Do Fuleco ao Pixuleco

Em tese, a ideia era boa: um boneco que o Brasil reconhecesse como significativo, ajudasse a divulgar uma causa nobre e simbolizasse comercialmente um evento importante. O boneco era o Fuleco; a causa era defender o tatu-bola da extinção, e a expectativa era a de que, por causa da Copa de 2014, de que ele era símbolo, o Fuleco fosse para o colo ou para debaixo do braço de milhões de brasileiros.

Fabricaram-se Fulecos de todos os tamanhos, desde os gigantes, para pairar sobre os estádios, até Fulecos em escala humana, para servir de guardiães à porta das instituições, e Fulecos portáteis, de 30 cm, para serem transportados por crianças e adultos. Mas, para surpresa da Fifa, os brasileiro souberam separar o seu amor pelo futebol dos símbolos com que se tentava revestir a Copa de uma oficialidade espúria –daí acompanharam loucamente os jogos, mas enxotaram Dilma a vaia dos estádios e nem quiseram saber do Fuleco.

Mesmo antes de a Copa começar, o Fuleco já era um fiasco. Nem ofertas de leve-três-pague-dois e descontos de 70% impediram os encalhes-monstro no varejo. Até o Mug, um boneco com que Chico Buarque e Wilson Simonal andavam para cima e para baixo em 1967, vendeu mais.

Já o Pixuleco é diferente. O nome surgiu da forma carinhosa com o que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari chamava as propinas que recebia dos empreiteiros com contratos com a Petrobras. Por achar que o ex-presidente Lula se beneficiava dessa prática, chamou-se de Pixuleco o Lula gigante inflável que está percorrendo as capitais para gáudio de multidões.

Se passarem a fabricar o Pixuleco portátil e vendê-lo no mercado, tudo indica que terá o sucesso que o Fuleco não conheceu. Afinal, milhões de brasileiros sabem o que ele significa, que divulga uma causa nobre e é símbolo de um importante evento.

ruy castro

Ruy Castro – Folha de São

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Cultura em camisa de força

camisa-de-forcaFoto Editora Abril

Prossigo no tema da semana passada – a cultura e seus protagonistas – mesmo porque se trata de mina inesgotável e, como em outras partes do mundo teve no Brasil difusos e problemáticos óbices, muitos deles altamente prejudiciais ao desenvolvimento e transformação dessa ilustração civilizatória num ganho social coletivo.

Vou me valer do oportuníssimo livro de Carlos Guilherme Mota, Educação, contraideologia e cultura, desafios e perspectivas (Editora Globo, RJ, 2011), que contém os textos mais instigantes escritos pelo professor de história aposentado da USP, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie (SP), além de professor visitante nas universidades de Londres, Texas, Salamanca e Stanford, afinal, um currículo acadêmico de fazer inveja.

Os textos de Carlos Guilherme foram escritos a partir dos anos 70, e por razões elementares inspirados pelo sistema educacional excludente da época e oligarquias dominantes nas maiores universidades autárquicas, com os evidentes reflexos sobre a cultura e educação da sociedade civil.

Num painel que se estende até o período atual, é compreensível a dificuldade de transpor para uma reflexão de poucos parágrafos um retrato completo do trabalho intelectual desenvolvido pelo historiador. Fica, então, a dica aos interessados na temática cultural (sei que são muitos) que procurem o livro em questão nas bancas da área central, enquanto durar a promoção.

Não pretendo encarnar personalidade derrotista, mas apenas lembrar que o livro, assim como outros também importantes, está sendo vendido a minguados dez reais, talvez, numa comprovação de quanto vale — efetivamente — a cultura nesse país.

Num dos ensaios de época, Mota revela que “o estudioso brasileiro de história contemporânea, preocupado com a modelagem das tendências mundiais de longo alcance, terá razões de sobra para se preocupar com os anos 1980”, à vista “do processo histórico que é dado observar e que vem do reformismo desenvolvimentista e populista dos anos 1950, pouco apto a enfrentar politicamente o militarismo dos anos 1960, desembocou nos anos 1970 num sofisticado modelo de exclusão cultural montado lenta e gradualmente”.

A referida fase, escreveu, foi marcada por “iniciativas educacionais tipo MEC-Usaid” que vieram a destruir incipientes linhas de trabalho que então se estruturavam: “A Universidade de Brasília, a experiência de alfabetização de Paulo Freire e os ensaios de ação cultural, as faculdades de filosofia como núcleo de organização universitária etc”.

