Hoje!

Estúdio Delírio. Texto e direção de Edson Bueno

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Fraga

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As putarias

A senha foi dada na correspondência do ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes para o empresário Miguel Iskin e apreendida pelos federais sobre as falcatruas da quadrilha de Sergio Cabral no Governo do Rio de Janeiro: “Podemos passar pouco tempo na cadeia… Mas nossas putarias têm que continuar”. É isso que vai acontecer no Bananão. Zé Beto

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Mar Paraguayo de Wilson Bueno é o destaque da edição de maio do Cândido

A 70ª edição do jornal Cândido, editado mensalmente pela Biblioteca Pública do Paraná, traz como destaque um especial sobre os 25 anos do livro Mar paraguayo, do paranaense Wilson Bueno. Esgotada e sem previsão de nova publicação no Brasil, a obra terá edições nos Estados Unidos e França neste ano.

Uma ampla reportagem traz informações sobre a narrativa que mistura português, espanhol e guarani e que borra as fronteiras entre os gêneros literários. Uma segunda matéria apresenta aos leitores alguns dos principais momentos da trajetória de Bueno (1949-2010), escritor que atuou na imprensa, idealizador do suplemento de cultura Nicolau (1987-1996), com passagens pelo jornal O Globo e pela revista Ideias. O jornalista Luiz Manfredini, amigo de infância de Bueno, está finalizando uma biografia romanceada do escritor, e o Cândido publica um dos capítulos da obra.

O Cândido 70 traz um especial sobre a sátira. O jornalista e tradutor Christian Schwartz faz uma análise histórica do surgimento e desenvolvimento do gênero e apresenta um panorama dos autores essenciais no mundo e no Brasil. Pesquisador e professor no King’s College London, Felipe Botelho Corrêa analisa o ímpeto subversivo e a potência combativa dos escritos satíricos de Lima Barreto.

Outro destaque é a transcrição do bate-papo com Paulo Venturelli, que participou de uma edição do projeto Um escritor na Biblioteca. O escritor e jornalista José Castello revisita a obra do escritor argentino Ricardo Piglia e discute a ressonância e as potencialidades do legado do autor morto em janeiro deste ano. O Cândido de maio de 2017 ainda publica um conto de Otávio Linhares, um poema de Ronald Augusto e uma crônica de Lima Barreto.

Serviço|O Cândido tem tiragem mensal de 10 mil exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba. O jornal também circula em todas as bibliotecas públicas e escolas de ensino médio do Estado. É enviado, pelo correio, para assinantes a diversas partes do Brasil. É possível ler a versão online do jornal em www.candido.bpp.pr.gov.br. O site também traz conteúdo exclusivo, como entrevistas, vídeos e inéditos.

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A gente aqui a brigar pela reforma da previdência, na questão da idade mínima – atenção: mínima – para a aposentadoria, 65, 70 anos, na hora da morte. Devíamos mais é olhar para os exemplos de fora, como esse recentíssimo, de ontem, sobre o Duque de Edimburgo. Para quem não sabe, o duque vem a ser o marido da rainha Elisabeth II, da Inglaterra. Marido de rainha não é rei, embora mulher de rei seja rainha, coisas da realeza, da qual os brasileiros saímos em 1889 e retornamos com FHC e Lula. Marido de rainha é príncipe. E porque é marido, tem o adjetivo, consorte. Portanto, príncipe consorte.

Trata-se do príncipe Filipe, ou Philip, em inglês, aquele cara que sempre anda dois passos atrás da mulher, que nem mulher de japonês. O príncipe anunciou ontem seu afastamento da vida pública, ou seja, avisou que está se aposentando como príncipe consorte. Não é pouca coisa, foram 70 anos de serviço: chegou aos 95, 25 a mais que a idade para a aposentadoria compulsória dos príncipes da Igreja Católica. Alguns, sempre muito apressados e espertinhos dirão, “até eu queria o emprego dele”. E a esses direi que estão enganados, o trabalho é pesado, pesadíssimo. Não é só aquilo de bancar o mocorongo atrás da mulher.

Tem mais: entre as obrigações que o Philip cumpriu rigorosamente está a de preservar a linhagem, o que ele fez, nada mais que quatro filhos, três homens e uma princesa, que geraram um sem número de netos e bisnetos. Um dado fundamental: o príncipe vive do salário da mulher, que recebe verba anual aprovada pelo parlamento. Essa verba paga o consorte e os demais filhos e netos. Menos o príncipe de Gales, herdeiro do trono, primeiro na linha sucessória, que tem um feudo próprio, altamente rentável. Proporcionalmente, a família real custa menos que a família Lula custou ao erário brasileiro.

