Delicadeza

Pelas horas do tempo não linear
persigo seu rosto em todas as palavras, sílabas, frestas
tento adivinhar qual será o presságio
ao ouvir o vento bater à janela

ao acaso
ou à sorte
as linhas da minha mão migraram para a sua
percorreram os hemisférios
dividiram os tempos
carregaram as dores
inventaram um pensamento

entre os silêncios trocados
na abissal tentativa do encontro
o medo não existe
apenas a nau constante

a pele descama e escolhe as matizes
embarco nesta expedição
em busca da delicadeza
onde vejo os naufrágios somente
quando desço às profundezas do oceano

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Fraga

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Blindagem – Sou Legal, Eu Sei

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Descobertas e invenções maravilhosas que nunca vingaram

1. Edmund Pander esteve a milímetros de descobrir uma nova bactéria, mas não o fez. Em 1958, Pander entrou na sala de um castelo abandonado da Itália onde se realizava gigantesca procriação de uma nova bactéria maligna. Ele não tinha nenhum microscópio à mão e, pior, nem o menor conhecimento científico. Era apenas andarilho, dormiu ali e partiu cedo.

2. Em 1930, Oliver Carpentier estava tentando juntar relógio de ponto com um dos concertos para piano de Beethoven, quando sua mulher entrou em trabalho de parto. Ele largou tudo e chamou a parteira. Nasceram trigêmeos que nunca mais deram sossego para ele voltar à invenção.

3. Em 1030, numa praia do Brasil (que nem tinha esse nome ainda), um índio olhava para o horizonte e imaginava que devia haver terras lá longe. Impossível, naquele mar todo, serem eles os únicos habitantes. Durante seis meses, fez uma canoa. Conseguiu patrocínio do cacique e, depois de despedir-se da tribo, partiu. Não navegou nem quinhentos metros, naufragou e morreu.

4. Johannes Burg, intrépido alemão, muniu-se da maior paciência e da mais ferrenha perseverança e dispôs-se a inventar o moto-perpétuo. Depois de trinta anos de trabalho profícuo, quando achou que faltava apenas uma peça que encontraria a trinta milhas de sua casa, morreu.

5. William W. Wallet queria inventar o Boletim do Conselho Mundial, em 1877, porém nunca encontrou nenhuma perspectiva de aplicação para ele. Morreu pobre e esquecido na ilha de Páscoa.

6. Mesmo sendo chamado de louco por meia cidade, Douglas Teddy cismou que seria possível a geração espontânea. Anunciou que às duas horas do dia 24 de março de 1637, em plena Praça da Matriz, apareceria um sapo-cururu. No dia e hora marcados, com centenas de olhos fixos no ponto exato, apareceu realmente um batráquio. Mas não era da espécie anunciada. Na verdade, era uma rã-pimenta. Teddy foi desacreditado para sempre. E teve seu nome excluído do clube dos jogadores de truco. Continue lendo

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Assim rasteja a humanidade…

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Jan Saudek

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Todo mundo lá!

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Mural da História – 2010

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Cecília Westphalen

Cecília Westphalen (1927-2004) – Formada em História, Geografia e Direito, foi professora catedrática da UFPR. Cursou graduação em Filosofia na Alemanha e especializou-se em História Moderna na França. Deixou mais de 200 trabalhos publicados, grande parte em parceria com Altiva Pilatti Balhana.

Dezenas de autores, todos já falecidos, não demonstraram interesse em participar da Academia Paranaense de Letras, por diversos motivos: porque achavam que a entidade não os representava (por motivos estéticos, ideológicos ou por diferenças pessoais com acadêmicos), por proibição estatutária (caso da presença feminina), por viver longe do Paraná, por timidez do escritor ou por desinteresse da própria Academia em estimular possíveis candidaturas. Sem esquecer que o limite de 40 membros sempre se mostrou um permanente limitador. Entre esses, selecionamos dezenas de nomes que fizeram parte da vida científica e cultural do Paraná, sem passar pela nossa instituição. Exceto Júlia Wanderley, autora de artigos e textos diversos, mas sem obra em volume, os demais tiveram livros publicados. Outros nomes podem ser sugeridos.

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Palavras fujonas

Procuro há horas e não encontro a palavra que identifica o texto longo, derramado e cansativo. Mas encontrei a figura de estilo sobre a repetição de palavras para fixar uma ideia. Chama-se anadiplose, parente da adipose, a gordura no corpo humano. Nosso Rui Barbosa, nume tutelar dos juristas, apesar de baixinho e magrinho, sofria de anadiplose. Anadiplose, pois, é a gordura do texto. Para as duas adiposes há tratamento similar: a dieta.

Sei que a palavra fugida irá desabar da memória exato quando não tiver utilidade – inclusive porque logo será esquecida, tipo o gergelim diário cujo nome tive de escrever no pacote do pão. O doutor César Kubiak identificou o problema, mas adiantou que não tem solução: é um dos tais “encantos do envelhecimento”, como ele chama a afasia nominativa. Desencantado, disse ao doutor que para mim encantadoras são as três filhas dele.

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Saudade não tem idade

© Lucília Guimarães

Reynaldo Jardim, o morubixaba. Trabalhamos juntos em revistas e jornais. No Diário do Paraná, Anexo, — anos 70 — quem viveu realmente a década de 1970 não se lembra de porra nenhuma — eu estava na redação desenhando um Chaplin para ilustrar uma matéria (foi o Jardim ou o Rettamozo quem pediu?) e não conseguia. Alguém me chama, eu levanto e derrubo o vidro de nanquim, que espalha a tinta sobre o papel do Chaplin.

Quando volto à mesa,  percebo que o desenho estava pronto. O acaso, meu melhor parceiro, terminou meu desenho.  Em 1980, fui chamado por ele para ser chargista do Jornal do Estado. E, pasmem, Jardim disse: Solda, você não precisa vir até a redação. Eu mando apanhar a charge e a ilustração para o Espaço Dois (geralmente matéria do Luiz Geraldo Mazza). Sem internet! Lembro perfeitamente do Correio de Notícias — lá eu não trabalhei, apenas ia até o jornal pra ver o Jardim e o que ele andava aprontando. Sempre brilhante, o poeta, jornalista, artista gráfico, antena da raça, inventor do Caderno B (no antigo Jornal do Brasil) da imprensa brasileira.

Esteve em Curitiba em 2008, para o evento 30 anos do ArtShow, organizado por Sergio Moura no TUC – Teatro Universitário de Curitiba, 1978. Foi a última vez que o vi. Parecia um adolescente (aliás, sempre foi). Irrequieto, provocador, sempre brilhante, era o nosso morubixaba. Lucilia Guimarães, estava no evento. E, nesse dia, ele fez um poema dedicado a ela.  Reynaldo Jardim faleceu aos 84 anos de idade, em decorrência de complicações causadas por aneurisma na artéria aorta abdominal. Depois eu conto mais, muito mais. 

Luzcília, mãe de
Santo e filho e
filhas lindas, iluminadas,
iluminantes.
Luzcília, brilho,
estrela lúcida
de água, fogo
sal e doçura,
beligerante, feita
de paz, trilha e
trilho, levando a
alma pra
muito além
do que sabemos.
Lavando a alma
das impurezas
que a vida faz.
Quanta alegria
nessa folia de
Salvamentos.
Quanta euforia,
Fraterno abraço,
terno carinho a
dissolver dor,
aflição dos
pensamentos.
Tanta alegria na
Benção, feita de
afago, mel, sal
de um sol que
fez nascer
funda vontade
de mais viver no
vegetal, terra e
regatos, pedras e
lagos do bem
querer.
Rodopiar tal um
pião, planeta,
gira que gira
na devoção.
Minha maninha,
tão soberana,
mãe e rainha
não só de santo
mas de pecados
e dos pagãos.
De Santo, mãe,
sinto-te filha.
Quisera ser, não
teu padrinho,
nem o teu pai,
mas tua mãe,
A mãe da mãe de
Santo, santa,
Anjo da guarda
e redenção.
A sete chamas,
a sete velas,
a sete chaves,
Oxalá te solta
voando leve,
bem aqui dentro
do coração.

