Piauí

O cartunista que vos digita e Patrícia Basquiat, Teresina, Salão Internacional de Humor do Piauí, 2010.  © Vera Solda

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Graças ao céu temos Rafael

Rogério Distéfano

As finanças públicas devem ser como a economia doméstica: a dona de casa não gasta mais do que tem disponível em dinheiro. Cito de memória, mas o sentido é esse mesmo. O autor é conhecido: António de Oliveira Salazar, primeiro-ministro de Portugal. Ele começou como ministro das Finanças em 1932, escolhido pelos militares após o golpe de 1926. Foi primeiro-ministro de 1932 até sua morte, em 1970 – ou melhor, até 1968, quando sofreu derrame cerebral incapacitante. Mesmo assim, o regime não o afastou formalmente do cargo. A função passa a ser exercida por Marcelo Caetano; faziam-se mesmo reuniões fictícias do gabinete para manter Salazar na ilusão do poder.

Salazar manteve Portugal sem déficit – ou défice, como se diz em lusitano – por mais de quarenta anos. Sem déficit e sem liberdade, a ditadura só acabou em 1975, lá e nos Algarves. Por que Salazar. Culpa de Gustavo Fruet, ex-prefeito de Curitiba, e de ‘nossa’ Eleonora, sua irmã e secretária das Finanças. Porque Gustavo Fruet – e nossa Eleonora, por extensão – deixaram as finanças da cidade na pindaíba, com déficit. Eleonora é economista como Salazar, mas não deve ser dona de casa, daquelas que guardam o dinheiro escondido no açucareiro. Agora isso acabou, foi-se o prefeito e a irmã gastona. Temos uma dona de casa cuidando das finanças.

Rafael Greca, o prefeito que derrotou e sucedeu Gustavo Fruet, entrou na prefeitura como Donald Trump na Casa Branca: quer mudar tudo desde o primeiro dia. Os dois são que nem Luís XIV, o rei da França que dizia que depois dele podia vir o dilúvio. Rafael e Trump são Luís XIV pelo avesso: antes deles foi o dilúvio e eles nos levarão ao Monte Ararat. Gustavo Fruet e ‘nossa’ Eleonora deixaram dívida de R$ 1.2 bi aos contribuintes de Curitiba. Sacanagem. Greca não terá dinheiro para o mar de leite e mel que prometeu na campanha. Isso não se faz, Gustavo. Você podia ter ponhado um recado na porta. Ainda bem que habemus Rafael.

Bem à sua moda, Greca acusou a trolha de Gustavo Fruet, que vai travar sua administração. Não tem com que se preocupar. Ali ao lado, lado de lá do Centro Cívico, está o Deus do dilúvio de Gustavo Fruet. Esse Deus terá agora que encher a arca e as burras de Rafael Greca. Bem aventurados os que economizam, como Greca e o ditador Salazar. Greca deixará os cofres da prefeitura abarrotados para o prefeito que o suceder. Exatamente como o outro Rafael Greca, quando deixou a prefeitura em outro mandato. Nessas horas me bate essa dor, esse arrependimento, uma verdadeira angina cívica por não ter – nunca, para nada – votado em Rafael Greca.

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Mural da História

17 de novembro, 2009

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Cármen Lúcia quer sortear relatoria da Lava Jato entre cinco ministros

Após a confirmação da homologação da delação da Odebrecht pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), a ministra Cármen Lúcia agora pretende fazer um sorteio entre os integrantes da 2ª Turma do tribunal para definir quem assumirá a relatoria da investigação.

A este relator caberá retirar ou não o sigilo dos depoimentos dos 77 executivos e ex-executivos da empreiteira que fecharam acordo de colaboração. A eventual retirada do sigilo gera apreensão no Planalto e Congresso Nacional pelo teor considerado explosivo diante da citação de vários políticos.

Fazem parte da 2ª Turma os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

Segundo assessores, a presidente do STF decidiu homologar nesta segunda (30) as delações para evitar atrasos na Lava Jato e sinalizar que a operação não sofrerá prejuízos com a morte de Teori Zavascki, que era o relator dos processos. Ela optou, porém, em não retirar o sigilo e deixar, a princípio, esta decisão para o futuro relator, que pode ser escolhido já na quarta (1).

Seu objetivo foi afastar críticas de que estaria atuando politicamente se levantasse o sigilo, o que tumultuaria o ambiente político em Brasília às vésperaa da eleição dos novos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.

