Mural da História

O EX-TADO DO PARANÁ 2

egito-13-2-2011

13 de fevereiro de 2011

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Walter Vasconcellos

walter-vasconcellos

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Bomba

Eu tentei.

Tentei falar de outro assunto que não o assombroso caos político que assola o país. Concluí um texto sobre o documentário de Brett Morgen, “Montage of Heck”, a respeito de Kurt Cobain, mas acordei na terça-feira com Dilma Rousseff confessando que a crise econômica a pegou desprevenida.

Na época em que fazia parte do conselho da Petrobras, a presidenta também não percebeu os desvios em Pasadena e na refinaria Abreu e Lima, tampouco a gravidade das pedaladas, ou da crise internacional.

Das duas uma, ou Dilma é uma péssima administradora ou mentiu.

Escrevi que era contra o impeachment, menos por concordar com as diretrizes do governo e mais por temer fazer marola. Honrar a decisão das urnas e controlar a economia, através da mão severa de Joaquim Levy, me pareceu a maneira mais prudente de evitar o lamaçal.

A inexistência de uma liderança que aponte para uma saída futura piora o quadro. A tentativa de Aécio de invalidar a eleição soa oportunista, e o novo papel de salvador da pátria de Renan, no mínimo estranho.

Cunha, com a pauta bomba no Congresso e a denúncia de corrupção na Lava Jato, surge como o inimigo comum, contra o qual é preciso lutar.

Talvez o impeachment, ou a renúncia, fosse a salvação do PT. A impugnação da candidatura de Dilma livraria o partido da responsabilidade sobre as medidas restritivas que terão de ser adotadas nos anos vindouros. O suposto golpe o transformaria em vítima e, como o eleitor tem memória curta, abriria espaço para a volta de Lula em 2018.

Por essas e outras, sou favorável à permanência de Dilma no cargo.

Mas nessa semana negra, que começou com a presidenta assumindo o apagão que a acometeu, Temer desistiu do papel de embaixador da crise, Youssef garantiu que novas denúncias envolverão a campanha de 2015 e o abalo da China agravou o buraco em que estamos metidos. Para coroar, Gilmar Mendes fez um pronunciamento duro no TSE, favorável à investigação de supostas fraudes na eleição passada.

Não se trata mais de achar, ou querer o fico, mas de saber se ele é possível.

Eu sempre desconfiei da bonança econômica. Cresci num país falido. Por uma triste deformação histórica, encaro as crises como reais e o progresso como ilusório.

Sou filha da inflação, do cruzeiro, do cruzado, da morte do Tancredo, de Collor e Zélia. Me acostumei a viver assim.

Eu e os que me criaram.

Em 69, numa das tantas assembleias da classe artística para debater o recrudescimento da ditadura militar pós AI-5, a discussão já varava a madrugada, quando um partidário afogueado subiu no palco do Ruth Escobar, com a notícia de que o teatro acabara de receber um telefonema anônimo. Uma bomba estava prestes a explodir o recinto.

A grande atriz Lélia Abramo, militante trotskista e fundadora do movimento de esquerda no Brasil, ergueu a voz e deu o comando: “Companheiros, vamos ficar e morrer unidos!”.

Fernando e Fernanda, sentados na plateia, se entreolharam assustados. “Meu bem”, disse minha mãe a meu pai, “vamos sair correndo porque nós temos dois filhos para criar em casa”.

É como me sinto agora, com o país implodido e dois filhos para criar em casa.

Sobreviveremos.

Fernanda-torres

Fernanda Torres – Folha de São Paulo (28/08/2015 )

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Solda

O EX-TADO DO PARANÁ 2

marco-regulatório24 de setembro de 2009

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Flagrantes da vida real

rodrigo-homem-barros-del-reyRodrigo Barros Homem Del Rey. É dos carecas que elas gostam mais. Foto de Maringas Maciel

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Planeta Água

clique zé do fole 300Planeta-Água

Foto de Ricardo Silva

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Cadê o botão?

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Foto de Roberto José da Silva

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O Polaco da Barreirinha

thadeu

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Fulanos & Sicranos

Aloizio-Mercadante2--Valter-Campanato-ABr-fulanos

Foto de Valter Campanato ABr

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Mural da História

O EX-TADO DO PARANÁ 2

homem-bombaEm algum lugar do passado

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Ele

fraga-calamidade

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Tucanos ‘protegem’ Dilma

Dilma-Rousseff-Marcelo-Camargo-Abr

Foto de Marcelo Camargo|ABr

Prosseguem as investigações do MP-PR sobre supostas irregularidades na filial paranaense da Cruz Vermelha Brasileira (CVB). A responsabilidade para averiguar os possíveis desvios de recursos e de finalidade da instituição filantrópica estão desde ontem a cargo da promotora Aisha Sella Claro de Oliveira, da Promotoria do Patrimônio Público, após a verificação de graves inconsistências na primeira fase da investigação conduzida por outra promotora, afastada do caso por determinação do Conselho Superior do MP. As investigações serão ampliadas para uma questão que foi deixada ao largo: o Hospital da Cruz Vermelha mantém convênio com o governo do estado para prestar serviços para o SAS – Sistema de Assistência à Saúde do servidor público – e, portanto, recebe recursos estaduais. E por ser uma instituição com o selo de filantrópica, está legalmente impedida de gerar lucros para seus próprios diretores, suspeitos de explorar comercialmente bens e equipamentos do hospital de forma privada. O presidente da CVB paranaense, o médico Jerônimo Fortunato, será outra vez chamado a prestar esclarecimentos.

Enquanto Aécio Neves mantém sua pregação pelo impeachment da presidente Dilma Roussef, outros grão-duques do PSDB trabalham em sentido oposto. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador paulista Geraldo Alckmin agem na surdina para apaziguar os ânimos e para não criar mais problemas à estabilidade de Dilma até o fim natural do seu mandato. Os movimentos dos dois são acompanhados discretamente pelo Palácio do Planalto, que já decifrou o objetivo da dupla: criar condições políticas para cacifar a candidatura de Alckmin à presidência em 2018. Para tanto, é preciso manter a normalidade institucional e evitar solavancos do tipo impeachment. Na visão deles, a volta do PSDB ao poder deverá passar, obrigatoriamente, pela normalidade político-eleitoral e pela estrita obediência ao calendário. A viabilização de Alckmin significará o esvaziamento da figura de Aécio como representante do tucanato e da oposição (que não soube desempenhar). Ademais, FHC e o governador paulista teriam a noção de que as opções (Temer, Cunha ou Renan) para suceder Dilma num afastamento prematuro dela não convêm ao país. Por isso, até por motivos “patrióticos”, o melhor é evitar essa possibilidade e aproveitar o desgaste de imagem do governo para, neste tempo, ocupar o vazio de lideranças e construir a candidatura de Alckmin.

De quem é esta visão do cenário? De Eleonora Menicucci, ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência, que na semana passada esteve em Curitiba. Quando fora dos compromissos protocolares, falou reservadamente com alguns poucos políticos da terra com os quais achou conveniente um diálogo mais aberto. Circunstantes dessas conversas admiraram-se com a tranquilidade com que a ministra descreveu a paisagem vista do 3.º andar do Planalto. Manicucci não faz parte da cozinha política da presidente, mas é dos raros membros da equipe que conhecem a cabeça de Dilma: ambas são amigas desde quando dividiram as mesmas celas durante o ditadura. E, por conhecê-la bem, assegura: a palavra renúncia não se inclui entre os verbetes do dicionário da presidente. Já a palavra teimosia faz parte. E é por isto, segundo a ministra-amiga, que Dilma continuará apostando todas as fichas no ajuste fiscal. Sua teimosia consiste em fazer tudo o que for possível para entregar ao sucessor em 2018 um país com as finanças reequilibradas, diz Manicucci. Mais teria dito a ministra: Dilma ouve muito poucos antes de agir. Entre esses poucos Lula já não está.

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Celso Nascimento – Gazeta do Povo

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Mama mia!

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Josie Gibson. Taxidriver

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Hoje

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Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, Itta Bena, Mississippi, 16 de setembro de 1925 – Las Vegas, 14 de maio de 2015. Foto LePress

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Mundo, Brasil, Rio, Casa

Na luta pela descriminalização, postei uma selfie com um baseado apagado. Assim que postei, os amigos ficaram com medo que eu tomasse processos por apologia ou que eu tivesse a casa invadida pela polícia à procura do flagrante (infelizmente, só iam encontrar uma ponta) –afinal de contas, confessei um crime. Nada. Nem polícia, nem processo. O único esculacho que tomei foi em relação ao beque mal apertado, qualificado como pastel. “Faltou só o caldo de cana”, disseram.

A verdade é que a proibição nunca chegou aqui em casa. Por ser homem, branco, cisgênero e de classe média alta, a polícia sempre me tratou com o maior respeito. Quer dizer, já tomei uma bela tapa de um sargento (A tapa no feminino difere DO tapa pela intensidade), mas quem mora no Rio sabe que uma tapa é um carinho quando se trata da PMERJ. Fosse eu negro, pobre ou travesti, teria conhecido o famoso esculacho –um mimo da PM que muitas vezes acaba em morte. A guerra às drogas é uma guerra aos pobres –e a prova disso é que não conheço nenhum rico preso por tráfico.

Sendo assim: por que postar uma selfie pedindo a descriminalização se posso fumar um prensado tranquilo? Ou ainda: por que lutar por educação pública se posso pagar por educação privada? Ou: por que lutar por saúde pública se tenho plano de saúde? Por que lutar pelo aborto se não posso engravidar? Contra o racismo se eu sou branco? Contra a redução se eu sou maior de idade? Por que pedir o casamento gay se eu não quero casar gay?

Deleuze diz que o que difere a direita da esquerda é a forma que cada uma pensa o endereço postal. A direita diz: Gilles Deleuze. 12. Rue de Bizerte. Paris. França. Mundo. A esquerda diz: Mundo. França. Paris. Rue de Bizerte. 12. Gilles Deleuze. Ser de esquerda é perceber que os problemas do mundo vêm antes dos problemas do bairro que vêm antes dos meus problemas pessoais. Ali, Simba, tudo o que seus olhos podem ver, tudo isso é problema seu.

O Brasil tem 140 mil encarcerados por tráfico –negros e pobres, em sua imensa maioria. Sei que não vou ser preso por uma selfie, nem pelo flagrante e, na real, sei que não vou preso nem se eu for dono de um helicóptero com meia tonelada de pasta base de cocaína (ou talvez, nesse caso, precise ser deputado). Postar uma foto com baseado é problematizar: por que não vou preso? Cadê a polícia aqui na porta? Cadê meu esculacho?

Quando você sair do armário, vai ver que a maconha já está descriminalizada há muito tempo. O que continua criminalizada é a pobreza.

gregorioduvivier

Gregorio Duvivier – Folha de São Paulo

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