 Reynaldo Jardim, Curitiba,
24 de setembro de 2008

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MON realiza oficina artística e sensorial para crianças de 1 a 2 anos

© Kraw Penas

No mês das crianças, o programa MON Primeiros Passos, do Museu Oscar Niemeyer, irá propor aos pequenos de 12 a 24 meses uma oficina inspirada nos tons de alaranjado. A atividade ocorrerá em 19/10, às 10h30.

A oficina artística e sensorial “Acorda, Laranja!” será inspirada na obra “Sem Título (Cobra Coral)”, do artista Luiz Henrique Schwanke, que pertence ao acervo do MON e está exposta atualmente na mostra “Sou Patrono” (Sala 2).

As crianças, que obrigatoriamente devem estar acompanhadas de um adulto responsável, participarão de uma dinâmica de interação com a obra, seguida de uma oficina de colagem. Os ingressos precisam ser adquiridos previamente pelo site do MON e as vagas são limitadas.

MON Primeiros Passos

Por meio de investigações e ações multissensoriais, o projeto MON Primeiros Passos proporciona para as crianças de 1 a 2 anos um contato sensível com a arte e com o espaço do Museu. Os encontros envolvem dinâmicas, oficinas e atividades nas exposições em cartaz e no Espaço de Oficinas do MON.

SOBRE O MON

O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Serviço “MON Primeiros Passos – Acorda, Laranja!” – 19 de outubro – Das 10h30 às 11h30- Espaço de Oficinas – Público-alvo: crianças de 12 a 24 meses (a participação de um adulto é obrigatória). – Ingressos a partir das 10h de sábado (14/10): bit.ly/MONPrimeirosPassosOutubro

Museu Oscar Niemeyer|www.museuoscarniemeyer.org.br

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Pegar ou largar

Quando a indústria muda o formato de um produto, o normal é reduzi-lo para você ter de comprá-lo em dobro

Desde há algum tempo, ao abrir o pacotinho do adoçante, a impressão é a de que ele está mais leve, talvez mais vazio. E a de que o café também está menos doce. Há algo errado, ou com o meu paladar ou com o adoçante. Como sei de gente com a mesma impressão, fico com a segunda hipótese. Um pacotinho pela metade nos obriga a usar dois pacotinhos, se quisermos manter o nível de açúcar no café. Donde, para o fabricante, 50% a menos em cada embalagem significarão um ganho de 100% na venda do produto.

Na 2ª Guerra, quando fomos anexados ao império Lux-Kolynos, as imagens nos anúncios induziam a um consumo muito maior do que o necessário. Para escovar os dentes, sugeria-se tanta pasta que mal cabia na escova. Idem quanto aos sabonetes: as banheiras transbordavam de espuma e, no chuveiro, o sujeito se ensaboava de tal forma que nem sua mãe o reconhecia. E, quando chegaram os xampus, fomos ensinados que o certo eram duas aplicações.

O custo de fazer a barba dobrou a cada mudança de formato das lâminas. O instrumento original, a navalha, podia durar uma vida inteira e até passar de pai para filho desde que se a amolasse de vez em quando. A gilete, que a substituiu, começou com uma honesta lâmina de dois fios, cortando dos dois lados. Um dia reduziram-na a uma lâmina de um só lado, o que a reduziu também à metade das barbas. Veio então a lâmina dupla, com o que continuamos a fazer metade das barbas, só que com o dobro de lâminas. Hoje temos o aparelho descartável, com uma lâmina quase cega válida para uma única barba —feita esta, joga-se fora o aparelho e se abre outro.

Mas é pegar ou largar, não?

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Mural da História

Edições Leite Quente, em algum lugar do passado

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