Uma cortina no escuro

uma-cortina-no-escuro

Foto de Roberto José da Silva

Publicado em Alagoas, Foto de Roberto José da Silva, Palmeira dos Índios, zé beto | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

CataTao&Tal

ergo sum, aliás, Ego sum Renatus Cartesius, cá perdido, aqui presente, neste labirinto de enganos deleitáveis, — vejo o mar, vejo a baía e vejo as naus. Vejo mais. Já lá vão anos 111 me destaquei de Europa e a gente civil, lá morituro. Isso de “barbarus — non intellegor ulli” — dos exercícios de exílio de Ovídio é comigo. Do parque do príncipe, a lentes de luneta, CONTEMPLO A CONSIDERAR O CAIS, O MAR, AS NUVENS, OS ENIGMAS E OS PRODÍGIOS DE BRASÍLIA. Desde verdes anos, via de regra, me’ditò horizontal manhã cedo, só vindo à luz já  sol meiodia. Estar, mister de deuses, na atual circunstância, presença no estanque dessa Vrijburg, gaza de mapas, taba rasa de humores, orto e zoo, oca de feras e casa de flôres. Plantas sarcófagas e carnívoras atrapalham-se, um lugar ao sol e um tempo na sombra. Chacoalham, cintila a água gôta a gôta, efêmeros chocam enxames. Côcos fecham-se em copas, mamas ampliam: MAMÕES. O vapor umedece o bolor, abafa o mofo, asfixia e fermenta fragmentos de fragrâncias. Cheiro um palmo à frente do nariz, mim, imenso e imerso, bom. Bêstas feras entre flôres festas circulam em jaula tripla — as piores, dupla as maiores; em gaiolas, as menores, à ventura — as melhores. Animais anormais engendra o equinócio, desleixo no eixo da terra, desvio das linhas de fato. Pouco mais que o nome o toupinambaoults lhes signou, suspensos apenas pelo nó do apêlo. De longe, três pontos… Em foco. Tatu, esferas rolando de outras eras, escarafuncham mundos e fundos. Saem da mãe com setenta e um dentes, dos quais dez caem aí mesmo, vinte e cinco ao primeiro bocado de terra, vinte o vento leva, quatorze a água, e um desaparece num acidente. Um, na algaravia geral, por nome, Tamanduá, esparrama língua no pó de incerto inseto, fica de pé, zarolho de tão perto, cara a cara, ali, aí, esdruxula num acúmulo e se desfaz eclipsado em formigas. Pela ou na rama, você mettalica longisonans, a araponga malha ferro frio, bentevi no mal-me-quer-bem-me-quer. A dois lances de pedra daqui, volta e meia, dois giros; meia volta, vultos a três por dois. De onde em onde, vão e vêm; de quando em vez, vêem o que tem. Perante o segundo elemento, a manada anda e desanda, papa e bebe, mama e baba. Depois da laguna, enchem a anterior lacuna. Anta, nunca a vi tão gorda. Nuvens que o gambá fede empalidecem o nariz das pacas. Capivara, estômago a sair pelas órbitas, ou, porque tartas se estatelam arrotando capinzais ou, como não sabem senão comer, jogam o gargalo para…

catatau, 1975, página 1

Publicado em A justa razão aqui delira, Catatau, paulo leminski | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | 7 comentários
Compartilhe Facebook Twitter

Olhar

Aproveite antes que acabe. Foto de Ricardo Silva

Publicado em Alagoas, Olhar, Palmeira dos Índios, ricardo silva, zé do fole | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Ele

Publicado em biscoito fino, fraga, José Guaraci Fraga | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Últimos dias!

Teatro Novelas Curitibanas, até domingo, às 20h. Vai lá!

Publicado em A justa razão aqui delira, Catatau, paulo leminski | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Bailarina

Foto de Iara Teixeira, “La Tejera”.

Publicado em iara teixeira | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Mural da História

Né, Gisere Hishida? 22 de janeiro, 2011.

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Ave, urubu!

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Pleonasmos

Elma, da impagável dupla Elma & Francis. Foto de Misquici

Publicado em Pleonasmos | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Ele

Publicado em fraga | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Hoje, 40 anos

Neve em Curitiba em no dia 17 de julho 1975. Foto de Misquici

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Gilson Camargo

Clica!

Publicado em Gilson Camargo | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Catatau&tau

Helena Portela, Chiris Gomes e Claudete Pereira Jorge. Foto de Gilson Camargo.

No Catatau, suspeito ter criado o primeiro personagem puramente semiótico, abstrato, da ficção brasileira. Occam é um monstro que habita as profundezas do Loch Ness do texto, um princípio de incerteza e erro, o “malin génie” da célebre teoria de René Descartes.

A entidade Occam (Ogum, Oxum, Egum, Ogan) não existe do “real”, é um ser puramente lógico-semiótico, monstro de zôo de Maurício interiorizado no fluxo do texto, o livro como parque de locuções, ditos, provérbios, idiomatismos, frases-feitas. O monstro não perturba apenas as palavras que lhe seguem: ele é atraído por qualquer perturbação, responsável por bruscas mudanças de sentido e temperatura informacional. Occam é o próprio espírito do texto. É um orixá azteca-iorubá encarnando num texto seiscentista.

Paulo Leminski

Publicado em paulo leminski | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Hoje: Rettamozo – Museu da Gravura

Local: Museu da Gravura Cidade de Curitiba. Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533 – Solar do Barão. museudagravura@fcc.curitiba.pr.gov.br – Horário de visitação: 3ª a 6ª feira, 9h às 12h e 13h às 18h. Sábado, domingo e feriado, 12h às 18h. Visitas guiadas: educativasolar@fcc.curitiba.pr.gov.br – Fone (41) 3321 3275. Ingresso gratuito

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | 1 comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Aviso aos navegantes

Hoje eu levantei e nem tomei o meu rivotril. Acordei com a “Síndrome de Estoucalmo

Publicado em Aviso aos Navegantes | Com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter