Vale a pena ver de novo

A Demissão – 19 horas|Examinando o script, Francisco Cuoco descobre que é Carla Camurati, no papel de uma empregada doméstica na mansão de dois mafiosos presos pela polícia. Desesperado, agarra Armando Nogueira que passa pelo corredor e exige uma nota de esclarecimento no Jornal Nacional. Camargo, ainda no camarim, finge indiferença. Pedro atira o iogurte na cara de Laurinda e sai pela culatra. Jacinto volta da Europa e encontra todo o elenco da novela de malas prontas. Reage. É demitido. Confusão. Celeste finalmente recupera a visão e se atira do décimo andar. Vespúcio tenta atravessar a Avenida Paulista. O sucesso o espera do outro lado, num boteco suspeito. Sobem as passagens de avião. Terror. Há rumores de demissão de diversos ministros.

A Farsa – 19h50|Demóstenes recusa a pizza e é mal interpretado por Olívia, que se retira do velório. Olegário chega em casa e não encontra ninguém. Mora sozinho. O mistério aumenta quando descobre um bilhete em cima da cômoda. Não há cômoda na casa. As prostitutas que haviam seqüestrado Libório devolvem o corpo, mas sem a parte de baixo, atrapalhando as investigações. Jô Soares se desvencilha de um regime e é visto engordando numa churrascaria do Alto da Glória. Dias Gomes e Glória Magadan passeiam pelo Parque Barigüi. Dalton Trevisan os observa. Ronnie Cord é abatido a sorvetadas pelo fã-clube de Orlando Alvarado. A policia é obrigada a intervir. Veruska entrega o ouro para os bandidos. É ouro falso. Os bandidos são falsos. Veruska é falsa. A farsa prossegue. Costinha assiste a tudo, de longe.

Sagrada Família – 20h20|Lucinha Lins paga a conta da lavanderia com um cheque sem fundos de Renato Aragão. Eusébio, disfarçado no turco que tentou matar o papa, investe contra o padre com uma carabina. Pânico. Falta água benta na missa. As hóstias estão salgadas demais. Os fiéis invadem o púlpito. Deus não pode fazer nada. O sacristão é levado pela multidão. Ariana rasga seda enquanto Léo permanece jogando confetes. Alberto dá uma de joão-sem-braços, apesar da insistência de Rosita em fazer corpo mole.O jantar é servido. Não há comida. Débora dá com a língua nos dentes, mas não há mais nada a fazer. O galã da novela pisa no pé de Lucélia Santos, que revira os olhinhos, cede aos prazeres da carne e desmaia, estragando o capítulo. A substituição é inevitável. Gregopry Peck intervém. Ninguém discute com o xerife. David Janssen passa correndo pelo set de gravação.

Aeroporto – 22 horas|Nicanor perde todos os documentos num táxi a caminho do aeroporto. José Ribamar Ferraira de Araújo Costa é supreendido tentando ouvir a grama do Maracanã crescer. Otávio compra a charrete roubada por Duarte. Pancadaria na família, pois a mãe de Otávio não quer charrete em casa. Vado suspira profundamente por Tereza, que finge amar Dario, o moribundo que dinamitou o helicóptero que levaria Talita até o aeroporto. Eunice encontra um cadáver no banheiro e perde a voz no pôquer. Lipe recupera a memória momentos antes de chegar ao aeroporto. A mãe de Nicanor perde o aeroporto. O autor da novela é preso no aeroporto, momentos antes de embarcar para a Europa. O último a sair tenta apagar a luz do aeroporto, mas é tarde demais. Roubaram a lâmpada.

Juventude Perdida -22h15|Raphael, depois que virou estátua, não faz movimento nenhum e permanece em silêncio, enfeitando o jardim de Mamãe Dolores. Maria Helena, preocupada com os brigadeiros para a festa, vai dar com os burros n’água. Sérgio não se conforma que o Natal caia exatamente no dia 25, pois tem compromissos inadiáveis e, apreensivo, olha os lírios do campo. Domênico vende o Pão de Açúcar para Fernando Mesquita (César) e toma o primeiro avião para Campinas, onde Cleide o aguarda com a cadeira-de-rodas roubada. Isabel Cristina, agora fazendo parte do Conselho Superior de Censura, é recebida com certa desconfiança pelos Alcoólatras Anônimos, que vendem todo o vasilhame imediatamente. As pupilas do senhor Reitor dilatam. O peru morre na véspera. Jards Macalé, bêbado, invade o quarto da Rainha da Inglaterra. Dorval e Mengálvio são vistos juntos novamente, numa pastelaria em Presidente Epitácio. Albertinho Limonta descobre que seu verdadeiro nome é Ésquilo e tenta se suicidar, se atirando debaixo do chuveiro. Seu terno encolhe. A respiração torna-se ofegante. A morte é certa. Os cães ladram.

Amor de Mãe – 23h10|Os fuzileiros finalmente desembarcam na pequena ilha. Saem correndo atrás de cubanos e soviéticos. Tarcísio Meira deixa crescer a barba e as orelhas e parte em busca da fonte da juventude. Glória Menezes vai atrás. Onde o Tarcísio Meira vai, a Glória Menezes vai atrás. Uma barraquinha de caldo de cana é bombardeada pelos fuzileiros. Falta garapa na ilha. A desordem se alastra. Glória Meneses vai atrás dos cubanos. Jornalistas desorientados tentam explicar a invasão de Tarcísios Meiras. A população não aguenta o vai-e-vem de Glória Menezes. O cruzado despenca. Crise na economia. As estradas são bloqueadas. Ninguém sai da ilha. É sábado. Todos vão à praia. Tarcísio Meira monta uma barraquinha de limonada. Glória Menezes espreme os limões.

Solda

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Tempo

caetano-cavalinhoCaetano Solda sobre o cavalo que vos digita, em algum lugar do passado, há muitos anos. © Vera Solda

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Pensando bem…

REPORTAGEM da Folha de S. Paulo, domingo, fotos de políticos, incluído nosso Beto Richa, de terno e sem gravata. Conclusão do jornalista: (1) imitam João Dória, o prefeito de S. Paulo e (2) tiram a gravata para ficar mais perto do povo.

Conta outra. Dória não fica com cara de povo sem gravata, nem com o uniforme de gari; ele sempre terá cara de mauricinho. Os políticos têm é medo que o povo os enforque com as gravatas. Querem ter cara de povo, comecem a comer mal, enfrentar fila do SUS, por exemplo. E a odiar políticos…

CIRO GOMES assume o lado coronel nordestino. Diz que se a Lava Jato chegar perto dele será recebida a bala. Entendamos o homem: ele quer ser citado na Lava Jato, daí aparece. Tanto tempo longe do poder não podia mesmo cair na maracutaia da Petrobras.

NOSSO PREFEITO, Rafael Greca, parece Donald Trump, fica o tempo todo a criticar o prefeito anterior, chorando a herança maldita que recebeu. Bronca, diziam os antigos, é arma de otário.

Ele queria o quê, receber a prefeitura regurgitando de dinheiro, programas funcionando como relógio? Ora, se fosse assim, ele não teria sido eleito, Gustavo Fruet estaria no cargo, aquela cara de franciscano com azia.

Greca venceu a eleição dizendo que iria consertar o que estava errado. Então conserte, pô, e pare com esse chororô de marido que foi largado pela mulher.

Rogério Distéfano

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Relator apressa voto que Temer preferia atrasar

Blog do Josias de Souza

Relator do processo que pode resultar na cassação do mandato de Michel Temer e na inelegilidade de Dilma Rousseff, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, se equipa para divulgar o seu voto nos próximos dias. Deve-se a corrida contra o relógio à tentativa do relator de se contrapor às manobras do Palácio do Planalto para retardar o julgamento. O governo dá de barato que a posição de Benjamin será a favor da interrupção do mandato do presidente.

Os operadores políticos do governo se movem com a sutileza de uma manada de elefantes. Levam o pé ao freio para permitir que Temer interfira no colegiado que irá julgá-lo. Dois ministros estão na bica de deixar o tribunal. Henrique Neves sairá em 16 de abril. Luciana Lóssio, em 5 de maio. Conforme já noticiado aqui, Temer indicará como substitutos, respectivamente, os advogados Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira de Carvalho Neto.

O relator Benjamin prefere abrir o julgamento com a composição atual do TSE, oferecendo aos ministros que vão embora a oportunidade de acompanhá-lo em seu voto. Por mal dos pecados, a data da saída de Henrique Neves cairá no Domingo de Páscoa. Que será precedido do feriado da Sexta-feira Santa (14/04). Não é negligenciável a hipótese de o TSE enforcar a semana. Daí a pressa de Benjamin.

