O jacaré do Lula

BRASÍLIA – Sempre que os adversários tentavam esconder algum fato incômodo, o ex-governador Leonel Brizola sacava uma expressão debochada. “Se tem dente de jacaré, couro de jacaré, olho de jacaré… como não é jacaré?”, ele perguntava.

A ex-brizolista Dilma Rousseff deve ter se lembrado disso ao repetir, nesta quarta, que a ofensiva para cassar seu mandato é uma tentativa de golpe. “Tem cara de golpe, pé de golpe, mão de golpe. Mas tenta passar como sendo uma manifestação oposicionista”, afirmou a presidente.

Enquanto Dilma discursava em São Bernardo do Campo, o morador mais ilustre da cidade voava para Brasília. O que Lula foi fazer na capital tem cara de acordão, pé de acordão e mão de acordão. Ele tenta negociar um cessar-fogo entre o governo e o deputado Eduardo Cunha.

Os petistas temem que Cunha aceite um novo pedido de impeachment contra Dilma. Cunha teme que os petistas apoiem a cassação de seu mandato. A convergência de interesses aproximou os inimigos. E irritou a oposição, que já havia se oferecido para salvar a pele do deputado.

Nos últimos dias, Cunha se reuniu com dois ministros próximos de Lula: Edinho Silva e Jaques Wagner. O chefe da Casa Civil chegou a encontrá-lo na base aérea de Brasília, um cenário tradicional de conversas que não podem ser divulgadas.

A trama está em curso, mas é difícil acreditar no sucesso do acordão. Por um lado, o governo não tem como garantir a impunidade de Cunha, que foi denunciado ao STF por corrupção. Por outro, o peemedebista já deixou claro que aproveitará qualquer chance para apunhalar Dilma.

Como é praxe, o deputado e o ex-presidente evitam confessar o inconfessável. A assessoria de Lula chamou as notícias sobre o assunto de “escandalosamente mentirosas”. Em escândalos passados, o petista também tentou esconder o rabo do jacaré enquanto orientava o PT a salvar os mandatos dos senadores Renan Calheiros e José Sarney.

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Bernardo Mello Franco – Folha de São Paulo

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O biço

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Foto de Roberto José da Silva

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Adão e Eva

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Orlando Pedroso

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Veja-se!

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Reflexos na Vossoroca

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Foto de Ricardo Silva

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Tempo

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Foto de Tânia Meinerz

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Faça propaganda não reclame

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Coca-Cola in the jungle. Foto enviada por Ricardo Silva

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Exclusivo: o exato instante em que o vírus do celular entrou num ser humano

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Foto de Roberto José da Silva

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Revista Playboy

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A Playboy anunciou que vai deixar de publicar fotos de mulheres nuas, em virtude de tudo o que existe na internet. 1954. Margie Harrison – Playboy Centerfold

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Ele

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Mural da História

O EX-TADO DO PARANÁ 2

BONEQUINHOS-DO-LULA

29 de julho de 2010

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Carapuças no ar

A repentina intervenção verbal do comandante do Exército na “crise difícil, crítica”, tanto tem um sentido positivo como é negativa. Qual desses aspectos prevalece, ou prevalecerá, não há como pressentir. Certo é que não foram considerações ocasionais. E, portanto, interrompem a linha de distanciamento rigorosamente militar e constitucional que vinha desde o governo Lula –duração sem precedente desde a segunda metade do Império.

O general Eduardo Villas Bôas expôs a convicção de que “a crise não é de natureza institucional, as instituições estão funcionando perfeitamente”. Embora o que se passa na Câmara dê margem a certas ressalvas a tal perfeição, o que importa é o que se segue ao argumento: se “a crise é de natureza política, econômica, ética muito séria” e “prosseguir, poderá se transformar numa crise social muito séria, com efeitos negativos sobre a estabilidade. E aí, nesse contexto, nós nos preocupamos, porque passa a nos dizer respeito diretamente”.

Um recado. Uma advertência. Mas –a quem? Em princípio, uma preocupação sensata e necessária. O general Villas Bôas não é seu único portador. Nesta coluna já foi observado que, no caso do impeachment agora discutido, a obscuridade que se seguiria inclui a propensão para uma perda geral de controle, com potencial para consequências insondáveis, dramáticas senão trágicas. Pode ser uma intuição diferente das predominantes na imprensa, mas não é rara.

É uma das principais preocupações, por exemplo, que levaram a duas ponderadas entrevistas de altos dirigentes de banco, entre outros proponentes, para a disputa política, de métodos mais civilizados e respeitosos da Constituição. O risco de explosão da crise estava nas entrelinhas: a conveniência da sutileza, em lugar da explicitude talvez mal interpretada (os leitores lúcidos diminuem a cada dia), exigiu uma contenção verbal que o comandante do Exército não precisou ou não quis ter.

