não é fácil nem difícil
é apenas impossível
como essa voz que me chama
todas as noites
em meu quarto vazio
paulo vitola
não é fácil nem difícil
é apenas impossível
como essa voz que me chama
todas as noites
em meu quarto vazio
paulo vitola
Thiago E – é driblador da gagueira – motorista com restrição z – professor com problemas de visão – músico em reabilitação labiríntica – integrante da banda Validuaté, com quem lançou 2 discos: Pelos Pátios Partidos Em Festa|2007|e Alegria, Girar|2009|membro da AO|autor do livro Cabeça De Sol Em Cima Do Trem, em parceria com o artista plástico Joniel Veras, ainda inédito.
The Humbling (O Último Ato)
Simon Axler (Al Pacino) é um ator consagrado que, aos 65 anos, sente que perdeu a capacidade de interpretar. Em crise, ele se interna em uma clínica de repouso e passa a ter consultas via Skype com um terapeuta. Ao deixar o local para viver sozinho em uma casa enorme localizada em Connecticut, ele reencontra Pegeen Stapleford (Greta Gerwig), a filha de um grande amigo, que não via desde quando ela era uma criança. Pegeen sempre nutriu uma paixonite por Simon, mas há 16 anos decidiu se assumir como lésbica e mantém um relacionamento estável com Louise Trenner (Kyra Sedgwick). Ao perceber que Simon está solitário, ela joga tudo para o alto e decide ter um relacionamento com ele. Lisonjeado pelo súbito interesse de alguém bem mais jovem, Simon embarca na relação mas logo percebe que diferenças de idade e de pensamento são grandes problemas a serem enfrentados. Direção de Barry Levinson. Imperdível!
9 de junho, 2010
Brados retumbantes como “o povo unido jamais será vencido!” arrepiavam o saudoso Rubem Alves. E ele tinha razões de sobra para isso. Sabia, por experiência de vida, que a vontade do povo, “além de não ser confiável, é uma imensa mediocridade”. E citava, como exemplo, os programas de TV que o povo prefere – eis aí os Faustões, os Gugus, os Ratinhos, os Silvios Santos, as Reginas Casés e, particularmente, os BBBs da vida –, como bem poderia ter citado os políticos que o povo elege.
Segundo Rubem, que estudou teologia a fundo e foi pregador protestante, “na Bíblia, o povo e Deus andam sempre em direções opostas”. Tanto que bastou Moisés se demorar um pouco mais no alto da montanha para que o povo passasse a adorar um bezerro de ouro.
Os césares de Roma sabiam disso e enrolavam o povo com pão e circo. No circo, os cristãos eram devorados pelos leões, sob aplausos do povo. Depois os cristão viraram donos do circo e levaram à fogueira bruxas e hereges. E o povo continuou festejando em praça pública.
Reinhold Niebuhr, também pastor, também evangélico e também citado por Rubem, afirma que indivíduos, seres isolados, têm consciência e se sentem responsáveis pelos seus atos. Mas basta reunirem-se em grupos para perderem a consciência e passarem a se reger pelas emoções coletivas.
Outra característica do povo é a facilidade com que é enganado. E também aí a melhor prova são as eleições. Não se elege o melhor candidato nem a melhor ideologia ou a melhor proposta, mas a campanha mais bem elaborada, de imagens mais bonitas e sedutoras, e, em regra, o candidato que mente melhor ou maiores vantagens oferece e até confere ao eleitor. E a isso se costuma chamar democracia.
No recente movimento dos professores do Paraná, que faziam reivindicações concretas, justas e merecidas e protestavam contra um governo desastrado, incompetente e débil, as bandeiras da APP Sindicato misturavam-se às da CUT, braço sindical do PT, como se os reivindicantes precisassem de monitoramento e não fossem capazes de raciocinar e reivindicar por si próprios. Eram, mas os oportunistas não perderam a oportunidade. Deveriam ter sido espantados, como foram aqueles que macularam as marchas de junho de 2013.
De igual modo, nenhuma bandeira encarnada foi agitada durante o panelaço nacional de domingo à noite, durante a fala presidencial. Mas aquele – como disse o venerando Juca Kfoury – partiu das “varandas gourmets” da “elite branca” (nós, por conseguinte), que não se conforma com os avanços sociais e econômicos do PT… Como bom corintiano, Juca sabe que a coisa não é bem assim. E a prova aconteceu nessa terça-feira, na visita de Dilma a São Paulo. Continue lendo →