A aposentadoria do príncipe deixa um vazio para os tabloides ingleses. Ele ficou conhecido pelas gafes e pelo senso de humor, aquele humor inglês cerebral, que no máximo admite um sorriso, gargalhada jamais. Desde quando recém-casado, em viagens com a futura rainha, em plena época de saias rodadas, ele a metia em saia justa com líderes tribais das colônias do império britânico. Quem pensa que por ser consorte fez dele um frouxo, engana-se. Nunca foi, quando quer solta o verbo, sem meias palavras. O modo como se auto define merece lema de brasão, em francês, como na monarquia inglesa: “Sou grosso, mas sou engraçado”.

Rogério Distéfano

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Lagarto

© Ricardo Silva

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Fraga

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Benett

Gazeta do Povo. © Benett

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No pleno do STF, há chances reais de manutenção das prisões da Lava Jato

Blog do Josias de Souza

Num intervalo de sete dias, o ministro Edson Fachin tomou três bordoadas. Contra o seu voto, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal mandou soltar uma trinca de presos de Curitiba, entre eles o grão-mestre do petismo José Dirceu. Fachin farejou ao redor um movimento para esvaziar os cárceres da jurisdição de Sergio Moro. Seu papel nesse enredo seria o de uma espécie de Napoleão se descoroando. Num gesto calculado, Fachin transferiu a próxima batalha da Segunda Turma —o outro nome de Waterloo— para o plenário da Suprema Corte. Ali, são reais as chances de manter atrás das grades os presos ilustres da Lava Jato, a começar pelo petista Antonio Palocci.

Fachin notou que há uma diferença entre as duas turmas do Supremo. Na Segunda, que ele integra, os pedidos de liberdade passaram a ser concedidos por 3 votos a 2. Na Primeira Turma, que não cuida de Lava Jato, habeas corpus semelhantes vêm sendo indeferidos pelo placar de 4 a 1. O relator do petrolão se deu conta de que, no plenário do Supremo, integrado por 11 ministros, haveria pelo menos seis —dois de um colegiado e quatro do outro— potencialmente avessos à ideia de liberar presos apenas porque suas prisões são “alongadas”. A conta a favor da tranca pode subir para sete se incluir a presidente da Suprema Corte, Cármen Lúcia, que não integra nenhuma das turmas, mas vota no pleno.

Essa contabilidade, evidentemente, não é automática. Cada processo tem suas variáveis e suas nuances. Um ministro que hoje vota assim amanhã pode votar assado. Mas para quem se encontra na situação de Fachin, afogado em preocupações, qualquer jacaré ganha a aparência de um tronco. De resto, não seria razoável supor de antemão que um ministro adote em plenário posições inversas às que exibe nas turmas. E os rigores da turma vizinha à de Fachin são latentes.

Submetido ao crivo das cinco togas da Primeira Turma do Supremo, o pedido de liberdade de José Dirceu talvez fosse negado. Por quê? Nesse colegiado, à exceção Marco Aurélio Mello, mais concessivo em matéria de habeas corpus, os outros quatro ministros —Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e o novato Alexandre de Moraes— costumam recusar até a análise do mérito dos pedidos quando eles envolvem presos que já tenham sido codenados por um juiz de primeira instância. Dirceu colecioba não uma, mas duas sentenças. Juntas, somam 32 anos e um mês de prisão.

Antes de chegar ao Supremo, os pedidos de liberdade percorrem um périplo. Indeferidos nos tribunais de segunda instância, sobem para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Arquivados ali, não há senão a hipótese de bater às portas do Supremo. Um ministro da turma ‘linha dura’ explicou ao blog o que ocorre: “Presa preventivamente, a pessoa entra com um habeas corpus. O pedido percorre todo o caminho. Quando chega no Supremo, frequentemente já houve uma sentença de primeiro grau. Entendemos que, diante da sentença, o habeas corpus oroginal fica prejudicado. As motivações que levaram à prisão preventiva foram substituídas pelos motivos expostos numa sentença. É preciso ajuizar um novo habeas corpus. Por isso, não conhecemos da causa, não analisamos o mérito. Simplesmente indeferimos.”

A reação de Fachin é inspirada em Teori Zavascki, o antigo relator da Lava Jato. Em novembro do ano passado, Teori indeferiu liminar que libertaria Eduardo Cunha. A defesa do ex-presidente da Câmara recorreu. Teori pautou o julgamento do recurso na Segunda . No início de dezembro, como que antevendo o que estava por vir, Teori achou melhor transferir a decisão sobre a libertação de Cunha para o plenário do Supremo. No último dia 19 de janeiro de 2017, Teori morreu num acidente aéreo. E a relatoria da Lava Jato caiu no colo de Fachin. Coube a ele preparar o voto sobre Cunha. Votou pela manutenção do personagem na cadeia. Prevaleceu por 8 a 1. Dois ministros faltaram à sessão.

