© Myskiciewicz
Fui até o Rio desenvolver um freeela sobre as Olimpíadas. Para um blog de esportes feito por meia dúzia de garotos que manjam muito de programação e nada de gramática e jornalismo investigativo.
Queriam um perfil do Eduardo Paes, mas não estavam se entendendo nem com a pauta de perguntas.
Chegando à Cidade Maravilhosa fui direto ao gabinete do prefeito para evitar atrasos.
Myrtes (pronuncia-se Myrrrtix), a secretária de Vossa Excelência, é minha amiga desde os tempos em que morávamos todos na Casa do Estudante do Flamengo. Vimos muita asa-delta se estatelando em cima da barraca do Pepê. Ou era a droga. Sei lá, mas Myrtes e eu somos amigões.
Pedi então a ela que me encaixasse cinco minutos com o alcaide. Apenas para eu pegar umas aspas dele e jogar na matéria.
– Toma um cafezinho, vai demorar só mais um pouquinho… – propôs ela.
Sentei-me no sofá da antesala e Myrtes me serviu um café carioca. Londrino é que não seria, é óbvio.
Quando eu tomava a aguada bebida comecei a perceber um ruído estranho vindo do gabinete. Era um “tum, tum, tum, tum, tum” contínuo e irritante.
Minutos depois abre-se a porta da sala e sai um canguru de lá.
– Pode entrar, o Eduardo estava vendo uns detalhes da Vila Olímpica, mas já resolveu – disse Myrtes.
Fiz várias perguntas ao prefeito e só uma não foi respondida: Myrtes colocou Optalidon no meu cafezinho?
Diários do Castelo – República dos Bananas