meu-tipo-inesquecível-tati-bernardi© Renato Parada

Tati Bernardi é  publicitária, roteirista e escritora. Paulistana e de família italiana, formou-se em propaganda e publicidade pela Universidade Mackenzie.

Além de ser formada em propaganda e marketing, Tati fez pós-graduação em cinema, literatura e psicanálise e trabalhou durante oito anos nas melhores agências de propaganda do país, tais como W/Brasil e AgênciaClick, sua última agência de publicidade antes de integrar na oficina de roteiro da Rede Globo. Durante um ano, escreveu seu primeiro livro “A mulher que não prestava”, lançado em 2006, enquanto escrevia outro de nome “Click Aqui”, para a AgênciaClick.  Na lista de seus livros publicados também constam “A mulher que não prestava”, “A menina da árvore” e “A menina que pensava demais”. Foi colunista das revistas TPM, VIP, Viagem & Turismo, Revista Alfa e atualmente é colaboradora da Folha de SP.

Escreveu e colaborou com novelas e seriados da Rede Globo. Roteirista também do filme Meu Passado Me Condena que se tornou a segunda melhor estreia de 2013 entre os filmes brasileiros e atingiu o nº 1 no ranking de bilheterias.

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TSE: Relator vota pela inelegibilidade de Bolsonaro por 8 anos

No mesmo voto, o ministro Benedito Gonçalves aplicou multas ao ex-presidente e ao seu então candidato a vice, Walter Braga Netto

O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, relator das ações de investigação judicial eleitoral contra Jair Bolsonaro votou pela inelegibilidade do ex-presidente por 8 anos, por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação por ocasião das comemorações do Bicentenário da Independência, em 2022.

No mesmo voto, o relator condenou Bolsonaro e o então candidato a vice, Walter Braga Netto, a pagamentos de multas nos valores de R$ 425 mil e R$ 212 mil, respectivamente.

O relator salientou que o presidente Bolsonaro incentivou, por meio de entrevistas e declarações, que apenas seus apoiadores marcassem presença nas comemorações cívicas. Gonçalves destacou que, embora as celebrações sejam eventos do Estado, a abordagem adotada pelo presidente sugeria uma exclusividade a seus seguidores.

“O objetivo não precisou ser explicitamente anunciado, já que foi anunciado por símbolos potentes: patriotismo, demonstração ostensiva do poder militar, defesa da liberdade. A militância convocada para a celebração do Bicentenário da Independência no curso do período eleitoral recebeu como derradeira missão mostrar a força da candidatura do investigado em uma luta do bem contra o mal”, disse o ministro Benedito na leitura do seu voto.

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O Pasquim para todos

Notícia mais que ótima. Todos os números do semanário O Pasquim agora podem ser acessados digitalmente. Confira:

https://memoria.bn.br/DocReader/DocReaderMobile.aspx bib=124745&pagfis=22453

*Para navegar pelas edições de “O Pasquim”, use as setas no canto superior esquerdo ou selecione uma edição específica clicando no ano desejado no topo da tela ou no botão “Miniaturas”, também no canto superior esquerdo. Uma galeria com todas as capas das edições será exibida, permitindo que o leitor escolha a edição que deseja abrir.

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Mural da História – 2011

festa-junina

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2023 – 43 anos

As festividades serão realizadas na Confraria do Rollmops, em dezembro. Entrada franca, honesta e sincera. Sem discursos, lenga-lenga, fralda, fardão ou fraldão. Muitas facécias, pilhérias, chistes e o escambau! Na ocasião haverá o sorteio de uma Romisetta. Hip! Hip! Como diz o Boczon: “Do balacobaco!” 

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O irritante guru do Méier

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Ninguém mexe com Inês Nonato Viegas

acordo de substituição do comando da Caixa Econômica Federal para atender o presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), envolve as vice-presidências do banco, mas em ao menos uma ninguém deve mexer: a de Habitação.

Ocupa hoje o cargo a ex-ministra Inês Magalhães, uma petista que recebeu o apoio, para ocupar a posição, para além do PT, do MDB, que controla também o Ministério das Cidades, com o ministro Jader Filho.

Por conta da boa interlocução, os emedebistas têm influência, pela diretoria sobre os recursos do Minhas Casa Minha Vida, embora o programa esteja sob a tutela do Desenvolvimento Social, do PT.

A articulação do governo avisou que ninguém mexe com Inês, apesar de se já prevê pressão por parte do PP de Lira. Mas, diz uma auxiliar de Lula, “cada dia com sua agonia”. Por enquanto, a Habitação da Caixa fica com o PT e o MDB.

Inês chegou a ser brevemente ministra das Cidades na gestão de Dilma Rousseff e controlava o Minha Casa Minha Vida. Tem experiência. E já na época, tinha boa interlocução com o MDB.

