A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de fatiar a Operação Lava Jato deve dificultar, num primeiro momento, os acordos de delação premiada. É que, no estágio atual das investigações, os procuradores exigiam que os delatores entregassem “novos mercados” em que há corrupção, e não apenas o setor de petróleo, sobre o qual o Ministério Público já detém um vasto arquivo.
DÚVIDA 2
O STF decidiu que informações que não tenham conexão direta com a Petrobras devem ser agora investigadas por outros procuradores e fora da jurisdição do juiz Sergio Moro. E surge a dificuldade: um magistrado só pode dar ao réu os benefícios da delação premiada depois de comprovar que as informações fornecidas por ele são reais. Como elas serão investigadas fora do Paraná, surge a dúvida de como poderão ser usadas nos processos tocados por Moro.
CONEXÃO INDIRETA
O caso da Andrade Gutierrez é exemplar. A expectativa era a de que a empreiteira detalhasse esquemas de corrupção no setor elétrico, já que, depois de tantas delações, pouco teria a acrescentar no escândalo da Petrobras. A questão agora é saber se o que for falado sobre usinas, por exemplo, pode aliviar as penas por irregularidades que a empreiteira supostamente cometeu em obras da estatal do petróleo.
EM TEMPO
A Andrade Gutierrez nega que esteja estudando fazer delação premiada.
Zabriskie Point é um filme de Michelangelo Antonioni lançado em 1970 que mostra o movimento de contracultura dos EUA na época. O filme conta a história de um jovem casal — uma jovem secretária idealista e um militante radical — para passar uma mensagem “anti-establishment”. O filme é assim chamado em lembrança do monumento natural Zabriskie Point, no Vale da Morte, na Califórnia, EUA.Este filme culto teve como atores principais Mark Frechette e Daria Halprin, ambos sem experiência artística anterior. O roteiro foi escrito por Antonioni, pelo amigo cineasta Franco Rossetti, pelo escritor de peças teatrais Sam Shepard, Tonino Guerra e Clare Peploe, esposa de Bernardo Bertolucci. O filme foi o segundo de uma série de três filmes em inglês que Antonioni filmou nos EUA, segundo um contrato com o produtor Carlo Ponti para ser distribuído pela MGM. Os outros dois filmes foram Blowup (1966) e The Passenger (1975).
A trilha sonora do filme, Zabriskie Point, apresenta canções de vários artistas, incluindo Pink Floyd, The Youngbloods, The Kaleidoscope, Jerry Garcia, Patti Page e Grateful Dead. Uma faixa dos Rolling Stones (“You Got the Silver”) não apareceu no álbum da trilha sonora. As canções de Pink Floyd, Jerry Garcia e The Kaleidoscope foram escritas para o filme.
Harrison Ford tem um papel sem créditos como um dos estudantes da demonstração no posto de polícia. Depois de terem feito o filme, Mark Frechette e Daria Halprin mudaram-se para a mesma comuna da Califórnia. Halprin casou-se com Dennis Hopper em 1972. Em 1973, Frechette participou de um assalto a banco no qual um de seus cúmplices, Christopher Thien, foi morto. Ele foi condenado a quinze anos de prisão, e morreu na prisão sob circunstâncias suspeitas.
Direção: Michelangelo Antonioni. Roteiro:Clare Peploe, Franco Rossetti. Elenco: Daria Halprin (Daria), G.D. Spradlin (Lee’s Associate), Harrison Ford (Arrested Student), Jim Goldrup (College Student), Kathleen Cleaver (Kathleen), Mark Frechette (Mark), Michael L. Davis (Police), Paul Fix (Cafe Owner) e Rod Taylor (Lee Allen).
Na aparência, um PMDB que decide salvar o “ajuste fiscal” e o governo, curvando-se a dezenas de vetos presidenciais a medidas só aprovadas pelo Congresso porque sustentadas pelo mesmo PMDB. Na realidade, uma chantagem política, urdida passo a passo, por meses, até o governo sentir-se em sua penúltima hora. E entregar, entregar-se, ao PMDB que lhe disse o que queria e o que fazer, para ser salvo na salvação do seu “ajuste”. O PMDB em plena forma.
Visto como um gesto altruísta de Michel Temer, ou de ressentimento desse peemedebista com ares de esfinge, a recusa em fazer indicações na mudança do ministério foi, de fato, o abandono de Dilma às feras: “negociação”, só com a bancada na Câmara. Além de feras peemedebistas, centuriões de Eduardo Cunha. Jogo decido antes de começar.
Para esse PMDB, impeachment ou não, pouca diferença faz. O PMDB deu-lhe uma derrubada como efeito colateral, na ocasião mesma em que Aécio propalava negociações para a adesão dos peemedebistas à derrubada de Dilma. Tal efeito não alivia tanto as expectativas de Dilma, porque suas possíveis dificuldades vêm mais da Justiça Eleitoral e do Tribunal de Contas da União do que de Aécio e seus aprendizes de golpistas. Alteram, porém, o confronto de forças políticas, em favor de Dilma.
Certa turbulência continua, no entanto. Mas com o PMDB instalado em conforto no governo, sobre um colchão de R$ 106 bilhões da saúde e outros bilhões menos visíveis e também divisíveis, a configuração geral fica menos agitada e menos difusa. Por quanto tempo, só o PMDB poderia sugerir. E não diz.
ÍNTIMO
Sete anos e três meses fizeram 2.610 dias de governo de Aécio em Minas, entre 2003 e 2010. Seria indelicado, no Rio, vermos Aécio como um visitante. É de casa. Mas estar como governador o pôs na condição temporária de visitante de fim de semana, cujo período típico é de sexta ao final de domingo ou, também comum, até a manhã de segunda. O equivalente a três a quatro dias.
Especulemos com o período menor, cerca de três dias. Deixados de lado voos em aviões e helicópteros particulares e fretados, nas 124 viagens ao Rio em aviões oficiais –reveladas na Folha por Ranier Bragon e Aguirre Talento– Aécio passaria 372 dias no Rio. Na capital, em Angra, em Búzios, foi sempre foi muito solicitado, para bem mais de três a cada vez. Chamado, porém, de volta à responsabilidade de conduzir Minas e os mineiros.
Mas 372 dias, não importa se um pouco menos ou um tanto mais, perfazem um ano de governo passado no Rio.
O MÉTODO
Procuradores da Lava Jato protestam, ministros do Supremo divergem entre si e vão decidir: os inquéritos do Ministério Público alheios à Petrobras devem estar no conjunto da Lava Jato ou em inquérito e processo próprios? A divisão, usual, prevalece entre as opiniões já conhecidas de ministros. Com a discordância de Gilmar Mendes. Para a qual a concentração dos inquéritos justifica-se porque “é a mesma forma de agir, atores e autores que participam das negociações. Temos um método de atuar que se revela em todos os casos. Qual a diferença entre o petrolão e o eletrolão?”.
Interessante, embora o almirante da Eletronuclear, por exemplo, nada tenha com Petrobras. Mas não é o método idêntico de ação que, por si só, torna conexos dois mais atos a serem julgados. Em exemplo simplório: um assassino pode usar do mesmo método em duas ou mais ocasiões, e nem por isso seus atos serão considerados conexos para julgamento.
ECO
O último parágrafo da coluna de terça-feira (22) sofreu dois acidentes. Um, por mim, quando surripiei um nome ao reduzir o texto. O outro, na edição, por problema de espaço. Eis o original: “Os dados biográficos de Moreira Franco publicados com a entrevista são novidade, para o Rio, sobre esse piauiense. ‘Doutorando na Sorbonne’ lembra o título do ex-ministro Bernardo Cabral, também na Sorbonne, que a Folha descobriu existir só como imaginação.”
RIO DE JANEIRO – Todos sabemos: se você encontrar um jabuti em cima da árvore, não queira saber como ele subiu até lá –foi alguém que o colocou. E por que alguém colocaria um jabuti em cima da árvore? Para preencher um tempo morto, já que um jabuti em cima da árvore não serve para nada. Ou para manter a árvore ocupada até chegar a hora de tirá-lo.
Em 2011, Lula colocou Dilma em cima da árvore, contando com que ela lhe devolveria o galho em 2015. Mas Dilma gostou do que viu lá de cima e quis continuar por mais quatro anos. Já aconteceu mil vezes: a criatura apaixona-se por si mesma, descobre que tem vontade própria e dá uma banana para seu criador. É elementar. Espanta que Lula não tenha previsto essa possibilidade.
Há outros espantos. Lula vendeu Dilma como uma grande gerente, uma executiva, uma administradora. Hoje sabemos que é exatamente o que ela não é –seu governo ficará como o mais incompetente da história. Se Lula achava que Dilma fosse aquilo tudo, revelou-se péssimo avaliador de material humano. Se sabia que ela não era, e a bancou assim mesmo, ele deve explicações ao seu pessoal.
Dizem que Lula escalou Dilma como sua sucessora porque Dirceu e Palocci foram abatidos no mensalão. Duvido –Lula os temia porque eram espertos e ambiciosos demais, poderiam crescer e engoli-lo. O ideal para Lula era mesmo Dilma, que o PT não queria, mas teve de digerir. Essa é uma característica do grande líder: quando ele erra, obriga todo mundo a errar com ele. Lula deve ter vendido Dilma como dócil, maternal e obediente. Ela se revelou voluntarista, grossa e incontrolável –além de politicamente desastrosa. Como se pode errar tanto?
Lula pôs o jabuti em cima da árvore. Isso é comum na política. Mas errou de árvore ou errou de jabuti. Em compensação, acertou um tiro no pé.
Justiça decreta que Warner não tem direitos sobre “Parabéns a Você”. Decisão acaba com uma batalha legal de dois anos contra a companhia provocada por um músico e um cineasta que realizavam um filme sobre a canção.Quaxquáx! ZH News
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