Cármen Lúcia exclui foro privilegiado da pauta

Blog do Josias de Souza – UOL

A ministra Cármen Lúcia fechou a pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal para o mês de abril. Ela baniu do plenário os temas polêmicos. Deixou de fora, por exemplo, o processo que levaria os ministros da Suprema Corte a se manifestar sobre a redução do alcance da prerrogativa de foro de deputados, senadores e ministros. Com isso, foi enviada às calendas gregas a discussão sobre a hipótese de manter no Supremo apenas os processos relacionados a acusações por crimes cometidos durante e em razão do exerício do cargo. Por esse entendimento, os processos da Lava Jato desceriam para a primeira instância.

Cabe a Cármen Lúcia, como presidente do Supremo, definir a pauta de julgamentos. Ela excluiu também o processo sobre a blindagem legislativa que retarda a conversão do governador mineiro Fernando Pimentel (PT) em réu na Operação Acrônimo. Fez isso num instante em que parecia consolidada no Supremo uma maioria em torno da tese segundo a qual Pimentel pode ser processado criminalmente sem a necessidade de autorização prévia da Assembleia Legislativa mineira. Uma decisão nesse caso seria importante, pois viraria um parâmetro para os processos que serão abertos no Superior Tribunal de Justiça, o STJ, contra mais de uma dezena de governadores encrencados na colaboração judicial da Odebrecht.

Curiosamente, Cármen Lúcia se absteve também de pautar processo que tem conexão direta com o julgamento que põe em risco o mandato de Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Trata-se de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot. Na peça, ele se insurge contra modificações promovidas no Código Eleitoral pela Lei 13.165, de 2015, batizada de minirreforma eleitoral. Entre outros pontos, Janot questiona a constitucionalidade do trecho da nova lei que trata das regras de substituição de chefes de Executivo cassados. Prevê que, se o tempo restante de mandato do político que perder o mandato for superior a seis meses, o substituto será escolhido em eleição direta. Se o prazo for inferior, a eleição será indireta.

Janot realça em sua ação que o artigo 81 da Constituição contém um rito específico para os casos de vacância das poltronas de presidente e de vice-presidente. Anota que, quando a cassação ocorrer no primeiro biênio do mandato, o substituto será eleito diretamente pelo povo. Se a cassação vier nos últimos dois anos do mandato, um risco que Michel Temer corre no momento, a escolha do novo presidente será indireta, sob a responsabilidade do Congresso.

Flertando com o óbvio, Janot sustentou em sua petição que uma lei infraconstitucional não pode ser usada para reescrever a Constituição. “Essa não é matéria ao alcance de mudança por legislação ordinária, sob pena de ofensa à supremacia constitucional. A lei poderia, quando muito, oferecer detalhamento sobre o procedimento de realização de eleições, mas não trazer prazo diverso do previsto constitucionalmente para que ocorram eleições indiretas.”

Ao excluir a ação de Janot da pauta do Supremo, Cármen Lúcia deu ‘Bom Dia’ à imprevidência. Na improvável hipótese de prevalecer no TSE a cassação de Temer, haverá uma densa polêmica sobra a forma de escolha de um substituto.

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Mural da História

31 de dezembro, 2008

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Álbum

© Joyce Vieira

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Pensando bem…

TRO PICA NA GRAMA TICA “Os nossos políticos parecem não terem aprendido nada com os três anos de Lava Jato, em vez de procurarem instrumentos que coíbam a corrupção, andam atrás de buscarem em leis, formas de perpetuarem-na…”

Primeira frase e epígrafe casual do longo post no Facebook do ex-deputado Toni Garcia contra o governador e ex-amigo Beto Richa. O ex-dono do Consórcio Garibaldi sorteou verbos sem os lances da gramática.

O GOVERNO estuda aumentar impostos. Como sabemos? Simples, o governo fala a novilíngua, negação é afirmação e vice-versa. Não dá refresco. Não corrige a tabela do imposto de renda e além da inflação com que há anos come parte de nosso dinheiro, daremos mais dinheiro para alimentar incompetência, corrupção e mordomias sibaríticas das corporações – que se poupam e se excluem das ações de austeridade, como a reforma da previdência.

OS SINDICATOS negociam seu apoio à reforma da previdência. Aceitam o que prejudica os trabalhadores, como o limite de idade para a aposentadoria. Desde que ganhem – eles, sindicatos e seus dirigentes, políticos iguais aos outros, de igual apetite. Sua moeda de troca é a taxa assistencial, que hoje só podem cobrar dos empregados associados, os sindicalizados. Querem cobrar de todos, mesmo não associados.

Argumentam que trazem benefícios com as negociações e os dissídios salariais. Mas para isso já não ganham o imposto sindical, obrigatório, um dia de salário? Ou seja, já têm um imposto e querem mais um, que o governo criaria por lei. Fosse apenas isso que levam do erário até seria aceitável. Recebem mais, para suas centrais, que fazem mais política partidária que sindical. Prestam contas desse dinheiro semi público? Não.

O MINISTRO BLAIRO MAGGI, da Agricultura, tornou-se o piloto de provas da carne brasileira. Quando e onde pode, afirma que a carne é forte, saudável e pode ser consumida. Incansável, deixa-se fotografar deglutindo carne, sempre em ambiente seguro, nunca na birosca de rua que vende espetinho de gato.

O ministro não faz cara de prazer porque sua cara de prazer ele a reserva para a imensa produção de soja de seus latifúndios. Tamanha capacidade deveria ser explorada pelo governo Temer. Tipo deslocar Maggi para as filas do SUS, onde mostraria que o serviço é bom, ou aos presídios, para defender a qualidade do atendimento.

BRASIL IL IL IL  A Empresa Brasileira de Comunicação, órgão do governo federal, noticia que o ministro Ricardo Barros, da Saúde, foi advertido porque não incluiu na agenda oficial viagem ao interior do Paraná em setembro de 2016, período eleitoral, quando fez “promessas indevidas” aos eleitores.

As promessas, porque indevidas, geraram a advertência. A omissão na agenda, idem, porque indevida. A viagem em si, sem agenda e com promessa indevida, essa não foi indevida. O ministro continua ministro e as promessas vogam ao vento. Os eleitores, esses otários, continuam indevidos e mal pagos.

COMBUSTÍVEL adulterado em postos de Curitiba, de 50 litros de gasolina, 6 ficam na bomba. Carne vencida e apodrecida vendida pelos frigoríficos. Políticos mais adulterados e podres que a gasolina e a carne.

Aonde vamos parar? Onde estivemos desde sempre. Melhora um dia? Pode ser, mas não estaremos aqui, nós e muitos galhos da árvore genealógica. Não deu jeito em 517 anos. É caso de torcer pelos próximos 517.

Rogério Distéfano

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Vale a pena ver de novo

A Demissão – 19 horas|Examinando o script, Francisco Cuoco descobre que é Carla Camurati, no papel de uma empregada doméstica na mansão de dois mafiosos presos pela polícia. Desesperado, agarra Armando Nogueira que passa pelo corredor e exige uma nota de esclarecimento no Jornal Nacional. Camargo, ainda no camarim, finge indiferença. Pedro atira o iogurte na cara de Laurinda e sai pela culatra. Jacinto volta da Europa e encontra todo o elenco da novela de malas prontas. Reage. É demitido. Confusão. Celeste finalmente recupera a visão e se atira do décimo andar. Vespúcio tenta atravessar a Avenida Paulista. O sucesso o espera do outro lado, num boteco suspeito. Sobem as passagens de avião. Terror. Há rumores de demissão de diversos ministros.

A Farsa – 19h50|Demóstenes recusa a pizza e é mal interpretado por Olívia, que se retira do velório. Olegário chega em casa e não encontra ninguém. Mora sozinho. O mistério aumenta quando descobre um bilhete em cima da cômoda. Não há cômoda na casa. As prostitutas que haviam seqüestrado Libório devolvem o corpo, mas sem a parte de baixo, atrapalhando as investigações. Jô Soares se desvencilha de um regime e é visto engordando numa churrascaria do Alto da Glória. Dias Gomes e Glória Magadan passeiam pelo Parque Barigüi. Dalton Trevisan os observa. Ronnie Cord é abatido a sorvetadas pelo fã-clube de Orlando Alvarado. A policia é obrigada a intervir. Veruska entrega o ouro para os bandidos. É ouro falso. Os bandidos são falsos. Veruska é falsa. A farsa prossegue. Costinha assiste a tudo, de longe.

