Portfólio

1986. Anúncio da Exclam Comunicação. Fazíamos tudo no braço. Era tempo da letraset, cola de borracha, retícula, fotocomposição, máquina de escrever. Necas de pitibiriba de computador. Mas fazíamos direitinho, não é, Paulo Leminski?

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

The Rutles: all you need is cash – Monty Python. Paródia da história dos Beatles feita pelo Monty Python. Eles contam a trajetória da banda fictícia The Rutles e recriam canções, clipes, filmes, vídeos e cenas de histeria tal qual os dos Beatles. Há depoimentos de Mick Jagger e de Paul Simon, além de atores interpretando personagens inventados de pessoas que participaram da história original.

George Harrison faz uma participação como um repórter, irreconhecível de peruca e bigode grisalhos. O apresentador do “documentário” é um figura bem atrapalhada e com texto confuso, daqueles que fazem perguntas erradas e criam evidente constrangimento. 1978|Reino Unido

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De sonho e reza-braba

Pesquisas recentes indicaram os sonhos como eficazes antídotos contra o estresse nosso de cada dia. Não sei em que medida isto ocorra. Estresse não me parece coisa que se cure com sonhos. Temos visto, no áspero cotidiano, que, não sendo da aérea matéria deles, o estresse é bem mais um pesadelo da vigília e de sua fatigada astúcia.

Não me canso de lembrar aqui minhas origens e, com elas, o resgate da infância primordial onde a vida mesma era sonho e punha todas as coisas encantadas. Minha avó cabocla, por exemplo, Maria Rosa Custódia de Senes, esta tinha a ciência dos sonhos na ponta da língua. Feito um talismã.

Sonhar com alguém chorando, não hesitava vaticinar: vinha ali dinheiro ou alguma mulher da família estava prestes a parir. Já sonhar com viagens tinha uma nota aziaga — morte certa de compadres ou amigos. Sonhar com um passarinho, era casamento; sonhar com muitos passarinhos (ouviu, Rogério Dias?), anunciava grandes colheitas.

O rol de significados e significâncias, a partir do sonho, era, para a avó, quase inesgotável. Sonhar com chuva, o prolongamento do estio na roça seca; sonhar com alguém voando ou caindo do cavalo, não dava outra — chegariam parentes há muito ausentes.

Também o saber, digamos, erudito, nos reserva coisas prodigiosas sobre os sonhos. Veja o leitor, esta, dos aedos gregos, bem mais interessante que as recentes descobertas da ciência moderna: a prova, entre outras, de que o Inferno existe — incontestável nos demoníacos pesadelos vividos pela alma quando em sono profundo.

Por falar em alma, impossível esquecer o famoso soporífero da planta mandrágora, que, entre os caldeus, causava sono idêntico ao da morte…

Tão ou mais sábia, repito, era a velha Maria Custódia, rezadeira, benzedeira, “costurava” carne rasgada, além de capaz das mais incríveis simpatias para evitar “mau-olhado” que, aquele tempo, tinha outro nome — “quebranto”. Sobretudo criança que não fosse protegida, adoecia gravemente.

Mas pior que mau-olhado, só picada de cobra e, contra ela, a avó tinha um antídoto feroz: “reza-braba”. Verdadeiros mantras caboclos que, incompreensíveis ao comum dos mortais, apenas ela sabia rezar, secretos na mente, secretamente aprendidos de cor.

Dona Maria Rosa Custódia de Senes faleceu em 1967, varada em anos, e descansa, ao lado de minha mãe, no Cemitério de Santa Cândida. Convivi em sua (doce) companhia a primeira década e meia de minha pobre existência e nunca a ouvi falar em estresse ou que sonho curasse estresse. E olha que de sonho e “reza-braba” ela entendia; e não entendia pouco.

O Estado do Paraná, 16 de março de 2008

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Mural da História – 2010

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полегшення!

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Imperdível!

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Palavras perseguidas

Meninos, eu ouvi.

Em épocas intragáveis e lugares retrógrados, quando o desmando mandava, certos sons estavam impedidos de soar ao sol da pátria naquele instante. Eram tempos de ordem unida e ordens do dia, em que uma simples palavra podia ser uma desordem. Aí virava um grito parado no ar.

