Quero-queros

quero-queros© Ricardo Silva

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Por que Dilma e Lula discursam aos berros?

© Myskiciewicz

Para quem não conheceu João Zelesny, lá vai.

Era um daqueles padres que, mesmo depois do Concílio Vaticano II, continuou enfatiotado numa batina negra e esvoaçante – nunca lavada, segundo a maldade dos alunos. Um iugoslavo da gema, nascido no Brasil, que lecionou Filosofia (preferia se dizer professor de Metafísica) na então Faculdade Católica do Paraná, hoje PUC/PR. Era um sujeito grande, afobado, suarento, que dava a impressão de estar sempre atrasado para um encontro importantíssimo. Nisso lembrava o Coelho da Alice no país das maravilhas. Aliás, tinha um relógio enorme dependurado numa corrente, que puxava do bolso da batina num só golpe – agitado, mal o olhava, tornava a enfiá-lo no bolso. Se alguém lhe perguntasse que horas eram, ele precisava olhar o relógio de novo. Como um mágico, retirava lenços encardidos da manga da batina, enxugava o rosto encharcado de suor e despejava sobre nós, alunos de filosofia, os ensinamentos de São Thomás de Aquino.

Passava pelos corredores da Católica, que ficava na esquina da XV com a Tibagi, numa velocidade de atleta profissional, carregando uma maleta preta, gorda, de onde era capaz de retirar livros de filosofia em grande quantidade, lenços encardidos, eventualmente uma dentadura, além de uma bíblia reluzente, não de limpeza, mas de tão gasta pelo uso.

Pois um dia vou escrever mais sobre ele. É um personagem notável. Hoje apenas registro algo que ele disse em sala de aula, não sei a que propósito, a respeito de pessoas que falam aos berros:

– São inseguros. Por isso simulam a segurança do berro.

Pois hoje, cada vez que sou obrigado a ouvir os discursos – vamos chamá-los assim, por falta de palavra melhor – da presidente Dilma, me lembro de Padre João e de sua análise dos berradores.

 Ao falar, ela oscila de um lado para outro e berra, pouco importando a ocasião ou a plateia que enfrente. Nem a potência dos microfones. Não acredita em botões de volume.

É com certeza uma criatura muito insegura. Confusa e insegura. Teme que não acreditem em seus poderes porque ela mesma duvida deles. Tal como seu criador, que se disse o inventor do poste, está sempre nos limites da apoplexia.

Duas criaturas que foram guindadas a postos que jamais imaginaram e para os quais não estavam talhadas.

E dá-lhe berreiro, sobrancelhas desencontradas, gestos desconexos, balanços aflitos, concordâncias gramaticais inéditas, metáforas constrangedoras.

PS: para não ser injusto, lembro que muitos políticos discursam aos berros; uma insegurança própria do bando.

 sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Roberto Gomes

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

A defesa de Dilma

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT), ao comparecer perante o Senado Federal convertido em júri do processo de impeachment, ofereceu ao país, de própria voz, a defesa mais minuciosa e firme de sua conduta na Presidência.

O centro de gravidade da participação esteve no discurso de abertura, pois as respostas dadas às questões dos senadores servem mais para reiterar as conhecidas limitações em matéria de eloquência. Já na leitura da peça inicial, defendeu-se com brilho oratório inusual e passagens de genuína emoção.

Não que tenha surpreendido na forma e no conteúdo dos argumentos jurídicos e políticos. Após quase nove meses de processo e pleno exercício do direito de defesa, não havia ângulos novos a iluminar nem revelações capazes de alterar o desfecho do julgamento.

Ainda assim, Dilma Rousseff teve momentos notáveis em seu pronunciamento final, “para a história”. Os pontos altos vieram quando equiparou o impeachment a uma pena de morte política e afirmou que o julgamento por seu “conjunto da obra” só poderia ser feito pela população, em eleições.

São formulações em tudo adequadas à gravidade que esta Folha sempre atribuiu à deposição constitucional de um presidente da República, evento que nada tem nem pode ter de trivial. Revogar o mandato presidencial conferido pelo desejo manifesto dos eleitores exige fatos e evidências excepcionais sobre o envolvimento direto do chefe do Executivo em irregularidade inequivocamente tipificada como crime de responsabilidade.

Ainda que haja farta base factual nas tais pedaladas fiscais, esteio principal da acusação, muitos dos que não estão familiarizados com as tecnicalidades enxergarão aí a “frágil retórica jurídica” para cassar-lhe o mandato denunciada pela presidente afastada.

No entanto, mesmo sendo questionáveis as alegações, não há como negar que os senadores estão plena e constitucionalmente investidos da autoridade para decidir se elas recaem sob a figura do crime de responsabilidade. Por isso se diz que o processo é a um só tempo jurídico e político.

No plano da política, aliás, ao deixar a defesa para ir ao ataque, o discurso da presidente afastada reincidiu nos vícios antigos. Insistiu num paralelo entre seu impedimento e golpes de Estado tão insustentável quanto sua aspiração a perfilar-se como um Getúlio Vargas ou um Juscelino Kubitschek.

Após lançar a economia do país numa de suas piores recessões, façanha pela qual nunca se penitenciou, resta a Dilma Rousseff apenas almejar que a história do Brasil a reconheça como vítima —jamais como a estadista que nunca foi.

Editorial – Folha de São Paulo

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Depois da queda, a caçada

Para PT, queda de Dilma é penúltimo passo antes de ‘caçada final’ a Lula

O PT vive o impeachment de Dilma Rousseff como o penúltimo capítulo de uma saga que pode terminar com a condenação e até, no limite, com a prisão do ex-presidente Lula.

Senadores do partido e interlocutores do petista faziam reservadamente essa análise. Depois da queda final da presidente, começará o que eles consideram uma tentativa de “caçada final” a Lula, para impedi-lo de concorrer à Presidência em 2018.

Repetem, assim, diagnóstico feito por José Dirceu quando foi condenado pelo mensalão, em 2012. Ele dizia que seria o primeiro a cair, e que em seguida viriam Dilma e Lula. Reclamava que alertava o PT, mas que o partido não dava a menor bola.

Mônica Bergamo – Folha de São Paulo

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Imagem ruim

Chamei um técnico da NET para ver o que estava acontecendo com minha TV. Ele chegou, mexeu, mexeu, ajustou os cabos, fez o que era necessário e disse: “A imagem da TV do senhor está ótima, alta resolução, perfeita. Talvez essa mulher, ex-presidenta , que está respondendo perguntas lá em Brasília, é que esteja com a imagem ruim. Mas isso passa”. E foi embora. Sentiram?

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Salve-se quem puder!

© Roberto José da Silva

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Dilma chega às últimas cenas dirigida pelo caos

28.ago. 2016 – Dilma recebe a visita do ex-presidente Lula no fim da tarde deste domingo, no Palácio da Alvorada. O encontro acontece na véspera do depoimento dela para o julgamento do processo de impeachment. Lula está entre os convidados que a presidente afastada levará ao Senado. © Reprodução Facebook

Blog do Josias

A autodefesa de Dilma Rousseff no Senado é cenográfica. Sabendo-se cassada, Dilma tem a pretensão de falar para a história, não para os 81 senadores. Ensaiou suas melhores poses para as lentes dos documentaristas que filmam o último capítulo de sua Presidência. Dilma sobe no palco sob a direção do caos —ou de Lula, que muitos acreditam ser a mesma coisa.

Quando começa o caos?, perguntavam-se os brasileiros em crises passadas. O que é o caos? Onde fica o caos? Dilma matou, finalmente, a curiosidade coletiva. Seu governo apresentou a nação ao caos. De gestora impecável, Dilma virou uma espécie sui generis de totem. Um totem revestido com papel de moscas, que traz grudados todos os indicadores de uma administração ruinosa.

Entre 2013 e 2016, a economia brasileira encolheu 6,8%. O desemprego saltou de 6,4% para 11,2%. Foram ao olho da rua algo como 12 milhões de patrícios. A Lava Jato demonstrou que o único empreendimento que prosperava no Brasil era a corrupção. A força-tarefa de Curitiba já produziu 106 sentenças condenatórias. Juntas, somam 1.148 anos, 11 meses e 11 dias de cadeia. Em Brasília, encontram-se sob investigação no Supremo Tribunal Federal 364 pessoas e empresas.

Diante desse cenário, com a ruína a pino, as causas invocadas para cassar Dilma —o uso de recursos de bancos públicos para pedalar despesas que eram de responsabilidade do Tesouro e a abertura de créditos orçamentários sem a autorização do Congresso— são pretextos para condenar uma administradora precária pelo conjunto de sua obra.+

Guiando-se por um script que traz as digitais de Lula, Dilma fala às câmeras dos documentaristas sobre uma crise que é sempre culpa dos outros. Em timbre emocional, recorda seus tempos de prisioneira da ditadura. Lembra da luta contra o câncer. E repete o lero-lero segundo o qual jamais imaginou que teria de pegar em lanças contra outro “golpe”. Diz isso em pleno Legislativo, num julgamento comandado pelo chefe do Judiciário.

No papel de ‘inocenta inútil’, Dilma evoca os 54 milhões de votos que recebeu em 2014 para defender seu retorno à poltrona de presidente. Não para governar, mas para convocar um plebiscito capaz de livrar o país dela própria e de Michel Temer simultaneamente. Cética, a plateia se diverte com as palavras de Dilma como quem brinca de roleta russa, na certeza de que a sinceridade que a oradora manipula está completamente descarregada.

Em poucas horas, Dilma irá embora. Levará com ela as lentes dos documentaristas. Mas deixará a crise, que continuará fervilhando como uma telenovela sem fim. Livres dos desafios da interinidade, Temer e seu exército de brancaleone —liderado por renans, jucás e outros xamãs— serão relegados a tarefas menores como, digamos… trabalhar.

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Álbum

© Ricardo Silva

Publicado em álbum | Com a tag , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Benett

© Benett

Publicado em Benett | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Instituto Lula: desviou, pagou

© Myskiciewicz

A Folha noticia que a Receita Federal suspendeu a isenção tributária de que gozou o Instituto Lula entre 2011 e 2014. Motivo: “desvio de finalidade”.

O maior “desvio de finalidade” foi repassar 1,3 milhão de reais para a G4, empresa de Lulinha.

O Instituto Lula terá de pagar os impostos do período e multa entre 8 milhões de 12 milhões de reais, de acordo com o jornal.

Lula não tem moral nem para dar apoio moral.

o antagonista

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Trupe de elitatal

Da esquerda para a direita, todos eles. Alfatatal. © Gilson Camargo

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Lula, no tempo em que comia pão com sardinha com trabalhadores

© Myskiciewicz

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Suspense

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Tchans!

Alia. © IShotMyself

Publicado em tchans! | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Mural da História

31 de dezembro, 2014. Em algum lugar do passado

Publicado em mural da história | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter