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Mural da História
Publicado em mural da história
Com a tag 2011, lula sem cabeça, mural da história, Num país pertinho de você, o extado do paraná
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Em reunião, Temer negociou doação para ajudar Odebrecht, diz delator
Michel Temer e Eduardo Cunha, durante congresso do PMDB em Brasília, em 2015. © Pedro Ladeira|FolhaPress
Um ex-executivo da Odebrecht afirmou à equipe da Operação Lava Jato que o presidente Michel Temer participou de uma reunião em 2010 para tratar de doações à campanha eleitoral do PMDB daquele ano em troca de facilitar a atuação da empreiteira em projetos da Petrobras.
Segundo o relato, o encontro ocorreu no escritório de Temer em São Paulo e contou com a presença do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de João Augusto Henriques, apontado como um dos lobistas do PMDB na Petrobras, e de Márcio Faria, então presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, braço da empreiteira responsável por obras industriais no Brasil e no exterior.
À época, Temer era deputado federal, presidente do PMDB e candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff (PT). Cunha concorria à reeleição para a Câmara.
A Folha apurou que Faria é o executivo que detalhou a reunião no seu acordo de delação premiada. Ele é um dos 77 funcionários do grupo baiano que firmaram acordo com a Lava Jato e, desde a semana passada, têm prestado depoimentos ao Ministério Público Federal.
Procurado, Temer afirmou, via assessoria, que Cunha levou um empresário a seu escritório em 2010. O presidente diz que “pode ser o referido senhor Márcio Faria, mas não pode garantir”.
A Folha apurou com três pessoas relacionadas à investigação que a contrapartida para as doações eleitorais ao PMDB em 2010 estaria ligada a benefícios para a Odebrecht em obras do chamado Projeto PAC SMS (Plano de Ação de Certificação em Segurança, Meio Ambiente e Saúde) da Petrobras.
Ligado ao PMDB, João Henriques já afirmou que um contrato de quase US$ 1 bilhão foi fechado às vésperas do segundo turno das eleições de 2010 entre a área internacional da Petrobras, sobre a qual ele tinha influência, e a Odebrecht.
Segundo o acordo, a empreiteira cuidaria, no âmbito do PAC SMS, da segurança ambiental da estatal em dez países. A Odebrecht Engenharia Industrial, presidida à época por Faria, era responsável pelos contratos de prestação de serviço do projeto para a área de negócios internacionais da Petrobras.
Pessoas ligadas às investigações afirmaram ainda que Cunha mencionou a reunião em São Paulo quando elaborou 41 perguntas a Temer no mês passado, ao arrolar o presidente como sua testemunha de defesa na Lava Jato.
Preso em Curitiba sob acusação de envolvimento no esquema da Petrobras, o ex-presidente da Câmara questionou, na pergunta de número 34, se Temer tinha conhecimento de “alguma reunião sua [dele] com fornecedores da área internacional da Petrobras com vistas à doação de campanha para as eleições de 2010, no seu escritório político, juntamente com o sr. João Augusto Henriques”.
O juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância, indeferiu essa e outras 20 questões que não foram encaminhadas a Temer pois, segundo o magistrado, eram “inapropriadas”.
O juiz disse que não tinha prerrogativas legais para investigar Temer, que, como presidente, tem foro privilegiado e deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
Cunha e Henriques estão presos no Paraná. Márcio Faria, delator da Odebrecht, foi detido em junho de 2015, em operação que também prendeu o então presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, mas foi solto em abril e hoje segue em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Além do encontro de 2010, o nome de Temer foi citado em outras delações no contexto de um jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, quando, de acordo com os depoimentos, o peemedebista acertou com Marcelo Odebrecht o repasse de R$ 10 milhões ao PMDB.
OUTRO LADO
Procurado pela reportagem, Temer confirmou, por meio de sua assessoria, que participou de reunião em 2010 com a presença de Eduardo Cunha e de um empresário que, segundo ele, “pode ser” Márcio Faria, ex-executivo da Odebrecht, em seu escritório em São Paulo.
Temer afirma ainda que o encontro, segundo ele organizado por Cunha, serviria para que o então deputado apresentasse um empresário “disposto a contribuir para campanhas do PMDB”.
Segundo ele, no encontro não se falou de valores e obras ou projetos nos quais a Odebrecht poderia atuar.
“Em 2010, o então deputado Eduardo Cunha levou um empresário ao escritório do presidente, que não se recorda do nome ou da empresa que este representava. Cunha alegou que o empresário estaria disposto a contribuir para campanhas do PMDB e que gostaria de conhecer o então candidato a vice-presidente. O presidente o recebeu por breve tempo”, diz a nota.
O presidente diz ainda que “já conhecia” João Augusto Henriques e que “nunca mais” viu o referido empresário após o encontro de 2010.
“[Temer] somente recebeu um empresário em seu escritório, que pode ser o referido senhor Márcio Faria, mas não pode garantir. Nunca mais o viu. O presidente já conhecia João Henriques”, completa. Folha de São Paulo
Publicado em Sem categoria
Com a tag corrupçao, Eduardo Cunha, folha de são paulo, michel temer, Pedro Ladeira|FolhaPress
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Friends
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Com a tag beto batata, friends, gilson camargo, le pomme de terre, robert amorim
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Agamenon: “Eles Usam Black & White”
O listão dos “aprovados” da Odebrecht começou a sair. Parece até o resultado do ENEM: nos dois tem provas, a diferença é que na Odebrecht todo mundo fraudou. Eu fico me perguntando: por que é que ninguém me convidou para uma negociata milionária? Por que ninguém me deu uma ajuda de campanha? Logo eu que sempre fui picareta, desonesto e mau-caráter! O que foi que eu não fiz de errado, meu sinhô?
Se tivessem me convidado, assumiria as broncas de todo mundo, mediante, é claro, um polpudo depósito em dólares na Suíça. Sempre à frente do meu tempo, teria sido o primeiro a abrir o bico. Faria eu mesmo a minha autodelação premiada, dedurando a mim mesmo.
Hoje em dia, Bangu 8 parece mais a sede campestre do Country de Ipanema: só tem bacana. As facções da ADA, CV e Terceiro Comando resolveram adotar o sistema de bola preta para aqueles que se candidatarem a uma vaga naquele concorrido estabelecimento sócio-recreativo-penitenciário.
As joalherias H. Stern e Antonio Bernardo já estão pensando em abrir uma loja no Complexo de Bangu para poder ficar mais perto da clientela cativa. A cadeia no Brasil está cada vez mais sofisticada. A ex-primeira-dama e atual presidiária, Adriana Ancelmo, concordou em fazer um ensaio fotográfico (de frente e perfil) com o consagrado Mario Intestino. Enquanto isso, o seu esposo, o ex-governador Sérgio Penal, vai passar uma temporada em Curitiba para encontrar uns amigos. No Brasil do high society, é um incessante entra-e-sai, quer dizer, é um entra-e-não sai da cadeia.
Cadeia no Brasil está virando lugar de abonado. Pobre é que tem que chegar de madrugada na fila do SUS para morrer de enfarte. No próximo carnaval, nos luxuosos camarotes da Sapucaí, as tradicionais pulseirinhas VIP vão ser trocadas pelas pulseiras eletrônicas customizadas.
Enquanto os milionários estão na cadeia, o Brasil, que não tem dinheiro nem para pagar os aposentados, ainda quer fazer uma reforma na Previdência. E o pior é que, para fazer essa obra de reforma, vão chamar as mesmas empreiteiras de sempre! Por que não fazem um “puxadinho” na Previdência igual os juízes do STF vivem fazendo na Constituição?
Mas se as coisas estão ruins, a minha esperança é que um dia vão piorar. Os brasileiros só vão poder se aposentar com 120 anos completos, isso se for mulher do sexo feminino. Homens só se aposentam por tempo de serviço. Serviço fúnebre. De pelo menos 500 anos de contribuição. É a aposentadoria caveira. Isso porque, para resolver o problema do déficit público, o cidadão vai ter que pagar imposto depois de morto. Para a Receita Federal, CPF não morre. E se defunto paga imposto, também pode muito bem pagar a Previdência.
