Pentelhos

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Quasar_075. © IShotMySelf

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Façanhas de Temer predominam no noticiário

Jânio de Freitas – Folha de São Paulo

Desde a exclusão de Geddel Vieira Lima, não parou mais. O aperitivo da Odebrecht com 34 citações a Moreira Franco, e dezenas de outras, ainda sem contagem precisa, a Michel Temer. A aberração da escolha de Temer para suceder Teori Zavascki. A criação de um ministério para dar foro privilegiado a Moreira. O hacker de Marcela.

A censura de Temer à Folha e ao Globo. A derrota judicial do censor ameaçado de ver-se “jogado na lama”. A identificação do indicado para o Supremo, Alexandre de Moraes, como plagiário. Os vetos e recusas de convidados por Temer para ministro da Justiça.

Mais de um mês de predomínio do noticiário pelas façanhas de Temer. Só mesmo chamando a polícia.

É o que foi feito. À falta de mais imaginação, a Polícia Federal sacou um “relatório parcial”, logo “vazado” para imprensa e TV. Pronto, Lula voltou à proeminência do noticiário. Acompanhado, como convém, por Dilma Rousseff. E, de quebra, Aloizio Mercadante.

Ainda aquela história de que quiseram obstruir a Lava Jato, os dois primeiros com a nomeação de Lula para ministro da Casa Civil. Mercadante, por aconselhar calma a Delcídio Amaral, ainda tido, na ocasião, como pessoa séria.

Mas, de fato, não é “aquela história”. É aquela fraude. No episódio, ilegal foi a conduta de Sergio Moro. Três vezes: ao desprezar o excedente de mais de duas horas entre o prazo de escuta telefônica, por ele mesmo fixado, e o telefonema gravado pela PF; ao divulgar, ele próprio, a gravação ilegal; e fazer o mesmo, sem razão para isso, com uma conversa entre Marisa Lula da Silva e um filho.

O decano pouco liberal do Supremo, Celso de Mello, mencionou na semana passada que foro privilegiado, por transferência de um processo para o Supremo, não interfere e muito menos interrompe o processo. Muda o nível de tramitação, não mais. Deveria ser verdade. Mas é só meia verdade. Porque no Supremo vale para alguns, como Temer e Moreira Franco. Para outros, não, como negado para Lula e, por extensão, para Dilma. Feito de Gilmar Mendes, ministro à direita de Celso de Mello.

Os cursos de Direito precisam acabar com o ensino de leis e de como as empregar. O que vale hoje, está visto, são os truques, capazes até de tirar um presidente da República que as leis não puniram.

Mais um truque está em gestação, agora entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro Luiz Fux, do Supremo.

A lei exige que seja verificada a autenticidade das assinaturas do “projeto popular” proposto pela Lava Jato – aquele que propõe até a aceitação de provas ilícitas. A Câmara não tem como verificar dois milhões de autenticidades. Os dois poderosos combinam a solução: apenas serão lidos por funcionários, sem exame algum, os nomes, endereços e números declarados de títulos eleitorais.

Até que comece a leitura, a proposta da Lava Jato é um AI-5 envergonhado. Da leitura em diante, seguirá como fraude. A lei será burlada e ao resultado da burla será dada falsa validade legal.

Está feita a primeira reforma dos novos tempos: direito é truque.

QUE GRAÇA

Resultado de uma trucagem na Anatel, rompendo a partilha da telefonia durante o governo Lula, a Oi tornou-se dona do sistema de telefones fixos em quase todo o país. Errou na ambição e na execução.

Tenta negociar uma “recuperação judicial”, com dívida de R$ 65,4 bilhões. A proposta da Oi inclui, além de outros benefícios celestiais, que os R$ 20 bilhões de sua dívida com a União e com a Anatel, logo, com o país, transformem-se em investimentos ainda por projetar. Quer dizer, resultem em aumento patrimonial da empresa e, portanto, em ganho sobretudo dos seus controladores. Um truque da indecência.

A Anatel já se demonstrou incapaz para conduzir o problema a uma solução. A bomba passou à Casa Civil, com a AGU em busca de um truque salvador. Se a semifalida, os credores e os pretendentes a uma pechincha não se entenderem, o truque será uma intervenção governamental. Um credor gerindo a devedora. Com os truques de praxe.

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Todo dia é dia

Amy Winehouse, Adegão.  © Grosby Group

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Uma pessoa incomum

Bernardo Mello Franco – Folha de São Paulo

Brasília – Em junho de 2009, José Sarney balançava no trono de presidente do Senado. O imortal estava acossado pelo escândalo dos atos secretos. Era acusado de ocultar portarias em que distribuía cargos para parentes e aliados.

Em viagem ao Cazaquistão, o então presidente Lula saiu em defesa do antecessor. Criticou a imprensa, reclamou do “denuncismo” e soltou uma frase que ficaria famosa : “Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum”.

Oito anos depois, o peemedebista continua a ser tratado como uma pessoa incomum. Foi o que indicou o Supremo Tribunal Federal ao proibir o juiz Sergio Moro de analisar todas as menções ao ex-senador na grampolândia de Sérgio Machado.

