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Publicado em Geral
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Uma estante, maestro!
Publicado em Sem categoria
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A mão na massa
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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Os cães
Ouço a campainha. Desde cedo estou ouvindo a campainha. O telefone toca, gente bate na porta, os cães ladram: movimento. Tudo coisa da minha cabeça. Nunca é ninguém. E os cães morreram há décadas. Quem me olha assim – aquela moça solitária sempre na janela do seu apartamento, por exemplo – deve achar que estou louca. Sento, levanto, ando de um lado para outro, mexo em coisas. Estou nervosa. É como se esperasse alguém. E espero mesmo: você. É meu aniversário. A cabeça está branca, costas curvadas, a saúde em pandarecos.
Uma imagem bem diferente de quando você saiu para ir ao dentista, vinte anos atrás, e nunca mais voltou. Estou no fim, Moreira. Nervos e ossos expostos, flácida, menor do que era. Ano que vem, com esse sopro no coração, a carótida entupindo lentamente, esse trem velho não estará mais na estação. Por isso, quando você chegar, servirei uma fatia de bolo. Preparei de novo o seu favorito, aquele, de chocolate com maçã. Têm frutas cristalizadas, que você adora, abricó, sorvete, tudo do meu feitio. Sentaremos no sofá, oferecerei um licorzinho e colocaremos a conversa em dia, que vingativa é que não sou. A campainha toca mais uma vez. Agora emite um som longo, agudo, que irrita os cães. Mas, eu sei, não há cães. Toda noite esses malditos cachorros. Primeiro rangem os dentes, para anunciar sua chegada. Depois, uivam como lobos para avisar que você não vem. Nos últimos anos, à medida em que iam morrendo, foram ficando mais ferozes, hoje até parecem filhos do capeta. O Pinscher foi substituído por um Rotwailler, o vira-lata deu lugar a três Pitbulls.
Morro de medo que me ataquem. Ultimamente passaram a me fustigar de madrugada, durante o sono. Anunciam tragédias, fazem troça com meu passado. Mostram os dentes todas as vezes que me esqueço de você. Dou uma retocada no pó e abro a porta. Será você, Moreira? Você voltou?
Publicado em Almir Feijó
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Flagrantes da vida real
Publicado em Flagrantes da vida real
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Canto mal e cada vez mais alto
Estou com 48 anos. Como todo mundo, até agora vinha investindo meu tempo no que sei fazer de melhor. No caso, escrever, falar sobre literatura e dançar. Esses dias me ocorreu que era hora de inverter o percurso. Se gastei metade da minha vida fazendo o que faço de melhor, por que não gastar a segunda metade fazendo o que faço de pior?
Não estou dizendo que vou largar o que faço bem. Até porque essas coisas são o meu ganha-pão e meu caminho para a sanidade. Apenas senti que chegou a hora de investir mais tempo nos meus destalentos.
A ideia me ocorreu enquanto eu dirigia por uma avenida, na companhia de colegas de trabalho. De repente, começou a tocar uma música que adoro. Tive vontade de cantar o refrão, mas me segurei. Canto mal demais. Sou desafinada, perco a voz de repente, não consigo alcançar um mísero agudo. Na única vez que tentei cantar em público, em um karaokê, acharam que eu estava bêbada de tanto que miava sem destino pela melodia (eu só tinha bebido água). Lá pelo terceiro verso, meus amigos acudiram ao palco, dando uma força para as minhas cordas vocais. Certa da minha limitação, voltei a cantar só no chuveiro, calando-me quando aparecia uma lagartixa.
No dia em que estava no carro, no entanto, minha vontade de cantar foi mais forte que o meu constrangimento. Quando chegou o outro refrão, soltei a voz. Ali, de olhos fechados enquanto o farol não abria, experimentei uma sensação efêmera e magnífica. Aquela canção dos anos noventa me conectava com outras Giovanas. A que fui naquela época. A que fui anos depois. A que era havia pouco. No peito expandido pelo ar, senti todas ao mesmo tempo. E senti o que elas sentiam quando ouviam aquela música. Quando abri os olhos e segui dirigindo, com meu coração populado e populoso, decidi que nunca mais me privaria de cantar, não importando quem estivesse comigo.
O mesmo se deu com minha desvocação culinária. Embora venha de uma família do ramo de restaurantes, cozinho mal, e não por falta de tentativas. Quantas vezes comprei livros de receitas, pedi conselhos para a minha exímia mãe, mas não há tutorial de Rita Lobo que resolva, porque para cozinhar também é preciso que se adicione o ingrediente nato do talento, ainda que em sua dose mínima.
Apesar da insipidez dos meus pratos, tenho prazer em fazê-los. Ao final de um dia de trabalho, gosto de aterrissar sobre a tábua de madeira, com uma faca na mão, trocando a natureza fugidia dos pensamentos pela solidez da comida. Gosto ainda mais de fazer isso com uma taça de vinho aos domingos. Depois de anos pedindo delivery ou que alguém cozinhasse toda vez que meus amigos iam em casa, resolvi meter a mão na panela. Se meus amigos gostam mesmo de mim, que aguentem meus maus pratos.
Por fim, me inscrevi em uma oficina de cerâmica raku, inspirada pela certeza de que não tenho nenhuma habilidade manual. Abri o jogo com meus colegas já no começo. Graças a isso, pude rir de mim mesma em excelente companhia ao pintar um vaso com listras grosseiras. E pude me surpreender —quando nada se espera, ganha-se muito— ao ver o mesmo vaso sair do forno, retrabalhado pela lambida caridosa do fogo, com um aspecto peculiar. Quiçá até interessante.
É para o vaso que olho neste exato instante, pensando como é revigorante mandar para o inferno a sociedade da produtividade e do resultado, mesmo que apenas de vez em quando. Podia ter descoberto isso antes, mas pelo menos descobri agora. Que satisfação sentir que ainda tenho toda uma meia vida a desbrilhar pela frente.
Adriana Sydor
Mural da História – 2020
Publicado em Sem categoria
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