Desculpe, hoje não temos humor

Desde que comecei a coletar e compartilhar o melhor do Humor Judaico, inicialmente em meu Blog e mais tarde, aqui no HojePR, quando os Editores generosamente me abriram as portas, foram poucas as vezes em que deixei de publicar.

Isso aconteceu apenas em datas relacionadas ao Holocausto, dias de recolhimento e introspecção.

Nesta quarta-feira (11), novamente deixo de levar alegria aos Amigos leitores.

O estado de guerra em Israel, por si só, entristece a mim e a todos os que acreditam no direito e na necessidade de Árabes e Judeus viverem em harmonia, mas ontem (10), a descoberta dos corpos dos bebês decapitados extrapolou minha capacidade de resignação e aceitação.

Deixo com vocês, assim, as palavras de Golda Meir, a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra de Israel:

“Nós podemos perdoar os árabes por matarem nossos filhos. Nós não podemos perdoá-los por forçar-nos a matar seus filhos. Nós somente teremos paz com os árabes quando eles amarem seus filhos mais do que nos odeiam”

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luanaLuana Piovani – Revista Trip|Edição Especial. © Christian Gaul

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Ditados borrachos

El futebol es una caixinha lá de onde el diablo perdeu las botas.
Después de la porta arrombada no adianta chorar sobre el leche derramado.
Dize-me con quién andas e te direi se és el mejor amigo del hombre.
El bueno cabrito sus males espanta.
Nada como un dia após el lobo del hombre.
Quién sai en la chuva tiene que se molhar en la água que passarinho no bebe.
El cachorro es el mejor amigo de quién tira el cavalo de la chuva.
No se habla em corda en casa de ferrero.
Quién nasceu pra dez merréis, Matheus que o embale.
Cachorro que late, de grão en grão, enche lo saco.
Lo que abunda no prejudica los primeros que seran los últimos.
Diós dá el frio conforme el pássaro en la mano.
Ladrón que rouba ladrón tiene medo de la lingüiça.
Quién no chora no sabe que el ovo sai siempre del cu da la galiña.
Mato el hombre que dá una boiada pra sair de la briga.
El pior cego és aquele que deixa pra mañana o que pode ser feito hoy.
Devagar se vai lá onde el viento faz la curva.
Gato escaldado en água fria tiene medo de la porca pitoca que torce lo rabo.
Burro amarrado también es mejor que mal acompañado.
Água mole en piedra dura tanto bate naquel que colhe tempestade.
Es de niño que se torce el hábito que faz el monge.
Más vale un amigo urso do que el que late más no morde.
Quién fala demás está en el mato sin cachorro.
El diablo no es tan feio quanto a cavalo dado no se olha los dentes.
La mentira tiene pernas curtas porque la alegria del pobre dura poco.
El segredo es la alma del periquito que leva la fama.
Después de las tripas, todos metem el dedo na bunda dela.
En caza de poco pão, casa la freira com el frade.
Quién tiene telhado de vidro sabe que donde hay fogo, hay fumaça.
Antes solo que tamaño nos es documento.
Um dia de la caça, otro de quién dá a los pobres.
Caza de mulher feia no precisa de dois bicudos que no se beijam.
Quién dá um passo maior que las pernas sabe como ensinar el padre nosso a el vigário.

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Do desânimo a novo alento

Quando comecei a escrever a coluna da semana passada, tinha duas opções de tema: a primeira, anunciar nova pausa da atividade, desculpando-me junto aos editores e leitores, e a segunda assinalar a passagem do Dia do Idoso, do qual tenho sido porta-voz. Optei pela segunda.

Rubem Alves, do alto de sua sapiência, dizia que, quem escreve para o público, no fundo está escrevendo para si mesmo. Zé Beto tem a mesma opinião. E ambos têm razão. No meu caso, tenho prova pessoal. Comecei a escrever para quinze leitores, o abnegado “Grupo dos 15”, assim batizado pelo meu querido amigo e companheiro Mário Montanha Teixeira Filho. Depois, os quinze viraram nove. Ultimamente, estavam reduzidos a dois ou, no máximo, três. Quer dizer, eu estava (estou?) escrevendo para mim mesmo. E de mim, sinceramente, estou cansado. Já disse tudo o que deveria dizer, não suporto mais a política e os políticos, sejam eles de onde forem. E depois do capitão, cujo nome não deve ser dito, a coisa degenerou de tal modo neste país que não tem mais jeito. É só malquerença, intriga, violência, ódio, muito ódio. Veja-se a malta que hoje compõe o Congresso Nacional; olhe-se os atuais governadores, especialmente o que ora habita o Palácio Iguaçu. Há alguém que se salve, em quem se possa depositar alguma esperança? Nem responder precisa. Então, o que eu estou fazendo aqui? Repetindo-me, ocupando indevidamente o precioso espaço do Zé Beto e do Solda, expondo-me a comentários jocosos e anônimos? Acreditava que bastava. Pelo menos durante algum tempo.

