Sempre a nau

O prefeito hospitalizado faz ligeira pausa no soro endovenoso e decreta luto oficial pela morte de Mário Soares, ex-presidente de Portugal.

A explicação excede o já de si avantajado invólucro físico do ego de Rafael Greca, que nos governa direto do leito: ele e Mário Soares, um presidente português, o outro – Greca-, ministro brasileiro, foram parceiros nas comemorações do Descobrimento.

Para vocês captarem a dimensão e importância da parceria, ela equivaleu a outra, a do Descobrimento, entre o rei dom Manuel e o irmão, infante dom Henrique, da Escola de Sagres.

Mário Soares morre sem pagar a fatura de gratidão com o parça, então ministro: este podia tê-lo levado em cruzeiro ao Monte Pascoal. Do jeito que a nau de Greca navegou, Soares estaria há vinte anos fazendo companhia a dom Sebastião.

A propósito, para que luto oficial municipal tendo sido decretado o luto oficial federal?

A chave está na explicação do prefeito, o ego inflado pela obesidade mórbida do narcisismo: não se trata de luto oficial por Mário Soares; trata-se de regozijo oficial de Rafael Greca – de si mesmo, por si mesmo, para si mesmo. Imaginem se a nau tivesse navegado…

Rogério Distéfano

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Mural da História

29 de junho, 2016

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Bola oito

Giselle Hishida e Ademir Paixão, porque hoje é sábado. © Myskiciewicz

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Senhorinha

© Roberto José da Silva

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Benett

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Fraga

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Vai lá!

Dirceu Pio

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Andrea Amorim

© Ricardo Silva

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Mural da História

25 de novembro, 2008

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Trump e o muro

Donald Trump, presidente eleito dos EUA, promete construir muralha na fronteira do México. E depois mandar a conta para os mexicanos. Se funcionasse, a China teria recebido há dois mil anos o valor da Grande Muralha, que construiu para se defender da Mongólia. Rogério Distéfano

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Mural da História

6 de novembro, 2011

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Mural da História

Em algum lugar do passado

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O “presidento”

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O fracasso vai além dos presídios

Clóvis Rossi – Folha de São Paulo

Mal estava digerindo o noticiário sobre o massacre em Manaus quando caiu na minha caixa postal mensagem da AOAV (sigla em inglês para Ação sobre a Violência Armada).

Relatava, com alarme, que o número de pessoas mortas em 2016 pela polícia de dois dos países do Reino Unido (Inglaterra e Gales) havia alcançado um recorde na comparação com os dez anos anteriores.

Li e reli três vezes o texto para ver se havia entendido direito. Sim, o recorde de mortos pela polícia em nove meses de 2016 foi de cinco pessoas.

Repito: a polícia da Inglaterra e Gales matou cinco pessoas em 2016, superando o recorde de 2006 (seis pessoas).

No Brasil, para comparação: em 2015, a polícia matou nove pessoas por dia. Repito: nove pessoas por dia versus cinco por ano.

O número de policiais mortos no mesmo ano (393) foi de pouco mais de um por dia. São números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública relatados por esta Folha em outubro.

Trata-se de um abismo civilizatório insuperável. Se se quiser a comparação clássica, os dados mais recentes da UNODC (Escritório das Nações Unidas para Droga e Crime), relativos a 2012, mostram que, no Brasil, há 21 homicídios para cada 100 mil habitantes, 20 vezes mais que o 1,2/100 mil do Reino Unido.

Se você preferir uma comparação mais retórica, frequentemente usada, eis a que me passou Iain Overton, da Ação sobre a Violência Armada: “De uma perspectiva britânica, os níveis brasileiros de homicídios são quase iguais aos de uma zona de guerra”.

“Quase” é bondade sua, Iain.

A análise de Overton é mais abrangente: “Ao contrário do Brasil, o Reino Unido não tem uma cultura endêmica de armas nem tem problemas profundamente arraigados com gangues de drogas nem policiais pesadamente armados nem um legado de brutalidade policial e mortes extrajudiciais”.

Ou, posto de outra forma, o massacre de Manaus é apenas um pedaço de um imenso iceberg. Bem feitas as contas, a superlotação dos presídios e o domínio deles por facções criminosas são um pequeno retrato da falência do Estado brasileiro.

Ou, como preferem Robert Muggah e Ilona Szabó de Carvalho, do Instituto Igarapé, em artigo para o “New York Times”: “Os políticos brasileiros carecem da determinação política e moral para fazer a coisa certa”.

Vale para a crise da segurança pública, vale para o conjunto da obra de construção do Brasil.

Só temo que estejamos chegando perto do sombrio prognóstico de Daniel Innerarity, notável catedrático de Filosofia Política espanhol, hoje professor visitante da Georgetown University:

“A democracia sobrevive quando a inteligência do sistema compensa a mediocridade dos atores”, escreveu para a edição desta quarta-feira (4) de “El País”.

É evidente a olho nu que os atores disponíveis no Brasil nos últimos muitos anos são medíocres, com exceções que não superam os dedos de uma mão.

Resta torcer para que a democracia – a melhor coisa do sistema – não escorregue pelas brechas nele expostas com contundência por episódios como o de Manaus.

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Ledo engano

© Myskiciewicz

A cidade precisa de prefeito em tempo integral? Rafael Greca prova o contrário: desde a posse está no hospital. Vende a imagem de saúde, caminha pelo corredor de seu quarto. Tancredo Neves também…                 

Nem convocou o vice, o aval de Beto Richa à campanha e ao governo. Isso não vai sair barato para Greca; melhor, vai sair caro. Vice no Brasil é um pote transbordante de mágoa. E qualquer desatenção… Vide Michel Temer, vide Mirian Gonçalves.

Greca governa direto do hospital? Só nos sonhos dele e de seus eleitores. Os médicos seriam irresponsáveis se permitissem. Aliás, são tāo responsáveis que nos boletins nāo reportam o prefeito, mas o paciente. Seriam irresponsáveis se permitissem que o paciente fosse prefeito nos minutos vagos ao tratamento.

O prefeito-ainda-nāo-prefeito está sendo honesto? Sim. Honesto consigo mesmo, que é o que realmente importa para ele. Honesto com seus eleitores, o que absolutamente nāo importa, pois eleitor aceita tudo. É também honesto com os críticos e adversários, a quem fornece arrobas de razōes.

Nāo que isso importe, porque no estado de nossa civilizaçāo nāo tem nenhuma importância. Mas Rafael Greca nāo é prefeito dele, de MinhaMargarita (assim como escrevo), ou dos eleitores dele. É prefeito de Curitiba, portanto de todos, desde o mendigo fedorento ao blogueiro xexelento.

Por que nāo passou o cargo ao vice? Nāo sou letrado em Freud, Jung ou Marx, portanto palpito.

1 – A simbologia, arma para os críticos: nāo tem saúde, tanto que perde o fôlego na arrancada.

2 – A vaidade: Curitiba e ele foram unidos pelo Altíssimo e separados pelo Lerníssimo.   

3 – O obsessivo, agônico desejo pela amada, com quem sonha dar à luz mais pinhais, dolorido sob o acicate das décadas de mandatória continência, travado no alçar do voo nupcial. E nós com isso? Rogério Distéfano

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