Depois de pronto, o voto do relator vai à mesa do presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, a quem cabe marcar a data para o início do julgamento. Gilmar é, hoje, um dos principais conselheiros de Temer.

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Todo dia é dia

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Gilmar age como concessionário do apocalipse e Janot, como um Cerbero

Elio Gaspari – Folha de São Paulo

O ministro Gilmar Mendes e o procurador Rodrigo Janot meteram-se num desqualificado bate-boca. Gilmar age como concessionário do apocalipse e Janot, como um Cerbero na defesa dos vazamentos de sua corporação. O Conselho Nacional de Justiça deveria condenar os dois a assistir ao vídeo da sabatina do juiz Neil Gorsuch, indicado para a Corte Suprema dos Estados Unidos.

Ele dominou a cena e as questões do direito que interessavam aos senadores. Deu uma aula de elegância e fica o registro: Gorsuch é mais conservador que Gilmar e mais severo que Janot. O vídeo está na rede.

PATOS E PATINHOS

O governo de Temer prometeu um crescimento de 1,6% do PIB. Aumento de impostos, nem pensar. O PIB ficará em 0,48%, se ficar, e o doutor Henrique Meirelles avisa que haverá aumento de impostos.

Quando o povo ia para a rua pedir a deposição de Dilma Rousseff, o doutor Paulo Skaf, presidente da Fiesp, enfeitou a avenida Paulista com um enorme pato amarelo.

Meirelles não pode deixar de convidar Skaf para a cena do aumento dos impostos. Ele representaria os patos.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e entendeu que a charanga de Gilmar Mendes propõe o seguinte:

O financiamento público das campanhas exigirá o voto de lista, pelo qual os partidos, e não os eleitores, elencam os deputados. Assim a choldra pagará algo como R$ 5 bilhões para perder o direito de escolha nominal. Essa seria uma tunga política.

Henrique Meirelles informa que as contas do governo não fecham e anuncia um aumento de impostos. É a tunga financeira.

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Tempo

Marco Jacobsen, Pryscila Vieira e o cartunista que vos digita, o Trio Parada Dura, no primeiro encontro anual da Cartunalha Paranaense, no Original Beto Batata. © Vera Solda

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Play it again, San

vítola-todo-dia

 Se você for para o Zimbabwe, San,
Sem me avisar,
Sem me levar no sutiã,
Eu juro eu vou para Madagascar
Já de manhã,
Quem sabe pra Zanzibar
Ou pra calota polar
Melhor talvez me internar no Pinel
Perdido viciado em coca
Cola
Ambrosia com mel
Amor em pedaços
Fatias do céu paçoca
E se você demorar
Eu não vou hesitar
Em me precipitar
Mulher
Em qualquer voçoroca
Mas se você me levar
Vou te madagascar
Da cabeça aos pés
Todinha
Vestida só com um colar
De conchinhas do mar
Da cor das folhinhas de hortelã
Depois vou procurar
Algum piano-bar
Pra dizer
Play it again, baby,
Play it again, darling,
Play it again, my beloved San

Paulo Vitola

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Mãe só tem uma

República dos Bananas

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O “elogio” de Lula ao procurador Dallagnol

Lula da Silva abriu a boca para se revelar mais. Perguntou o “operário” que chegou ao poder, e fez o que fez, sobre o procurador da República Delton Dallagnol, chefe da Força Tarefa da Operação Lava Jato: “O que entende de política aquele moleque?” Se entendesse da política praticada no país, e da qual o ex-presidente conhece como ninguém, daí ter alguns companheiros presos por corrupção, como seu guru e mentor José Dirceu, por exemplo, O moleque Dallagnol não estaria do outro lado da trincheira. Com mais acertos do que erros, no mínimo o representante do Ministério Público Federal e seus parceiros escracharam uma verdade absoluta: ao chegar onde sempre quis, o ex-líder sindical e seu partido fizeram pior do que aqueles a quem combatiam como ninguém antes.  

Com a desculpa esfarrapada de se manter no andar de cima, o Partido dos Trabalhadores mancomunou-se, se lambuzou na lama e na facilidade para obter vantagens, enganou aqueles que acreditavam que este país estropiado teria um caminho mais ou menos tranquilo e iluminado sob a liderança de alguém que, agora, só ludibria os abduzidos.