Nesses tempos de gemidos e sussurros, até o zunzum era proibido zoar, quanto mais o zunzunzum. Alarido, nem pensar, pois pensar já causava alarde. Naqueles idos doloridos, as pessoas calavam pelos cotovelos.

Assim, enquanto uma única voz imperava, sombrio se tornou o vocabulário e ficou turva a oralidade, além de erma a expressão escrita. Armados de desconfiança e apreensão, os imperativos dominaram tudo o que era dito. Discursos, pronunciamentos, declarações, manifestos, tudo que era voz ativa passou pra passiva.

Mas como não há prisão em que caiba inteiro o vozerio de uma nação ou grades suficientes para a exclamação de um povo, muitas palavras escaparam e, na clandestinidade, fizeram a resistência. Guerrilheiras, se disfarçavam de poemas, se ocultavam em meio a crônicas, emboscadas em artigos e até camufladas em receitas.

Um levante surdo para as vozes que se esgueiravam sem poder se erguer. Até o silêncio, tão quieto, se punha eloqüente.

Então surgiu um trio de palavras que passou a liderar a reação boca afora. Era formado por três substantivos abstratos, todos do gênero feminino, dois polissílabos e um monossílabo: Liberdade, Democracia e Paz. Havia outras, sonoras, mas aquelas, mesmo de longe, jamais seriam inaudíveis, mesmo em baixos decibéis.

Soletradas com paixão, motivavam multidões como só elas, dada a potência dos seus significados.

Fáceis de emitir, lindas de ouvir, estavam em toda a parte ao mesmo tempo, arrebatando tímpanos. Unidas, viraram clamor nacional. Por causa delas foi decretada a caça às palavras. Para serem abatidas a tiros junto com quem as proferisse; para serem cortadas como o mal pela raiz, na altura das cordas vocais; para sufocá-las com um nó na garganta; ou dilaceradas nas superfícies impressas.

Foram anos de chumbo a nublar a linguagem. Questão de tempo. Eram tantas as palavras – livres demais, democráticas demais, pacíficas demais – para serem controladas que a voz de comando engoliu em seco a sua prepotência. Logo, no céu, o verde-oliva deu lugar ao anil e o palavreado voltou a fazer piquenique sob raios fúlgidos.

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Caitlin Stasey. © TaxiDriver

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Lan

Lan – 1925|2020. Salão Internacional de Humor do Piauí, Teresina.  © Vera Solda

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Catatau & Tao

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Planeta Terra

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Enéas & Schoemberger

Enéas Lour, el Lejambre, e Mário Schoemberger, Prefeito Eterno da Vila Trecentina, em algum lugar do passado. © Vera Solda

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Um motivo para Alcolumbre

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) tem um motivo forte para jogar a favor do presidente Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, na disputa pela vaga no Supremo Tribunal Federal.

O escolhido para a cadeira de Rosa Weber herdará a relatoria de uma notícia-crime, apresentada em 2021, que pede a investigação de Alcolumbre e funcionários de seu gabinete por suspeita de prática de rachadinha. O processo, no site do STF, aparece como sigiloso.

A denúncia partiu de uma reportagem da revista Veja. Segundo a história, seis funcionárias foram contratadas, entre 2016 e 2021, com salários de até 14 mil reais, sob a condição de que ficassem com apenas uma parte do valor e devolvessem o resto. É um esquema básico, comum e pedestre de corrupção.

Bastidor noticiou que, diante do favoritismo de Flávio Dino para a vaga no Supremo, padrinhos de Bruno Dantas, tentam as últimas cartadas em seu favor.

Além de Gilmar Mendes, Rodrigo Pacheco, Renan Calheiros, Arthur Lira e José Sarney, Dantas conta com o apoio de Alcolumbre. Como presidente da Comissão de Constituição e Justiça, ele tem potencial de atrapalhar o andamento de projetos de interesse do governo Lula, além de atrasar a análise de indicados a tribunais superiores.

Alcolumbre não tem em Dino, nem em Jorge Messias, outro cotado para a vaga, a proximidade e confiança – e a segurança – que encontra em Dantas.

Alcolumbre também tem preferência para a Procuradoria-Geral da República. Sem Augusto Aras no páreo, já escolheu Paulo Gonet. Lula, como mostrou o Bastidor, não tem pressa de escolher.

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