26º Salão Internacional de Humor do Piauí

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Érico Junqueira e o cartunista que vos digita, na Praça D. Pedro II.  © Vera Solda

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Bashar al-Assad

© Frederick Deligne|França

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Jumping

© Ricardo Silva

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Mural da História

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É para isso que ele existe

Na semana passada, a edição americana da revista “Foreign Affairs” publicou um artigo do pesquisador Roberto Simon, da Universidade Harvard, sobre os maiores erros da diplomacia da presidente Dilma.

Para Simon, o pior da política externa dilmista foram o desmantelamento orçamentário do Itamaraty, o desengajamento de questões internacionais e o envolvimento de instituições financeiras públicas para a viabilização de operações duvidosas em outros países

As críticas têm fundamento. A presidente nunca escondeu seu desprezo pela diplomacia, e hoje sabemos mais sobre os reais beneficiários –econômicos e políticos– das operações internacionais das grandes empreiteiras brasileiras na África e na América Latina. Tem muita coisa para criticar.

Mas, no Brasil, já há uma diferença de percepção. A imprensa aqui parece ter dado trégua às críticas. Na semana passada, li pelo menos três matérias elogiosas à atuação do Itamaraty, apesar das circunstâncias tão desfavoráveis sob as quais opera.

O auge dos elogios deu-se há alguns dias, quando o governo soltou uma nota em termos firmes sobre a situação na Venezuela.

Isso tem razão de ser e reflete uma mudança autoral na política externa. Não é novidade para ninguém que, desde Lula, as relações com os chamados governos de esquerda da América Latina, entre os quais Caracas, La Paz e Havana, vinham sendo desenhadas no Palácio do Planalto, por ideólogos.

Sabe-se, hoje, das razões inconfessáveis para que a política externa com algumas capitais estrangeiras fosse sequestrada do Itamaraty.

Agora que essa onda de governos populistas se enfraqueceu, que grande parte dos beneficiários dos esquemas ilícitos está atrás das grades e a presidente se encontra preocupada em salvar a própria pele, a diplomacia brasileira volta, aos poucos, às mãos de quem tem conhecimento específico para conduzi-la.

O Itamaraty segue enfrentando falta de recursos, mas, num quadro político adverso a seus predadores, readquire autocontrole. O escopo ainda é limitado, mas já se nota a diferença, como no caso das relações com os Estados Unidos, com o México e com a própria Venezuela.

Quando, no âmbito do governo federal, não diplomatas começaram a ter influência crescente na elaboração da política externa, o argumento era democratizar e enriquecer o debate sobre o tema. Deu no que deu.

Em uma sociedade democrática, atores não estatais influenciam a elaboração da política externa. Isso é normal e desejável. No âmbito do governo, entretanto, existe definição de competências. Age-se em colegiado, mas quem tem a capacidade legal e técnica na execução das relações internacionais é o Itamaraty. Os demais órgãos são apenas acessórios.

Imagine se o Itamaraty resolvesse definir e executar a política do Ministério da Educação ou da Saúde, por exemplo. Cada um no seu quadrado.

Que lição fica disso? Que o governo deve ser profissionalizado, porque a profissionalização dificulta o aparelhamento e a má utilização política.

No governo Dilma, o Brasil adquiriu a imagem de caloteiro ausente da cena internacional, e esse é um legado com o qual futuros governos terão de lidar.

No caso da Venezuela, o Itamaraty, com o pouco que lhe resta, foi chamado a varrer os destroços. Parece que tem feito um bom trabalho. É para isso que ele existe.

Alexandre Vidal Porto – Folha de São Paulo

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7 de janeiro de 2015

© AFP

Jean Cabut, conhecido como Cabu e era o cartunista por trás da capa de 2006 da “Charlie Hebdo” que mostrava o profeta Maomé. Aquela edição veio na esteira das ameaças contra um jornal dinamarquês que publicou desenhos de Maomé. Ele era um cartunista veterano de vários jornais franceses. De acordo com o britânico “The Independent”, ele poderia ser o profissional de charge mais bem pago do mundo.

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Os mascarados estão soltos

Há algum parafuso solto no sistema nacional de manutenção da ordem pública. Marcelo Odebrecht, dono da maior empreiteira do país, completa sete meses de prisão preventiva na próxima terça-feira (19), e todas as 17 pessoas detidas durante as desordens ocorridas em São Paulo no inicio da noite de sexta-feira (8), foram libertadas no dia seguinte. Em poucas horas, foram depredados oito ônibus e cinco agências bancárias. Pode-se dizer que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, mas essas duas situações acontecem no mesmo país. Juntas, não fazem sentido.

Tem gente que fica feliz com a hipótese de os presos endinheirados mofarem na cadeia pelas malfeitorias que praticaram, mas não é assim que funciona a coisa. A prisão preventiva de um cidadão só se justifica pelo flagrante de delito ou para impedir que ele continue praticando um crime. Admita-se que esse é o caso para todos os empresários, políticos e espertalhões que estão presos em Curitiba e em Brasília. O mesmo deveria valer para os desordeiros.

Ao contrário do que acontecia no mundo das empreiteiras, onde as roubalheiras eram dissimuladas, a ação dos mascarados deu-se às claras e foi registrada ao vivo e a cores. A polícia de São Paulo mobilizou centenas de PMs, sua tropa de choque e veículos blindados para acompanhar a manifestação contra o aumento de tarifas de ônibus. Para quem quer dar uma manifestação de força, serviço perfeito. Durante mais de uma hora, mascarados tumultuaram o centro da cidade. Só 17 pessoas foram detidas. É pouco, mas vá lá. O relaxamento das prisões em flagrante foi determinada pela Justiça. Uma juíza considerou inconclusivas as provas apresentadas contra os cidadãos. A força foi exibida, mas deu em nada. De duas uma: a polícia prendeu quem não devia ou a Justiça soltou quem deveria continuar preso. Ao final das contas, não prenderam uma só pessoa com provas que a juíza considerasse irrefutáveis. Há apenas um desordeiro recolhido. Está na Fundação Casa, por ser menor de idade, e foi levado a uma delegacia na segunda-feira pelo pai policial, ao vê-lo num vídeo de quatro minutos na cena do espancamento de um PM.

A ação dos mascarados foi demorada. Num incidente eles pararam dois ônibus, obrigaram os passageiros a desembarcar e ordenaram aos motoristas que manobrassem os veículos para que obstruíssem uma avenida. Em seguida, quebraram vidros e picharam a lataria dos veículos. A polícia é treinada para intervir em situações desse tipo e dispõe de equipamentos para registrar a cena.

Um cidadão mascarado no meio de uma manifestação pacífica é pelo menos suspeito de estar ali para provocar alguma desordem. Quem já viu alguma dessas explosões de violência sabe que elas partem de grupos perfeitamente identificáveis antes, durante e depois das manifestações. Desordeiro não é ativista, nem um sujeito quebrando vidros de ônibus está manifestando uma opinião.

Se a prisão dos empreiteiros tem a virtude de desestimular futuras traficâncias, o fato de não haver um só desordeiro na cadeia torna-se um estímulo a novas violências, cuja principal consequência é a inibição de manifestações pacíficas.

Elio Gaspari – Folha de São Paulo

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Dibujo

Nanquim sobre papel, A3, década de 70

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Coreia do Norte

Kim-Jong-un.  © Kim-Jong-dois

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Vou não!

© Roberto José da Silva

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Menos brasileiro

RIO DE JANEIRO – Oito sebos de livros fecharam em 2015 num importante trecho do centro do Rio, adjacente à Saara -esta, o velho e querido distrito comercial de árabes e judeus entre a rua Uruguaiana e o Campo de Santana, abaixo da rua Buenos Aires. Os sebos ficavam da Buenos Aires para cima, em ruas abertas há 400 anos e encharcadas de história: a Luiz de Camões, ex da Lampadosa, palco do calvário de Tiradentes; o largo de São Francisco, berço da engenharia brasileira; a dos Andradas, antiga rua do Fogo; e a da Conceição, a travessa das Belas Artes, o beco do Tesouro.

No século 19, esses quarteirões foram o território de José de Alencar, Manuel Antonio de Almeida, Machado de Assis, Joaquim Nabuco, Olavo Bilac, Raul Pompeia, Euclides da Cunha. Os escritórios, cafés e livrarias em que eles circulavam estão em seus escritos e nos de seus biógrafos. Com o tempo, a região perdeu a supremacia para novas ruas e avenidas. Restou-lhe o comércio popular, em que os sebos sempre tiveram importante papel. À sua maneira, eles mantêm viva a cultura -porque é a eles que os estudantes e os aposentados, sempre duros, recorrem para o seu prazer de ler.

Os sebos são um comércio frágil e humilde -você nunca verá um deles num shopping. E nem precisam: seu habitat natural são as ruas antigas e decadentes, para onde ninguém quer ir. Ou não queria.

Há algum tempo, os chineses descobriram aquela região. Fazem propostas de aluguel ou compra dos imóveis impossíveis de ser superadas pelos pequenos comerciantes. Diante da crise, os proprietários não hesitam: despejam o seu inquilino de décadas e entregam o imóvel a pessoas que nunca viram, dedicadas a saturar a praça com porcarias de plástico made in China.

É o mercado, e talvez não haja nada a fazer. Mas, a cada sebo que fecha, o Brasil fica menos brasileiro.

Rui Castro – Folha de São Paulo

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7 de janeiro de 2015

© Luz

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David Bowie morre aos 69 anos

David Bowie,  nome artístico de David Robert Jones (1947/2016). Perdemos o Camaleão do Rock. © Reuters

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Quaxquáx!

© Myskiciewicz

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Refogar cebolas

A Mari entra na cozinha com umas cinco sacolas em cada mão: “Cês podem ajudar a descarregar?”. Estou refogando umas cebolas, ela passa os olhos por mim, “O Antonio não, claro” e sinto uma paz de espírito meio exagerada pra quem foi simplesmente liberado de tirar as compras do carro.

Enquanto meus amigos vêm com caixas e caixas, neste primeiro dia na praia, sigo ali no fogão, mexendo a colher pra cá, mexendo a colher pra lá e pensando por que diabos tanto alívio por tão minúsculo habeas corpus. À medida que o refogado vai ficando translúcido, também se clarificaram as ideias: percebo que o alívio não vem daquela tarefa específica, mas de todas as possíveis e imagináveis incumbências que podem surgir enquanto eu refogar cebolas e das quais estarei liberado. Entendo, em parte, porque gosto de cozinhar.

Escrever dá trabalho. “Lutar com palavras/ é a luta mais vã”, já sabia o Drummond, “Entanto lutamos/ mal rompe a manhã”. Escrever quase sempre dá errado: “Luto corpo a corpo,/ luto todo o tempo,/ sem maior proveito/ que o da caça ao vento”. “Todo o tempo”, pois a caça é ininterrupta: no escritório, no chuveiro, na fila do caixa do Frango Assado da Carvalho Pinto –e “Cerradas as portas,/ a luta prossegue/ nas ruas do sono.” (Mundo mundo vasto mundo/ se eu tivesse prestado engenharia medicina arquitetura/ não seria uma rima e a métrica ia pro espaço, mas talvez fosse uma solução).

Ter filhos dá trabalho. Antes de eles nascerem você acha que vai botá-los num pedestal, vai contemplar o milagre da existência e depois vai continuar a ler “Guerra e Paz” com sua caneca na mão. (Gargalhada histérica). (Retomada de fôlego). (Mais um pouco de riso). (Travo melancólico). O negócio é que é meio difícil contemplar o milagre da existência –e definitivamente impossível ler “Guerra e Paz”– quando se está ocupado contando medidas de leite em pó, negociando colheradas de verduras por minutos de “Peppa Pig” ou tentando evitar que uma mãozinha recém-saída da fralda cheia de cocô chegue à boca ou à barriga ou à parede, no escuro, às 3h47 da madrugada.

Não bastasse o fluxo contínuo de palavras, Aptamil, “Peppa Pig” e cacas mil, há ainda esses pequenos exus eletrônicos assoviando pra gente de dentro do WhatsApp, do Facebook, do Twitter, do e-mail, do Instagram e de outros tantos anéis do inferno digital, ordenando, como uma assombração num filme B: “Venhaaa! Venhaaa! Venhaaa!” –e o pior é que a gente vai.

Então você começa a refogar cebolas: de uma hora pra outra, desaparece o burburinho ensurdecedor das demandas e só se ouve o crepitar dos cubinhos translúcidos no azeite. É preciso descarregar as compras, arrumar a casa, trocar as fraldas, responder e-mails, terminar o romance, dar “share” em notícias, colaborar em “crowdfundings”, fazer as pazes com o pai, perdoar a si próprio, ler Tolstói, arrumar as estantes, ganhar dinheiro, tomar vergonha na cara, perder a vergonha na cara, comer mais fruta, beber menos, cuidar melhor do seu amor, entender, afinal, se você faz da vida o que realmente deseja ou se simplesmente boia num rio formado por sortes, azares, covardias, conveniências: mas agora não. Agora você só precisa refogar cebolas.

Antonio Prata – Folha de São Paulo

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