Mas, aí lembrei-me da lição do velho cão, que já lhes contara. Não hão de ver que “exitou”, isto é, alcançou algum sucesso, recuperando, inclusive, alguns do antigo Grupo dos 15. Talvez nem tanto aqui no Zé Beto ou no Solda, mas na minha página do Youtube e no meu endereço digital.

Tanto é que vou reproduzir alguns comentários recebidos, todos suspeitos porque assinados por amigos de longa data.

Do velho cúmplice de ideais Edson Dallagassa, com quem divido, há muito tempo, sonhos irrealizáveis:

Apesar de já conhecer a fábula, ela ganhou um sabor especial pela tua narrativa. Os antigos usavam as fábulas, este gênero literário onde se empresta aos animais o dom da fala, objetivando disseminar ensinamentos de cunho moral para uma população geralmente iletrada que, ao tomar conhecimento da história contada, via-se a pensar sobre os ensinamentos emanados da fala dos animais. Geralmente os autores deixavam ao alvedrio de cada leitor extrair da história a sua própria versão ao ensinamento. Você, ao contrário, deixou clara a lição moral deixada pela estória, quem sabe por não confiar na capacidade dedutiva de alguns dos seus leitores. Afinal o.espectro deles vai de Lula a Bozo de maneira eclética e indistinta.

Do jovem parceiro da temporada tribunalesca e aliado de todas as horas Eurico de Paiva Vidal Jr.:

Sorte nossa, seus amigos, que temos o privilégio de conviver com esse velho cachorro sábio! Só ensinamentos.

E, por fim, do melhor diretor financeiro que o TJ/PR já teve e que, depois de libertado das amarras burocráticas, revelou-se um objetivo analista do cotidiano, o meu estimado Vilmar Farias:

Considero um alento a presente coluna. Senti até um certo entusiasmo pela terceira temporada, os próximos 13 anos. Eu, fã de carteirinha que sou de suas colunas, tenho a maior admiração. Imagino que um texto quando concluído e publicado traz nas entrelinhas a satisfação do autor: emoção e beleza, traduzidas nas palavras que perpetuarão o momento de solidão no ato de criar. O autor sente o tempo passar, no entanto seu pensamento está imune à ação desse mesmo tempo. E isso é simplesmente maravilhoso. 

“Como amigo, e por isso privilegiado, vou me reportar a duas palavras muitas vezes mencionadas por VOCÊ em nossas conversas: 1. perfeccionismo; 2. pensamento. ‘Primeiro, gosto das coisas perfeitamente acabadas nos detalhes inerentes a tudo que me proponho fazer. Assim como tudo que recebo passa pelo meu olhar virginiano. Segundo, se um dia eu nada mais puder fazer que eu não perca a capacidade de PENSAR’. Está aí a fórmula do autor que, por 26 anos, me encantou. Fico na torcida pela terceira temporada. E deixo minha gratidão por ter participado desses momentos.

Resta-me agradecer tais demonstrações de apoio, carinho e afeto, assim como também a Renato Andrade, Rolf Koerner, Ivone e Nordi Gradwski, Sueli Portugal Faria, Josélia Nogueira, Marcus Paes, Priscila Muller Faria, Ricardo Marques, Rose Dallagassa, Ana Cláudia Finger, Leandro Rigon, Gilberto Fontoura, Carmelita Manfroi Silveira, Adriano Paes, Kátia Moraes, Denise Farias, Célia Folda e Ronaldo Rocha.

Vocês são os responsáveis pelo adiamento da minha despedida deste espaço. Vou tentar seguir em frente por mais algum tempo. O velho cão continuará latindo e seja o que Deus quiser.

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© Sara Saudková

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© Jan Saudek

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Tomi Ungerer

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Ostras Parábolas

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Odelair Rodrigues, 1935|2003, atriz brasileira, pioneira da televisão paranaense. 

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As ONGs da Michelle

Planilhas obtidas pela CPI das ONGs mostram os valores destinados a instituições missionárias evangélicas durante a vigência do Pátria Voluntária, programa do governo Bolsonaro.

Coordenado pela Casa Civil, o programa era liderado pela ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, com o apoio da então ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Foi extinto em janeiro deste ano.

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União feita no Pátria Voluntária apontou a ausência de critérios objetivos e isonômicos para a seleção de instituições beneficiárias dos recursos. Na prática: faltava uma regra clara para escolher quem seria beneficiado, o que abre espaço para irregularidades.

O instituto Bem Pescado, localizado em Canineia, litoral de São Paulo, atuou em 62 cidades da Bahia. Recebeu do programa valores que vão de 4 mil reais a mais de 94 mil, a depender do município. A ONG, ligada à Igreja Batista do Guarujá (SP), é presidida pelo pastor Jayme Perezin.

Já o Instituto Missional, com sede em Maringá (PR), superou os 391 mil reais para uma atuação em oito cidades do Amazonas. Os dados disponibilizados pela Casa Civil mostram que a ONG atendeu 2.200 pessoas por cidade, totalizando 17.600 pessoas.

Não é possível checar se isso é verdade. Em sua página no Facebook, o Instituto Missional publicou em julho de 2020 um vídeo sobre o que chamou de Operação Amazonas, com imagens de entrega de cestas básicas.

Um outro caso é o da Associação de Missões Transculturais Brasileiras, que fica em Brasília (DF), e é comandada por Paulo Henrique Ferreira Pinto Feniman e recebeu mais de 239 mil reais. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a instituição funciona no mesmo endereço da Atini, ONG fundada em 2006 por Damares.

O programa foi encerrado neste ano com a promessa do governo de que passaria por uma espécie de pente-fino.

O requerimento que solicitou as informações do programa foi apresentado pelo senador petista Beto Faro (PA). Em julho, o Bastidor noticiou que a base aliada do governo, minoria na CPI das ONGs, buscaria indícios de irregularidades que atingissem Michelle e Damares, que hoje é senadora.

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Tô de prova

Gleisi Hoffmann conta a Mônica Bergamo, da Folha, que nunca teve contato com o Hamas. Faz sentido, o contato de Gleisi sempre foi com o amas, sem agá, do verbo amar. Aliás, ninguém ouse dizer que Gleisi é contra Israel ou contra judeus em geral. Estou de prova, tanto que tenho mágoa dela desde que a saudosa e querida Sabina Warhahfhtig, grande dama do judaísmo curitibano, não me convidou para o jantar que deu em homenagem a Gleisi, então candidata ao Senado. Fiquei frustrado por não poder adorá-la, ainda que do outro lado da mesa.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Com a tag | Deixar um comentário
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Alcy

Desenho de Alcy, do livro O Sexo Depois do Viagra, de Silvia Campolim. Prestígio Editorial.

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Ele aparece todos os dias

Quando entrei na escola Jesuíta de Porto Alegre, a Companhia de Jesus tinha como prepósito geral o padre basco (assim como Santo Inácio – Iñigo no idioma deles – de Loyola) Pedro Arrupe. Arrupe foi, ao lado de Ratzinger, um dos principais relatores do Concílio Vaticano II, convocado por São João XXIII, implantado por São Paulo VI e que está sendo complementado pelo Papa Francisco, motivo pelo qual é tão incompreendido por alguns católicos, que não entendem muito bem da sua fé, pelos menos na minha modesta visão, sem querer ofender a quem quer que seja. A vida da Igreja Católica levou Arrupe e Ratzinger a se afastarem e a se desentenderem várias vezes. Cada um com suas certezas. Não há nenhuma culpa a ser atribuída a qualquer dos dois. Viveram no século XX, mas Arrupe era um homem do século XXI e Ratzinger do século XIX. Eu, no que me toca, sempre torci por Arrupe, muito embora tenha profunda admiração pelo intelecto e bondade do Santo Padre Emérito Bento XVI.

No leito de morte, em 1991, Arrupe disse “precisamos ver Deus em tudo”. Passei a tentar ver essa verdade todos os dias da minha vida, confesso que nem sempre consigo, eis que, como membro da espécie humana, sou um pecador, nenhum grave, ao que me consta.

Pedro Arrupe, além de padre, era médico e na sua Terceira Provação foi encaminhado ao Japão (seu sonho desde que entrou na Companhia de Jesus). No dia 6 de agosto de 1945, explodiu a bomba atômica em Hiroshima. Ele morava no Mosteiro Jesuíta de Nagatsuka, a seis quilômetros de Hiroshima. Assim que a bomba explodiu e ele viu o imenso cogumelo que ela formou, se dirigiu à Hiroshima e montou, numa Capela da Companhia de Jesus, um hospital. Não tinha instrumentos cirúrgicos e nem anestésicos e remédios, a radiação corria solta, mas ele passou a operar os sobreviventes feridos com uma tesoura velha. Tratava as queimaduras de vários graus com panos que mandava lavar. Usava como anestesia um pedaço de madeira que colocava na boca daqueles que operava. Salvou mais de uma centena de pessoas.

Os padres jesuítas me ensinaram Santo Inácio de Loyola e Pedro Arrupe. Como sou Paulo, também me ensinavam sobre o santo do mesmo nome, de quem aprendi que se não credes na ressurreição dos mortos, toda a tua fé terá sido em vão.

Virei fã de Santo Inácio, de São Paulo e do Padre Arrupe. Aprendi com eles que Jesus aparece na nossa vida todos os dias, afinal tudo é obra de Deus, como disse Arrupe, do que aprendeu com Santo Inácio de Loyola e com São Paulo de Tarso. Às vezes, Jesus aparece feliz, noutras vezes surge carregando a cruz. Meu aprendizado foi reforçado, na época em que comecei a entender o mundo, com os ensinamentos do quase-Santo Dom Hélder Câmara, de Paulo Evaristo Arns, dos primos Lorscheider (Aloísio e Ivo), de Luciano Mendes de Almeida, de Pedro Casaldáliga, de Tomás Balduíno, de Cláudio Hummes, de Júlio Lancelotti e do Papa Francisco e de tantos outros que seguem o mesmo caminho. Fortaleci quando conheci Raquel, de quem sou viúvo, tenho certeza da sua ressurreição, assim como de todos os que já partiram, que era uma católica muito melhor do que eu.

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Mural da História – 2006

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