7 de janeiro de 2015

charlie-hebdo-honoré

© France Press

Philippe Honoré tinha 73 anos, conhecido como Honoré. Era seu o último cartoon que o Charlie Hebdo partilhou na sua conta de Twitter antes do ataque dos homens armados à redacção do jornal satírico. Era o menos conhecido dos cinco desenhadores de imprensa vitimados e foi encontrado com vida, mas a gravidade dos seus ferimentos acabou por causar a sua morte. Um “artista imenso”, como titula a revista Paris Match, que trabalhou com o Le Monde, o Libération, a revista Les Inrockuptibles ou o Hara Kiri que viria a dar lugar ao Charlie Hebdo. Autodidacta, publicou pela primeira vez aos 16 anos, sendo seus os traços a preto e branco que criavam ambientes sombrios e dichotes como aquele com que se despediu: o líder do autoproclamado Estado Islâmico, o iraquiano Abu Baqr al-Baghdadi, e a sua mensagem de ano novo em que deseja “especialmente muita saúde”. Um “enraivecido, mas um enraivecido muito polido e doce” nas palavras do desenhador Plantu. Estava no Charlie desde 1992 e o seu maior prazer era “provocar prazer intelectual nas pessoas que procuram soluções”. “E um prazer visual, porque tento ao máximo realizar uma verdadeira imagem que viva por si só, sem texto.”

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

Documentário sobre Traudl Junge, secretária particular de Adolf Hitler desde o outono de 1942 até o final do nazismo, em 1945. É o primeiro depoimento de Traudl, que revela detalhes de sua convivência com o líder nazista. Em suas reflexões pessoais, demonstra remorso pela sua juventude, alegando ingenuidade e ignorância ao apoiar o regime ditatorial. Traudl morreu pouco depois da estréia mundial do filme, em fevereiro de 2002. De cair o cu da bunda!

Eu Fui a Secretária de Hitler|Im toten Winkel – Hitlers Sekretärin|Áustria|90m|Direção: André Heller e Othmar Schmiderer|2002

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Ele

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A república das letras

O mínimo que se pode dizer é que foi exuberante do ponto de vista da cultura o período demarcado pelas três décadas dos anos 30, 40 e 50 do século passado, especialmente em Paris, a cidade luz, com o apogeu da produção filosófica e ficcionista de luminares do porte de André Gide, André Malraux, André Breton, Paul Éluard, Louis Aragon, Paul Nizan, Merleau-Ponty, Drieu La Rochelle, Saint-Exupéry, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Albert Camus, entre tantos outros.

Havia também intelectuais russos, alemães e europeus do Leste expatriados ou simplesmente em busca de um lugar em meio à fulgurante inteligência que vicejava em Paris (alguns deles se confessaram atraídos pela boêmia), dentre os quais brilharam Ilyia Ehrenbourg, Isaac Babel, Tristan Tzara, Jorge Kojéve e Arthur Koestler. Na pintura o mais badalado era o espanhol Pablo Picasso, ao passo que no teatro as figuras de proa eram Jean Marais e Jean-Louis Barrault, atores que faziam estourar as bilheterias.

A Europa ainda não havia se curado das feridas da Primeira Guerra e outra se avizinhava, de modo que o debate intelectual se nutria em grande medida dos ingredientes do comunismo stalinista, socialismo, fascismo e antissemitismo.

Os defensores de cada partido se agrupavam em torno de seus próprios jornais ou revistas e se encontravam todos os dias para conversar mesmo nos períodos mais agudos da guerra (os que não foram convocados), quando os cardápios se limitavam a oferecer ovos, rabanetes, espinafres e sucedâneos de café, especialmente no Flore, Dôme, Deaux Magots, Closserie Lilas e a afamada Brasserie Lipp, curiosamente todos localizados na Rive Gauche (Saint-Germain-des-Prés), espécie de território livre para o pensamento que se tornaria mundialmente conhecido exatamente pela preferência da intelectualidade.

Esse foi o palco perfeito para a gestação da maioria dos livros dos grandes escritores, assim como artigos e ensaios publicados nos jornais, as peças teatrais e intermináveis discussões político-filosóficas – lembremos que a filosofia dominante na época era o existencialismo inspirado em Kierkgaard e Heidegger. O volume em alemão de Ser e tempo, obra fundamental do então reitor da Universidade de Fraiburgo, tirante a estranheza de sua submissão ao nazismo de Hitler, era o mais requisitado pelos estudantes na biblioteca da Escola Normal Superior, de onde saiam nove entre dez figurantes que dominavam o cenário intelectual francês.

