Erasmocarleando à beira do caminho

© Roberto José da Silva

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Convescote

Flores, melancia e palhaços.  © Lauro Borges

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Fraga

fraga-já© Tânia Meinerz

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As vivandeiras

O Presidento e a Bela, Recatada e do Lar. © Myskiciewicz

Michel Temer envolveu o Exército no problema dos presídios. Mas só do lado de fora; dentro, a polícia militar e os agentes carcerários. Como o morticínio acontece no interior das prisões, em todos os Estados, o Exército interviria para evitar fugas ou prender os fugitivos. Em outras palavras, o Exército volta ao que fazia no Império: caçar escravos fugidos, do que se afastou com a autoridade moral conquistada na Guerra do Paraguai.

Curioso que as vivandeiras de sempre ainda não levantaram o aspecto simbólico da participação do Exército em questão não só administrativa como exclusivamente civil, na qual os administradores falharam rotundamente. Por administradores entenda-se políticos, com ou sem mandato, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Falharam, não só por erros na gestão carcerária, apenas um aspecto da questão.

Falharam sobretudo por ação e omissão, como sempre na história da República. Falhas que ampliaram exponencialmente na última república, inaugurada pela constituição de 1988: inversão de prioridades de investimento, dissipação de recursos via corrupção e contratos fraudados, situações que funcionam como o grande arco que abrange todas as deficiências da  administração pública.

Mencionei as vivandeiras, imagem do insuspeito general Castello Branco, líder do golpe de 1964, ao reprovar os golpistas que – palavras dele – “rondam os bivaques a agitar os granadeiros”. Claro que a convocação do Exército revela a falência do poder civil em mais uma entre tantas áreas da ação pública. Claro que o Exército não se julga, agora e só por isso, estimulado a assumir o poder civil.

Mas para as vivandeiras, que conhecemos em todos os matizes depois que Lula-Dilma et peterva elevaram ao estado da arte a corrupção e a degeneração política, não demora o dia em que, saudosistas e imediatistas, vejam na questão dos presídios mais um argumento para a volta da ditadura militar. Afinal, se os militares controlam os criminosos nos presídios, por que não fazê-lo com os criminosos encapsulados em governos e partidos?

Rogério Distéfano

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Bandidagem parece tirar militares para dançar

Blog do Josias de Souza

Em reunião com um grupo de nove governadores, Michel Temer Temer oscilou entre o realismo e o otimismo ao comentar, nesta quarta-feira (18), o papel dos militares na crise das prisões. Soou realista ao admitir que as inspeções das Forças Armadas, sozinhas, não resolverão a encrenca. Soou otimista ao dizer que os militares ateariam medo nas facções criminosas. “É fator de atemorização para aqueles que estão nos presídios. E fora também.”

Horas depois, o Sindicato do Crime, facção majoritária no Rio Grande do Norte, promoveu nova rebelião dentro de um presídio (assista no vídeo acima), dessa vez na cidade de Caicó. E ordenou às suas falanges que tocassem o terror do lado de fora das penitenciárias —em Caicó e também na capital, Natal. Tudo isso no dia em que o governador Robinson Faria requisitou formalmente a Temer as inspeções fardadas nas prisões.

Foi como se a bandidagem potiguar, numa coreografia ilógica, que desafia até a estabilidade dos negócios da facção, tirasse o Exército, a Marinha e a Aeronáutica para dançar. Foi como se o Sindicato do Crime, aliado local do Comando Vermelho carioca e inimigo de uma franquia nordestina do PCC paulista, estivesse encantado com as aparições na Globo, no noticiário vizinho da novela.

Produziu-se pelo menos mais uma morte dentro da cadeia. Incendiou-se a cozinha da prisão de Caicó. Queimaram-se carros do governo e ônibus em Caicó e na capital. Depois de molhar a camisa o dia inteiro, a população trabalhadora de Natal ficou sem transporte público à noite. As empresas recolheram os veículos.

Em Brasília, no encontro com os governadores, Temer dissera que é preciso liquidar o quanto antes com “esse drama infernal” que produz massacres em série nas prisões. Referindo-se ao extermínio de pelo menos 138 presos, muitos deles decapitados e amputados, Temer comentou:

“Quando as imagens chegam à TV e, mais drasticamente, por WhatsApp e internet, são cenas pavorosas, muitas vezes inimagináveis, muitas vezes difíceis de olhar. Recebi muitos depoimentos dessa natureza. Precisamos minimizar, acabar com isso, liquidar com esse assunto.”

Bobagem. Construída com método durante décadas de descaso, a tragédia dos presídios não sera resolvida do dia para a noite. Se o Estado começasse a fazer tudo certo hoje, talvez começaria a enxergar algum resultado em 30 anos. Por ora, Temer precisa rezar para que as inspeções dos militares não descambem para o fiasco. Ou para a tragédia. Depois dessa aposta, só mesmo chamando o Batman. Ou o Super-Homem.

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Fraga

suicídio

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Benett

© Benett – Gazeta do Povo

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Pleonasmo

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Clique!

jopek-200Ivan Lins (o nosso Robert de Niro) e Anna Maria Jopek.  © Lina Faria

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C’est la vie

O prefeito Rafael Greca foi internado às pressas no restaurante Ile de France. Segundo assessores, é para que a gestão de Greca ganhe corpo enquanto dá tempo e faz parte do programa Minha Gula|Minha Vida.

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A didática da derrota

© Myskiciewicz

Foi de um didatismo exemplar o discurso de Meryl Streep, durante a entrega do Globo de Ouro, ela que é uma das poucas artistas americanas que pode de fato ser chamada de atriz. Aqui no Brasil, nós fomos pegos praticamente de surpresa pela eleição de Donald Trump porque não pudemos acompanhar a reação no dia-a-dia dos americanos a atitudes como a da atriz, em seu discurso composto de algumas verdades indiscutíveis, mas totalmente fora de propósito e inclusive de lugar.

Nunca gostei de Donald Trump, por quem eu já tinha profunda antipatia já com aquele programa dele que fez sucesso no mundo todo e também por causa da sua área de atuação. Só alguém sem noção política pode achar que um empresário da especulação imobiliária e do negócios dos cassinos pode fazer algo decente num cargo público. Minha objeção a tipos como Trump é aboluta, de tal forma que talvez fosse capaz até de votar em Hillary Trump na tentativa de impedir sua vitória, assim como apoiei tantos candidatos que não valiam grande coisa aqui no Brasil, apenas para evitar um mal maior.

Trump será um desastre, até pela demolição que ele pode fazer com ideias políticas e econômicas aos quais está agarrado só pelo aproveitamento delas em seu sucesso eleitoral. Trump não é conservador, muito menos liberal, seja em economia ou qualquer outra coisa. É apenas um oportunista, que deve levar ao buraco uma carrada de conservadores, alguns deles aqui do Brasil, gente que eu acompanhava com interesse e pelas quais perdi o respeito depois do estranho apoio irrestrito a um político parecidíssimo a figuras nefastas como Lula e outros populistas demagogos da América Latina. É um nacionalista tacanho, com uma visão na qual acho muito difícil encaixar qualquer ideia de algum proveito sério.

Mas quanto ao didatismo do discurso de Meryl Streep, se ele viesse mais cedo nos daria elementos pelo menos para não ter falsas expectativas quanto ao poder do Partido Democrata de evitar a ascensão de tal figura, que além da derrota para presidente levou uma lavada em todos os outros cargos. Meryl Streep parecia estar discursando numa dessas invasões de escolas no Brasil ou numa outra coisa parecida que a esquerda brasileira arma para suas demagogias.

Dá para imaginar a batida negativa muito forte de um discurso como esse entre uma grande parcela dos americanos. O ressentimento e manipulação perpassa em toda sua fala, apesar de sua habilidade como atriz — das melhores, como já disse —, inclusive na encenada emoção lacrimosa de sua reação à suposta imitação que Trump teria feito de um jornalista com deficiência física num dos braços. A atriz americana faz mal uso de conceitos universais, como a liberdade de escolha política, os direitos individuais, o respeito às diferenças de sexo e raça ou de condição física, fazendo disso tudo um discurso politicamente correto que agride quem pensa diferente e com um tom de imposição inadequado ao debate de temas que exigem tempo e paciência, na busca ao menos de respeito mútuo, já que parece evidente que a concordância unânime jamais será alcançada.

Mas valeu o didatismo de Meryl Streep. Vimos a razão dos democratas terem sido escorraçados como opção de poder, mesmo enfrentando alguém como Trump, com sua tremenda capacidade de criar rejeição. E serviu também para sabermos que ainda tem muito chão pra cavar neste poço da derrocada dos democratas.

José Pires

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Fraga

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A primeira bomba de Marcelo Odebrecht contra Lula

© Myskiciewicz

Marcelo Odebrecht, informa a Época, “tem até o fim do mês para apresentar à Justiça explicações sobre a acusação do Ministério Público de que foi favorecido pelo governo petista após ajudar o ex-presidente Lula a arranjar um imóvel que abrigaria o Instituto Lula”. Vai ser a primeira bomba de Marcelo Odebrecht contra Lula.

o antagonista

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The Devil Wears Orange

Meryl Streep e Donald Trumpstão. Vanity Fair|Getty Images

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César Marchesini

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