E tem mais: o cidadão só pode viver conforme a expectativa de vida estabelecida no IBGE. Se morrer antes ou depois, paga multa. Se não pagar, não vai para a cadeia, pois cadeia é coisa de rico.
o antagonista
Alhures do Sul
© Revista Missões
Sessão da meia-noite no Bacacheri
Snowden – Herói ou Traidor|Ex-funcionário terceirizado da Agência de Segurança dos Estados Unidos, Edward Snowden (Joseph Gordon-Levitt) torna-se inimigo número um da nação ao divulgar a jornalistas uma série de documentos sigilosos que comprovam atos de espionagem praticados pelo governo norte-americano contra cidadãos comuns e lideranças internacionais.
Oliver Stone, 2016, 2h 15min, EUA, França, Alemanha
Oliver Stone volta a ser relevante – Edward Snowden, o ex-agente da CIA que denunciou um polêmico esquema de vigilância global por parte do governo norte-americano, passou por um raio hollywoodizador. O que significa dizer que Snowden, a cinebiografia do jovem que Oliver Stone se propôs a contar, pesa a mão na trilha sonora (é um melodrama daqueles), não economiza nas frases de efeito, explora uma condição física (epilepsia) do protagonista, não abre mão de um romance e, claro, mostra o retratado “desativando a bomba” no último segundo antes do aparato explodir.
Snowden – FotoMais do que tudo, no entanto, Stone faz Snowden (Joseph Gordon-Levitt) caber na fôrma do herói nacional – justo aquele que se caracterizou por ser exatamente o oposto da ideia, responsável por denunciar a postura, pelo menos em princípio, arrogante, de uma nação que se julga o xerife do mundo. E, por isso, a obra nem sequer permite o benefício da dúvida, um direito da plateia, nesse aspecto, sobre o comportamento do mocinho.
A questão que fica deixa de ser um jogo do culpado ou inocente, para se debruçar sobre a real motivação que levou Snowden a colocar a boca no trombone. Há um tremendo componente patriótico na narrativa que leva a crer, em última instância, que os Estados Unidos prezam tanto pela liberdade, que o governo até permite que ser criticado pelo cidadão (sei…)
Mas talvez seja tarde demais para isso. A ficcionalização dessa história – assim apresentada, a partir da coleta de material em diversas entrevistas, dois livros e nove idas à Rússia, onde Edward Snowden mora atualmente, e que abrange um período de 2004 a 2013 – não foge dos episódios caros à imagem Snowden – Fotoarranhada dos Estados Unidos. Não faltam, por exemplo, críticas à postura do governo Barack Obama, que manteve a questionável política de espionagem da era Bush, ou desmascarar mentiras ditas publicamente pela Agência de Segurança Nacional (SNA).
Snowden não traz nenhuma novidade, exatamente, a respeito das denúncias do ex-agente, noticiadas à exaustão – e tema do contundente documentário ganhador do Oscar Cidadãoquatro. O “frescor”, aqui, para o grande público, fica por conta do relato da vida pessoal do rapaz (afinal, é de Hollywood que estamos falando), uma linha narrativa centrada na figura da namorada dele, Lindsay Mills (Shailene Woodley, sem grande destaque), retratada como alguém aparentemente independente (cheia de opinião própria), mas que não faz mais nada do que viver à sombra do ex-agente. E, por mais difícil que tenha sido, num primeiro momento, ver alguma semelhança física entre Gordon-Levitt e Snowden, o ator emposta a voz e termina te convencendo de que ele é, sim, o personagem.
Snowden – Apesar dos pesares, Stone filma de uma maneira dinâmica, não linear, que une o momento em que Snowden entrou para a agência à entrevista dada ao The Guardian, estopim do caso, documentado pela diretora Laura Poitras (material que vira a se tornar justamente Cidadãoquatro), interpretada por uma irreconhecível Melissa Leo.
A dúvida – não exclusiva do filme, mas indissociável ao formato da cinebiografia – “será que realmente foi assim que aconteceu?” vale mais pela pergunta do que pela resposta – que, na realidade, nem o próprio Oliver Stone tem. A certeza – com um exagero ali, outro acolá – é a de que o que se vê na tela é convincente. E, apesar da indução patriótica, Snowden resulta na maior anti-propaganda dos Estados Unidos do universo da cultura pop contemporânea – e a obra mais relevante, em anos, da filmografia recente do diretor de Nascido em 4 de Julho.
Filme visto no 41º Toronto International Film Festival, em setembro de 2016.
