Pensando bem…

Madalena arrependida – Caravaggio

I – Madalenos|Renan Calheiros assume a liderança contra a lei da terceirização. Roberto Requião é o relator da lei contra o abuso da autoridade. Estão a caminho da santidade.

II – Mais igual| “A majestosa igualdade das leis (…) proíbe tanto o rico como o pobre de dormir sob as pontes, de mendigar nas ruas e de roubar pão”. Maravilha de sarcasmo e crítica social a frase de Anatole France (1844-1924), Prêmio Nobel de Literatura.  A Justiça concedeu prisão domiciliar para Adriana Ancelmo, esposa, parceira e cúmplice do ex-governador Sérgio Cabral. Motivo humanitário, os filhos menores precisam dela, cuidados e educação.

Ao desembargador e à ministra que em sucessão concederam a ordem não ocorreu que os pais educam antes de tudo pelo exemplo. Qual o exemplo que receberam de Adriana e marido? As investigações de peculato no montante que passa dos R$ 500 mi, além de fraudes grosseiras na compra simulada de joias, dizem tudo sobre exemplo.

Vá lá, sua prisão é coisa inédita, não se sabe de mulher alguma sob prisão preventiva no Brasil – se houver, agarre-se no precedente de Adriana. A frase de Anatole France cai como luva nas restrições impostas para a prisão domiciliar: Adriana não poderá usar telefone celular e terá restrições ao uso da internet.

Aceite-se que a Justiça é cega para garantir-se imparcial. Jamais que seja imbecil. Adriana poderá usar celulares e internet dos filhos – ninguém, de todos os andares de nossa pirâmide social urbana, vive sem internet. Amigo meu manda zap zap para a mulher, dentro de casa, perguntando se ela quer transar, pois a cinquentona não larga do celular. Adriana usará os celulares e a internet dos filhos. Por quê? Ora, porque é Adriana Ancelmo, esposa, parceira e cúmplice de Sérgio Cabral.

 III – O fogo do desejo|Rafael Greca era prefeito quando Curitiba fez 300 anos e novamente aos 324. Vinte e quatro anos de desejo Rafael sofria e mais sofreria se não fora para tão grande tesão tão curto o mandato. Ainda o veremos daqui a 24 anos, sequioso, mirabolante e miraboloso. Mudanças? Duas. Uma, ele e Curitiba cresceram, em iguais medidas, embora continuem iguais. Outra, para azar dele, até reconhecido por ele, Curitiba não é mais seu principado. Agora é república, meio bolivariana, Sérgio Moro, estilo francês, meio duro, meio mole.

 IV – Lé com lé|O brasileiro, imediatista cego e inconsequente, deu de pedir Tite para presidente. Funcionou na seleção, funcionaria na presidência. Isso se o ministério fosse um plantel de craques em disputa com adversários desleais, em jogo apitado por árbitros venais. Mas vale a pena pensar adiante: trocar um pelo outro, Tite no governo e Michel Temer na seleção.

V – Virou moda|Cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro estão presos. O TC teve que adiar a sessão de ontem. Que nem a câmara de vereadores de Foz de Iguaçu, onde 2/3 dos vereadores tomaram posse sob escolta policial e com a mesma escolta voltaram para a cadeia.           

Rogério Distéfano

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Tchans!

© Met Art

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Muito além das empreiteiras

Janio de Freitas – Folha de São Paulo

O avanço mais vistoso, nas ações anticorrupção no Rio, foi a prisão de cinco integrantes do Tribunal de Contas do Estado, mas a importância maior está em uma inovação até ali muito evitada.

Inspirações políticas concentraram a Lava Jato nas grandes empreiteiras, difundindo a ideia de que, combatida essa corrupção, emerge um novo Brasil. As ações no Rio vêm incluir em seus motivos a abordagem, embora limitada, das relações viciosas entre administração pública e os serviços privados de ônibus. As empreiteiras são apenas um verbete na corrupção enciclopédica que esvai não só os cofres federais e de estatais, mas também os de municípios e Estados.

A necessidade de investigação no sistema político-administrativo do Rio vinha de longe. Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo, por exemplo, não existiriam sem colaborações ou associações obtidas na Assembleia Legislativa (Alerj) e no Tribunal de Contas (TCE).

O mesmo se passa em governos estaduais e municipais desonestos. Com muita facilidade, note-se, porque os órgãos de controle são das próprias administrações locais. E a vigilância da imprensa é mais do que relativa, dependente de condições políticas, quando não financeiras.

Um caso bom para ilustrar essa situação é o jatinho de Eduardo Campos, envolto em obscuridades na origem e no fim. Passados três anos do acidente, só agora –e parece mesmo que à revelia das “autoridades” no caso– são reconhecidas evidências de que as alegações de propriedade do avião não podiam ser verazes. E com isso, sem que fossem procurados, surgem indícios na Lava Jato de que as artes administrativas em Pernambuco teriam razoável semelhança com as de Cabral.

Quem prefira pode também meditar sobre outro caso ilustrativo: como compras de vagões e outros equipamentos paulistas puderam ser tão irregulares e, depois de denunciadas, tão isentas de investigação? Um governador, um prefeito ou um dirigente setorial não conseguiria fazer tudo isso sozinho, sem companhias decisivas.

Concessões, dispensas de impostos, autorizações, compras e contratações de serviços perfazem um universo de oportunidades que abrange todos os níveis de governo, em toda parte. Há quem possa sair ileso ou quase.

No Brasil, percebe-se que poucos. Para os outros, empreiteiras são apenas socialmente mais fáceis, pelos métodos habituais e pelo convívio nas altas rodas. Mas os demais componentes das oportunidades não mais angelicais, menos ativos, nem menos pródigos.

E dão menos na vista, sobretudo para quem finge não ver, por interesse político ou por aquele outro.

A MORTANDADE

Rubens Valente é um repórter excepcional. Pelo trabalho e pela seriedade, formou com Fernando Rodrigues e Lucas Ferraz, em Brasília, um trio de “repórteres cavadores” que proporcionou à Folha, por muito tempo, exclusividades preciosas.

Fernando e Lucas, para pesar do leitor, estão fora da Folha. Rubens continua o mesmo, uma nutrição diária do jornalismo. Mas não só. Está lançando, pela Companhia das Letras, “Os Fuzis e as Flechas: história de sangue e resistência indígena na ditadura”.

Ainda não conheço o livro. Conheço Rubens, um tanto de índios (apesar de ter a entrada no SPI barrada por falta de maioridade), outro tanto da história brasileira.

Sei que posso recomendar a leitura do livro. Inclusive pela certeza de que é fundamental, para todo brasileiro consciente, ter noção de que o seu país é praticante multissecular de um genocídio, um dos maiores do mundo, que só terminará na última das mortes desejadas pelos devoradores de riquezas naturais.

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Tempo

Ilustração matéria de Luiz Geraldo Mazza, Jornal do Estado, 1980.

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Todo dia é dia

© Myskiciewicz

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Mostra Delírio de Teatro

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Elas

Ei, Solda! Que tal esta foto, tirada pela Elenize Dezgeniski, da grande dama do teatro curitibano, Regina Bastos, em A Vida Como Ela É, de Nelson Rodrigues? Abraços, Edson Bueno. 12|10|2009

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Operação “Grana Fraca”

© Roberto José da Silva

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Manoel Carlos Karam

© Simão Casa Verde

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A rua esfriou

Bernardo Mello Franco – Folha de São Paulo

BRASÍLIA – À esquerda ou à direita, é difícil encontrar um veredicto diferente. Os protestos verde-amarelos convocados para o último domingo (26) foram um fracasso retumbante. Depois de dois anos de ebulição, a rua esfriou. Era o que se ouvia no retorno dos parlamentares a Brasília.

O esvaziamento foi visível em todo o país, da avenida Paulista à orla de Copacabana. Na capital federal, a Esplanada dos Ministérios ficou quase deserta. O número de policiais quase empatou com o de manifestantes. Os organizadores esperavam 100 mil pessoas, mas só compareceram 630, de acordo com a PM.

Apesar de convergirem no diagnóstico, petistas e tucanos apontam razões diferentes para o encolhimento dos protestos. O secretário-geral do PSDB, deputado Sílvio Torres, culpa a dispersão dos movimentos que lideraram os atos pelo impeachment de Dilma Rousseff. Sem um inimigo forte a ser combatido, cada tribo aderiu a uma causa, do apoio à Lava Jato à revogação do Estatuto do Desarmamento.

“Faltou foco. Ficou uma coisa sem definição, que não sensibilizou ninguém. As pessoas ficaram desinteressadas e não saíram de casa”, diz o tucano. Ele afirma que os movimentos pareceram “inseguros”: demoraram a se acertar e chegaram a cogitar o cancelamento dos protestos.

O líder da oposição no Senado, Humberto Costa, atribui o encolhimento das manifestações à insatisfação com o governo Temer. O petista afirma que a maioria dos brasileiros que pediram a saída de Dilma não está feliz com quem a substituiu.

“As pessoas começaram a sentir que foram ludibriadas. Tiraram a Dilma com a ilusão de que tudo ia melhorar da noite para o dia, mas isso não aconteceu”, afirma.