Mas o que significa “passa a nos dizer respeito diretamente”? Não parece uma frase de muitas hipóteses. Tão mais deslocada quanto, primeiro, é portadora de lembranças ou sugestões inoportunas. Depois, porque a frase, nas próprias considerações do general Villas Bôas, é inconciliável com suas afirmações de que “a sociedade tem que aprender com seus próprios erros” e “não precisa de atalhos para solucionar a crise”. Ou, no seu momento de reconhecimento ao vigor das instituições, a dedução de que “é por meio delas [as instituições] que a sociedade vai conduzir essa superação da crise”.

É naquela frase eremita, porém, que se identifica o possível eixo das considerações do general Villas Bôas e das circunstâncias em que as apresentou. Curiosas e indicativas. Ao que foi informado, não há precedente de reunião do comandante do Exército com pessoal da reserva. Nem haveria sentido em existir. São paisanos, que apenas serviram por determinado tempo. Guardam, no entanto, um resquício de vinculação militar aproveitável como pretexto para difundir considerações que, se feitas em reunião de militares de fato, teriam outra dimensão institucional. E seriam impróprias para divulgação.

Outra curiosidade, parece que também sem precedente: a palestra foi posta na internet. Com o que pode ser o recado. Ou advertência. Para quem? À falta de resposta, digamos que há carapuças jogadas para o alto.

janio-de-fretitasJanio de Freitas – Folha de São Paulo

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Portfólio

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Rui Werneck de Capistrano

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Foto de Daniel Snege

De cara, já digo que nunca fui amigo do Jamil. Por falha minha ou dele, sei lá, nunca fomos próximos. Habitávamos os mesmos planetas da literatura e da propaganda, mas não havia contato imediato. Ele sempre me pareceu meio afastado das rodinhas de boteco e, na década de setenta, os encontros de publicitários e jornalistas eram sempre nos botecos. O máximo de aproximação que tive com o Jamil foi por uma ou duas semanas, quando entrei na agência de propaganda Múltipla, em 1977, na rua da Glória. Era a agência onde todos queriam trabalhar. Eu, idem. E fui convidado pelo Desidério. A Múltipla sempre foi exemplo de agência, não só pra mim, mas pra todos. Trabalhar lá dava status. Sei que fui.

A turma de criação da agência contava com o Desidério, o Gil, o Ernani Buchmann, o Néslio Pinheiro, o Jamil Snege, o Bira Menezes, a Margareth Born e eu. Era um time da pesada, excetuando-se eu que ainda estava verde se fosse confrontado com os outros. O Bira, a Margareth e eu formávamos um trio de criação. A elite, lá de cima, atendia clientes especiais e nós, lá de baixo, atendíamos os menores. O Bira e eu tivemos a sorte de fazer uma campanha que deu o que falar. O cliente era uma olaria que fabricava tijolos de alta qualidade. Eu dei o nome de João-de-barro pra ele e pegou. O cliente vendeu tanto que teve que vender a própria olaria e a conta foi embora.

Mas preciso contar de uma boa que aconteceu. Eu ocupava, por falta de espaço, a mesma sala do Jamil. Era uma sala pequena com duas mesas e duas máquinas de escrever. Logo que entrei, o Jamil parece que não estava muito contente. Algum estremecimento entre ele e os donos. Aí, caiu pra ele destrinchar um job de um cliente que produzia vinho lá no Rio Grande do Sul. Ele tinha que fazer rótulo, folheto, anúncio. E mais outras coisas de que não me lembro. Sei que ele colocou papel na máquina e metralhou. Só que ele ria a cada momento. Ria, olhava pra mim, cofiava a barba e metralhava. Estava se divertindo. Como já disse, eu não tinha intimidade com ele. Ele sempre me pareceu muito superior. Já tinha bagagem literária de algum peso. O Desidério ligava pra ele perguntando do job. Ele respondia qualquer coisa, tornava a metralhar, rir e cofiar a barba. Aí, depois de algum tempo, tirou o texto final da máquina e me mostrou. O que eu achava? Li com atenção, só que não entendia nada. Ele fez um texto totalmente nonsense! Bem do tipo surrealista, contando uma história hilária do vinho. Eu, como publicitário seminovo, achei estranho. Não sabia o que ele queria dizer com aquilo. Aí, ele chamou o Desidério e entregou o texto, bem sério. O Desidério tinha o costume de ler em voz alta. Imagine o que aconteceu… Ele ia lendo e fazendo cara de quem tinha comido algo azedo. O Jamil seguia bem sério. O Desidério terminou de ler. Disse um bom meio de canto de boca e saiu levando o texto. O Jamil só cofiava a barba. Quando o Desidério sumiu, ele deu uma gargalhada de três tempos, meio forçada. Pouco depois, o Desidério chamou o Jamil pra ir conversar.

Na volta, ele me disse que estava saindo da agência. Eu estava tão apreensivo que nem imaginava ser pura gozação. Um texto-suicida. Fiquei na Múltipla até o cliente maior quebrar e cair em cima de todos: Móveis Cimo.

RUI-19

Rui Werneck de Capistrano não é bobo nem nada

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Fui!

absolout-miele

1938|2015 – Foto de Myskiciewicz

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