No campo das ciências humanas, lembra o historiador, os chamados estudos sociais começaram a ser difundidos com a finalidade de substituir o potencial crítico das antigas disciplinas do homem (sociologia, história, geografia etc) no ensino médio e superior. Mota viu nisso “uma verdadeira camisa de força”.

Contudo, citou um ponto positivo num cenário eivado de maniqueísmos minuciosamente engendrados: “É bem verdade que os brazilianists surgiram quais novos heróis civilizadores: em meio ao debruçamento geral da potência hegemônica, vieram mostrar à dormente consciência pública que não era pecado acadêmico estudar a história da República”.

Eram os tempos do “milagre econômico”, mas ele também passou. Carlos Guilherme lembra que o episódio “deixou um pesado modelo de exclusão cultural que, sob a égide do AI-5, pôde eliminar os divergentes e apagar até mesmo a ideia histórica da desobediência civil, criando um quadro cultural de cooptação necessário numa era de capitalismo associado. Nesse quadro, soterraram-se as condições para a emergência de uma burguesia nacional e de partidos liberais e nacionais, bem como de partidos que sejam expressão do mundo do trabalho. O sistema cultural viu crescer em seu interior o fenômeno conhecido por ‘mobralização’ do saber, com a formação pré-política de quadros de semicidadãos”.

A constatação generalizada é que se nos anos 70 as questões da cultura foram quase sempre enquadradas como casos de polícia, na década seguinte já orbitavam a esfera política, muito embora o problema maior se localizasse no ensino público, segundo Carlos Guilherme “o nervo central de qualquer projeto de democracia”.

A data desse escrito remonta a 1978 referindo-se o autor aos 15 anos decorridos do golpe de 64: “A deterioração profissional sofrida nos últimos três lustros, a maior da história da República, encontrará uma nova geração de pedagogos absolutamente aptos a equacioná-la, restaurando os antigos nexos entre os níveis de ensino médio e superior. Uma política eficiente do Estado permitirá atacar de rijo o problema básico da formação da cidadania, devolvendo à escola pública o papel de formar uma sociedade altamente politizada. A metodologia de alfabetização progressista será retomada, afastados os exorcizadores dos fantasmas da ‘subversão’ que lançaram o país no mais negro obscurantismo. Por seu turno, a parafernália dos cursos supletivos, dos cursinhos, das ‘faculdades de pós-graduação’ etc. será revista, conduzindo-se o ensino público aos caminhos que vinham sendo trilhados nos fins dos anos 1950”.

Não faz muito tempo o também historiador uspiano, Boris Fausto, declarava em entrevista ao programa Roda Viva – o melhor da televisão brasileira – que o compromisso primordial do historiador é com o passado. Futuro é matéria de cientista político, disse com certa ironia o autor de História do Brasil. Sem desmerecer absolutamente o brilhante raciocínio de Carlos Guilherme Mota que, aliás, transparecia muito mais um arraigado senso de brasilidade, resta lamentar que pouca coisa (ou quase nada) aconteceu de bom no ensino público do país.

O historiador não teve medo de apostar fichas preciosas de sua visão idealista em que a política educacional adventícia “não será apenas uma dádiva de algum governo bonapartista bafejado pelas luzes de eventual despotismo esclarecido periférico; resultará, antes, de uma autêntica e vigorosa pressão social e política de segmentos organizados da sociedade civil”.

Com a chegada da Nova República, em 1986, e a criação do Ministério da Cultura (MinC), que Carlos Guilherme Mota considerou “uma das fabricações mais controvertidas” do então presidente Tancredo Neves, pelo menos houve um alento com a indicação do economista Celso Furtado para a chefia da área. O historiador opinava que a indicação era o sinal de que se retemperavam “as esperanças dos que imaginavam poder o Brasil tornar-se um dia uma nação moderna”.

Dentre as credenciais do ministro, Mota asseverava se tratar ”de alguém com estatura de estadista, preocupado intensamente com a questão nacional e, desde os fins dos anos 1960, com a questão da cultura”.

As boas intenções, muitas vezes são engolfadas pelo tempo e espaço e, apesar da esperança reavivada numa gestão iluminista da cultura brasileira a frustração continuou. Mota logo percebeu que “não há fabricação ideológica que cimente a arquitetura dessa novíssima República”, lembrando o desafio histórico-cultural assumido por Furtado na transformação da pasta “que é essencialmente de crítica ideológica e não deve servir de biombo, nem ser manipulada para reduzir uma sociedade de 130 milhões de pessoas a um mercado de 30 ou 40 milhões, num processo ‘cultural’ embrutecedor, que arredonda as diferenças, ‘disfarça a favela e esconde as coisas’, como denunciava Oduvaldo Viana Filho em 1974”.

