Pensando bem…

Velozes & Furiosos Romero Jucá, líder no Senado dos governos desde FHC, abriu CPI sobre o Acordo de Delação da Friboi e quer convocar o procurador Rodrigo Janot e o ministro Édson Fachin, que materializaram o ajuste.  Retaliação dos barões salteadores.

É o Velozes & Furiosos, versão legislativa brasileira. As outras CPIs de impacto que envolveram estatais e empresas privadas resultaram (1) sem conclusão e (2) e revelações de achaques de parlamentares sobre os investigados.

Remember Marisa Ainda vai sobrar para Marcela. Não há de ver que Joesley Batista, o cara da Friboi, diz agora que a bela e Michelzão viajaram em seu avião. Hoje no Brasil avião que carrega avião não ganha os cem anos de perdão.

Esquizofrenia O PSDB quer queo TSE considere as delações da Odebrecht no processo de cassação da chapa Dilma-Temer. Ao abrir o processo, o partido queria tirar presidente e vice, ressaibo da derrota de Aécio Neves.

Dilma impichada, o PSDB quer a nulidade, que estica e volta a parecer intocada: cassação de Dilma e não castração de Temer, em cujo ministério o PSDB agarrou-se como carrapato.

Operação Lêndea Cortar os cabelos do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures é abuso, como denunciou seu advogado ao STF. E é pífia a justificativa de poupar o ex-deputado ao ataque de piolhos ou proteger outros presos dos piolhos de Rocha Loures.

Primeiro, porque em cela de bacana não tem piolhos; presos no nível social de Rocha Loures levam a nécessaire abastecida com xampu e mata-piolhos. Segundo, se o problema fosse o piolho, teríamos que raspar a cabeça dos alunos do ensino fundamental, mesmo nas escolas de ricos.

De mais a mais, José Dirceu, Antonio Palocci, André Vargas, João Vaccari, Eduardo Cunha e outros mantiveram as vastas melenas na prisão. Se os presos da corrupção têm piolhos, eles estão em casa, são os parceiros que bateram a bolsa da Duquesa de Caxias.

Almanaque Rafael O site da prefeitura toca a essência do curitibano nos conselhos sobre as chuvas da semana: “não use guarda-aberto debaixo da marquise”. Até hoje carrego a marca do raspão da sombrinha na testa. A frase vale por um tratado de etnografia.

Quando o sol surgir, a prefeitura bem que podia continuar o aconselhamento: cumprimente seu vizinho no elevador e as mulheres que suavizem as feições e relaxem a carranca – não tira pedaço e ninguém vai lhes passar atestado de baranga.

OS SUPOSITÓRIOS DA NEGAÇÃO

Michel Temer admite que voou nele, mas não sabia que o avião era da Friboi. Viagem longa, para o Nordeste, ele e família, incluída a babá ainda sem cargo em comissão, receberam flores, bombons, bolachinhas de cortesia da tripulação.

Temer está sob o efeito dos supositórios da negação. Os supositórios se escondem nas pregas da cadeira presidencial, entram pelas pregas da bunda presidencial e chegam ao cérebro presidencial, assim tipo solitárias gulosas. Foi assim com Lula, Dilma e agora com Michel Temer. Há indícios veementes, como dizem os advogados de corruptréus, ou réus corruptos.

Lula visitou, encomendou e acertou a aquisição do tríplex e jura que nunca esteve lá. O mesmo com o sítio. O supositório o atacou nas viagens com Rosemary Noronha, a secretária. Iam no mesmo avião, dormiam nos mesmos hotéis e Lula de nada sabia. Dia seguinte, quando apareciam cabelos no lençol, ele jurava que era do peito e da barba de João Vaccari – que continuava no Brasil, pasta na mão pedindo grana para os empreiteiros petroleiros.

Michel Temer entrou em avião sem saber quem era o dono, apesar do forte aroma de picanha fatiada. Sabia que não era avião do governo, que ele tinha direito de usar – e não podia ignorar a origem, já que os pilotos são militares e está escrito Força Aérea Brasileira bem grande na fuselagem.

Não consigo entender como um homem viajado, letrado, escritor festejado, cheio de mandatos, até o de vice-presidente (na época) põe a família em avião desconhecido. Podiam ser terroristas islâmicos ou bolivarianos, que fariam mal à bela e recatada Marcela ou cobrariam resgate para devolver Michelzinho. Gente assim tão distraída só chega à presidência porque os brasileiros usam o papel higiênico no lugar do título de eleitor – e vice-versa. 

Rogério Distéfano

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Caras & Bocas

© Jan Saudek

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Mural da História

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Corrupção de sentidos

Ruy Castro – Folha de São Paulo

RIO DE JANEIRO – Meu amigo Raul de Souza, trombonista admirado nos EUA e na Europa e há muito radicado em São Paulo, fez outro dia uma de suas raras apresentações no Rio. Em certo momento, conteve a explosão de seu samba-jazz para lembrar Bangu, bairro onde nasceu, jogou pelada, trabalhou na fabulosa fábrica de tecidos e aprendeu +música. Raul tem até o título de um livro que gostaria de publicar sobre sua vida: “De Bangu a Hollywood”.

Hoje, ele só ouve falar de Bangu como um complexo penitenciário de segurança máxima, que abriga ou abrigou traficantes, assassinos, o ex-governador Sérgio Cabral e sua quadrilha e o ex-bilionário Eike Batista.

O status desses prisioneiros não o ilude. Raul preferia quando Bangu era o império da +++família Silveira e berço do craque Domingos da Guia (e de seu filho Ademir), do romancista José Mauro de Vasconcellos, do treinador campeão mundial Carlos Alberto Parreira, da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel e de banguenses honorários como Hermeto Pascoal e outro craque, Zizinho.

Os fatos corrompem as palavras. Por exemplo, a velha e deliciosa expressão “Conheceu, papudo?” ou “Tomou, papuda?”. É um jogo de palavras do folclore, originalmente associado às crianças, e que se dizia a alguém que falasse demais e se visse contrariado pelos fatos. Hoje, Papuda é também um complexo penitenciário, só que em Brasília, e que abriga ou abrigou elementos como o esperto guerreiro José Dirceu, o rocambolesco ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, o bandido chefe do PCC Marcola e, esta manhã, deverá receber Rodrigo Loures, o porta-malas de R$ 500 mil.

Por isso, Curitiba que se cuide. Para o ex-presidente Lula e outros desvalidos do foro privilegiado, esse nome não representa uma das cidades mais amáveis e amadas do país. É apenas sinônimo de cana.

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Quando alguém falar de CPI, proteja a sua carteira

Elio Gaspari – Folha de São Paulo

O presidente do Senado, Eunício de Oliveira, autorizou a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar a JBS. Ela tem direito à presunção da inocência, mas os antecedentes recomendam a presunção da culpa.

A memória nacional mal se recuperou do vexame da CPI Mista que investigou as atividades do contraventor Carlinhos Cachoeira. Instalada em 2012, durou oito meses e terminou em pizza fria. Tendo diante dos olhos os negócios da empreiteira Delta, os senadores e deputados conseguiram a proeza de não chamar o governador Sérgio Cabral para depor. O dono da Delta era Fernando Cavendish, aquele que cacifou o mimo de um anel de brilhantes para madame Adriana Ancelmo. A joia foi comprada na loja Van Cleef de Mônaco enquanto a CPI funcionava em Brasília. Sérgio Cabral está na tranca em Benfica, Adriana está no Leblon em prisão domiciliar e Cavendish, depois de passar alguns dias na cadeia, negocia uma difícil colaboração com o Ministério Público. Nada disso aconteceu por causa das investigações dos senadores ou dos deputados.

Depois do vexame da CPI mista de Carlinhos Cachoeira, o Congresso voltou a afrontar a boa fé do público. Em 2014 criou duas comissões para investigar a Petrobras. Um dos paladinos da iniciativa era o doutor Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara. Dois depoimentos, ambos destinados a proteger petrorroubalheiras, enrubescem quem os revisita. Num, a CPI Mista ouviu Paulo Roberto Costa, um ex-diretor da Petrobras que estivera preso. Num discurso heroico, ele mostrou que nada ocorrera de estranho na empresa. Disse até que guardava R$ 1,2 milhão em casa “para fazer pagamentos”. Semanas depois “Paulinho” voltou para Curitiba, fez um acordo com o Ministério Público, e deu no que deu.

Passou-se mais de um ano, a Lava Jato já encarcerara 112 maganos, entre eles Marcelo Odebrecht, e o príncipe das empreiteiras foi chamado para depor na CPI. Os parlamentares receberam-no como um potentado. Em seu depoimento o doutor desdenhou a conduta dos acusados que colaboravam com o Ministério Público. Àquela altura eram nove. Logo ele entraria no bloco.

Essas duas CPIs não foram simples fracassos, mas grandes vexames. Fracassos fazem parte da vida. Tanto em relação a Cachoeira como no caso da Petrobras, as CPIs destinaram-se a manipular os interessados e a iludir o público.

A nova CPI, que pretende investigar as traficâncias dos irmãos Batista, anuncia que examinará seus negócios com o BNDES. Isso é o que se diz. Noutra investigação financeira, a do Banco do Estado do Paraná, o Banestado, prevaleceram as conversas paralelas com outros papeleiros. Na CPI do Cachoeira, era falta de educação mencionar os negócios de Cavendish com Cabral. Na da Petrobras chegava a dar pena o desempenho de comissários procurando blindar larápios que meses depois contariam a verdade aos procuradores.

As empreiteiras e a JBS capitularam graças à honestidade e ao trabalho do Ministério Público e do Judiciário. Nada a ver com o Legislativo. Se o senador Eunício de Oliveira quiser ajudar, instala a CPI das CPIs. Os réus da Lava Jato têm muito a contar, começando pelo ex-senador Delcídio do Amaral.

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30º Salão Internacional de Humor do Piauí

Banner da mostra de Fernandes, Parnaíba, de 13 a 17 de novembro|2013.

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Pensando bem…

Paolla Oliveira é a coisa mais fofa do Brasil, quiçá da galáxia. Na sua atual novela é policial fodona: domina artes marciais, luta no MMC, atira com pontaria e faz amor com alegria. Um crítico percebeu que numa cena Paolla pega o telefone ao contrário. Purismo machista, de gente que vê a árvore e ignora a floresta. Paolla pode pegar como bem entender, seja de um lado, seja de outro.

Pelo sim e pelo também apostei que Michel Temer se safa no TSE.

Preso mais um ministro de Temer, desta vez Henrique Eduardo Alves, sátrapa do Rio Grande do Norte, estirpe dos coronéis Alves, ex-presidente da câmara federal e marido generoso com o chapéu da Viúva: no divórcio legou uma sinecura para a mulher. Um dia a boa notícia será a prisão de ministro, na ativa do ministério e do cambalacho. Mas isso apenas quando Michelzinho Temer for presidente e escolher na escola maternal a sua primeira-dama.

Eu queria ser as sandálias havaianas (ops!) que Dilma usa no chuveiro. Por favor, não maliciem, não é daquela música do Roberto, Cama e Mesa. Era só para ouvir os palavrões da presidenta durante o julgamento de sua chapa no TSE.

João Dória, o prefeito mauricinho de São Paulo, está proibido de dirigir automóveis, habilitação cassada. O carinha furava sinais e não respeitava limite de velocidade. Dória assumiu evacuando regras sobre a velocidade nas vias marginais, cujo limite aumentou. Quem manda São Paulo não ter pistas adequadas para seu Porsche Panamera?

A PF mandouquestionário de 84 perguntas a Michel Temer, investigação sobre a Friboi. Deu prazo curto. O presidente não tem tempo nem clareza de ideias para responder tanta pergunta. Bastava uma: Vossa Excelência cospe ou engole a picanha da Friboi?

Rodrigo Rocha Loures, ora preso pela PF, pede habeas capillus ao STF. Foram-se os anéis, que fiquem os dedos. Quer escapar da raspagem do cabelo, obrigatória para colegas como Eike Batista. O ex-deputado perdeu o foro privilegiado, mas insiste em conservar o cabelo privilegiado. Menino mimado, vaidoso. Até a rainha Maria Antonieta perdeu os cabelos quando foi para a guilhotina.

IDOS & FICADOS Cara leitora, estimado leitor, vocês alimentam lances saudosistas pelos amores da juventude, aquilo de sempre lembrar e esperar rever? Claro que sim, todos temos disso. O que poucos imaginam é a decepção que podem causar ou podem sentir. Sim, porque o amor antigo pode estar numa bem outra, feliz, resolvido, realizado (uso o masculino porque ‘amor’ é substantivo masculino, comum-de-dois. Se fosse dilmo-petista diria ‘amora’ para contentar as dilmo-leitoras). Como esse conhecido que me assediava para obter telefone da namorada dos dezesseis, que ele perdera de vista e eu vejo com regularidade.

Temente à etiqueta, consultei a ex-namorada, que me rogou por todos os santos para não atender o romeu, na pior da hipótese dizendo que ela morrera virgo et intacta. Nem precisei, ele descobriu sozinho, usando conexões suíças, esperto e caviloso precursor impune das lava-jatos da vida. Se o encontro aconteceu, não quero saber, antecipo decepções. Amor não resolvido deixa sequelas. Muito sérias, como no caso Ou caso pior, como o de meu amigo, paciente incurável do complexo de Peter Pan, que não aceita ser velho, gasto, gordo e careca. Insisti em vão, ‘não teime, viva a lembrança, nutra-se da saudade’, dei até exemplo, o meu.

A namorada vogava bissexta na minha lembrança. Nunca a procurei, os idos que ficassem com os idos – let the bygones be bygones, disse Shakespeare. Ela vive em outra cidade, outro estado, outro universo, com o cara rico que lhe deu tudo. Por uma dessas peraltices do acaso nos cruzamos no shopping. Se me reconheceu, não sei, não tentei saber. Mas sorriu, isso bastou. Os incidentes no percurso da vida amadureceram sua beleza, preservada nos vestígios dos inesquecíveis 18 anos. Um consolo, fiquei nos idos. Meta isso na cabeça do empreiteiro, que tenta comprar tudo e todos, até o passado.

Rogério Distéfano

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A vida como ela é

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