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© Amorim

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Lula e o técnico da CBF

Lula demite a presidente da Caixa Econômica como fez com Ana Moser, a ministra do Esporte. Duas presenças femininas que atendiam o imaginário petista da igualdade de gênero no governo. O futebol, área predileta das metáforas de Lula, funciona diferente dos times do presidente: o jogador só é substituído quando joga mal, está contundido ou carrega estoque perigoso de cartões amarelos; mas no banco de reservas não existe o craque a ser convocado porque protegido pelo presidente do clube. No governo Lula, os craques jogam com a espada de Arthur Lira na cabeça, a qualquer tempo sendo substituídos pelo jogador de quem o presidente da câmara – e do time – é empresário. Com isso Lira monta seu time e Lula funciona como o técnico da seleção, eleito pela CBF,  que só dirige o time que joga no Exterior, em partidas amistosas e campeonatos de quatro em quatro anos.

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Flagrantes da vida real

Beto Bruel concorda em levar Camila Pitanga e Regina Duarte até o Campo das Artes, a pedido de Luiz Melo. © Maringas Maciel

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Em nome do serviço público

Relendo antiga coluna do mestre Armando Nogueira, que revolucionou a crônica esportiva brasileira, concluí que, assim como no futebol apenas craques deveriam entrar em campo, somente poderia lidar com a administração pública quem fosse talhado para tal, tivesse intimidade com as “quatro linhas”, isto é, apenas fosse do ramo. E assim ter-se-ia evitado que ela chegasse à situação em que chegou, estruturalmente falando.

Tal qual passear simplesmente pelos gramados sem nenhuma arte ou criatividade, ocupar cargos públicos burocraticamente qualquer um passeia ou ocupa. Agora, jogar bonito, levar o time à vitória e fazer a torcida vibrar, não é tarefa para qualquer um. Só para quem tem talento, só para craque. E só para aqueles que estão no campo da luta ou já estiveram lá e têm compromissos com a administração pública, aqueles que lhe conhecem as entranhas, os problemas e, sobretudo, as necessidades e, ainda assim, nutrem sincera afeição por ela e se propõem a trabalhar com decência e seriedade, sem esperar nenhuma recompensa pessoal por isso.

É um dom natural, que vem do berço e se solidifica com a ação.

Como sintetiza o saudoso Armando Nogueira, o esforçado pode vir a jogar – e administrar, acrescento eu – bem ou mal, por esforço e até mesmo capacidade, mas o craque será sempre por faculdade.

Atuar na administração pública é, sobretudo, uma questão de fé, por mais piegas e absurda que esta afirmação possa parecer. Apesar dos maus exemplos, que são rapidamente transformados em estereótipo-padrão, com a má-reputação de indolente, incompetente e privilegiado. O ataque aos servidores públicos, às vezes, parte dos próprios governantes, estes sim, no mais das vezes, tristes figuras transitórias, sem nenhum vínculo com o serviço público e sem nenhuma estima por ele. Quando muito, dele se valem para chegar ao poder e ali usufruir benefícios e ali aninhar parentes, amigos e credores de favores. E falo dos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Pessoalmente, tenho uma tese simples, embora explosiva, tantas vezes repetida: querem moralizar a administração pública?  Comecem por acabar com os cargos em comissão, aqueles chamados “de confiança”, para cujo acesso dispensa-se concurso público, títulos, competência e até o comparecimento à repartição. Eles não passam, como se sabe, de uma excrescência getulista, criada para atender os apaniguados do velho caudilho, que vem crescendo e se perpetuando desde então, sem que ninguém tenha a coragem (ou interesse) de tomar uma providência saneadora. A opção seria manter o mínimo necessário de cargos em comissão e preenchê-los, obrigatoriamente, com servidores de carreira.

Serviço público é coisa para profissional de carteirinha e não admite amadores. Senão, o Estado não funciona, o cidadão não tem atendimento e os tais governantes ficam falando sozinhos – como tem acontecido.

Como, minha senhora? Qual o propósito dessa lengalenga toda? Talvez, preencher, com algum conteúdo, este espaço que a benevolência do mestre Zé Beto me concedeu. Mas, observando o panorama que se descortina, já há algum tempo, na administração pública (estadual, municipal e federal), ela tem a sua razão de ser. Sobretudo neste momento, em que se discute a reforma dos serviços públicos e o futuro dos servidores, sempre eleitos responsáveis pelas mazelas e pelos déficits do Estado. Só que sem eles nem o Estado existiria.