Em outras palavras, Carlos Guilherme Mota, nesse ponto de vista acompanhado por uma legião de brasileiros de boa vontade, esperava que a chegada de Celso Furtado ao MinC de fato estimulasse a formação de uma nova sociedade e a luta pela efetiva nacionalização do controle da economia, pondo fim a “esse aglomerado de súditos contribuintes sem voz nem vez, transformando-os em cidadãos”. Não deu pé…

Anos mais tarde, no final dos 90, Mota deduzia que “não somos ainda uma nação, pois não sabemos quem somos, nem aprendemos a pensar em longo prazo”, salientando que “tampouco a esquerda vem sabendo escoimar os vícios do clientelismo, do sectarismo e do fisiologismo que combatia na ditadura, e aqui refiro-me diretamente ao PMDB, ao PT e ao PDT. Pior que isso, algumas lideranças vem beirando o pitoresco!”.

Coisas tristes se amontoaram no plano da cultura institucionalizada, como a mediocrização das universidades, salvo umas poucas federais, que resistiram e continuam lutando bravamente pela requalificação das bibliotecas e dos serviços de preservação da memória cultural, dos centros de pesquisa e produção científica: “A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro ou a Biblioteca Municipal de São Paulo não lograram acompanhar o tempo de suas congêneres dos Estados Unidos, da França, da Inglaterra ou da Alemanha. Bem ao contrário, são hoje pálidas sombras dos tempos de diretores escritores como Sérgio Milliet, Sérgio Buarque de Holanda, José Honório Rodrigues e Rodrigo de Mello Franco”.

Há ainda muito a navegar nesse longo rio corrente…

ivan schmidt

Blog do Zé Beto

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Quaxquáx!

lugo-e-lula

Lugo e Lula: “la garantia somos nosotros”. Foto do atravessador

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Lua enrolada

cliques-zé-beto-esteLua-enrolada

Foto de Roberto José da Silva

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Quaxquáx!

PROF.THIMPORNinguém pode me acusar de ser de direita, de esquerda, de centro (existe isso ainda?) porque eu sou grouchomarxista, simplesmente. Doa a quem doer. 

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Levy saiu do prazo da garantia

O Joaquim Levy “mãos de tesoura” não existe mais. Havia algo de fantasia na figura do banqueiro sorridente e severo que daria um novo rumo ao desastre econômico produzido pela doutora Dilma. Ele parecia o tal porque todo ministro da Fazenda que entra é o imperador Napoleão chegando a Moscou. Quando as coisas dão errado, a menos que vá embora porque não aguenta mais, sai como o general Bonaparte, ferrado, voltando para Paris.

Levy saiu do prazo de garantia. Não é mais o que seria, mas, na verdade, nunca chegou a sê-lo. Resta saber qual o prazo que lhe resta para sair do prazo de validade. Guido Mantega, seu antecessor, nunca teve certificado de garantia ou de validade e tornou-se o primeiro caso de ministro apreendido, publicamente dispensado em setembro para deixar o cargo em janeiro.

Levy sempre foi um estranho no “bunker” dos comissários. O que ninguém esperava é que fritassem a gestão da economia com episódios vulgares. O senador Renan Calheiros, genericamente abençoado pelo Planalto, propôs cobrar o atendimento no SUS. Dois dias depois, desistiu. O ministro Nelson Barbosa soltou a ideia do retorno da CPMF. Durou dois dias e o recuo se deu enquanto Levy defendia a medida numa palestra em Campos de Jordão. Nesse episódio encapsula-se algo maior. Faltou alguém que lhe mandasse ao menos um tuíte: “Saltamos da CPMF”.

Coisas desse tipo só acontecem quando outras coisas já aconteceram. Mandar ao Congresso um Orçamento prevendo um deficit de R$ 30,5 bilhões sem dizer mais nada é uma cenografia irresponsável. O que o governo chama de uma peça realista e transparente significa apenas que parou de mentir.

Se um presidente e seu ministro da Fazenda caminham na mesma direção, as coisas podem funcionar. Isso sucedeu com Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, ou com FHC e Pedro Malan. Dilma e Guido Mantega mostraram que essa regra é falível, pois formaram uma inédita dupla de fracasso. Quando caminham em direções diferentes, não há a menor chance de dar certo.