Publicado em Sessão da meia-noite no Bacacheri
Com a tag Sessão da meia-noite no Bacacheri
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Quando as latrinas transbordam
© Kim Hong ji|Reuters
Por certo, não era apenas na Dinamarca de Shakespeare que havia algo de podre. Lembram-se de Hamlet? Pelo odor, aqui abaixo da linha do Equador, no planalto central do Brasil e em boa parte do país-continente também há. Muito mais do que supunha a nossa vã filosofia. E há muito tempo. Os olhos poderiam não ver, mas os narizes sempre sentiram. Quer dizer, um dia toda a podridão brasileira viria à tona, como está vindo.
Há quem suspeite que a patifaria e a corrupção chegaram a Pindorama com as caravelas de Cabral. Aqui se puseram à vontade e vinham resistindo a todos os pesticidas, com extrema bravura. Culpa nossa, que nunca nos preocupamos com as fezes de nossos políticos e administradores.
Sim, sensível leitor, fezes, aqueles resíduos não absorvidos pelo organismo humano e que são expulsos periodicamente no vaso sanitário ou local que lhe faça as vezes. A lição foi aprendida por Gulliver, de Jonathan Swift, quando visitou o país de Lagado e soube da existência ali de uma tentativa científica de determinar o caráter dos políticos pela análise de suas fezes.
Rubem Alves, o meu inesquecível filósofo favorito, já havia enfrentado o tema. Valho-me das palavras dele para expressar que a erupção fecal apodrecida, que empesteia o ar no mundo da administração pública (no Executivo, Legislativo e Judiciário) é sempre produzida de forma meditada. “Fezes são o poder, fezes são dinheiro” – constatou Rubem. A única preocupação de corruptos e corruptores é não serem apanhados. Ou que seus excrementos transbordem a fossa e passem a ser do conhecimento público.
Pois é o que ocorre no presente momento, ainda que os interesses envolvidos continuem sendo imponderáveis.
Até bem pouco tempo, todo mundo sabia ou desconfiava da existência das fezes públicas misturadas com as fezes privadas, mas prevalecia o ensinamento de Maquiavel, segundo o qual pouco importa que o príncipe tenha fezes abundantes e fedorentas; o que importa é que os súditos pensem que suas fezes são poucas e perfumadas. E delas se possa fazer bom proveito.
Aí assumiu o trono o PT de Lula e, ante os excessos da produção obreira, revelou-se inútil trancar as privadas, na esperança de que essa medida escondesse o cheiro. E, graças à atuação da Polícia Federal do delegado Daielo, do Ministério Público dos procuradores Dellagnol e Santos Lima e do Judiciário do juiz Sérgio Moro – autoridades do lado bom da Força –, o odor chegou ao conhecimento público.
Hoje, graças à devassidão revelada, as prisões da República de Curitiba estão repletas, aguardando vagas para novos e inevitáveis recolhimentos. Do lado de fora, semiasfixiada pela catinga, a patuleia teme apenas que uma ventania despropositada, gerada nas altas esferas judiciais, dissipe a fedentina. Ou o que seria muitíssimo pior: que as pessoas acabem se acostumando com o fedor, posto que, como também advertia Rubem Alves, o olfato tem o curioso poder de adaptação. E os cidadãos, ainda que não aprovem a sujeira e o aroma dela decorrente, passem a conviver com ele sem maior problema. Os narizes se tornem tolerantes e nem mais sintam o cheiro. Ou se prefira tapá-los, como se isso bastasse para purificar o ar.
Outro dia, ex-presidente da Construtora Odebrecht teve a desfaçatez de declarar que a companhia havia “comprado o Brasil”: usinas, portos, aeroportos, metrôs, rodovias, prédios, estádios… Estava tudo nas mãos da empreiteira e de outras de igual ou menor porte, mas com fezes igualmente abundantes.
Estava na hora de alguém tapar a bunda dessa gente. Célio Heitor Guimarães
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Com a tag Célio Heitor Guimarães, República de Curitiba
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Mendes diz que Fux deveria fechar o Congresso e dar a chave à Lava Jato
Mônica Bergamo – Folha de São Paulo
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) afirmou à Folha que o ministro Luiz Fux deveria “fechar o Congresso de uma vez e dar a chave ao procurador Deltan Dallagnol [da Lava Jato]”.
O ministro reagiu à decisão de Fux que, por meio de uma liminar, determinou que a Câmara dos Deputados vote novamente o projeto anticorrupção que foi apresentado ao parlamento por meio de uma proposta de iniciativa popular.
A coleta de assinaturas à proposta foi liderada pelo procurador Dallagnol e apoiada pela força-tarefa da Operação Lava Jato.
“Ele [Fux] decidiu decidir pelo Congresso. Anulou uma votação que teve a participação de 400 parlamentares. E quer criar um novo rito de tramitação [das propostas de iniciativa popular] sendo que todas as outras, como por exemplo a da lei da Fichal Limpa, tramitaram da mesma forma”, observa Mendes.
“É mais fácil então ele substituir o Congresso pela equipe da Lava Jato” segue. “Todos sabem que o projeto foi feito pela equipe da Lava Jato e quer atende a interesses de empoderamento dessa equipe. Fux então deveria entregar a chave do parlamento a eles”, finaliza o magistrado.
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Com a tag Deltan Dallagnol, gilmar mendes, Lava jato, Monica Bergamo - Folha de São Paulo
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Paiol recebe João Donato em show que comemora seus 80 anos
Ao final do show que realizou no Rio de Janeiro, com as participações de Luiz Melodia, Caetano Veloso, BNegão, Leny Andrade, entre outros amigos, João Donato afirmou que iria comemorar as oito décadas de vida até os 90. “Como uma infinita trilha sonora tenho tocado o que me sensibiliza, o que mais gostei de ouvir e tocar nestes 80 anos”, diz.
No show “O Piano de João Donato”, o pianista desfila alguns dos seus maiores ídolos do jazz, Shorty Rogers, trompetista, compositor e arranjador, um dos representantes do movimento West Coast Jazz. A envolvente “Paradise Found” recupera a nostalgia dos anos 50, quando o cool jazz gozava de alta popularidade e o jovem Donato, então com 20 anos, o descobria vorazmente. A passagem para “Outra Vez”, clássico de Tom Jobim, é feita de forma harmoniosa e a execução suave e segura do pianista aponta para um profundo conhecedor do legado do maestro brasileiro.
Considerado pelo próprio João Donato como um dos maiores tradutores de sua obra em letras, Abel Silva assina com ele “Brisa do Mar”, cuja melodia remete à infância de João nos igarapés acreanos e à maresia de sua adolescência nas visitas às praias de Copacabana e Ipanema.
O repertório segue com a música de mais um ídolo do instrumentista, o pianista Horace Silver, um dos mentores do hard-bop e do soul-jazz. “Jungle Juice” foi selecionada de sua memória afetiva, acentuando a pegada grave, mas com pisadas bem melodiosas. Do repertório intuitivo, mais uma canção que, aos olhos de Donato, é perfeita para a sonoridade peculiar do piano e que lhe dá prazer em tocar: “Manhã de Carnaval”, de Luiz Bonfá e Antonio Maria.
No set list mais um ídolo: Stan Kenton. “Invitation”, de autoria do pianista polonês Bronislaw Kaper e do repertório de Kenton, é tocada com a dissonância e a harmonia peculiares do pianista americano. O “Piano de João Donato” apresenta ainda três parcerias do pianista, que depois de 1972 começou a apostar em amigos para criar letras para suas composições. A mais popular, “A Paz”, com Gilberto Gil, mostra a diversidade de João Donato numa melodia ora densa, ora suave. O mesmo clima se repete em “Rio Branco”, para a sua cidade natal, capital do Acre. “Fim de Sonho” (com João Carlos Pádua) traduz a inventividade e o vigor de Donato ao piano.
Serviço: O Piano de João Donato. Local: Teatro do Paiol – Praça Guido Viaro, s/nº. Data e horário: 15 de dezembro de 2016 (quinta-feira), às 21h. Ingressos: R$ 120 e R$ 60 (meia-entrada ou ingresso solidário com um quilo de alimento)
A jararaca está viva
© Mauricio Lima|AFP|Veja
… Como ele mesmo disse, “a jararaca está viva”.
Não só viva, como tonificada por um governo que anuncia uma reforma da Previdência que mais se parece a um rebanho de bodes. Se isso fosse pouco, falta-lhe a humildade de reconhecer que a prometida (e indefinida) reforma trabalhista foi um balão de ensaio para enternecer o andar de cima, que acabou enfurecendo o de baixo.