Lula é aquele que nunca viu o que se passava na sua frente quando encastelado no Palácio do Planalto – e até hoje dá uma de joão sem braço sobre o Mensalão e as ações da Lava Jato que o tornaram réu da Justiça em cinco processos. O ex-sindicalista fez de Dilma Rousseff uma sucessora que abriu as porteiras do inferno para os próprios companheiros. Como num filme de horror, mostrando que também peca na política podre, municiou o PMDB mais fisiologista, aquele a quem a “esquerda” se abraçou e ficou em companhia de Michel Temer, esse aí, que viu no caminho aberto pela topeira do elogio à mandioca e ao ensacamento de vento a oportunidade de virar o cocho, se abraçar com o pior do que o senhor que nasceu em Garanhuns, mas não honra seus conterrâneos, chama de zelite. Continue lendo

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A bíblia não tem nada a ver com seus problemas, Lula

 Luiz Inácio Lula da Silva. © Myskiciewicz

Durante o discurso em que tentou denegrir a Lava Jato ontem à tarde, Lula foi infeliz ao se referir ao procurador Deltan Dallagnol.

Além de dizer que Dallagnol é um “moleque”, também afirmou que o procurador “acha que sentar em cima da bíblia dá solução para tudo”.

Com esse discurso, Lula corre o risco de ser taxado de preconceituoso. Aliás, de preconceito duplo, ao tentar descredenciar Dallagnol por ser jovem (tem 37 anos) e por ser protestante (é membro de uma igreja Batista).

Lula não deve saber, mas Martin Luther King também era Batista.

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A volta da empada letal

Ruy Castro – Folha de São Paulo

Em matéria de piriris —a autêntica fast food brasileira—, cada região tem suas especialidades. Os baianos se orgulham de seus acarajés, os mineiros, de seus torresmos, e por aí vai. Os cariocas, sempre firmes na defesa dos botequins sórdidos, também têm a sua baixa gastronomia: o pastel de vento, o ovo colorido e a sacanagem (um espetinho de salsicha, azeitona e queijo, pornograficamente grudados uns nos outros). Mas, no Rio, tudo cala diante da empada que matou o guarda.

Nenhum outro petisco consta de tantas crônicas e teve gente tão ilustre —Nelson Rodrigues e Carlos Heitor Cony, entre outros– a narrar sua façanha. Façanha esta que, segundo os anais, só aconteceu uma vez, mas fez com que, desde então, no Rio, até a empada mais pura de qualquer pé-sujo seja chamada de empada-que-matou-o-guarda. E isto porque, num dia dos anos 60 —reza a tradição oral—, um guarda municipal, a serviço no Catete, entrou num botequim e pediu uma empada que viu no balcão.

Bastou-lhe uma mordida. Em instantes, enxergou tudo preto, girou sobre si mesmo e caiu duro, ali, na calçada. A história não registrou o nome do guarda, nem do português que lhe serviu a empada e nem mesmo o conteúdo desta –palmito ou camarão? Só se sabe (e sei disso por Cony) que o botequim ficava perto do velho cinema Politheama, no Largo do Machado.

Com as desastradas denúncias da Policia Federal sobre a honestidade dos nossos frigoríficos, o Brasil está se sentindo aos olhos do mundo como o fabricante da empada que matou o guarda. Talvez o empadário do infeliz portuga fosse impecável e aquela, a única empada letal. Não importa. Ela estava à venda e alguém morreu ao comê-la.

Que se saiba, nossas empadas ainda não mataram ninguém lá fora. Mas, por muito tempo, o mundo vai querer distância delas.

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Pensando bem…

  • O PRESIDENTE Michel Temer defende a reforma da previdência. Argumento irrespondível: ele é exemplo do malefício da aposentadoria precoce, que quer derrubar na reforma.

Mas continua no bem bom da aposentadoria. Terá argumento para isso: não inventou a lei. Também não fugiu dela.

Temer deixa fresta para o adversário: também é exemplo do vice que trai o cabeça de chapa, que o levou duas vezes no cangote da vitória.

  • O GOVERNO ANUNCIA que as fraudes da carne fizeram o Brasil perder 10% do mercado exportador. Até que é pouco. Os importadores estão escolados, não é a primeira vez. Agora mandarão seus fiscais para conferir a carne. Isso sim é chato.

Dez por cento do mercado de carne é merreca. As empreiteiras perderam quase 100% do mercado exterior, que agora terá que negociar com novos corruptores e ex-presidentes lobistas.

O Brasil perde 100% da expectativa de entrar no conselho de segurança da ONU; dona Dilma sabia o que era melhor e arquivou a pretensão. Nossa autoestima continua a cair. Na razão inversa dos preços bolivarianos, uns 1.000%.