Sagrada Família – 20h20|Lucinha Lins paga a conta da lavanderia com um cheque sem fundos de Renato Aragão. Eusébio, disfarçado no turco que tentou matar o papa, investe contra o padre com uma carabina. Pânico. Falta água benta na missa. As hóstias estão salgadas demais. Os fiéis invadem o púlpito. Deus não pode fazer nada. O sacristão é levado pela multidão. Ariana rasga seda enquanto Léo permanece jogando confetes. Alberto dá uma de joão-sem-braços, apesar da insistência de Rosita em fazer corpo mole.O jantar é servido. Não há comida. Débora dá com a língua nos dentes, mas não há mais nada a fazer. O galã da novela pisa no pé de Lucélia Santos, que revira os olhinhos, cede aos prazeres da carne e desmaia, estragando o capítulo. A substituição é inevitável. Gregopry Peck intervém. Ninguém discute com o xerife. David Janssen passa correndo pelo set de gravação.

Aeroporto – 22 horas|Nicanor perde todos os documentos num táxi a caminho do aeroporto. José Ribamar Ferraira de Araújo Costa é supreendido tentando ouvir a grama do Maracanã crescer. Otávio compra a charrete roubada por Duarte. Pancadaria na família, pois a mãe de Otávio não quer charrete em casa. Vado suspira profundamente por Tereza, que finge amar Dario, o moribundo que dinamitou o helicóptero que levaria Talita até o aeroporto. Eunice encontra um cadáver no banheiro e perde a voz no pôquer. Lipe recupera a memória momentos antes de chegar ao aeroporto. A mãe de Nicanor perde o aeroporto. O autor da novela é preso no aeroporto, momentos antes de embarcar para a Europa. O último a sair tenta apagar a luz do aeroporto, mas é tarde demais. Roubaram a lâmpada.

Juventude Perdida -22h15|Raphael, depois que virou estátua, não faz movimento nenhum e permanece em silêncio, enfeitando o jardim de Mamãe Dolores. Maria Helena, preocupada com os brigadeiros para a festa, vai dar com os burros n’água. Sérgio não se conforma que o Natal caia exatamente no dia 25, pois tem compromissos inadiáveis e, apreensivo, olha os lírios do campo. Domênico vende o Pão de Açúcar para Fernando Mesquita (César) e toma o primeiro avião para Campinas, onde Cleide o aguarda com a cadeira-de-rodas roubada. Isabel Cristina, agora fazendo parte do Conselho Superior de Censura, é recebida com certa desconfiança pelos Alcoólatras Anônimos, que vendem todo o vasilhame imediatamente. As pupilas do senhor Reitor dilatam. O peru morre na véspera. Jards Macalé, bêbado, invade o quarto da Rainha da Inglaterra. Dorval e Mengálvio são vistos juntos novamente, numa pastelaria em Presidente Epitácio. Albertinho Limonta descobre que seu verdadeiro nome é Ésquilo e tenta se suicidar, se atirando debaixo do chuveiro. Seu terno encolhe. A respiração torna-se ofegante. A morte é certa. Os cães ladram.

Amor de Mãe – 23h10|Os fuzileiros finalmente desembarcam na pequena ilha. Saem correndo atrás de cubanos e soviéticos. Tarcísio Meira deixa crescer a barba e as orelhas e parte em busca da fonte da juventude. Glória Menezes vai atrás. Onde o Tarcísio Meira vai, a Glória Menezes vai atrás. Uma barraquinha de caldo de cana é bombardeada pelos fuzileiros. Falta garapa na ilha. A desordem se alastra. Glória Meneses vai atrás dos cubanos. Jornalistas desorientados tentam explicar a invasão de Tarcísios Meiras. A população não aguenta o vai-e-vem de Glória Menezes. O cruzado despenca. Crise na economia. As estradas são bloqueadas. Ninguém sai da ilha. É sábado. Todos vão à praia. Tarcísio Meira monta uma barraquinha de limonada. Glória Menezes espreme os limões.

Solda

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Tempo

Caetano Solda sobre o cavalo que vos digita, em algum lugar do passado, há muitos anos. © Vera Solda

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Pensando bem…

REPORTAGEM da Folha de S. Paulo, domingo, fotos de políticos, incluído nosso Beto Richa, de terno e sem gravata. Conclusão do jornalista: (1) imitam João Dória, o prefeito de S. Paulo e (2) tiram a gravata para ficar mais perto do povo.