A jararaca poderá morrer com uma sentença judicial, mas o acordão do Supremo Tribunal que manteve Renan Calheiros na presidência do Senado foi um presente para o comissariado. Só o tempo e os autos dirão se as culpas de Lula são suficientes para torná-lo inelegível. Para quem se esgoelou na avenida Paulista gritando “Lula cachaceiro, devolve o meu dinheiro” as notícias são ruins.
Temer despencou e Lula cresceu em Datafolha; a jararaca está viva
Os números da pesquisa Datafolha foram claros. Em julho, 31% dos entrevistados achavam que o governo de Michel Temer era ruim ou péssimo. No início de dezembro, antes que se conhecesse o conteúdo da primeira colaboração da Odebrecht, eram 51%. Tudo bem, ele recebeu uma herança maldita, mas enquanto o PT paga sua conta com a Lava Jato há mais de um ano, o PMDB de Renan Calheiros, Romero Jucá, Moreira Franco e Eliseu Padilha só agora começou a receber a visita dos cobradores. Quem sabe um dia a economia começa a respirar, a Lava Jato sai da ribalta e são Jorge ajuda. Prometendo uma “Ponte para o Futuro”, Temer oferecia esperança, pedindo confiança. A ponte virou pinguela e, como diz Fernando Henrique Cardoso, é a que temos.
A mesma pesquisa informou que entre março e dezembro Lula pulou de 17% para 25%, nas preferências para um primeiro turno na próxima eleição presidencial, com variações desprezíveis dependendo do cenário. Atrás dele vem Marina Silva em cerca de 15%, em queda em todos os cenários. Numa previsão de segundo turno, Marina derrota Lula e todos os outros. Nessas simulações, “Nosso Guia” (expressão cunhada pelo então chanceler Celso Amorim) derrota todos os outros, salvo Marina. A cruz de Lula é sua rejeição (44%), empatado com Temer (45%).
Pesquisa de opinião em 2016 para uma eleição que está marcada para 2018 vale pouco mais que um horóscopo, mas o sinal que vem do Datafolha é claro: o caminho de “todos os outros” será pedregoso. Marina Silva prevalece num segundo turno, contra Lula, Geraldo Alckmin, Aécio Neves e José Serra. Lula só perde para ela. Como ele mesmo disse, “a jararaca está viva”.
Não só viva, como tonificada por um governo que anuncia uma reforma da Previdência que mais se parece a um rebanho de bodes. Se isso fosse pouco, falta-lhe a humildade de reconhecer que a prometida (e indefinida) reforma trabalhista foi um balão de ensaio para enternecer o andar de cima, que acabou enfurecendo o de baixo.
A jararaca poderá morrer com uma sentença judicial, mas o acordão do Supremo Tribunal que manteve Renan Calheiros na presidência do Senado foi um presente para o comissariado. Só o tempo e os autos dirão se as culpas de Lula são suficientes para torná-lo inelegível. Para quem se esgoelou na avenida Paulista gritando “Lula cachaceiro, devolve o meu dinheiro” as notícias são ruins.
Os brasileiros olham com desdém para a política argentina e desprezam os vizinhos encantados pelo fenômeno do peronismo. Afinal Juan Perón foi um general larápio deposto em 1955 que voltou ao poder, caquético, em 1973 e morreu em 1974 deixando o governo para sua mulher Isabelita, uma senhora que conheceu num cabaré panamenho.
O peronismo sobreviveu a dois golpes e na sua última encarnação chamou-se kirchnerisno. Quando Perón foi deposto em 1955, os militares fizeram uma exposição das joias e vestidos de sua mulher Evita, morta pouco antes. Coisa para classificar o luxo do casal Sérgio Cabral como “periferia chic”. Vestidos? Christian Dior e Balenciaga. Joias? Uma tiara de brilhantes.
São muitas as teorias para explicar a resistência do peronismo. Seu oxigênio é a demofobia do andar de cima argentino. É uma gente finíssima, deu a duquesa de York à Inglaterra e a rainha Máxima à Holanda, só não entende um povo que vê em Evita uma princesa.
Clovis Rossi – Folha de São Paulo
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Com a tag Clóvis Rossi – Folha de São Paulo, luiz inácio lula da silva
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