Por 4 votos a 1, a Segunda Turma do STF aceitou um recurso de Sarney e impediu que ele seja investigado na primeira instância. Ocorre que o peemedebista não é mais senador desde o início de 2015, quando perdeu o direito ao foro privilegiado.

Ao reivindicar o benefício, o ex-presidente alegou que foi citado junto a dois políticos com mandato: Renan Calheiros e Romero Jucá. O argumento não valeu para outros políticos, mas foi aceito no caso de Sarney.

A decisão é importante porque foi a primeira derrota do ministro Edson Fachin como relator da Lava Jato. Ele seguiu a opinião de Teori Zavascki e votou contra a blindagem a Sarney. Foi atropelado por quatro colegas: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

O placar animou advogados que contam com uma guinada do STF na Lava Jato. Eles receberam duas boas notícias na mesma semana: a vitória de Sarney e nomeação de Alexandre de Moraes para a vaga de Teori.

Sarney não é o único investigado que resiste a ser julgado como uma “pessoa comum”. Há dezenas de políticos ansiosos para se livrar de Curitiba e entrar na “suruba selecionada”, para citar a fina expressão do senador Jucá. O imortal já conseguiu.

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Tempo

Benett, El Benetón, Michelle Muller e Marco Jacobsen, em algum lugar do passado. © Vera Solda

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Todo dia é dia

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© Ray Harryhausen

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Flagrantes da vida real

Áldice Lopes: cogito ergo sum. © Maringas Maciel

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Alfatatau

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© Glerm Soares

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Tempo

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Manoel Carlos Karam, Leila Pugnaloni e Ana Barrios, em algum lugar do passado. © Ana Barrios

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André Dahmer – malvados

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TF tira de Sergio Moro delação contra Sarney

José Sarney. © Zé Cruz

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, sofreu nesta terça-feira sua primeira derrota como relator da Lava Jato. Por 4 votos a 1, a Segunda Turma do Supremo decidiu que o juiz Sergio Moro não poderá usar a delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, para investigar José Sarney. Por essa decisão, embora não disponha mais de mandato parlamentar, Sarney será processado em inquérito já aberto no Supremo, junto com os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, ambos detentores de foro privilegiado.

Antecessor de Fachin na relatoria da Lava Jato, o ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo, havia compartilhado parte das informações sobre Sarney com o juiz da Lava Jato. A delação de Sérgio Machado fora subdividida em quatro blocos. Um deles resultara na abertura do inquérito contra os três pajés do PMDB no Supremo. Outros três desceram para Curitiba, por ordem de Teori. Sérgio Moro anexara os dados a um inquérito aberto na 13ª Vara Federal de Curitiba.

Na sua delação, Sérgio Machado dissera, por exemplo, que Sarney recebera R$ 18,5 milhões em propinas provenientes da Transpetro. Desse valor, R$ 16 milhões foram repassados em dinheiro vivo, acusara o delator. Os advogados de Sarney protocolaram no Supremo um recurso contra o envio de dados para Curitiba. Alegaram que Sarney não poderia ser investigado em duas jurisdições. E sustentaram que as acusações contra o ex-senador têm conexão com as imputações feitas contra Renan e Jucá.

Na sessão desta terça-feira, o ministro Fachin votou pelo indeferimento do recurso. Ele queria manter a decisão tomada no ano passado por Teori. Entretanto, os outros quatro integrantes da Segunda Turma votaram em sentido oposto. Deram razão aos advogados de Sarney os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

Um dos advogados de Sarney, Antonio Carlos de Almeida Castro, celebrou a decisão. “Como temos absoluta certeza de que a delação do Sérgio Machado é falsa, oportunista e falaciosa , será fácil demonstrar neste inquérito que o único crime foi cometido pelo delator, com a gravação criminosa, ilegal e imoral”, afirmou, referindo-se ao autogrampo usado pelo ex-presidente da Transpetro para gravar Sarney, Renan e Jucá.

Blog do Josias de Souza

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Flagrantes da vida real

Ronald Simon, acena, em rápidas pinceladas. © Maringas Maciel

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Academia Onírica

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Laís de Sousa Romero é mãe.  Nascida, criada e formada em Teresina, trabalhou na edição de todos os números da revista Trimera, atualmente participa do coletivo Academia Onírica, grupo que se articula em prol da poesia piauiense.  Participou de seu primeiro concurso de poesia aos 11 anos, na escola onde estudava e desde então escreve diariamente numa necessidade incessante de expressar-se. Alguns de seus escritos podem ser encontrados.  Aqui! 

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O parque aquático da Olimpíada, no Rio, está abandonado, sem competições. Fácil de entender, o Rio não tem dinheiro nem para pagar salários, que dirá manutenção de espaço público. Mas o parque tem sua utilidade: as competições de doenças, como a dengue, que nasce, cresce e frutifica em águas paradas.

Marcela Temer é criadora de ministros na presidência do marido. Fez um, Alexandre Moraes, para a Justiça, e agora para o STF. Pode fazer mais um, Gustavo Rocha, também para a Justiça, no lugar de Moraes: o subchefe da Casa Civil que conseguiu como advogado a liminar contra os jornais que noticiavam o hacking em seu celular, o lance dos supostos nudes. Sem querer, ela faz ministros. O motivo, um; os ministros, dois: moraes. Perdão, morais. Ou não.

Gleisi Hoffmann soltou o berro estridente no Senado. Calada há tempo, mandou ver na crítica à suspensão do Atletiba. Senso de oportunidade, senso de oportunismo, soubesse antes estaria em campo no Caldeirão do Diabo, calção furacão, camiseta rubro-negra, ou vice-versa.

O ex-governador Sérgio Cabral é denunciado pelo MPF por 148 acusações de lavagem de dinheiro. Uma coisa é lavar, outra coisa é montar lavanderia. Cabral montou uma rede.

Nada de “suruba seletiva”, diz Romero Jucá (PMDB/RR), um dos quatro senadores de nosso apocalipse. Suruba seletiva, na elevada linguagem de Jucá, significa que ou todos os perdem o foro privilegiado ou nenhum perde. Ou seja, a suruba tem que ser para todos, não para alguns. Ele deve saber na prática o que seja suruba. A gente, que conhece de teoria, só quer saber do senador se a suruba boa é a seletiva ou a geral.

A opinião pública brasileira está que nem bebê na barriga da mãe: de vez em quando dá uns chutes. O filho do ministro Raul Jungmann, da Defesa, foi nomeado assessor de Gilberto Kassab, ministro da Ciência e Tecnologia. No dia seguinte, notícia na imprensa, acabou desnomeado, nem chegou a tomar posse. O pai mandou Bruno Jungmann cair fora. “Não havia irregularidade”, saiu em nota do ministério da Defesa, mas sua família estaria sob “exposição desnecessária”. Rogério Distéfano

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Temer aprecia personagem com história diametralmente oposta à sua

Elio Gaspari – Folha de São Paulo

As repórteres Simone Iglesias e Catarina Alencastro revelaram que por sugestão de sua mulher, Marcela, o presidente Michel Temer viu os dez episódios da série “Sobrevivente Designado” e gostou.

“Designated Survivor”, titulo original da série da rede ABC, distribuída internacionalmente pela Netflix, conta a história de Tom Kirkman, um irrelevante secretário de Habitação, que acaba presidente dos EUA depois que um atentado decapitou a cúpula dos três Poderes do país.

Como qualquer freguês, Temer gostou de uma boa série. Kirkman (Kiefer Sutherland) é meio chato, mas sua chatice acaba virando virtude. Enquanto Frank Underwood de “House of Cards” é um vilão que chegou à Casa Branca manipulando pessoas e situações, Kirkman é um bom moço de série de TV. Se Brasília e Washington têm centenas de candidatos a Frank Underwood, as duas capitais não produzem tipos parecidos com Kirkman.

Michel Temer gostou da série “House of Cards”, mas nunca se proclamou um admirador de Underwood. No caso de “Designated Survivor”, é impossível alguém gostar da série sem gostar de Kirkman.

Só o proverbial sangue-frio de Temer pode ter permitido que apreciasse um personagem cuja história é diametralmente oposta à sua. Kirkman nada teve a ver com o atentado que decapitou o governo americano. Quando o mundo acabou ele estava tomando uma cerveja e comendo pipocas. Temer foi instrumento essencial e ostensivo do processo que depôs Dilma Rousseff.

Nesse sentido, Temer carrega a eterna maldição dos vices. A comparação entre a conduta de Kirkman na Casa Branca e a de Temer no Planalto não pode ir longe porque não se pode saber como seria o governo do vice de Dilma sem a colaboração dos ministros da doutora e de tantos notáveis que a apoiavam. Pela narrativa da série, eles teriam morrido no atentado.

O atual presidente do Brasil pode ser visto como sobrevivente de uma chapa cuja titular foi detonada, mas ele não chegou ao Planalto por acaso. Temer é um experimentado operador das manhas políticas de Brasília. Kirkman é o oposto.

Sem o risco de estragar o prazer alheio, pode-se revelar que há uma conspiração por trás do atentado que explodiu o Capitólio. Como Kirkman não é parte dela, a trama gira em torno da fritura do presidente.

É provável que exista uma (e só uma) personagem no Palácio do Planalto que possa ser comparada a alguém da série. É a chefe de gabinete de Temer, Nara de Deus Vieira. Ela desempenha um papel parecido com o da fiel assessora Emily Rhodes, que acompanhava Kirkman desde o tempo em que era um ninguém.

A segunda temporada da série está prevista para março e é pedra cantada que o primeiro capítulo dará uma certa satisfação a Dilma Rousseff.

Numa trapaça do destino, a Netflix, que distribui a série “Sobrevivente Designado”, está produzindo outra, sobre a Operação Lava Jato. A série de Kirkman começa com a cena apocalíptica do Capitólio em ruínas depois do atentado. Às vésperas da divulgação dos depoimentos da Odebrecht o andar de cima de Brasília teme que a Lava Jato termine num apocalipse, como o “Sobrevivente Designado” começou.

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