Laerte

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Folha de São Paulo –  © Laerte

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Reinan

renanjosecruzabr© JoseCruz|ABr

Renan Calheiros reclama que seu afastamento – liminar do ministro Marco Aurélio, STF – foi ação contra o Senado. Pode ser, assim como as ações de Renan – e do Senado também – são contra o Brasil. A política é ambiente esquizofrênico: a realidade lá é bem outra, diferente da que vemos aqui embaixo. Opinião pública, escândalos de corrupção que levam a condenações nos estritos termos da lei, líderes envolvidos até a alma em esquemas até infantis, nada disso os atinge – e às suas tão sensíveis instituições, como o Senado de Renan, a Câmara de Eduardo Cunha, a presidência de Lula/Dilma. É que no Brasil o poder tem dono. E não somos nós.

Quando os mecanismos constitucionais do impeachment, da sentença e das liminares são acionados contra eles, os políticos decretam que as instituições foram atingidas. Renan e parceiros têm-se por ungidos, acima do bem e do mal. Quando sob risco reencarnam-se como reis absolutistas, dos que diziam “o Estado sou eu”. Se a liminar do ministro Marco Aurélio que afastou Renan Calheiros foi “contra o Senado”, não há outra conclusão: o Senado é Renan, um só corpo, uma só pessoa. Isso é mais verdade do que dizem as palavras. Apenas o ‘pequeno’ detalhe: o absolutismo acabou na Idade Média. E no Brasil, Renan acredita ser rei. Até recuo em contrário (assim mesmo) ele será. Rogério Distéfano

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Em Brasília…

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Desbunde!

a-bunda-mais-bonita-da-cidade© Tomas Rucker

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De volta às ruas

Embora não tenham alcançado as dimensões de atos anteriores, as manifestações que aconteceram em dezenas de cidades do país neste domingo (4/12) foram um sinal insofismável do aumento da insatisfação da sociedade com os rumos da política nacional.

O alvo, desta vez, foi o Congresso Nacional, nas figuras dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O Executivo, contudo, assiste com justificada apreensão às movimentações, com receio de que venham a se ampliar.

O governo Michel Temer, como se sabe, estabeleceu-se em estreita relação com o Legislativo. Trata-se de uma circunstância positiva diante da necessidade de aprovar no Congresso as medidas cruciais para ajustar a economia.

Por outro lado, tal proximidade pode se revelar ruinosa, a depender dos acertos e compromissos que se negociam nos bastidores.

Por ora, o presidente Temer depende cada vez mais dos avanços na agenda de sua equipe econômica, como a aprovação final da PEC do teto de despesas e o encaminhamento da reforma da Previdência —que será, enfim, enviada ao Congresso nesta terça (6/12).

Não são medidas que servirão de estímulo imediato à volta do crescimento, mas aumentam a confiança de empresas e investidores ao garantir indispensável disciplina fiscal no futuro.

Menos margem parece restar para Calheiros —e também para Maia. A desastrada tentativa de aprovar às pressas o pacote desfigurado de medidas anticorrupção foi um tiro no pé.

As evidências de que se tratava de criar dificuldades para o progresso da Lava Jato tornaram-se claras e o resultado foi uma forte reação da opinião pública seguida da volta do verde-amarelo às ruas.

Transformado em réu no STF, Calheiros, já enfraquecido, foi afastado do cargo nesta segunda (5/12) em decisão, em caráter liminar, do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. Sua gestão, de qualquer maneira, se encerra em 1º de fevereiro.

Maia, por sua vez, tem mais chances de frustrar-se na manobra para lançar sua candidatura na próxima eleição para a Presidência da Câmara.

O quadro, não há quem desconheça, é delicado –e poderá tornar-se dramático com a colaboração premiada da Odebrecht que se anuncia. Não é improvável que a ameaça da Lava Jato continue a mobilizar parlamentares e políticos no intuito de criar regras para evitar ou atenuar as consequências das investigações.

Por outro lado, a sociedade não se mostra disposta a tolerar uma espécie de “acordão” –e as manifestações que se reacenderam no domingo são um claro sinal de alerta a quem procura atalhos para a impunidade.

Editorial – Folha de São Paulo

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O leitor no espelho

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Ruy Castro – Folha de São Paulo

Em fevereiro próximo serão 20 anos da morte de Paulo Francis. “Paulo quem?”, perguntarão alguns. Digo isso porque —atualizando a frase de Ivan Lessa—, num país que a cada ano esquece o que aconteceu no ano anterior, Francis já devia ter sido esquecido há muito.

Mas não é assim. Sua memória continua viva e, sabendo que fomos amigos, jovens que o descobrem pelo YouTube querem saber como ele era por trás daqueles óculos.

Uma boa resposta hoje seria: leiam “A Segunda Mais Antiga Profissão do Mundo”, coletânea de suas colunas de Nova York para a Folha entre 1975 e 1990, que acaba de sair.

Descobrirão um homem que tratava a “alta” e a “baixa” cultura com a mesma sem-cerimônia, fazia citações secretas (e quem entendesse, entendesse) e usava expressões já fora de moda, como “bocó”, “do balacobaco” e “neca, Dulcineca”. Não tem preço lê-lo sobre pessoas que admirava, como Bernard Shaw, H.L. Mencken, George Orwell.

Francis era político em tudo que escrevia, mesmo que sobre jornalismo e cultura, como neste livro —que se passa bem na época de sua, para mim, propalada conversão da esquerda para a direita.

Conheci Francis em 1967. Pelos 30 anos seguintes, encontramo-nos com frequência em três continentes e nunca o vi como um homem de esquerda.

Foi preso quatro vezes pela ditadura, entre 1968 e 1971, embora seu único risco para o regime fosse o de, um dia, convencer o povo de que os militares eram um bando de jecas atônitos com o poder.

Os jovens que participavam das passeatas em 1968 o achavam um “burguês idealista e livresco”, insulto então terrível.

No futuro, ele apenas assumiria, rindo, essa definição. Francis escrevia para um leitor utópico, capaz de decifrar até suas entrelinhas. Mas esse leitor só existia em seu espelho —o que torna sua leitura, hoje, uma festa.

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A morte de Fidel

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É bom saber que um comunista da cidade (sim, eles ainda respiram) lançou em 1985 o livro “Albânia: horizonte vermelho nos Balcãs”, obra em que o pequeno país europeu é retratado como filial do paraíso na Terra e Enver Hoxha tido como grande estadista. Sentiram?

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É guerra!

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© Roberto José da Silva

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Dibujo

Desenho da Série AlfaBetoBatata

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Tempo

04Fábio Campana, nos velhos tempos de Zapata, El Bigodón, em companhia de Arino Buchmann. © Myskiciewicz

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Fraga

Retícula sobre foto de Orlando Pedroso

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Mural da História

o-ex-tado-do-parana-2tabare-21º de março, 2005

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O Brasil

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© Nelson Almeida|AFP

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Tempo

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Da esquerda para a direita, todos eles.  © Lina Faria

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O jagunço das Alagoas

renan© Myskiciewicz

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