Levy já se deu conta de que se meteu numa encrenca. Tendo perdido a garantia, fica diante do risco de uma característica dos ministros com validade vencida. Quando ela caduca, a iniciativa de ir embora sai das suas mãos. Transformado em lenço de papel, acaba voltando para casa e seu sucessor é homenageado pela Fiesp, com direito a um jantar no Alvorada com os empresários habituais.

Entre esses dois momentos, todos os ministros vivem num dilema. Percebem que chegou a hora de ir embora, mas temem que isso piore a situação do país, o que nem sempre é verdade. A maioria fica e pioram os dois.

Assim como Dilma nunca se associou à Operação Lava Jato (“não respeito delator”) ela nunca se associou a Levy. De certa maneira, nem ele a ela. Contudo, adotou o mantra roussefiano da “crise transitória”. Isso não quer dizer nada, pois tudo é transitório, inclusive os dois e até mesmo a rainha Elizabeth 2ª.

As pedaladas retóricas em que se meteram Dilma e Levy colocam o país diante de um retorno ao pesadelo que foi a Década Perdida. Não se sabe direito quando ela começou, mas terminou em 1993 quando o presidente Itamar Franco botou Fernando Henrique Cardoso no ministério da Fazenda e os dois andaram juntos.

Serviço: Nas próximas quatro semanas, o signatário passará para o regime semiaberto e não escreverá.

elio-gaspariElio Gaspari – Folha de São Paulo

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CPI da Petrobras

terta-bandeide

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Museu Oscar Niemeyer realiza Domingo + Arte

CARINA-WEIDLE-1Carina Weidle. Foto de Kraw Penas|SEEC
A partir de agora todos os domingos terão entrada gratuita pela manhã

A partir deste domingo do mês, dia 06, o Museu Oscar Niemeyer (MON) passa a oferecer entrada gratuita todos os domingos pela manhã (10h às 13h). Vale ressaltar que a entrada franca não será mais até 18 horas, como ocorria anteriormente nos primeiros domingos do mês, porém, com esta ação, o museu amplia o número de horas gratuitas e melhora o fluxo de entrada dos visitantes no espaço, além de manter a programação especial com oficinas, visitas mediadas e contação de histórias.

Nesta edição, a artista convidada Carina Weidle fará oficinas de modelagem em argila em três horários: uma às 11 horas, com entrada gratuita, e duas à tarde: 14h e 15h30. No espaço, além de alguns trabalhos da artista à mostra, há um vídeo com uma entrevista exclusiva. A capacidade das oficinas é limitada a 60 pessoas por sessão e os ingressos para participar podem ser retirados no espaço da Ação Educativa (subsolo do museu).

O público poderá ver as seguintes mostras em cartaz: a recém-inaugurada exposição sobre o arquiteto curitibano João Batista Vilanova Artigas, que comemora seu centenário; duas mostras inéditas no Brasil que vieram apenas para o MON: “Wifredo Lam – o espírito da criação” e “A União Soviética através da câmera”, além da retrospectiva do artista Luiz Sacilotto, “Audácia Concreta”, com 134 obras, “Museu em construção”, “Histórias do Acervo MON – em aberto”, “Obras sob guarda do MON”, o projeto especial “Isolde Hötte, sua obra” e as mostras fixas do espaço: Cones e Espaço Niemeyer.

Sobre a Artista do Acervo

Carina Weidle nasceu no Rio Grande do Sul e é formada em pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), Mestrado pelo Goldsmiths College e doutorado pela USP. Atua como artista plástica nas áreas de escultura e instalação. Tem obras em acervos de museus e galerias como o Museu Oscar Niemeyer, Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC), Hayward Gallery, em Londres, entre outros.


Serviço: Domingo + Arte no Museu Oscar Niemeyer, 6 de setembro de 2015. Entrada gratuita: 10h às 13h. 13h às 18h: R$ 9 e R$4,50. Venda de ingressos: até 17h30. Permanência no museu: até 18 horas

Programação: Artista do Acervo: Carina Weidle. Oficina de modelagem. Horários: 11h, 14h, 15h30. Capacidade: 60 pessoas por oficina. Local: Espaço da Ação Educativa. Retirada de ingressos: espaço da Ação Educativa (subsolo do museu)

Museu Oscar Niemeyer. Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico – Curitiba – PR. Mais informações: 41 3350 4400

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Domingo tem encontro de artistas para leituras de Dalton Trevisan

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Foto Divulgação

A partir desta quinta, o elenco do espetáculo Paranã começa a se despedir do palco do Teatro Novelas Curitibanas. Durante um mês, os textos de Dalton Trevisan, Wilson Bueno e Domingos Pellegrini se encontraram no palco em uma montagem que reuniu atores e diretores de companhias teatrais diferentes. Os contos, “Dois Velhinhos”, “Ipês”, o “Grande Circo de Cavalinhos” e outros selecionados, do escritor Dalton Trevisan, “Mar Paraguayo”, de Wilson Bueno e “O Encalhe dos 300”, de Domingos Pellegrini, estão em cenas independentes levadas ao palco por artistas que se revezam entre direção e atuação. Assinam a direção Nadja Naira, Rafael Camargo e Nena Inoue e no elenco os atores Silvia Monteiro, Ricardo Nolasco, Nena Inoue e Rafael Camargo. O espetáculo fica até domingo, dia 06.

E a grande novidade do espetáculo foi a realização  de um evento complementar.  Todos os domingos, desde a estreia de Paranã, artistas convidados pela produção  realizaram leituras públicas de autores paranaenses cumprindo o objetivo de unir teatro e literatura paranaense, evento que foi batizado de “Encontros Paranãenses”.

Nesta última semana da temporada do espetáculo teatral PARANÃ, a programação dos ENCONTROS PARANÃENSES conta com uma super equipe que vai ler textos de DALTON TREVISAN. Os contos “Debaixo da Ponte Preta”, “Boa Noite, Senhor”, “A Polaquinha”, e “O Senhor, Meu Marido” irão para o palco do Teatro Novelas Curitibanas, no último domingo, dia 06,  ÀS 16H,  nas vozes e interpretação dos artistas Cassia Damasceno, Kauê Persona, Leonarda Glück e Pedro Inoue.

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Mural da História

O EX-TADO DO PARANÁ 2salário-mínimo-11-2-2011

11 de fevereiro de 2011

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O irritante guru do Meyer

moldura-millôr

… Dessa mente confusa, dessa existência confusa, dessas mal-traçadas linhas de viver creio que só me resta mesmo uma conclusão a que durante anos e anos me recusei por orgulho e vergonha — sou, por natureza e formação, um humorista. Millôr Fernandes, do livro Lições de um ignorante, 1967

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Osni das muitas artes

Na história da criação, inauguração e consolidação da televisão do Paraná, que eu e Luiz Renato Ribas estamos escrevendo, com base no registro da revista TV Programas – que Ribas, Rubens Hoffmann e eu editamos nas décadas de 60 e 70 –, há muita coisa curiosa e interessante. Se alguma editora tiver a indulgência de publicar a obra, antes que ela se torne póstuma, o leitor conhecerá (ou relembrará de) figuras hoje quase esquecidas lamentavelmente. Como o “turco” de Palmeira que encasquetou trazer a televisão para o Paraná e venceu a corrida com o todo poderoso Assis Chateaubriand, comandante dos Diários e Emissoras Associados e que fora o pioneiro da América do Sul.

Há muitos bravos nessa história de precursores. Gente que saiu do rádio para realizar a façanha de levar o som e a imagem aos lares de Curitiba e do Paraná. Sem nenhum know-how, mas muito sonho na cabeça e muita vontade de fazer. Gente como Olavo Bastos, Renato Mazânek, Elon Garcia, Tônia Maria, Silas de Paula, Clemente Chen, William Sade, Jamur Júnior, Roberto Menghini, Gláuco Sá Brito, Maurício Távora, Sinval Martins, os Irmãos Queirolo e tantos outros.

Para homenagear esses arrojados personagens, cujas figuras a passagem do tempo já ameaça apagar e a fraca memória dos paranaenses começa a esquecer, vou selecionar, hoje, o bom Osni Bermudes das muitas artes, falecido prematuramente aos 68 anos, em novembro de 2001.

Quando a TV começou a engatinhar no Paraná, Osni Antônio Bermudes, curitibano de nascimento e “coxa-branca” desde pequenino (talvez o seu único grande defeito) – era filho de “Ninho”, centro-médio do então poderoso “esquadrão” do Alto da Glória – estava na Rádio Marumby. Era operador de som e sonoplasta. Mas sempre foi um curioso e “arteiro”.

Em 1960, quando a cadeia “Associada” fincou pé no Paraná, Osni se apresentou a Adherbal Stresser, diretor-presidente do Canal 6. Queria fazer parte daquela aventura. Foi um dos primeiros contratados. Inicialmente, como assistente; mas logo passou a diretor de TV e assessor da direção artística.

Ali começou a aprender e passou a ensinar. Fez muita “arte” na direção de TV em shows que marcaram época nos primeiros anos da televisão da Terra dos Pinheirais. Mas havia uma coisa que incomodava – e muito – o inquieto Osni: o padrão fixo do prefixo da emissora, umslide parado, monótono, exibido na transição de um programa para outro. Uma noite, deu-lhe um estalo: por que não dar movimento àquela chatice? Pediu licença para a “patroa” Maria Helena, foi à pequena oficina que mantinha em casa, reuniu alguns pedaços de brinquedos dos filhos – até então os gêmeos Ana Cristina e Osni Jr.; mais tarde chegaria o Gil, hoje um dos mais talentosos cinegrafistas da RPCTV –, adaptou-os a minúsculos motores, adicionou alguns desenhos encomendados à cenografia e pronto! Estavam criadas as suas “traquitanas”, que tanto prazer dariam, anos a fio, aos telespectadores.

— Como ainda não existiam no Brasil os complicados aparelhos eletrônicos, já comuns dos EUA, achei que poderia produzir efeitos decorativos no vídeo, usando alguns desenhos e bonecos em movimento. E não é que deu certo! – comentaria depois, com excessiva modéstia, acrescentando: “Na verdade, as minhas ‘traquitanas’ funcionavam através de dois desenhos, um fixo e outro móvel. Ambos eram focalizados por uma câmera e produziam efeitos diversos, como raios que giravam em torno de um círculo, linhas verticais, horizontais ou transversais que se movimentavam no vídeo, mantendo um espaço circular ou quadrado no centro. Outra câmera encaixava a cena no espaço em branco”.

Quando se transferiu para a TV Paranaense, Osni rebatizou as “traquitanas” de “engenhocas” e aperfeiçoou a invenção: os efeitos passaram a sair de um sistema de espelhos dispostos em “pirâmides”.

A carreira de Osni foi toda marcada de sucessos, mas foi na TV Iguaçu, Canal 4, inaugurada em 1967, que seriam registrados os seus maiores momentos.

O Alto das Mercês seria palco para acontecimentos televisivos marcantes. Como o primeiro programa via-satélite, ao vivo, unindo Curitiba e Porto Alegre, “O Grande Desafio”. Mas ali aconteceu, sobretudo, o “Show de Jornal”, o maior noticioso da televisão do Paraná e um dos melhores já feitos até hoje na televisão brasileira, com mais de 90% de audiência cativa. Ia ao vídeo todas as noites. O ritmo era ágil, descontraído, profissional, antecedeu em vários anos o que hoje é comum no vídeo. Jamur Júnior, J.J. de Arruda Neto e Lota Moncada (depois, Hortência Tayer e Laís Mann) eram os apresentadores; Renato Schaitza, Adherbal Fortes de Sá Jr. e Francisco Camargo cuidavam do texto; Ducastel Nicz dirigia. E Osni Bermudes, na mesa do switche, comandava o espetáculo, cortava as imagens e orientava o pessoal:

— Atenção, Jota! No ar! Vai, Jamur! Agora, Hortência! Olha o filme! Preparar slide Pimentel!

Olhos fixos nos monitores, de sua mesa de efeitos, manipulando chaves e botões, o “gordo” Osni conduzia o show. E assim fez durante muito tempo, até ser convocado para montar e coordenar o sistema de TV em circuito fechado da Telepar, onde permaneceu até ser solertemente atingido por dolorosa moléstia, que aos poucos lhe foi consumindo o talento e a vida.

Grande Osni Belasartes!

céliodois

Blog do Zé Beto

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Todo dia é dia

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Gisere Hishida, jorunarista purofissional (turilia sonora: Furanque Sinatora). Foto de Kuraw Penas

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Ademir Assunção

capa-viralatas

Viralatas de Córdoba é um trabalho essencial para quem acompanha a obra  de Ademir Assunção. No cd o poeta vocaliza seus poemas acompanhado da banda Fracasso da Raça. O resultado é um show de poesia e rock’n’blues. Quem quiser ouvir algumas faixas e/ou adquirir o cd (com entrega, via correio, em qualquer cidade do país), clique aqui! Obrigado por apoiar a obra de artistas independentes que dizem não aos viciados esquemas e dizem sim a vida e a criatividade.

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Verde que te quero verde

clique zé do fole 300verde

Foto de Ricardo Silva

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