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Outra vez
Chegamos a mais uma encruzilhada. Vem de longe a motivação mais profunda que aí nos põe: democracia não é para qualquer um, e o Brasil não tem aptidão para vivê-la. É historicamente inapto, como provam suas poucas e vãs tentativas.
A democracia exige certo refinamento. Sua difícil construção exige, para os passos iniciais que jamais completamos, algum desenvolvimento mental da minoritária camada da sociedade que detém os instrumentos de direção do todo; e, para levá-lo a resultados razoáveis, alguma qualidade moral, a que podemos até chamar de caráter, dessa camada.
A ridícula industrialização do Brasil só se iniciou de fato mais de 450 anos depois da chegada dos mal denominados colonizadores. Assim espelha bem a combinação de avareza e preguiça, mental e física, da classe que sempre preferiu, e prefere ainda, amontoar patrimônio a ter de trabalhar no possível investimento em produção, em crescimento, em inovação.
Daí os monstros de concreto que são nossas cidades, destino imobiliário dos resultados com a fácil exploração de mão de obra na lerdeza da agricultura e da pecuária, na mineração, no açúcar e no café. Depois, o máximo da modernidade, nas ações de uma Bolsa cujo número insignificante de empresas figurantes atesta a outra insignificância, a do próprio empresariado brasileiro.
Estamos na décima situação de golpe, consumado ou não, só no tempo de minha vida (e não sou o recordista nem entre os que escrevem na Folha). Apenas uma teve raízes fora da minoritária camada que dirige o todo. Foi a de 1935, quando Prestes precipitou uma quartelada desastrosa, que levou ao retorno absoluto do velho poder. Na décima, já seria para ter me acostumado. Nem de longe.
É no mínimo indecente que um processo de impeachment seja conduzido por quem e como é conduzido, já desde o seu primeiro ato como chantagem e vingança. É no mínimo indecente o conluio, com a indecência anterior, do partido que representa a cúpula social e econômica do país e, sobretudo, de São Paulo. É no mínimo indecente que, “ao se propor o impeachment sem cumprir os requisitos constitucionais de mérito” –palavras “em defesa da democracia” dos reitores das universidades federais–, se falsifique como crime uma prática contábil também de presidentes anteriores. E nunca reprovada. Por isso mesmo posta, desta vez, sob o apelido pejorativo de “pedaladas”, para ninguém entender.
É tão legítima a operação do pretendido impeachment que têm sido de madrugada as reuniões em que o presidente da Câmara, na sua casa, articula tanto para derrubar a presidente como para salvá-lo no Conselho de Ética. A votação da Câmara logo mais ainda não é decisiva, se vitorioso o impeachment. Mas, até onde se percebe, deverá ser suficiente para dar início a preliminares de fermentação social que o governo seguinte, com o que pretende, só fará agravar. Até onde é a nova incógnita brasileira. O que, aliás, nem está questionado pela minoritária camada que dirige o todo. O que busca é esse domínio livre de divisão e contestação, exercido com os seus políticos de mãos falsamente limpas.
Janio de Freitas – Folha de São Paulo
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Com a tag Colunistas, folha de são paulo, Impeachment, Janio de Freitas - Folha de São Paulo
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Manoel e Antonia
© Ricardo Silva
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Novos cargos
Carlos Castelo – República dos Bananas
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Mural da História
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Benett
Gazeta do Povo
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O menino de Jaguapitã
Wilson Bueno, 3 anos, no poeirão de Jaguapitã, agarrado ao gatinho Suimin. © Myskiciewicz Breção
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Tempo
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Terceira edição da Gibicon será em setembro no MuMA
© Everton Bressan|SMCS
A partir de maio, a Gibiteca de Curitiba passará a funcionar em novo espaço, maior e mais adequado para as atividades desenvolvidas no local – o Solar da Baronesa, que integra o complexo cultural do Solar do Barão. A reinauguração está marcada para o dia 9 de maio, quando também acontecerá o lançamento oficial da Gibicon – Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba, marcada para setembro. As datas foram comunicadas ao prefeito Gustavo Fruet pelo superintendente da Fundação Cultural de Curitiba, Igor Cordeiro, e pelo coordenador da Gibicon, Fabrizio Andriani.
A terceira edição da Gibicon acontecerá de 8 a 11 de setembro, no Museu Municipal de Arte – Portão Cultural. Andriani disse que a expectativa é atrair 30 mil pessoas. “É uma alegria saber que a Prefeitura contribui para fazer de Curitiba uma referência nacional nos quadrinhos, tanto mantendo e melhorando a estrutura da Gibiteca como apoiando eventos como a Gibicon”, disse Fruet.
Para Andriani, a existência da Gibiteca contribui para a formação de um público interessado em quadrinhos na cidade, e para tornar possível a Gibicon. “Além do apoio da Fundação Cultural de Curitiba, esse trabalho permanente é importante para o sucesso do evento”, afirmou.
O espaço onde a Gibiteca será instalado a partir de maio é ocupado atualmente pelo Museu da Fotografia Cidade de Curitiba, que passará a funcionar em outra edificação, o Bloco C, hoje destinado a atividades do Portal do Futuro Matriz, que nesse remanejamento será transferido para o espaço deixado pela Gibiteca.
Álbum
Solda, em Veneza, 1987. Abraços, Dico Kremer
Flagrantes da vida real
Olhando com as mãos. © Maringas Maciel
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Muro da Vergonha
Lucas Levitan. Seguinte: