Em entrevista ao jornal espanhol “El País”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em relação à atual crise econômica no Brasil, não temer que voltem à pobreza aqueles que haviam saído dela durante seu governo.
“Não voltarão”, disse. “Em vez de comer carne todos os dias, pois um dia vão comer arroz, por assim dizer. Isso é passageiro.”
“Quando cheguei ao poder, tinha medo de terminar como [o ex-presidente polonês] Lech Walesa. Eu dizia a meus companheiros: não posso falhar, porque, se falhar, jamais outro trabalhador será presidente”, disse. A entrevista foi publicada nesta quinta (10).
Questionado sobre uma possível candidatura, respondeu que “nem sim, nem não”. “Eu gostaria que fosse outro. Mas, se tenho que me apresentar para evitar que alguém acabe com a inclusão social conseguida nesses anos, farei isso”, disse Lula.
Boa parte da conversa teve como mote o impeachment da presidente Dilma. O pedido, afirmou, “não tem nenhuma base legal ou jurídica”.
“O que a presidente fez foi o que todos os presidentes fazem alguma vez: financiar projetos sociais e pagar depois mediante o Estado.
Dilma foi eleita em uma coligação formal com o PMDB, tanto que o vice-presidente (Michel Temer) é do PMDB, aliás presidente do partido. Temer rompeu com Dilma, em uma carta mesquinha, embora ele negue que se trate de rompimento.
Fatos posteriores, no entanto, evidenciam a separação: primeiro, os votos que peemedebistas deram para a chapa oposicionista na comissão que vai decidir se dá ou não andamento ao processo de impeachment.
Vamos combinar que a mais elementar lógica manda dizer que quem votou na lista da oposição quer defenestrar Dilma. Quem votou na outra chapa é contra o impeachment.
É aí que se dá a morte política do governo: perdeu claramente a maioria na Câmara dos Deputados, maioria que sempre foi escorregadia, mas, agora, escorregou de vez. Como se sabe, o resultado foi 272 votos na oposição (pelo impeachment, por tabela) e apenas 199 na chapa governista.
Mas a morte política do governo não veio acompanhada de sua morte jurídica: a oposição precisa de 342 votos na Câmara para aprovar o impeachment. Como teve, na votação para a comissão, apenas 272, tem-se que lhe faltam 70 deputados para poder afastar Dilma.
Resultado do imbróglio: nem o governo tem maioria para poder tocar a vida, nem a oposição tem a maioria qualificada para poder decapitar o governo que perdeu a maioria.
Bem que o “Financial Times”, tempos atrás, avisou que o Brasil parecia um filme de horror. O diabo é que será, salvo surpresas, uma película de longuíssima duração. Três anos exatos de agonia para reconstituir um governo que funcione.
Claro que sempre pode acontecer de a oposição capturar os 70 votos que à primeira vista lhe faltam para afastar Dilma.
Se a lama que escorre abundantemente da Lava Jato chegar ao Palácio do Planalto; se as ruas se encherem de gritos de “fora, Dilma”; se a delação premiada de Delcídio do Amaral trouxer revelações que comprometam a presidente, ela pode perder o emprego.
Se, no entanto, nada disso acontecer, a alternativa é Dilma recompor algum governo para substituir o que morreu com o afastamento do PMDB.
Como? Não faço a mais remota ideia nem creio que haja alguém no Brasil que tenha uma resposta.
Recompor a aliança com o PMDB? Michel Temer, o presidente do partido, deixou claro que quer o lugar de Dilma e, portanto, não pode ser condescendente com ela.
Tanto é assim que forçou a saída do líder peemedebista na Câmara, Leonardo Picciani, por ser considerado “dilmista”.
Foi o terceiro sinal, depois da carta e depois dos votos na comissão do impeachment, de que a aliança se rompeu.
A única maneira de eventualmente recompô-la é formar um governo que seja peemedebista de corpo e alma, o que significaria alijar o PT de postos-chave.
O PT não iria para o impeachment, mas tenderia a negar maioria à presidente.
Se todo esse formidável “quilombo”, como dizem os argentinos, já seria assustador em céu de brigadeiro, é puro terror em meio a uma baita crise.
Weldon Penderton (Marlon Brando) é um major que vê sua carreira em franca decadência, após o término da 2ª Guerra Mundial. Seus problemas na carreira terminam influenciando também seu casamento, que vive uma crise que é acompanhada atentamente por um casal de vizinhos e um recruta que nutre uma paixão platônica por sua esposa (Elizabeth Taylor).
Título Original: Reflections in a Golden Eye. Ano do lançamento: 1967. Produção: EUA. Gênero: Drama. Direção: John Huston. Roteiro: Carson McCullers, Chapman Mortimer e Gladys Hill
Logo no começo de O pecado de todos nós, percebemos que não se trata de um filme para qualquer público. A narrativa, lenta, e o clima denso entre os personagens escondem muito mais do que o espectador possa supor. Na trama, Marlon Brandon é um major linha dura, Whedon, casado com uma bela esposa, Leonora (papel de Liz Taylor). Seria um casal, além de belo, perfeito aos olhos da sociedade norte-americana: ele é trabalhador, militar, e ela uma dona de casa comunicativa e simpática. Há, contudo, uma série de poréns que o filme vai expondo aos poucos nesse casal saído de um comercial de margarina, que leva o espectador até o limite do suportável e do bizarro.
Vaidoso, não demora muito para que Whedon se mostre um narcisista, do tipo que não para de se olhar no espelho e de cuidar dos seus cabelos. Faz exercícios físicos, como se sentisse assim jovem e atraente, mas o espectador sabe que ele está ficando velho e seu casamento sobrevive de aparências. Não se relaciona mais com sua mulher e dorme até em camas separadas. Sua mulher, aliás, é o exemplo da futilidade. Passa o dia todo apenas a cavalgar, com um cavalo cuidado por um recruta chamado Williams e a pensar numa forma de convidar pessoas para uma das festas em sua casa. Williams, aliás, é tratado com certo desprezo por Whedon inicialmente, quando este manda o recruta limpar os matos da área e o repreende ao vê-lo fazer o serviço errado. Até que um problema do major surge nas entrelinhas: Whedon é um homossexual enrustido. Continue lendo →
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