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Tempo

neri-da-rosa-DSC01638Marcia Squiba, a nossa querida Marciateca (foi a primeira Administradora da Gibiteca de Curitiba) e o cartunista que vos digita, no Stereo Toaster Café, em algum lugar do passado. © Neri da Rosa

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Mural da História

este-ex-tado

finca-beto-finca

Charge censurada pelo jornal, janeiro de 2009.

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Mural da História

O EX-TADO DO PARANÁ 2

cachorrofalantedois

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Quando o fígado supera o cérebro, o país afunda em um mar de bile

Clovis Rossi – Folha de São Paulo

Michelle Goldberg, colunista da “Slate”, reclama, em artigo para o “New York Times”, de “como a esquerda aprendeu a odiar como a direita”. Ela é liberal, o máximo de esquerdismo a que se permitem os americanos, e naturalmente culpa os republicanos por terem inaugurado o ódio com sua rejeição frontal a Barack Obama.

Mas lamenta que a reação dos liberais a Donald Trump seja igualmente rancorosa.

Proponho um exercício, talvez inútil e ingênuo, de trazer para o Brasil o raciocínio de Michelle. Aqui também, o ódio instalou-se no ambiente político e social. Não adianta discutir se quem instalou o ódio foram os “coxinhas” ou os “mortadelas”, mas ele está aí, forte.Faz no final do artigo uma observação preciosa: “O ódio oblitera a nuance e estimula teorias conspiratórias (…). Provavelmente não é bom para a América que toda eleição pareça-se a uma batalha pelo futuro da civilização”.

Odeia-se o PSDB ou o PT, assim como se odeia o juiz Sergio Moro ou Luiz Inácio Lula da Silva. No mundo político, só há um amor ecumênico: pela Odebrecht, OAS e demais empreiteiras, que irrigam todos os lados que amam odiar-se.

É um jogo que, de fato, “oblitera a nuance”. Pegue-se, por exemplo, o caso da libertação de José Dirceu, decidida por três dos ministros do STF. O ódio faz com que se diga que são traidores da pátria, pelo lado contrário a Dirceu, ou que a pátria foi salva das garras da República de Curitiba, pelo outro lado.

Fica perdida uma nuance importante: o STF não revogou a condenação de Dirceu; apenas determinou que ele fique em liberdade até o julgamento definitivo ou até que uma nova condenação, em outro caso, o leve de volta a Curitiba.

A condenação original, lá atrás, já produziu efeitos: Dirceu perdeu o mandato e teve sua carreira política truncada, provavelmente para sempre. Era, lembra-se?, potencial candidato à Presidência da República e, hoje, nem seus defensores exacerbados pensam nele para vereador.

Pulemos para outro exemplo: as reformas trabalhista e da Previdência. De novo, como escreveu Michelle Goldberg, fica parecendo, pela fúria com que cada lado ataca ou defende os projetos, que está em jogo o futuro da civilização.

Não creio que nem o futuro do Brasil, menos ainda o da civilização, estará assegurado ou perdido, caso passem ambas as reformas ou sejam ambas rejeitadas no fim das contas.

A nuance que se perde, a meu ver, é que nem o “status quo”, que os adversários das reformas acabam defendendo, nem as mudanças propostas estabelecem o paraíso na Terra. Se não houvesse essa carga toda de ódio, talvez se pudesse discutir reformas —que todos admitem serem necessárias— que tornassem os projetos mais aceitáveis.

Aí entra um conceito, o de “superioridade moral”, citado em “El País” desta quarta-feira (3) por Félix Ovejero, professor da Universidade de Barcelona: “Se alguém se sente essencialmente melhor, não acredita que deva explicações aos que não julga à sua altura”.

E assim vamos afogando em um mar de bile.

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Pensando bem…

© Myskiciewicz

Michele Pinto, pobre Michele, não poderá fruir seus cem anos de perdão. Sim, aquele mesmo, a indulgência moral do ladrão que rouba de ladrão. Aliás e em tempo, para evitar processo por calúnia, não afirmo nem considero Michele ladra. Ainda que alguma vez tivesse – atentem para o condicional – furtado, vejo nela a atenuante moral de quem serviu a outro, este sim com folha corrida no cartório criminal.

Outro, não, outra, no caso a empregadora de Michele, nada mais nada menos que Adriana Ancelmo, ex-primeira dama e primeira cúmplice no governo peculatário do marido Sérgio Cabral. Importante lembrar que governador e primeira dama estão presos por ordem da justiça federal (a estadual não autoriza prisão de nababos, e só os condena uma semana antes da prescrição impedir a prisão – nem dá tempo para o trânsito em julgado).

Pois é, Michele é processada e escrachada por Adriana. Diz esta que Michele abusou de sua confiança nos dez anos de emprego: desviou dinheiro com os cheques em branco, assinados pela patroa, usou os cartões de crédito desta (por que gente de governo e família usa tanto cartão?), essas coisas que a sharia autoriza cortar a mão de quem faz. Não daria para usar a sharia – rima e solução – porque Adriana também estaria sem mãos.

Tem advogado esperto por trás disso de Adriana levar Michele para a delegacia, imputada de crime contra o seu – dela Adriana – patrimônio. Michele não deixou barato e entregou o sistema de carga e descarga de dinheiro vivo no escritório de Adriana, sala envidraçada, em frente à sua: R$ 200, 300 mil semanais, trazidos em mochila por auxiliar do marido; idas e vindas de gente da joalheria H. Stern trazendo ouro, pedras, colares e braceletes para a primeira dama.

O imbróglio entre as duas assumiu contornos de suspense, espionagem. No último dia de trabalho Michele deixou a bolsa sobre sua mesa e foi se despedir dos advogados do escritório. Chegando na rua percebeu que o pendrive onde levava provas dos malfeitos da primeira dama, bem assim a agenda de idas e vindas, fora surrupiada de sua bolsa. Ao chegar em casa, seu telefone celular teve a memória apagada à distância.

Crime convida ao crime, Michele via o dinheiro brotar, mensal e fácil, sem fonte legítima, torrencial, como declarou aos juízes: R$ 800 na conta menor, R$ 1.200 na maior. Dele saíam salários do escritório (8) e da residência do casal Cabral (17). De 2005 a 2015 Michele assistiu a multiplicação dos pães e dos dólares. Cúmplice involuntária, decidiu compartilhar: a mochila-família para Adriana, bolsa-família para ela.

Rogério Distéfano

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O poeta viu 2 palavras ameaçadoras: BRUTAMONTES e FACÍNORA

Reinaldo Figueiredo – Folha de São Paulo

“Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.”
Carlos Drummond de Andrade

O poeta queria escrever um poema denso e intenso, que causasse uma forte impressão no leitor. Seguindo as orientações de Edgar Allan Poe, escolheu para cenário um local soturno e lúgubre, um beco escuro, perto de um cemitério. E a hora seria a madrugada, bem depois da meia-noite. Mas o poeta, como todo poeta, era meio desligado e não percebeu que o local era muito perigoso e pouco policiado.

Enquanto ainda estava escolhendo cuidadosamente a métrica e as rimas que usaria no poema, o poeta viu, no fundo do beco escuro, duas palavras de aspecto ameaçador. Uma era BRUTAMONTES e a outra era FACÍNORA.

Aparentemente sem qualquer motivo, o brutamontes partiu para cima dele, furioso, com os punhos cerrados. O poeta, por instinto, se desviou e conseguiu evitar o golpe. Quando o brutamontes, ainda mais raivoso, voltou para uma segunda investida, o poeta deu-lhe um pontapé no saco, atingindo com toda a força o escroto. Quer dizer, o poeta ficou satisfeito por ter atingido o escroto com duplo sentido: o escroto, a bolsa escrotal, e também aquele cara escroto, no sentido de indivíduo sem escrúpulos e desprezível.

Mas aí o poeta observou que estava tergiversando, que também é uma palavra perigosa. Não era prudente ficar se distraindo com o verbo tergiversar —que também significa virar de costas— porque atrás dele, o facínora se preparava para atacá-lo com uma barra de ferro.

Nesse momento, o poeta se lembrou de que tinha trazido um Dicionário Houaiss, com capa dura, um volume medindo 31 x 22 x 9 cm e pesando 3 quilos e 700 gramas. Antes que o facínora se aproximasse, o poeta arremessou o volume. Ele pensou na hora que poderia ter tacado, jogado ou lançado o dicionário. Mas preferiu arremessar.

E fez bem, porque o tijolaço atingiu com violência um dos olhos do facínora, e o supercílio começou a sangrar imediatamente. Supercílio também é uma palavra traiçoeira, pensou o poeta. Será que é assim mesmo que se escreve? Ao mesmo tempo em que pensava isso, o poeta viu que o brutamontes e o facínora ainda estavam atordoados e aproveitou para fugir dali.

No dia seguinte, inspirado pelos acontecimentos daquela noite, o poeta se inscreveu num curso de MMA, já sonhando em entrar para a Academia Brasileira de Artes Marciais.

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