Para o governo, a rua vazia foi uma boa notícia. Apesar dos nove ministros na lista de Janot, os movimentos verde-amarelos não se animaram a encampar o “Fora, Temer”. A indignação dos seus líderes murchou, a exemplo do pato da Fiesp.

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Presidente da Assembleia do Rio, Jorge Picciani é alvo de condução coercitiva

© Julio César Guimarães

O presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Jorge Picciani (PMDB), é alvo de condução coercitiva na operação O Quinto do Ouro, deflagrada na manhã desta quarta (29) pela Polícia Federal no Rio.

Cinco dos sete conselheiros do TCE (Tribunal de Contas do Estado) são alvos de prisão temporária: Aloysio Neves, Domingos Brazão, José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar e José Maurício Nolasco.

A força-tarefa desta quinta não está no âmbito da Lava Jato. É um desdobramento da operação Descontrole, deflagrada em dezembro de 2016, que investiga crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva praticados pelos membros do TCE.

Na ocasião, o então presidente do Tribunal de Contas, Jonas Lopes, foi levado coercitivamente para depor. Seu depoimento à força-tarefa, em acordo de delação premiada, é a base dos mandados deflagrados nesta manhã.

A Quinto do Ouro investiga pagamentos de vantagens indevidas por meio de desvios de contratos com órgãos públicos. Os conselheiros do TCE são suspeitos de receber propina como contrapartida para favorecer a análise de contratos sob fiscalização do órgão.

Também está sob investigação a um “fundo especial” do Tribunal para pagar contratos do ramo alimentício atrasados com o Executivo do Estado. A suspeita é que servidores receberiam uma porcentagem por cada contrato faturado.

O nome da operação é uma referência ao quinto da Coroa, imposto de 20% que Portugal cobrava dos mineradores no período colonial.

No total, a força-tarefa cumpre 43 mandados, incluindo os de busca e apreensão e de bloqueio de bens. Todos determinados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Além do Rio, a operação acontece em Duque de Caxias e em São João do Meriti.

DESCONTROLE

A Operação Descontrole é um desmembramento dos trabalhos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

Jonas Lopes foi citado em delação do sócio da Carioca Engenharia, Ricardo Pernambuco Junior. O empresário afirmou que o ex-presidente do TCE cobrou uma propina de R$ 1 milhão, dividido em cinco parcelas.

Executivos da Andrade Gutierrez também mencionaram um pedido do ex-secretário de Governo Wilson Carlos, preso na operação Calicute, de propina adicional de 1% sobre alguns contratos para evitar problemas em auditorias.

A ausência de apurações aprofundadas em órgãos de controle do Rio, como o TCE, foi alvo de repreensão do juiz federal Marcelo Bretas, responsável fluminense pela Lava Jato.

“Tais situações, apesar de aparentemente terem passado desapercebidas pelos órgãos de controle estaduais, a partir de agora serão objeto da merecida atenção pela Justiça Federal, a partir da atuação isenta e diligente do MPF e com o apoio efetivo da PF”, escreveu o magistrado, na decisão que determinou a prisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), em novembro de 2016. Folha de São Paulo

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Pensando bem…

Foi o PSDB que abriu no TSE o processo de anulação da eleição de Dilma/Temer, a ser julgado por estes dias. Da chapa inteira, como tinha que ser. O partido, com Aécio Neves, perdera a eleição para Dilma/Temer. Dilma caiu da presidência por impeachment e Michel Temer assumiu, vice que era – with a little help from his friends tucanos. O processo avançou e as provas põem em risco a eleição da chapa, Temer incluso.

O partido agora faz um recuo no processo. Pede ao TSE que poupe Temer. Argumenta que as provas só atingem Dilma. O que mudou? O PSDB. Antes queria a presidência, agora contenta-se com nacos de poder dados por Temer, ministérios que podem cacifar na próxima disputa. Para entender, nada melhor que resgatar a história da mulher que recusava propostas em dinheiro para sexo, e cada recusa só fazia aumentar a oferta.

Quando as propostas atingiram o pico, a resistência caiu por terra, sumiram as sucessivas broncas no sedutor – “quem você pensa que eu sou?”  Ao finalmente ceder à per$istência do sedutor, foi a vez deste responder: “quem você é, nós sempre soubemos; agora eu descobri o seu preço”. Sem ofender a dama, não me surpreenderia se ela fosse tucana. Sabíamos do PSDB. Agora também sabemos o preço.

Rogério Distéfano

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A exposição que não aconteceu

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Lava Jato

© Júlio César Guimarães

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Bennet

© Benett – Gazeta do Povo

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