  • CONSULTA com o doutor César Kubiak, na saída quer conferir a tradução de “brevity is the soul of wit”. Estamos de acordo: a concisão é a alma da inteligência. Quando tem tempo o doutor lê minhas coisas. Desconfio que me passava conselho. 

Rogério Distéfano

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RadioCaos Edilson Del Grossi

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Odebrecht faz de Dilma uma pobre sem-verdade

Blog do Josias de Souza – UOL

As revelações feitas por Marcelo Odebrecht à força-tarefa da Lava Jato, repetidas em depoimento à Justiça Eleitoral, retiraram de Dilma Rousseff o último patrimônio político que ela imaginava ostentar: a presunção de superioridade moral. Ela já havia perdido a pureza ideológica ao encabeçar coligações eleitorais que incluíam do arcaico ao medieval. Perdera a aura de gerentona e a poltrona de presidente da República após reduzir a economia nacional a escombros. Agora, é submetida a um ritual de emporcalhamento que aniquila o que lhe restava de individualidade, integrando-a à baixeza geral. Foi para o beleléu a diferença heroica.

Em síntese, o príncipe das empreiteiras contou: 1) Dilma sabia que João Santana, seu marqueteiro, era remunerado pela Odebrecht no caixa dois. 2) Madame sabia também que Antonio ‘Italiano’ Palocci e Guido ‘Pós-Italiano’ Mantega faziam dupla jornada como ministros e coletores de fundos para suas campanhas presidenciais. 3) Reeleita, a soberana foi informada pelo próprio empreiteiro de que as contas abertas no estrangeiro para pagar o marketing do seu comitê estavam ao alcance dos investigadores da Lava Jato.

Em nota de sua assessoria, Dilma tachou os segredos de Marcelo Odebrecht de “novas mentiras”. Ainda não se deu conta de que suas verdades é que estão se transformando numa espécie de latifúndio improdutivo que os delatores da Odebrecht invadem. A nota sustenta que Dilma “jamais pediu recursos para campanha” a Marcelo Odebrecht. Tampouco  “solicitou dinheiro para o Partido dos Trabalhadores”. Ora, mas o delator disse exatamente a mesma coisa.

Dilma não precisou pedir nada. Tinha quem solicitasse em seu nome. “[…] Quem pediu os valores específicos era o Guido, eu me assegurava que ela [Dilma] sabia mais ou menos da dimensão do nosso apoio”, contou Odebrecht ao TSE, falando num idioma parecido com o português. “Ela dizia que o Guido ia me procurar, mas eu nunca falei de valor. A liturgia, a questão de educação, você não fala com o presidente ou o vice-presidente a questão do valor.”

Em 2010, contou Odebrecht, Dilma não teve que se preocupar com as arcas da campanha. Lula, o “amigo” da Odebrecht, se encarregou de tudo, com o luxuoso auxílio do grão-petista Antonio Palocci. Dilma “praticamente nem olhou as finanças, acho que todos os pedidos de doação foram feitos por Lula, Palocci. Ela nem se envolvia em 2010”, esmiuçou o empreiteiro.

Dilma soube do que se passava na bilheteria porque Lula se encarregou de informar, contou Marcelo Odebrecht. As verdades de Dilma sobre questões relacionadas à tesouraria foram, por assim dizer, herdadas de Lula. O tamanho dessas verdades vem sendo questionado desde o mensalão. Sempre que a conjuntura exigiu garantias, verificou-se que, além de improdutivas, as verdades do petismo estavam assentadas sobre um gigantesco brejo.

De repente, Dilma descobre que não é a dona da verdade. Bem ao contrário. A colaboração judicial da Odebrecht transformou-a numa sem-verdade. Parte das informações do empreiteiro já haviam sido descobertas pelos investigadores. A Lava Jato apalpou os extratos da conta de João Santana na Suíça antes que o herdeiro da construtora cogitasse suar o dedo. Não é razoável supor que Dilma, centralizadora a mais não poder, estivesse alheia ao melado que escorria nos porões do seu comitê.

Considerando-se que uma ex-guerrilheira jamais cogitaria a hipótese de se tornar uma delatora, restam a Dilma duas escassas alternativas: ou aceita sua parcela de culpa ou funda o MSV (Movimento dos Sem-Verdade), assumindo a liderança da cruzada nacional por uma reforma semântica que devolva algum sentido a quem já não tem nenhum.

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