No excelente A Rive Gauche (José Olympio Editora, RJ, 2009), o escritor norte-americano Herbert R. Lottman, autor da considerada biografia definitiva de Albert Camus e outros livros importantes, comenta que “era frequente verem-se os ativistas de grupos e grupelhos rivais nos mesmos lugares públicos – o Coupole, em Montparnasse, o Flore, em Saint-German-des-Prés – uma vez que eram editados pelas mesmas casas, como Grasset e Gallimard. As duas colônias coexistiam. Dado o comportamento social daquele tempo, era possível partilhar a vida de estudantes do Quartier Latin, os solenes salões da Escola Normal Superior e os corredores e cubículos da Nouvelle Revue Française sem realmente partilhar as mesmas ideias básicas”.

Era a época dos semanários de opinião de grande formato, escreveu Lottman, “impressos em papel jornal, com enormes manchetes; a maioria preferia os desenhos – caricaturas, desenhos políticos humorísticos – às fotografias, ainda que estas não tenham sido excluídas. Os mais lidos eram conservadores. Nenhum semanário de orientação esquerdista tinha o impacto do Gringoire, que levava o subtítulo de “O grande semanário parisiense de política e literatura”, cuja tiragem chegou a 650 mil exemplares nos anos da Frente Popular”.

Circulava também o Candide de Arthéme Fayard, que vendia 300 mil exemplares por edição, além do satírico Le Canard Enchainé, com uma média de 175 mil exemplares semanais. A Gallimard, que empresava a edição da NFR lançou também um semanário literário ilustrado – Marianne – dirigido por Emanuel Berl, tendo a disposição “a elite literária da NRF para encher suas páginas”.  Apesar dessa grande vantagem nunca chegou a vender mais de 120 mil exemplares por semana.

Figura polêmica da época, para quem “não existe categoria na qual encaixar” segundo Lottman, foi o médico e romancista Louis-Ferdinand Céline, que sequer pertencia a qualquer um dos muitos grupos da Rive Gauche. Um “escritor desengajado”, que apesar de formado em medicina e exercer também a profissão “tinha pouco interesse pela humanidade”.

Lottman diz que “há muita confusão em torno de Céline, pois ao tentarem absolvê-lo das acusações de ter servido aos nazistas, seus admiradores não se contentavam em citar sua contribuição à história da literatura; gostavam de se referir a ele como apolítico, até não racista. Um equívoco comum, por exemplo, é julgar que Céline escreveu os extraordinários romances pelos quais é conhecido durante uma fase de inocência, no começo, antes de tornar-se um escritor maldito”.

Em dezembro de 1937, prossegue Lottman, Céline “lançou Bagatelles pour um massacre, o mais violento texto publicado na década antes da guerra por um escritor sério e um editor sério (Denoël). Tratava-se de um formidável incentivo aos fascistas da nova geração. Lucien Rebatet e seus camaradas do Je Suis Partout deliciaram-se com o ‘prodigioso reforço’ – o engajamento ao seu lado de ‘um escritor que permaneceu na extrema esquerda, ainda que tenha anunciado desapontamento com o comunismo; um homem do povo, um naturalista por excelência, um ateu em que não se pode suspeitar opiniões reacionárias’”.

O antissemitismo que fazia escola na ocasião teve em Céline um dos mais desinibidos propagandistas. O livro L’Écolle des cadavres, foi anunciado num panfleto que citava algumas de suas passagens mais polêmicas: “Para nosso azar, os judeus estão aqui (…) São mil vezes mais perniciosos que todos os alemães do mundo”.

É nesse clima efervescente que desponta o fenômeno intelectual chamado Jean-Paul Sartre, egresso da Escola Normal Superior como tantos outros, decerto um dos intelectuais europeus mais lidos, discutidos, invejados e vilipendiados do século 20. Um de seus admiradores acérrimos, o filósofo e romancista Bernard-Henri Lévy, num livro que para muitos críticos não passou de laudatória e desavergonhada bajulação (BHL foi secretário de Sartre por alguns anos), colocou a questão: “Como se explica que seja Sartre, e não outro, que toma o archote gidiano e, a partir daí, domina a época?”.

A resposta que desborda por centenas de páginas está em O século de Sartre (Nova Fronteira, RJ, 2001), em que BHL argumenta: “Há esse talento, por certo, que o faz abraçar os gêneros disponíveis. Esse negócio de estilo e de postura. A força da literatura corrompida pela filosofia, e a da filosofia rompida pela literatura. O teatro concebido como uma tribuna em que sua filosofia se encena, o jornalismo como um apêndice do seu teatro. Há a maneira, em suma, de multiplicar as vozes e as modalidades de enunciação, os regimes e velocidades de intervenção – e, também, de propor essa teoria do engajamento que, provavelmente, seus contemporâneos esperavam”.

Mas, o argumento que parece definitivo, ou o que melhor explica a indubitável predominância intelectual de Jean-Paul Sartre na segunda metade do século passado, segundo BHL foi “sua maneira de se colocar na confluência, não somente dos gêneros, mas das ideias do seu tempo – sua maneira de totalizar, não mais somente os estilos disponíveis, mas o conteúdo, as intensidades visíveis e invisíveis, o pensamento e o impensado dos discursos, as figuras do imaginário que aí estão investidas, seus sentimentos e pressentimentos, suas inquietações, seus sonhos, sua energia, seus ensinamentos secretos, seus equívocos, enfim, sua maneira de estar no cerne do entendimento dessa época, para a qual ele pretende que o escritor escreva”.

BHL acaba por dizer que Sartre “não tomou o lugar” de Gide, senão que “fabricou o seu trono” e “esculpiu seu próprio cetro”.

Canonizado em vida, a licença é de Bernard-Henri Lévy, todas as honrarias de que Sartre foi alvo foram recebidas com indiferença glacial, incluindo o Nobel de Literatura simplesmente recusado. “E Sartre, Sar-tre, o rei de Saint-Germain-des-Prés, figurinha fácil da república das letras, superstar da filosofia! Que bicho o mordeu? Pode-se levar a sério, quando se passou a vida aos pés da mídia, vir agora bancar, como Gracq ou Michaux, o silencioso? Quanta arrogância, diz um! Que sacana, diz outro!”.

O mesmo BHL que escreveu as frases acima, maravilhado diante do gigantismo dessa personalidade que brotou duma família burguesa da Alsácia se arriscaria a especular: “Talvez houvesse alguma monstruosidade em ser Sartre – esse pensador esquisito, singular, exorbitando da regra comum, meio demente, cujos muitos enunciados, muitos deles vindos de outra boca, teriam produzido efeitos desastrosos”. Mas lhe reconhece o mérito de ter sido “o mais radical dos pensadores da liberdade – no mínimo, de ter produzido o pensamento contemporâneo que levou mais longe, até a vertigem, quase ao absurdo, a hipótese da liberdade”.

Houve no Brasil, guardadas as distâncias é bom que se diga, um período igualmente fértil em que políticos, profissionais liberais, escritores, jornalistas e artistas de vários naipes, deram uma contribuição de altíssimo nível ao debate de idéias, sobretudo a partir do golpe de 1964, quando a voz serena (às vezes nem tanto) de referências morais como Barbosa Lima Sobrinho, Tristão de Athayde, Ulysses Guimarães, Teotônio Vilella, Hélio Pelegrino e outros, forneceram o diapasão para marcar o ritmo do embate libertário que fez regurgitar em nosso país a chamada imprensa nanica, com destaque para os semanários Pasquim, Opinião, Movimento, EX e (a meu juízo) o mais importante de todos – Jornal da Semana – editado por Arthur José Poerner

Todos eles, em maior ou menor grau, sufocados pelas enormes dificuldades financeiras para a manutenção do empreendimento, quando não exterminados pela censura, proibição e contínuas apreensões de edições inteiras.

