Mural da História

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Lula tenta salvar o mito

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Bernardo Mello Franco – Folha de São Paulo

No momento mais dramático de sua carreira, o ex-presidente Lula entra em duas batalhas simultâneas. Sua prioridade é se defender da Lava Jato, que ameaça levá-lo para a cadeia e suspender seus direitos políticos. Ao mesmo tempo, ele tentará salvar o mito que começou a construir há mais de três décadas, nas greves do ABC.

Lula superou a miséria, enfrentou a ditadura, fundou um grande partido e se tornou o primeiro operário a chegar à Presidência da República. Essa trajetória épica foi posta em xeque pela denúncia da força-tarefa de Curitiba, que o acusou de ter sido o “comandante máximo” de um esquema bilionário de corrupção.

Num longo discurso de defesa, o ex-presidente apelou à emoção e chorou ao menos três vezes diante das câmeras. Ele disse ser inocente, lembrou a infância pobre e reclamou de desrespeito à sua família. As lacunas da acusação e a agressividade dos procuradores o ajudaram a se apresentar como vítima de excessos.

“A perseguição contra mim é por causa das coisas boas que nós fizemos neste país”, discursou, sem responder a perguntas sobre as acusações. A fala ofereceu novo mote à militância petista. A ordem é apresentar a ofensiva da Lava Jato como prova de um “golpe continuado” —que, depois de cassar Dilma Rousseff, tentaria tirar Lula da eleição de 2018.

Num primeiro momento, o bombardeio tende a servir de alívio ao governo. Nas últimas semanas, a esquerda começava a voltar às ruas com duas bandeiras: “Fora Temer” e “Nenhum direito a menos”. Agora o PT e o lulismo serão empurrados mais uma vez para a defensiva.

Por outro lado, líderes da nova ordem admitem que a agressividade dos procuradores e a defesa emocional de Lula podem virar parte da opinião pública a favor do ex-presidente. Isso ajuda a explicar por que grão-tucanos como Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves adotaram tom de cautela e evitaram comemorar a denúncia contra o velho rival.

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Requiescat in pace

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Domingos Montagner (1962|2016), ator, teatrólogo e empresário brasileiro. Iniciou sua carreira em teatros e circos, através do curso de interpretação de Myriam Muniz.

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Blasfêmeas

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Recebi ontem de Talita do Monte, querida amiga (participamos juntos do Salão Internacional de Humor do Piauí, com Albert Piauhy, por quase 10 anos) o livro Blasfêmeas, Elas Entre Poemas e Prosas, Coleção Poesia de Bolso, 2014, que nasceu em Parnaíba, com organização de Carlos Pontes.

Mãe d’água

Das barbas do velho monge
Vi nascer a mãe das águas
Um grito fino e profundo
Que rebenta até fio de mágoa
Sem ser água cristalina
Tem cor de cunhã menina
E abrigo para muitas almas
A vida do pescador
Tornou-se muito arriscada
Temendo morrer de fome
Esquece a mal-assombrada
Mas quando o sol vai embora
O pobre sem muita demora
Se avexa em dar remada
Se acalme não se apavore
Mãe d’água não é do mal
Seu encanto transforma em pedra
Quem mata e caça animal
Polui tudo que é rio
Espalhado pelo Brasil
O paraíso florestal

Talita do Monte

Amanhã tem mais. Obrigado Talita e suas talitinhas, beijos, salamaleques e namastê!

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Patrimônio de Lula cresceu 360% desde o fim do segundo mandato

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© João Godinho|O Tempo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou seu patrimônio pessoal em 360%, em valores nominais, com a renda obtida com sua empresa de palestras, após o fim de seu segundo mandato na Presidência, em 2010.

A soma de seus bens chegou a R$ 8,8 milhões no fim do ano passado, apontam declarações de Imposto de Renda do petista que integram a denúncia criminal apresentada contra ele na quarta (14).

Segundo o documento entregue por Lula ao fisco, em 31 de dezembro de 2010 o ex-presidente tinha patrimônio de R$ 1,9 milhão.

Já em 2015, a declaração registra que, ao final daquele exercício, o valor total de seus bens era de aproximadamente R$ 8,8 milhões –um aumento de R$ 6,9 milhões.

De acordo com documentos entregues à Receita, a evolução patrimonial teve lastro em renda obtida com a L.I.L.S, empresa de palestras de Lula, criada após ele encerrar seus dois mandatos à frente da Presidência.

Entre 2011 e 2015, a L.I.LS. distribuiu lucros e dividendos no valor de R$ 8,5 milhões para o petista. Nesse período, Lula deu cerca de 70 palestras no Brasil e exterior, segundo +ele próprio afirmou à PF.

A maior transferência de valor da empresa para Lula ocorreu em 2014, no montante de R$ 5,6 milhões. Foi em novembro daquele ano que estourou a fase mais ostensiva da Operação Lava Jato, que prendeu executivos e acusou o governo federal de arrecadar propina via Petrobras.

Os repasses para a L.I.L.S feitos por empreiteiras acusadas na Lava Jato são alvo de investigações pela força-tarefa do caso.

Segundo a PF, a L.I.L.S recebeu R$ 21 milhões entre 2011 e 2015. Desse total, R$ 9,9 milhões foram pagos por empreiteiras investigadas.

À Polícia Federal Lula afirmou que cobrava “exatamente US$ 200 mil, nem mais e nem menos”, por todas as suas palestras –o mesmo valor que o ex-presidente americano Bill Clinton cobraria.

“Quando eu deixei a Presidência da República, eu era considerado o melhor presidente do início do século 21”, disse aos policiais, ao justificar o preço. “Nós pegamos o valor do Bill Clinton e falamos o seguinte: ‘Nós fizemos mais do que ele, então nós merecemos pelo menos igual’.”

O objetivo, segundo o ex-presidente, era “vender o Brasil” e falar de suas perspectivas de futuro.”Eu fazia isso com muito orgulho; se tivesse disposição, eu teria feito uma palestra por dia, ou até duas, se eu quisesse”, afirmou aos delegados federais, em março.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que “as atividades da L.I.L.S são absolutamente lícitas, lastreadas em palestras devidamente documentadas e de conhecimento geral”.

Folha de São Paulo

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Allan Sieber

allan-sieber© Allan Sieber

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Mural da História

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delubio-soares-214 de outubro, 2008 

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As rosas falam

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© Roberto José da Silva

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Lava Jato

bem-vindo-lula

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Mendes está moralmente impedido de atuar em ação da chapa Dilma/Temer

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O pedido de impeachment de Gilmar Mendes, com a intenção de destituí-lo do Supremo Tribunal Federal e, por consequência, do Tribunal Superior Eleitoral, tem estreita possibilidade de prosperar. Seus signatários, todos de alta qualificação e reputação, e ninguém dado a receber “santo” ou dinheiro pelo pedido de impeachment, adotaram sua iniciativa com pleno conhecimento da dificuldade que a esperaria: receber, encaminhar ou recusar o pedido são tarefas do presidente do Senado, o acossado em oito ações judiciais no Supremo e na Lava Jato, Renan Calheiros.

Costumeiro criador de artifícios para esgueirar-se entre o contra e o favorável, o senador não surpreenderá se o fizer mais uma vez, e nem seria a última. Delegar a decisão ao plenário, por exemplo, em nome de uma definição institucional e não apenas pessoal. De qualquer modo, parte da intenção do pedido estará assegurada, ao registrar e chamar a atenção para o que os signatários denunciam como atitudes de Gilmar Mendes incompatíveis com os dispositivos legais e regimentais do Supremo.

Manifestação pública sobre processo em curso no tribunal, protelar julgamento, quebra do decoro, manter-se como juiz quando deveria dar-se por impedido, são algumas das acusações e exemplificações do pedido de impeachment. Mas, neste momento, transcorre um caso de anormalidade engrandecida pelas atuais circunstâncias institucionais e políticas.

Ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes recusou a transferência, para outro ministro, da parte que conduzia sobre possíveis irregularidades na campanha Dilma/Temer. Atitude capaz, por si só, de suscitar suspeitas de sua motivação. Gilmar Mendes foi mais longe: já com o impeachment correndo no Senado, foi ao Palácio Jaburu para longa conversa fechada com Michel Temer, que é tão suscetível quanto Dilma nas possíveis irregularidades sob exame no TSE.

Gilmar Mendes está moralmente impedido de se pronunciar no processo e julgamento da campanha Dilma/Temer. E talvez até de presidir o provável julgamento. Nada indicando, porém, que o reconheça.