Cármen Lúcia tem conversado com os outros nove ministros da Corte sobre a possibilidade de Edson Fachin mudar da Primeira para a Segunda Turma do STF e completar o grupo que analisa os casos da Lava Jato.
Último a entrar no STF, Fachin poderia migrar caso os outros quatro ministros mais antigos –Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber– não queiram mudar de turma.

Para isso, Fachin deveria apresentar um ofício à presidente do STF formalizando o pedido e então poderia participar do sorteio para ser o novo relator da Lava Jato.

Se Fachin for para a Segunda Turma, ele levará seus processos. O ministro que for sorteado vai assumir apenas os casos de Teori relacionados à Lava Jato –e não os outras quase 7.500 ações dele, que serão destinadas ao novo ministro do STF, a ser indicado pelo presidente Michel Temer.

Outra hipótese é o sorteio ser feito apenas entre os atuais quatro integrantes da Segunda Turma, o que excluiria Fachin mesmo se ele for ser transferido.

Não está completamente descartada a possibilidade de Cármen Lúcia decidir sortear a relatoria entre os nove ministros do Supremo (ela ficaria fora), mas as chances de esta ser a solução adotada são remotas.
A decisão sobre o formato da escolha deve ser tomada em uma reunião administrativa entre a presidente e os demais colegas do tribunal na manhã de quarta. Caso não haja um consenso sobre o formato, a escolha pode ficar para o dia seguinte.

PRÓXIMOS PASSOS

Nesta segunda-feira (30), depois de ter homologado as delações da Odebrecht, Cármen Lúcia se reuniu com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele já recebeu os termos da homologação da empreiteira e, a partir agora, pode usar o material nas investigações da Lava Jato.

A PGR vai analisar conteúdo das delações para decidir o que deve ser investigado. Não há prazo para a análise ser concluída. Ele pode oferecer denúncia imediata, pedir abertura de inquérito e definir o que será investigado pela Procuradoria, no caso de autoridades com foro privilegiado, e transferir o restante para outras instâncias.

Os pedidos de Janot devem ser feitos ao novo relator da Lava Jato no STF, que precisa autorizar qualquer movimento no processo.

Em alguns casos, se considerar que não há motivos para investigar, a Procuradoria pode pedir o arquivamento de informações prestadas e reveladas pelos delatores.

O conteúdo das delações ainda está em sigilo. Pode ser levantado quando a denúncia for oferecida, um depoimento for incluído em investigação que corre sem segredo de Justiça ou se o Ministério Público pedir a publicidade.

Os advogados de defesa dos delatores também podem pedir para retirar o sigilo do que foi declarado, mas quem decide é o relator no Supremo. Folha de São Paulo

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Eike Batista tem cabeça raspada e é transferido para o presídio de Bangu 9

Eike teve seu cabelo raspado durante passagem pelo presídio Ary Franco. ©Fabio Motta|Estadão Conteúdo

O ex-bilionário Eike Batista, preso nesta segunda-feira (30) ao desembarcar no Rio de Janeiro, teve seu cabelo raspado durante passagem pelo presídio Ary Franco, em Água Santa, zona norte do Rio, onde chegou pela amanhã após desembarcar no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, vindo de Nova York. 

Por volta das 13h30, ele foi transferido para a Penitenciária Bandeira Stampa (conhecida como Bangu 9), localizada no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

Eike teve a prisão decretada na quinta-feira (26), no âmbito da Operação Eficiência, segunda fase da Calicute, o desdobramento da Lava Jato no Rio. Considerado foragido pela Justiça, o empresário teve o nome incluído na lista de procurados da Interpol. Como ele não tem ensino superior completo, vai ficar em uma cela comum.

Fernando Martins, advogado responsável pela defesa de Eike, disse que o principal objetivo agora é preservar a integridade de seu cliente. “Ele acabou de chegar e a gente ainda não conseguiu traçar uma linha de defesa. Então, vamos aguardar e conversar com o cliente. Até agora estamos tomando as medidas jurídicas cabíveis no sentido de preservar a integridade física [dele]. Esse é o nosso primeiro objetivo”, disse.

Inaugurada em 2011, a cadeia de Bangu 9 tem capacidade para 541 detentos e foi construída com objetivo de desafogar a carceragem da Polinter e receber pessoas presas em flagrante. O local é considerado menos violento do que as outras unidades do Complexo Penitenciário de Gericinó.

Bangu 9 abriga os presos de “faxina”, aqueles que fazem o trabalho interno nos presídios. Em meados de janeiro, o presídio precisou ser esvaziado temporariamente, para receber milicianos e ex-PMs que foram transferidos para lá.

Eles deixaram Bangu 6 em uma medida da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) para evitar confrontos entre as facções e milícias dentro do presídio e acalmar os detentos.

Os outros detidos nos desdobramentos da Lava Jato no Rio, como o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), foram encaminhados para Bangu 8 por terem diploma universitário, mas Eike não concluiu sua formação em engenharia.

A investigação

Quando o mandado de prisão foi expedido, Eike estava fora do país. A prisão foi decretada após a delação dos irmãos e doleiros Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson, que contaram sobre o pagamento de US$ 16,5 milhões de propina a Cabral.

Segundo a investigação, o pagamento da propina faz parte do esquema usado por Cabral e outros investigados para ocultar mais de US$ 100 milhões remetidos ao exterior. Desse valor, repassado em ações da Vale, da Petrobras e da Ambev, apenas 10% já foi recuperado pelo Ministério Público Federal.

Ao decidir pela prisão preventiva de Eike e de mais oito pessoas, o juiz Marcelo Bretas argumentou que havia “a necessidade estancar imediatamente a atividade criminosa”.

Além da prisão preventiva de Eike, foram pedidas as prisões do ex-governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB), do ex-secretário Wilson Carlos, do ex-assessor de Cabral Carlos Miranda. Também são alvos Luiz Carlos Bezerra, Álvaro José Galliez Novis, Sergio de Castro Oliveira, Thiago Aragão, Francisco de Assis Neto e o advogado Flávio Godinho. Cabral, Wilson Carlos e Miranda foram presos na primeira fase, de 17 de novembro de 2016.

UOL – São Paulo

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Fiu-fiu, vereadora

Um vereador – ou vereadora; não fazem diferença sexo, partido, nome de guerra ou o que seja diante da consumada irrelevância do segmento inicial da classe política. Um vereador, ou vereadora, de Curitiba, apresenta projeto de lei estabelecendo punição para o assédio sonoro às mulheres, o velho fiu-fiu de tantas cantadas falhadas. Parece que a autoria é de vereadora, pois vereador homem, mesmo da bancada GBTT (o L fica fora no contexto), jamais faria isso, seria legislar contra si mesmo.

Pois é, a vereadora quer multa para quem assedia assoviando. Longe de mim questionar a perspicácia da vereadora, afinal ela foi eleita nesta Curitiba cada vez mais universitária. Perspicácia, no caso, não tiveram os que a elegeram. Mas esses pobres coitados nunca tiveram e dificilmente virão a ter perspicácia. É da índole da democracia a vocação do cidadão para o suicídio cívico. Vejam o que os norte-americanos fizeram ao eleger Donald Trump. E para cutucar os petistas: e nós ao elegermos Dilma.

Nossa vereadora, se ler estas linhas, pode se sentir enaltecida na comparação com Trump. Então tire seu fiu-fiu da chuva, que faço a comparação entre eleitores, não entre políticos. Ops, falha minha; todos são iguais na irresponsabilidade e na estupidez. De onde a vereadora tirou a inspiração? Minha saudosa amiga Eliana Vidal, gênio do motejo, responderia, “do nariz, com graveto”. Não tenho o mesmo espírito refinado. Para mim é recalque, exemplo de livro, a frustração convertida em bandeira.

A edil nunca foi assediada pelo fiu-fiu, não sabe do valor do fiu-fiu na autoestima das mulheres. Invoco minha ex-namorada, paixão da mocidade, amiga de toda a vida, Margareth Schafranski. Sessentona sacudida, inteiraça, dois filhos e quatro netos, ela transita pela cidade sempre a pé, à procura de obras em construção, desde que lá do segundo andaime dois pedreiros, um no fiu-fiu, ambos no berro, passaram-lhe o atestado de “tesão de coroa”. Ela votou em Goura Nataraj.

Tento agora, ao final, dar o mínimo de seriedade ao projeto da vereadora. Vou tratá-la como vereadora. Como punir os infratores do fiu-fiu, como fiscalizar, como identificá-los? A Guarda Municipal – teria competência para isso? – com um batalhão de caça-assoviadores? Como recolher essa canalha para entregar o boleto da multa? Será que todos portam identidades e endereço para entrega postal da multa e para o cadastro dos assoviadores? Santa Maria Bueno, e a gente paga tanta inutilidade.

Rogério Distéfano

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Fraga

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mesmas coisas

No último ensaio aberto, a fotógrafa Paula Morais resumiu bem: “É sempre a mesma coisa, mas nunca a mesma coisa”. É com essa frase que a cia brasileira de teatro convida vocês todos para o segundo ensaio aberto hoje, segunda, dia 30, às 15h, Rua José Bonifácio, 135, sala 01, Largo da Ordem, Curitiba. Todo mundo lá!

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concurso da folha premia o vazio entre o jornal, desenhistas e o leitores

neste sábado, dia 28 de janeiro, o jornal a Folha de s. paulo anunciou os selecionados de seu 5º concurso de ilustração. como sempre , o resultado traz polêmicas e opiniões divergentes.

concursos como esse já trouxeram à luz trabalhos de desenhistas como spacca, hoje produzindo livros,  fernando gonsales e caco galhardo que, até hoje, continuam impávidos colosso na seção de tirinhas.

apesar de não haver grandes novidades e com várias sensações de já vi isso antes, me parece que a que a seleção é mais homogênea do que em outras edições.

pode ser impressão.

deveríamos entrar nos sites e páginas pessoais de cada um para saber se todos têm uma produção coerente e contínua ao longo dos anos.

digo isso porque, detalhe, as idades dos premiados não são as de novatos. todos giram em torno dos 30, com um de 25, dois de 27 e dois na faixa dos 50.

a folha sempre procurando surpreender.

nesse ponto, há de se tirar o chapéu para o diário. a folha sempre foi o jornal que mais abriu espaço para novos talentos, para desenhistas com um futuro promissor, apostas que ficaram pelo meio do caminho e um grande número de colaboradores sempre.

o prêmio para os selecionados (desistiram da opção de haver um grande vencedor) é a publicação de pelo menos UMA vez nas páginas do maior jornal do país.

aqui é onde o assunto começa.

as grandes publicações do país estamparam em suas páginas nomes como millôr, ziraldo, jaguar, fortuna. assim, revistas como realidade, o cruzeiro ou senhor fizeram história.

na folha, nomes como angeli, laerte, glauco, emílio damiani, mariza, luiz gê, só para ficar entre alguns, se mimetizaram com a história do jornal e vice e versa.

é o angeli da folha ou a folha do angeli? é a folha do níquel náusea ou o níquel náusea da folha?

ilustradores, cartunistas, chargistas, assim como os colunistas fixos são o que dão a cara da publicação. só publicando diariamente que se constrói um portifolio que irá ser cúmplice do jornal e do leitor.

a folha tem hoje cerca de 60 desenhistas orbitando ao seu redor. cada um publica uma vez a cada semana ou 15 dias.

é meio como um casamento sem sexo, desinteressante, sem história, sem tesão.

concursos como esse, neste cenário, querem dizer absolutamente nada porque não se procura o compromisso, a troca com o leitor.

é um factóide que não tem resultado nenhum para nenhum dos lados.

para o desenhista não existe a visibilidade ou a possibilidade de se construir um universo; para o leitor, cada vez mais esporádico, intimidade alguma; para o jornal, parceria ou identidade alguma.

publicar num jornal diário ou numa publicação semanal, é um ofício e esse ofício vai sendo construído diariamente com novas ideias, novas soluções, novos desafios.

é quase uma missão.

a história mundial das artes gráficas e do jornalismo é construída a partir dessa intimidade entre o publicador, o jornalista, o desenhista e o leitor.

aqui, na contra-mão, se aposta num fast-food sem sal, sem gosto e que já demonstra sinais de fadiga.

desenhistas se espelhavam nos grandes profissionais para se tornarem melhores, conseguirem seu lugar no panteão, respirar o mesmo ar que seus ídolos respiravam dentro das redações ou grandes encontros.

criticamos músicos de uma música só, atores de uma novela só, autores de um livro só. num momento tão vital para a vida dos grandes jornais, apostar no eterno amadorismo, no sucateamento, na precarização do trabalho e na falta de intimidade com o leitor me parece ser um tiro no pé que levará anos para ser curado.

Blog do Orlando

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Delação causa rompimento entre Marcelo e Emílio Odebrecht

O acordo de delação premiada da Odebrecht causou o rompimento das relações entre o ex-presidente e herdeiro do grupo empresarial, Marcelo Odebrecht, e seu pai, Emílio, presidente do Conselho de Administração do conglomerado. A informação foi confirmada ao UOL por cinco pessoas ligadas à Operação Lava Jato ou à Odebrecht, sob a condição de terem suas identidades preservadas.

“Marcelo sente-se injustiçado. Ele se vê como um bode expiatório. Acha que pagará o preço mais alto entre todos os envolvidos na Lava Jato também porque seu pai aceitou delatá-lo”, afirmou ao UOL um funcionário de alto escalão da Odebrecht.

“Marcelo pagava mesmo propina e, de certa forma, desafiava as autoridades que poderiam o incriminar. Emílio, por sua vez, era mais conservador. Cometeu e sabia de ilegalidades, mas era mais contido”, acrescentou.

Na última sexta-feira (27), Marcelo Odebrecht ratificou a um juiz auxiliar do STF (Supremo Tribunal Federal) o depoimento feito a procuradores da operação e confirmou os termos de seu acordo de delação premiada.

Colaborar com os investigadores foi uma derrota pessoal de Marcelo e uma vitória de seu pai, além de abrir a crise de relacionamento entre os dois protagonistas do clã baiano de origem germânica. Nos primeiros meses após sua prisão –ocorrida em junho de 2015, durante a 14ª fase da operação–, o executivo insistia em negar as acusações e rejeitava aderir a um acordo. Emílio, por sua vez, decidiu rapidamente pela delação como forma de preservar a empresa.

Grupo de Emilio versus grupo de Marcelo

Na primeira visita que fez a Marcelo na prisão em Curitiba, em setembro de 2015, Emílio o sugeriu que optasse por delatar, hipótese repelida pelo filho, como revelou a revista “Piauí”. Marcelo está detido na carceragem da sede da Polícia Federal em Curitiba. “Em determinado momento, ele reclamou de que o pai não aparecia para visita-lo”, disse um investigador da Lava Jato.

“Este assunto [a delação] estremeceu a relação entre ambos. Havia dois grupos na empresa: o de Marcelo, que não queria a delação de jeito nenhum, e o de Emílio, que achava a delação a melhor saída”, disse um membro do Conselho de Administração da Odebrecht. “Venceu a tese de Emílio.” Continue lendo

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Com razão

Ruy Castro – Folha de São Paulo

O empregado abriu o portão da casa em Guarujá e disse que o presidente (na verdade, ex) Jânio Quadros me esperava. Estávamos em novembro de 1983, e Jânio acabara de lançar um livro de contos, que alegava ter escrito em uma semana. Era sobre isso que eu ia ouvi-lo para a Folha. Antes mesmo de dizer bom-dia —eram 11 da manhã—, perguntou-me o que eu queria tomar.

Jornalistas não devem beber em serviço, mas quem resistiria a um convite para beber com Jânio Quadros? Respondi, tibiamente, “Vodca, presidente, se tiver”. Ele ergueu um olho: “Vodca? Interessante. Acabo de voltar da URSS, onde viajei pela Transiberiana. Vamos ver o que temos aqui de vodca”. Abriu uma porta de correr e o que havia ali de vodca abasteceria toda a Transiberiana ou a própria URSS. E assim começamos: eu, com uma garrafinha de Wyborowa; ele, com um litro de Cutty Sark.

Duas horas depois, zeradas as garrafas, eu já tinha o que precisava sobre sua estreia na literatura. Mas Jânio ordenou que ficasse para almoçar -”Eloá [sua mulher] insiste!”, garantiu. E, assim, à mesa, seguimos discutindo literatura (que, para ele, consistia no uso das ênclises, próclises e mesóclises), refrescados por um suprimento de cerveja que parecia saído de um carro-pipa da Antarctica estacionado debaixo da janela.

Findo o almoço, ensaiei uma despedida, mas Jânio mandou vir licores e, de copinho na mão, guiou-me numa excursão por suas estantes, vergadas de livros de direito -e, aí, sim, num canto, um nicho contendo uma linda coleção de romances policiais ingleses. Fã do gênero, cumprimentei-o por ela, e só então ele me deixou ir. Dois anos depois, Jânio elegeu-se prefeito de São Paulo e, em 1992, morreu aos 75 anos.

Nesta quarta, 25, tivemos seu centenário de nascimento. Ninguém, com razão, se lembrou de sua literatura.

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Vai lá!

The Criterion Collection

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MPF só recupera 10% da propina de Eike

© Myskiciewicz

O Estadão informa que o MPF só recuperou 10% dos US$ 16,5 milhões pagos como propina por Eike Batista a Sérgio Cabral (PMDB-RJ) com da Vale, da Petrobrás e da Ambev.

Ao liquidar os papéis, os procuradores conseguiram meros US$ 1,6 milhão.

o antagonista

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Fraga

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Flagrantes da vida real

Foca Cruz, sempre bem acompanhado.  © Maringas Maciel

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