Tanto na grande imprensa quanto nos jornais nanicos, assim como em outros meios de expressão do pensamento, é de inteira justiça mencionar as contribuições de Cláudio Abramo, Audálio Dantas, Zuenir Ventura, Otto Lara Rezende, Antonio Callado, Samuel Wainer, Millôr Fernandes, Jaguar, Ziraldo, Stanislaw Ponte Preta, Luiz Carlos Maciel, Paulo Francis, Tarso de Castro, Fausto Wolff, Plínio Marcos, Augusto Boal, Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes, Camargo Guarnieri, Leilah Assunção, Cacilda Becker e Rute Escobar, enfim, uns poucos nomes de uma lista interminável.

Em Nossa Senhora da Luz dos Pinhais os condimentos do caldo cultural da época foram da responsabilidade dos mestres João Manuel Simões, Wilson Martins, Dalton Trevisan, Rio Apa, Walmor Marcelino, Jamil Snege, Paulo Leminski, Manuel Carlos Karam, Paulo Vitola, Milton Ivan Heller, Luiz Geraldo Mazza, Silvio Back e, mais recentemente, dos premiados romancistas Cristóvão Tezza, Domingos Pelegrini e Miguel Sanches Neto.

Certamente o leitor terá outros nomes de sua preferência a acrescentar a listas como essa, que raramente estão livres de cometer injustiças.

Blog do Zé Beto

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Carli Filho

“Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.” Animal Farm, George Orwell.

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‘Os realistas’, do americano Will Eno, ganha montagem no Rio

Mariana Lima, Fernando Eiras, Debora Bloch e Emílio de Mello em ‘Os realistas’, 14 a 27 de março, Teatro Poeira. © Leo Aversa

Os Realistas, de Will Eno. Dois casais se encontram e descobrem ter mais em comum do que casas idênticas e sobrenomes iguais. Convivendo como vizinhos, os quatro Silva percebem o quanto suas vidas e casamentos se parecem e como a maneira que escolhemos para enfrentar nossas alegrias e tristezas define nossas vidas. Delicada comédia sobre amor, morte e realidades imperfeitas. 

A estreia de ‘The Realistic Joneses’ marcou a estreia de Will Eno na Broadway em 2014, após vários êxitos no teatro americano. Debora Bloch – que já acompanhava e estudava a trajetória do autor – assistiu à montagem e decidiu que iria produzir o texto no Brasil. Com os direitos cedidos, firmou parceria com Guilherme Weber, que assina a direção da empreitada e tem total intimidade com o universo do dramaturgo: ele ostenta o título de ator que mais encenou Will Eno em todo o mundo. Em cartaz a partir de 14 de janeiro no Teatro Poeira, ‘Os Realistas’ marcará ainda o encontro no palco de Debora com Emílio de Mello, Fernando Eiras e Mariana Lima. O projeto tem patrocínio da Renner e da Porto Seguro.

Em cena, dois casais de vizinhos se encontram e descobrem ter mais em comum do que as casas idênticas e sobrenomes iguais. Com este ponto de partida, a peça flagra a convivência do quarteto e os relacionamentos que começam a se entrelaçar. Em um hábil jogo de cena, o autor mostra também que nem tudo é o que parece ser, fazendo ainda que as situações reflitam sobre os diferentes estágios do casamento.

Para o diretor, ‘Os Realistas’ é um exercício do autor sobre o gênero realista. ‘É um gênero em que os heróis dão lugar a pessoas comuns. Nesta história, Eno desloca seus personagens para uma pequena cidade interiorana e campestre, em um movimento de alguma maneira também reverente ao teatro de Tchekhov. Este confronto com a natureza, o vasto e o desconhecido faz com que estes personagens se cruzem em uma comédia existencialista sobre vida, morte, amor e vizinhos’, analisa Guilherme Weber, cuja relação com a obra de Will Eno começou em 2003, quando estrelou e assinou a criação com Felipe Hirsch da montagem brasileira de ‘Temporada de Gripe’ (‘The Flu Season’). Depois, seguiu com ‘Thom Pain – Baseado em Nada’ (2006) e ‘Lady Grey – Em Luz Cada Vez Mais Baixa’ (2006), nas quais também atuou e dividiu a criação com Hirsch, e ‘Ah, a Humanidade e Outras Boas Intenções’, reunião de cinco peças curtas do autor, em que atuou a assinou o projeto junto com Murilo Hauser.

‘Os Realistas’ marca ainda o retorno de Debora Bloch à produção teatral, tarefa que abraçou em meados dos anos 80. De lá para cá, ela foi responsável por espetáculos que marcaram a história recente do teatro brasileiro, como ‘Fica Comigo Esta Noite’ (1990), que lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz em 1990, ‘Duas Mulheres e Um Cadáver’ (2000), estrelado e produzido ao lado de Fernanda Torres, ‘Tio Vânia’ (2003), em montagem dirigida por Aderbal Freire-Filho que ocupou o Parque Lage. Seu último espetáculo foi o monólogo ‘Brincando Em Cima Daquilo’ (2007/2008), com direção de Otávio Muller.

Will Eno por Guilherme Weber

Will Eno já foi chamado pela crítica nova iorquina de ‘O Samuel Beckett da geração Jon Stewart’, em referência ao apresentador e comediante que esteve à frente do programa Daily News por dezesseis anos. Aluno de Edward Albee em sua famosa oficina de dramaturgia, foi apontado pelo mestre como o melhor dramaturgo de sua década. Criando códigos originais a partir de suas consagradas referências, como Harold Pinter, além de Beckett e o próprio Albee, Eno foi indicado ao prêmio Pulitzer pelo monólogo ‘Thom Pain – Baseado em nada’.

Em sua primeira experiência como espectador, junto ao seu pai em uma pequena plateia, é que o dramaturgo passa a criar seus códigos de criação, lembrando da  delicada situação pela qual passaram os atores daquela montagem quando, ao tentar realizar um truque cênico, foram revelados em sua tentativa de ilusão. Uma cadeira, presa a um fio de nylon, deveria sair do palco em um movimento mágico, conduzida pelo fio invisível. No meio do movimento, a cadeira cai e sai do palco arrastada, como um peixe morto. O truque falhado, a cadeira arrastada, os atores fragilizados e as entranhas do teatro reveladas aos espectadores provocou tal impacto no jovem Eno que a ativação desta memória passou a pautar sua sofisticada escrita, que busca, de diferentes maneiras, recriar esta sensação de perigo e exposição, que em sua obra às vezes acomete os personagens, às vezes os atores e quase sempre os espectadores. Continue lendo

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Jum

Jum, não esqueça nunca de colocar a data nos desenhos. Um beijum pra você, pra Lígia e pro Bill. 

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A vida é muito importante para ser levada a sério – Oscar Wilde

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Procuradoria suspeita de compra de obras de arte por Collor

O senador Fernando Collor (PTB-AL), alvo de cinco inquéritos na Operação Lava Jato. © Pedro Ladeira/FolhaPress

A Procuradoria-Geral da República suspeita que o senador Fernando Collor (PTB-AL) lavou dinheiro por meio da aquisição de obras de arte milionárias. Os indícios surgiram durante investigações do esquema de corrupção da Petrobras e levaram o STF (Supremo Tribunal Federal) a autorizar busca e apreensão em endereços de um restaurador que teria intermediado a venda de quadros para o congressista.

Após receberem uma denúncia anônima que detalhou um leiloeiro e galerias de arte com os quais Collor compraria obras com dinheiro em espécie, investigadores obtiveram notas fiscais que comprovam vendas de ao menos R$ 1,5 milhão ao senador.

Na operação de busca e apreensão feita em julho do ano passado na Casa da Dinda, mansão que se tornou símbolo de seu período na Presidência (1990 a 1992), já haviam sido apreendidas obras de arte, além de carros de luxo como uma Ferrari.

Uma delas foi um quadro do pintor modernista Di Cavalcanti, com a seguinte descrição no auto de apreensão: “óleo sobre tela contendo a figura de duas mulheres com paisagem urbana ao fundo. Uma das mulheres está sentada e a outra em seu colo, assinatura de Di Cavalcanti”.

Para a Procuradoria, a descrição é compatível com informações fornecidas na denúncia anônima, segundo a qual um quadro de Di Cavalcanti teria sido adquirido por R$ 2 milhões. Continue lendo

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Mural da História

8 de março de 2009

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7 de janeiro de 2015

Elsa Cayat, 54 anos. Psicanalista, ela tinha uma coluna semanal chamada “Divã do Charlie” havia dois anos. Mãe de uma jovem de 19 anos, já havia sido ameaçada após a publicação de um artigo, mas “não levou a sério”, revelou sua tia Jacqueline Raoul Duval.  © Independent

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Ele

© Tânia Meinerz

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O monstro e a cicatriz

© Roberto José da Silva

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Gênios

Miró

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Férias em ação

Em pleno recesso parlamentar e enquanto as atenções gerais são conduzidas para a Lava Jato, cresce muito um conjunto de articulações que, se consumadas, mudariam o panorama político em sua parte mais influente na vida nacional. Como maior partido e detentor dos postos mais importantes no Congresso, é natural que o PMDB e seus dirigentes estejam no centro da turbulência. Mas não só os parlamentares.

Mais do que a convenção peemedebista marcada para março, quando será eleito ou reeleito o presidente do partido, foi o próprio Michel Temer a dar oportunidade para algo como um despertar do PMDB. O longo reinado de Temer no partido deve-se, em grande medida, à sua inércia. A ninguém incomodou nesse tempo, pouco falou, o que falou não interessava, quando muito transmitia pedidos de cargos. O partido fracionou-se, deu caminho ao aventureirismo venenoso que associou Eduardo Cunha e o PSDB da Câmara, e assim agigantou a crise, para nada.

Com a hipótese de impeachment de Dilma, Temer pôs em xeque a lealdade de vice-presidente e liberou a sua ambição. Uma jogada individual cuja inabilidade o indispôs com as figuras mais relevantes do partido, tanto mais que se associou a Eduardo Cunha. Afastar Michel Temer na convenção tornou-se objetivo comum aos senadores do PMDB. Meta que satisfaz a maioria dos governadores peemedebistas, que não endossaram a ambição de Temer e há tempos se sentem desligados dele, muito desinteressado dos problemas estaduais.

No PMDB do Rio, é dado como certo que Renan Calheiros se elegeria para a presidência do partido. De fato, Renan tem base, no Congresso e em seções estaduais, para aspirar à presidência. As repórteres Marina Lima e Cristiane Jungblut noticiaram, há pouco, um acordo entre os senadores Eunício Oliveira, Romero Jucá e Renan. O primeiro assumiria a presidência do Senado ao fim do mandato de Renan, no ano que vem, e Jucá substituiria Temer agora em março. Não é tudo. Na Câmara, já em fevereiro, com auxílio do trio, Leonardo Picciani seria eleito líder da bancada. E Renan, nesse acordo? Não ficou claro. Um ministério duradouro, talvez.

A presidência do PMDB com Renan ou com Jucá daria no mesmo, quanto a uma revisão grande no PMDB e refletida para fora. Pelo que se sabe de ambos, o provável é que os governadores fossem chamados dos seus atuais limbos para o palco que tinham no partido e nas costuras federais. Resultado de tudo isso: mudança extensa na relação entre as forças políticas. Tudo isso em que sentido? No PMDB muitos falam em candidatura própria na sucessão de Dilma.

Mas não é tudo ainda. Se confirmado o afastamento de Eduardo Cunha, há também a presidência da Câmara nas cogitações que ocupam o recesso peemedebista. Sem sinais perceptíveis a respeito. O que se percebe, mesmo, é uma certa gana que tomou o PMDB dos cabelos grisalhos. Ou mais. Aliás, sobretudo pintados.

Michel Temer, consta, vai visitar vários partidos com a pregação da unidade partidária. É o mais remoto atrativo político que poderia escolher para tentar reeleger-se.

EXPLICA-SE

Os R$ 172 mil que o juiz Sérgio Moro liberou para a PF de Curitiba, com um despacho incisivo sobre a necessidade de socorrer a Lava Jato de falta de dinheiro, têm explicação diferente da consolidada. Foi um lance da PF para não perder essa importância que sobrara do milhão recebido, para uso na Lava Jato, em 2014.

As ameaças de demissão em massa na PF, em reação a um corte em sua verba que prejudicaria a Lava Jato, além de outras operações, também precisam clarear-se: o Ministério da Justiça tem mais de R$ 2 bi para gastos extraordinários, que podem suprir com folga qualquer possível necessidade da PF.

Tudo se explica: os delegados querem equiparação de vencimentos à Controladoria-Geral da União. São, porém, atividades muito diferentes e exigem formações muito específicas. Mas já começaram as ameaças à segurança na Olimpíada.

Janio de Freitas – Folha de São Paulo

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