Quando em processos judiciais surge justificada indagação sobre eventuais motivações de quem acusa ou julga, algo vai mal, com tendência a piorar. Não foram poucos os estranhamentos da suspensão, pelo procurador-geral Rodrigo Janot, das negociações para delação premiada de Léo Pinheiro, presidente da OAS.

A ocorrência de vazamento foi a pretensa explicação de Janot, sem que os vazamentos de todas as outras delações premiadas as suspendessem. O teor do vazamento nem ao menos convinha a Pinheiro, enquanto na própria Lava Jato o vazamento é irreparável.

Com a mesma falta de explicação convincente, Sergio Moro determinou a volta de Pinheiro para a cadeia. Sob a ameaça de perder o direito à delação premiada e já de volta à cadeia, Léo Pinheiro foi cercado pelo mínimo de ética judicial e o máximo de pressão. Condições ótimas para desdizer que o apartamento em Guarujá é da OAS, como sustentou em depoimentos anteriores, e enfim apontar Lula e Marisa como donos. Pelo visto nesta quarta (14), nada feito, ou Léo Pinheiro seria a estrela da nova carga da Lava Jato contra Lula.

janio de fretitas

Janio de Freitas – Folha de São Paulo

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Mural da História

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A propina de 20 milhões de reais para Pimentel

odebrecht-palhcoA 8° fase da Acrônimo baseou-se da delação do operador de Fernando Pimentel, o Bené.

Segundo Lauro Jardim, ele “contou detalhes dos encontros de João Nogueira, da Odebrecht, com Eduardo Serrano, chefe de gabinete de Fernando Pimentel no primeiro governo Dilma, a fim de acertar propina de R$ 20 milhões para que o ministério e o BNDES atendessem aos pedidos de financiamento da Odebrecht nas obras do metrô de Buenos Aires e em Moçambique”.

E mais:

“Bené também relatou o encontro que Marcelo Odebrecht e Pimentel tiveram em Brasília para tratar da propina”.

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o antagonista

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Trip

trevista-tripRevista Trip – 30 anos de sensualidade.

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Tenho medo

TODO-DIA-É-DIAtenho medo

da guerra atômica eminente
(e de pastel de camarão)
do bandido da luz vermelha
(e de febre amarela)
de câncer e unha encravada
(e do serviço de proteção ao crédito)
de ser surpreendido pela morte
(e das almas do outro mundo)
de ser treinador da seleção
(e de acordar transformado em barata)
do imposto predial e territorial
(e dos políticos corruptos)
das virgens que nos seduzem
(e de todos os males do coração)
de ser atacado pelas costas
(e de enfrentar a vida cara a cara)
das medidas de emergência
(e de contatos imediatos)
das vírgulas e reticências
(e do verso de pé-quebrado)
dos filmes de terror
(e de transfusão de sangue)
das mulheres que abandonam seus maridos
(e dos maridos abandonados)
da fúria dos oposicionistas
(e dos motoristas que dirigem na contramão)
dos desmentidos do porta-voz
(e de anestesia geral)
de ser aniquilado por um mal súbito
(e de ser assaltado por uma dúvida)
das prestações da casa própria
(e da fúria da torcida organizada)
do controle de natalidade
(e da explosão demográfica)
de me perder na multidão
(e de ser confundido com o ladrão)
de ficar sozinho com o defunto
(e de fazer o papel de vilão)
de José Dirceu
(e de Genoíno, Jefferson e Delúbio)
medo do medo da Regina Duarte
(e de Luiz Inácio Lula da Silva)
de todos os ministros
(e de duplicata vencida)
de uísque falsificado
(e dos falsos profetas)
de bandido que defende bandido
(e dos bandidos inofensivos)
de revólver engatilhado
(e das negociações para o cessar-fogo
do silêncio no grande canyon
(e do barulho no andar de cima)
de dormir com o cigarro aceso
(e do turco que tentou matar o papa)
de Osama Bin  Laden
(e de George W. Bush)
de quarta-feira de cinzas
(e de bife mal-passado)
do castigo que vem a cavalo
(e da sorte que está lançada)
das vítimas das enchentes
(e da solidariedade da população)

Solda (em algum lugar do passado)

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Múltiplolaco

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