Conta outra. Dória não fica com cara de povo sem gravata, nem com o uniforme de gari; ele sempre terá cara de mauricinho. Os políticos têm é medo que o povo os enforque com as gravatas. Querem ter cara de povo, comecem a comer mal, enfrentar fila do SUS, por exemplo. E a odiar políticos…

CIRO GOMES assume o lado coronel nordestino. Diz que se a Lava Jato chegar perto dele será recebida a bala. Entendamos o homem: ele quer ser citado na Lava Jato, daí aparece. Tanto tempo longe do poder não podia mesmo cair na maracutaia da Petrobras.

NOSSO PREFEITO, Rafael Greca, parece Donald Trump, fica o tempo todo a criticar o prefeito anterior, chorando a herança maldita que recebeu. Bronca, diziam os antigos, é arma de otário.

Ele queria o quê, receber a prefeitura regurgitando de dinheiro, programas funcionando como relógio? Ora, se fosse assim, ele não teria sido eleito, Gustavo Fruet estaria no cargo, aquela cara de franciscano com azia.

Greca venceu a eleição dizendo que iria consertar o que estava errado. Então conserte, pô, e pare com esse chororô de marido que foi largado pela mulher.

Rogério Distéfano

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Relator apressa voto que Temer preferia atrasar

Blog do Josias de Souza

Relator do processo que pode resultar na cassação do mandato de Michel Temer e na inelegilidade de Dilma Rousseff, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, se equipa para divulgar o seu voto nos próximos dias. Deve-se a corrida contra o relógio à tentativa do relator de se contrapor às manobras do Palácio do Planalto para retardar o julgamento. O governo dá de barato que a posição de Benjamin será a favor da interrupção do mandato do presidente.

Os operadores políticos do governo se movem com a sutileza de uma manada de elefantes. Levam o pé ao freio para permitir que Temer interfira no colegiado que irá julgá-lo. Dois ministros estão na bica de deixar o tribunal. Henrique Neves sairá em 16 de abril. Luciana Lóssio, em 5 de maio. Conforme já noticiado aqui, Temer indicará como substitutos, respectivamente, os advogados Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira de Carvalho Neto.

O relator Benjamin prefere abrir o julgamento com a composição atual do TSE, oferecendo aos ministros que vão embora a oportunidade de acompanhá-lo em seu voto. Por mal dos pecados, a data da saída de Henrique Neves cairá no Domingo de Páscoa. Que será precedido do feriado da Sexta-feira Santa (14/04). Não é negligenciável a hipótese de o TSE enforcar a semana. Daí a pressa de Benjamin.

Depois de pronto, o voto do relator vai à mesa do presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, a quem cabe marcar a data para o início do julgamento. Gilmar é, hoje, um dos principais conselheiros de Temer.

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Todo dia é dia

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Gilmar age como concessionário do apocalipse e Janot, como um Cerbero

Elio Gaspari – Folha de São Paulo

O ministro Gilmar Mendes e o procurador Rodrigo Janot meteram-se num desqualificado bate-boca. Gilmar age como concessionário do apocalipse e Janot, como um Cerbero na defesa dos vazamentos de sua corporação. O Conselho Nacional de Justiça deveria condenar os dois a assistir ao vídeo da sabatina do juiz Neil Gorsuch, indicado para a Corte Suprema dos Estados Unidos.

Ele dominou a cena e as questões do direito que interessavam aos senadores. Deu uma aula de elegância e fica o registro: Gorsuch é mais conservador que Gilmar e mais severo que Janot. O vídeo está na rede.

PATOS E PATINHOS

O governo de Temer prometeu um crescimento de 1,6% do PIB. Aumento de impostos, nem pensar. O PIB ficará em 0,48%, se ficar, e o doutor Henrique Meirelles avisa que haverá aumento de impostos.

Quando o povo ia para a rua pedir a deposição de Dilma Rousseff, o doutor Paulo Skaf, presidente da Fiesp, enfeitou a avenida Paulista com um enorme pato amarelo.

Meirelles não pode deixar de convidar Skaf para a cena do aumento dos impostos. Ele representaria os patos.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e entendeu que a charanga de Gilmar Mendes propõe o seguinte:

O financiamento público das campanhas exigirá o voto de lista, pelo qual os partidos, e não os eleitores, elencam os deputados. Assim a choldra pagará algo como R$ 5 bilhões para perder o direito de escolha nominal. Essa seria uma tunga política.

Henrique Meirelles informa que as contas do governo não fecham e anuncia um aumento de impostos. É a tunga financeira.

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Tempo

Marco Jacobsen, Pryscila Vieira e o cartunista que vos digita, o Trio Parada Dura, no primeiro encontro anual da Cartunalha Paranaense, no Original Beto Batata. © Vera Solda

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Play it again, San

 Se você for para o Zimbabwe, San,
Sem me avisar,
Sem me levar no sutiã,
Eu juro eu vou para Madagascar
Já de manhã,
Quem sabe pra Zanzibar
Ou pra calota polar
Melhor talvez me internar no Pinel
Perdido viciado em coca
Cola
Ambrosia com mel
Amor em pedaços
Fatias do céu paçoca
E se você demorar
Eu não vou hesitar
Em me precipitar
Mulher
Em qualquer voçoroca
Mas se você me levar
Vou te madagascar
Da cabeça aos pés
Todinha
Vestida só com um colar
De conchinhas do mar
Da cor das folhinhas de hortelã
Depois vou procurar
Algum piano-bar
Pra dizer
Play it again, baby,
Play it again, darling,
Play it again, my beloved San

Paulo Vitola

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Mãe só tem uma

República dos Bananas

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O “elogio” de Lula ao procurador Dallagnol

Lula da Silva abriu a boca para se revelar mais. Perguntou o “operário” que chegou ao poder, e fez o que fez, sobre o procurador da República Delton Dallagnol, chefe da Força Tarefa da Operação Lava Jato: “O que entende de política aquele moleque?” Se entendesse da política praticada no país, e da qual o ex-presidente conhece como ninguém, daí ter alguns companheiros presos por corrupção, como seu guru e mentor José Dirceu, por exemplo, O moleque Dallagnol não estaria do outro lado da trincheira. Com mais acertos do que erros, no mínimo o representante do Ministério Público Federal e seus parceiros escracharam uma verdade absoluta: ao chegar onde sempre quis, o ex-líder sindical e seu partido fizeram pior do que aqueles a quem combatiam como ninguém antes.  

Com a desculpa esfarrapada de se manter no andar de cima, o Partido dos Trabalhadores mancomunou-se, se lambuzou na lama e na facilidade para obter vantagens, enganou aqueles que acreditavam que este país estropiado teria um caminho mais ou menos tranquilo e iluminado sob a liderança de alguém que, agora, só ludibria os abduzidos.

Lula é aquele que nunca viu o que se passava na sua frente quando encastelado no Palácio do Planalto – e até hoje dá uma de joão sem braço sobre o Mensalão e as ações da Lava Jato que o tornaram réu da Justiça em cinco processos. O ex-sindicalista fez de Dilma Rousseff uma sucessora que abriu as porteiras do inferno para os próprios companheiros. Como num filme de horror, mostrando que também peca na política podre, municiou o PMDB mais fisiologista, aquele a quem a “esquerda” se abraçou e ficou em companhia de Michel Temer, esse aí, que viu no caminho aberto pela topeira do elogio à mandioca e ao ensacamento de vento a oportunidade de virar o cocho, se abraçar com o pior do que o senhor que nasceu em Garanhuns, mas não honra seus conterrâneos, chama de zelite. Continue lendo

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A bíblia não tem nada a ver com seus problemas, Lula

 Luiz Inácio Lula da Silva. © Myskiciewicz

Durante o discurso em que tentou denegrir a Lava Jato ontem à tarde, Lula foi infeliz ao se referir ao procurador Deltan Dallagnol.

Além de dizer que Dallagnol é um “moleque”, também afirmou que o procurador “acha que sentar em cima da bíblia dá solução para tudo”.

Com esse discurso, Lula corre o risco de ser taxado de preconceituoso. Aliás, de preconceito duplo, ao tentar descredenciar Dallagnol por ser jovem (tem 37 anos) e por ser protestante (é membro de uma igreja Batista).

Lula não deve saber, mas Martin Luther King também era Batista.

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