P.S. – A propósito da passagem do Dia do Professor, aqui tratado no texto anterior, a psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão contou no Estadão que tem um amigo brasileiro, que é professor e exerce a docência universitária nos EUA. Revela que, ao fazer um cadastro em uma loja, ele recebe agradecimentos pelos serviços prestados ao país. E emenda: “Aqui, quando alguém diz que é professor/a, pode muito bem ouvir de volta: ‘Mas você só dá aula, não trabalha?’”. Ah, meu Brasil!

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A Cigarra e a Formiga na Versão Moderna

Versão atualizada da conhecida fábula de Esopo (recontada por La Fontaine): “Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar para armazenar comida para o período de inverno.

Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem o bate-papo com os amigos ao final do trabalho tomando uma cervejinha gelada.  Seu nome era ‘Trabalho’, e seu sobrenome era ‘Sempre’.

Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade, sem desperdiçar nem um minuto sequer. Cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu prá valer sem se preocupar com o inverno que estava próximo.

Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando. A formiguinha, exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua singela e aconchegante toca, repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome, do lado de fora da toca.

Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu. Sua amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari amarela com um aconchegante casaco de vison.

E a cigarra disse para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha toca?

E a formiguinha respondeu:
– Claro, sem problemas! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu dinheiro para ir à Paris e comprar essa Ferrari?

E a cigarra respondeu:
– Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer show em Paris… À propósito, a amiga deseja alguma coisa de lá?

E a formiguinha respondeu:
– Desejo, sim: se você encontrar o La Fontaine por lá, manda ele ir para a puta que o pariu!”

Publicado em Gerson Guelmann | Deixar um comentário
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No Chá da Academia

No chá da Academia, em confidência ao amigo, o nosso poeta frascário e versado nos clássicos:

– Perlustrando os caminhos da urbe, deparei com uma deidade que me pareceu virgínea. Empós breve requesta, instei-a a acompanhar-me a uma casa de coabitação de tempo fugaz. Em lá chegando, desnudei-a e empolguei-a. Oh, pérfida Vênus: não é que, no assalto aos muros de Tróia, me coube investir o portal mais complacente?

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O hino do Rio Grande do Sul estava quase pronto, letra e música. Faltava um refrão. Tinha que ser algo bom, que arrebatasse os corajosos, encorajasse os covardes, animasse pessimistas, curasse moribundos, alumiasse horizontes. As sugestões choveram até que apareceu um que acalmou as coxilhas: “Sirvam nossas façanhas de modelo a todo o Universo”. Um delírio ecoou, até o gado vibrou. Era sob medida, dava a real dimensão da nossa capacidade de luta e resistência. Nele cabia, em apenas três linhas, todo o brio pampiano. Ia além: abarcava várias das nossas ânsias – arrogância, jactância, petulância. E englobava tudo que se podia imaginar de prepotência no cosmos.

Ninguém ia nos ganhar em orgulho, inda mais com uma melodia dessas de fundo! O problema é que havia gente de bom senso ouvindo. E esses mais discretos pediram: “Menos, gente, menos.” Não houve outro jeito senão abaixar um pouco a crista da canção. “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda a nossa galáxia.” E não é que funcionava? Estropiava um pouco a métrica mas, sim, já não era mais um refrão tão excessivo. Porém, bastou ser ensaiado e cantarolado algumas vezes e lá veio a modéstia exigir algum comedimento.

Não ficava bem gritar ao espaço tamanha empáfia. Vai que houvesse vida inteligente por aí e essa inteligência sideral se sentisse, digamos, provocada. Melhor reavaliar o júbilo pela nossa tradição guerreira. O mais sábio dos poetas da ocasião consertou. “Sirvam as nossas façanhas de modelo a todo o Sistema Solar.” Perfeito, não extrapolava nada, nossa influência sabia o seu lugar, afinal! E o canto entoou uníssono, um coral de guascas em aprovação. Bonito aquilo. Mas. Olharam feio pro bagual que discordava de estrofe tão apaziguadora. Ainda passava da conta. Discutiu-se muito, cantores e compositores rearranjando o estribilho final, rédea curta na bravura.

A contragosto, chegou-se a um consenso. Doloroso, de tão redutivo. “Sirvam as nossas façanhas de modelo a toda Terra.” Ooohhhhh!, um murmúrio contrariado percorreu a vastidão. Tal concessão destoava da raça, ameaçava a harmonia da música. Até que uma voz soberana, herdeira da cautela gaudéria, sentenciou, numa baforada de palheiro: “Mesmo contido, tá bom assim. Não mexe mais no hino.”

“Como a aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o 20 de Setembro
O precursor da liberdade

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

De modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

De modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra.”

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Luizarada de Curitiba

Luiz Antonio Solda e Luiz Carlos Rettamozzo, da luizarada de Curitiba, lançamento de Flores em Vida, Biblioteca Pública d0 Paraná. Foto de Caetano Solda

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