A tragédia eleitoral que se abateu sobre o PT no primeiro turno das eleições municipais deflagrou um fenômeno inédito: a autoridade de Lula começa a ser questionada por alguns de seus próprios correligionários. Por ora, as críticas soam em ambientes internos. Longe dos refletores, petistas de mostruário acusam Lula de retardar a renovação da direção partidária. O movimento de cobrança começa a ganhar os contornos de uma onda.
Um petista histórico disse ao blog que deve procurar Lula para aconselhá-lo a se afastar da rotina partidária. Avalia que o ex-presidente deveria se dedicar em tempo integral à sua defesa, liberando o partido para apressar a substituição dos seus dirigentes, a começar pelo presidente, Rui Falcão. Afirma traduzir o sentimento de um número crescente de filiados insatisfeitos com o estilo centralizador que Lula imprime à sua liderança.
Os insatisfeitos desejam antecipar de dezembro de 2017 para o início do ano a escolha dos novos dirigentes. Antes da abertura das urnas municipais, falava-se em abril. Agora, uma parte dos descontentes já defende que o calendário seja encurtado para janeiro ou fevereiro. Reivindica-se também o fim do chamado PED, o processo de eleições diretas do PT. Alega-se que esse modelo favorece a corrente majoritária de Lula, Construindo um Brasil Novo.
Nos fundões do PT, critica-se também o rol de nomes cogitados como potenciais substitutos de Rui Falcão. A lista inclui o próprio Lula e duas alternativas endossadas por ele: o ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner e o senador Lindbergh Farias. Em menor ou maior grau, os três estão sob a mira da Lava Jato. E os petistas desgostosos receiam que, optando por um deles, o partido acabe virando a página para trás.
Filha de um ‘serial killer’ e dona de uma empresa de jogos eletrônicos, Michèle Leblanc mora sozinha e tem um dia-a-dia cheio de acontecimentos familiares. Enquanto está para lançar seu novo projeto, no qual uma mocinha é abusada por um horrendo monstro, sua vida imita a arte e Michèle é estuprada dentro de casa por um homem mascarado. Sabendo pelas pistas deixadas que seu algoz vive ao seu redor, ela tentadesvendar o crime.
Paul Verhoeven, França/Alemanha/Bélgica, 2016, 130m. Imperdível!
Elenco: Caco Ciocler, Caio Blat, Camila Márdila, Georgette Faddel, Javier Drolas, Julia Lemmertz, Magali Biff, Manuela Martelli, Rodrigo Bolzan. Música escrita, arranjada e dirigida por Arthur de Faria, interpretada pela Ultralíricos Arkestra: Adolfo Almeida Jr., Mariá Portugal, Gustavo Breier e Pedro Sodré. Direção de Arte Daniela Thomas e Felipe Tassara. Iluminação Beto Bruel. Figurinos Veronica Julian
“(…) Se O Rei da Vela do Oficina desvencilhou-se desse emaranhado sólido ao encontro de seu próprio momento, A Tragédia Latino-Americana tem força para acrescentar, na linha histórica, mais uma pedra fundamental ao famigerado Brasil”. Leandro Nunes, O ESTADO DE SÃO PAULO
“(…) Entre as cabeças e as carnes, que extirpamos de nós depois de madeiras e minérios, esses homens e mulheres nos oferecem a visão do espírito de uma época, de um lugar no mundo, de uma forma nova de fazer teatro, literatura e arte. Pateticamente cultos, anárquicos na forma, eternamente subversivos. Salve A Tragédia Latino Americana. Por ela, por causa dela, apesar dela, estamos aqui muito mais vivos e profundamente acordados que o resto do mundo. Só precisamos sobreviver a nós mesmos. No Brasil de 2016, espetáculos como este –um farol varrendo o escuro do mar em fatias de luz, totem com olhos incandescentes para além do abismo – ajudam”. João Paulo Cuenca, FOLHA DE SÃO PAULO
(…) É contra os monolitos que este novo trabalho de Hirsch se impõe. E sabendo que faz teatro, e da condição efêmera dessa arte, põe em cena uma infantaria de atores diante de uma imensa barricada de isopor, dando a chance de os atores brincarem de construir e desconstruir o mundo à própria vontade, modelando o cenário, os textos e as muitas ideias que formam esse complexo quebra-cabeças a respeito da condição trágica do homem latino-brasileiro (…)” Luiz Felipe Reis, O GLOBO
“(…) Com falas em português, inglês, espanhol e até francês – quase sempre traduzidas –, a peça discute temas como a violência, as mazelas sociais, as condições precárias de vida, a literatura, o binarismo político e ideológico, o sistema elitista, a não valorização da própria cultura, a falta de consciência histórica, entre outros (…)” CATRACA LIVRE
“(…) A história que a peça nos conta a partir da voz de autores latino-americanos é uma narrativa que nossa educação, seja formal, seja informal, nos ensinou a ignorar. Aprendemos a ignorar os índios que morreram e morrem violentamente nas mãos do desenvolvimento. Aprendemos a ignorar os escravos que atravessaram dores do tamanho de oceanos. Aprendemos a ignorar os milhões de miseráveis (des)tratados até hoje como pessoas capazes somente de servir. Aprendemos a ignorar quem não veste a mesma camiseta que incorporamos – cada camiseta presa aos corpos é uma máquina que semeia a ausência de empatia. Ignorar se tornou uma maneira de nos proteger de uma história que, olhada de perto, nos deixa com calafrios.E a maior qualidade da peça dirigida por Hirsch é a coragem de resgatar, ao mesmo tempo, o passado e o presente que dão calafrios, e most rá-los com a sutileza e o sorriso incomodado de quem sabe o peso incalculável de cada gota de sangue arrancada à força. O que mais me espantou ao ver A Tragédia Latino- Americana foi voltar do teatro e me dar conta que a peça não está apenas em cartaz no Sesc Consolação, em São Paulo. A Tragédia Latino-Americana está em cartaz aqui em casa. Na minha e na sua casa. Ela acontece a cada minuto que compactuamos com a violência que sustenta o chão onde pisamos – e falo aqui principalmente da violência que reduz o outro e nós mesmos a uma rasa definição e nada mais. A Tragédia Latino-Americana acontece a cada minuto em que, numa escola, numa conversa, num jornal, fala- se sobre o Brasil ou qualquer outro país vizinho sem que se leve em conta as várias narrativas que disputam espaço para constituir as iden t idades em movimento (…)” André Gravata, UOL EDUCAÇÃO
“(…) Falando de histórico, de vez em quando também é sempre bom olhar no retrovisor. Em 1967, o teatro paulistano trazia na pele a força de ser contracultura. A Tropicália não significava só Caetano e Gil (como se isso fosse pouco) mas a cena cultural se inscrevia e caminhava como ARTE, sem distinções de linguagem. O autodescobrimento que O Rei da Vela proporcionou por meio das canoas de Zé Celso revelou um Brasil cru das lentes norte-americanas. A insistência de Renato Borghi em montar o texto era sintoma da inquietação de muitos artistas e da urgência do próprio tempo. Não significava emoldurar a realidade no palco, mas de fruir o presente para longe do fascismo vigente. Para todo teatro de seu tempo, existe um público situado no mesmo tempo-espaço. No lado dos artistas, nossas frentes estão muito bem representadas. A gran de diversidade de espetáculos encaixotados – viciados em um patrocínio que sofre de baixa autoestima ideológica – cumprem temporadas cada vez mais curtas. Ao público cabe reproduzir a culpa (“não gosto de teatro”, “não entendo de teatro) tão bem semeada no discurso da população. A falha aqui é discernir espetáculo de projeto histórico. O erro foi o teatro misturar, no mesmo lugar, o tempo presente de sua experiência com tempo urgente de suas contas a pagar. É o perigo dourado de transformar ossos em ouro, como a paródia A Nova Califórnia, presente na Tragédia. Nele, Magali Biff faz um desbunde ao horror. Bem, agora mesmo, a política nacional acumula notícias que esse texto não dará conta de citar. São os mesmo blocos concentrados de substância de guerra se deslocando no jogo d o poder. Do lado de cá, na sociedade, eles se autoexcluem com os carimbos “100 % Negro”, “100% Ateu”, “100% Gay”, “100% Vegano” e tantos outros. A necessidade de negar origens firma-se como instinto à sobrevivência. Se O Rei da Vela do Oficina desvencilhou-se desse emaranhado sólido ao encontro de seu próprio momento, A Tragédia Latino-Americana tem força para acrescentar, na linha histórica, mais uma pedra fundamental ao famigerado Brasil”. O ESTADO DE SAO PAULO
“Será sempre lost in translation enquanto não se encontrar o nome próprio. Enquanto o Brasil não falar em nome próprio. Enquanto o Brasil seguir insistindo em ser descoberto quando o que precisa é se inventar. Essa realidade é o cenário da extraordinária peça de Felipe Hirsch e Os Ultralíricos, A Tragédia Latino- Americana, em que os blocos são construídos para em seguida desabarem e serem rearranjados para logo depois virarem ruínas e tudo então ser mais uma vez reconstruído para desabar de novo e de novo e de novo.” Eliane Brum, EL PAÍS
O ex-presidente Lula reagiu na tarde desta quarta-feira ao seu indiciamento, por parte da Polícia Federal, por corrupção. Em texto publicado na sua conta no Facebook, Lula garante que “sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois” dos seus dois mandatos como presidente.
Lula é acusado de favorecer a Odebrecht em negócios em Angola. Em contrapartida a ajuda, a Odebrecht teria contratado uma empresa vinculada a Taiguara Rodrigues dos Santos, 42 anos, sobrinho da primeira mulher de Lula, Maria de Lourdes da Silva, que morreu em 1971.
Segundo ex-presidente, seus advogados souberam da decisão pela imprensa, o que “deixa claro que não são processos sérios de investigação”. O indiciamento da PF seria parte de uma “campanha de massacre midiático” para destruir sua popularidade.
Lula ainda garante é investigado há 40 anos, e que mesmo depois de ter “todas as suas contas e de seus familiares devassadas” e “seu sigilo bancário, fiscal e telefônico quebrado”, nenhuma irregularidade foi encontrada.
A nota publicada .
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sua vida investigada há 40 anos, teve todas as suas contas e de seus familiares devassadas, seu sigilo bancário, fiscal e telefônico quebrado e não foi encontrada nenhuma irregularidade. Lula não ocupa mais nenhum cargo público desde 1º de janeiro de 2011, e sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ocupar dois mandatos eleitos como presidente da República. A defesa do ex-presidente irá analisar o documento da Polícia Federal, vazado para a imprensa e divulgado com sensacionalismo antes do acesso da defesa, porque essa prática deixa claro que não são processos sérios de investigação, e sim uma campanha de massacre midiático para produzir manchetes na imprensa e tentar destruir a imagem do ex-presidente mais popular da história do país .
Anne Alvaro (1951, Oran , Argélia ) atriz francesa, atua desde o início dos anos 1970. Ela é provavelmente mais conhecida por seu papel como Eleonore em Danton . Ela ganhou um prêmio César de Melhor Atriz Coadjuvante por O Gosto dos Outros , em 2001, e outra para o Ruído do Gelo em 2011. Alvaro também apareceu em filmes televisivos, adaptações jogo, e séries. Em 2010, na terceira temporada do drama de TV francês, Engrenages .
Um escritor alcoólatra recebe a visita inesperada do câncer. No início acha que é uma brincadeira, mas com o passar do tempo percebe que é tudo verdade. O câncer se muda para sua casa e não sairá nem por um segundo. Les Bruits Des Glaçons, de, Bertrand Blier, com Jean Dujardin, Albert Dupontel, Myriam Boyer, 2010. França.
O tema da morte personificada é antigo. Nos tempos medievais, a imagem da morte estava muito presente. A morte dançava e a morte triunfava. Entre tanta fome, guerra e peste, a morte se convertia em uma imagem cotidiana. Nas gravuras de Hans Holbein, vemos a morte em cenas cotidianas, ao lado de seres humanos, gestos e ações como para arrebatar seu temperamento terrível. Não é de se estranhar que assim fosse, a morte a vida estavam, então, estreitamente relacionadas. Mais ainda a morte e a doença eram sinônimos. Estar doente era morrer. Em Sétimo Selo (1957), de Ingmar Bergman, o cavaleiro que retorna das cruzadas se depara com a peste (a doença) que arrasou o território. Logo, aparece A Morte, aquela famosa Morte de Bergman, e o cavaleiro e a Morte se enfrentam em uma partida de xadrez.
Em O Ruído do Gelo (Le Bruit Des Glacons, 2010), o veterano Bertrand Blier (Linda Demais para Você/Too Beautiful For You, Ménage, Quartos Separados/Notre histoire) retoma o tema da morte representada, da morte convertida em pessoa, através da figura de um homem elegante, formal, interpretado por Albert Dupontel. Um dia, ele bate à porta de quem há de morrer em breve, um escritor bêbado e em crise, interpretado por Jean Dujardin, ganhador do Oscar. A morte, neste caso, se apresenta como doença (a relação segue ainda nos dias de hoje). A morte é o câncer do escritor. Mas, além disso, esta doença-morte tem algo de mefistofélica. Essa elegância, esse porte, esse temperamento entre o afável, sedutor e misterioso, não deixa de nos lembrar o diabo “redimido” de Milton, mas, sobretudo, de Fausto, de Goethe. Umberto Eco em sua História da Feiúra também nos lembra de Dostoievski em Os Irmãos Karamazov: «Era um senhor, ou melhor dizendo, uma espécie de gentleman russo, não tão jovem, qui frisait la cinquantaine, como dizem os franceses, com fios brancos em seus fartos cabelos escuros e sua barbicha aparada.”Continue lendo →
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