Tudo pelos pelos!

Photographia de Furnaius Rufus

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Frio e quente

Foto de Roberto José da Silva

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Playboy – Anos 50

1955|Barbara Cameron. Foto sem crédito

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Amigos do peito

Foto de Andre de Dienes

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Tchans!

Kerry Katona. TaxiDriver

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Tchans!

Princess Beatrice. TaxiDriver

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Solar da Fossa

Mafalda Café, bate-papo de Toninho Vaz sobre o livro Solar da Fossa. Na mesa, todos trocando figurinhas, inclusive as carimbadas. Foto de Newton Maringas Maciel

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Fundiu!

Foto de Roberto José da Silva

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Paraná volta a ter Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo

Secretaria da Cultura retoma o projeto que contribuiu para grandes produções audiovisuais do Paraná, como o filme Curitiba Zero Grau que estreia sexta-feira. Será distribuído R$ 1,540 milhão para a produção de quatro filmes

Já estão abertas as inscrições para o Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo. Ao todo, será distribuído R$ 1,540 milhão para a produção de quatro filmes, sendo um longa-metragem e três telefilmes. O objetivo é fomentar a indústria audiovisual do Paraná. As inscrições seguem até 5 de outubro de 2012.

O fortalecimento do prêmio é uma das metas estabelecidas para a atual gestão da cultura. “Precisamos apoiar as produções audiovisuais paranaenses, pois temos um grande potencial nesta área e o prêmio colabora para este setor. São muitos os exemplos de filmes que conseguiram projeção nacional e que contaram com recursos do prêmio”, diz o secretário de Estado da Cultura, Paulino Viapiana.

Podem concorrer empresas de produção audiovisual independentes que estejam sediadas no Paraná há no mínimo dois anos e possuam registro na Agência Nacional de Cinema (Ancine). O diretor da obra e pelo menos três componentes da equipe básica devem morar no Paraná, bem como, no mínimo, 70% do elenco do filme.

“Essa iniciativa contribui para o audiovisual não só como uma manifestação artística, mas também como um negócio, capaz de proporcionar renda para quem trabalha no setor”, diz Viapiana.

Os projetos inscritos podem contemplar as modalidades de ficção, documentário ou animação, de temática livre, e devem ser inéditos. A inscrição será feita mediante envio do projeto técnico e da documentação para habilitação da empresa proponente. Isso inclui roteiro com divisão de cenas e diálogos, argumento ou storyboard.

Na inscrição, o plano de produção também deve ser detalhado, com orçamento e cronograma de realização, obedecendo ao prazo máximo de 18 meses para a finalização da obra. Todos os detalhes estão no edital publicado no site da SEEC (www.cultura.pr.gov.br).

O prêmio

Instituído pela Lei n.º 14.279, o prêmio teve três edições. Na primeira, em 2004, foram selecionados: “Corpos Celestes”, longa-metragem de Fernando Severo e Marcos Jorge, e os curtas “Caminho da Escola”, de Heloisa Passos, “Made in Ucrânia – Os Ucranianos no Paraná”, de Guto Pasko, e “O Coro”, de Werner Schumann.  Na segunda edição, os selecionados foram “Mistéryos”, longa dirigido por Beto Carminatti e Pedro Merege Filho, e os telefilmes “Belarmino e Gabriela”, de Geraldo Pioli, “Guerra Dentro da Gente”, de Paulo Munhoz, e “Amadores do Futebol”, de Eduardo Baggio.

A última edição do Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo foi realizada em 2008. O longa vencedor foi “Curitiba Zero Grau”, de Eloi Pires Ferreira, que estreia nos cinemas nesta sexta-feira (17). Os três telefilmes classificados foram “Deserto D’Água”, documentário de Heloisa Passos, “Geada Negra”, documentário de Adriano Luís Andrade Justino, e “Gol a Gol”, ficção de Adriano Esturilho e Fábio Allon.

Serviço: Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo – edição 2012. Inscrições de 16 de agosto a 5 de outubro de 2012. Edital: www.cultura.pr.gov.br. Informações: 41 3321-4783 / 4773 – cac@seec.pr.gov.br

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Playboy – Anos 50

1955|Marilyn Waltz. Foto sem crédito

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Desbunde!

Desert Bush. Foto de Andre de Dienes

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Aviso aos vanegantes

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Meu tipo inesquecível

Amy Winehouse, Adegão. Foto Grosby Group

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Rui Werneck de Capistrano

“Meus segundo e terceiro livros haviam representado uma perda de dinheiro e o quarto, Stamboul Train (Expresso do Oriente), ainda estava apenas datilografado e uma biografia do poeta Conde Rochester fora recusada; restava cerca de vinte libras no banco e nosso primeiro filho ia nascer”.

Graham Greene. O nome sempre esteve presente, de alguma maneira, desde que comecei a ler ficção. Porém, só o nome. Alguns escritores não entram na nossa vida, mesmo que esbarremos em seus livros  em cada estante. Pra mim, Greene é assim. Agora, depois de tantas e tantas histórias, dou de cara com esse que foi um homem de muitas caras — escritor, viciado em drogas e álcool e, além disso, católico preocupado com pecados, culpas, expiação, remorso e santidade. Segundo Kenneth Tynan, Greene acreditava que o pecado traz dentro de si as sementes da virtude — algo como se em montes de esterco nascessem margaridas. Não me lembro se foi essa religiosidade que me afastou dos livros dele. Ele se converteu ao catolicismo aos 22 anos. Acho que é uma idade em que as escolhas não têm mais volta. Eu, que fui batizado na Igreja Católica, aos 22 anos já não nutria mais nenhuma simpatia por padres, bispos, papas, missas, pecados, culpa, inferno ou paraíso. Greene, nessa idade, também começou a escrever O homem interior — primeiro romance a ser aceito por uma editora. Dois outros já haviam sido recusados e, se o terceiro falhasse, ele iria desistir da estúpida ambição de ser escritor. Com 22 anos, eu, tal como Greene, estagiava numa agência de propaganda. Sabia que era aquilo que eu queria fazer, mas não sabia se daria pra sobreviver. Nesse tempo, ganhei meu primeiro prêmio com um conto chamado A torneira — do qual não tenho cópia e nem sei onde encontrar. Talvez nos arquivos dos jornais da época, pois ele foi publicado num deles.

Quanto a O homem interior, Greene disse que “teve um sucesso temporário que um primeiro romance às vezes alcança”. Hemingway, recém-chegado a Paris, disse a Gertrude Stein que havia gostado dos dois primeiros livros publicados do Greene. O autor, porém, lá pelos anos 80, disse que se fosse leitor de livros de uma editora, teria rejeitado sumariamente O homem interior por sua fragilidade. Pela generosidade com que outros escritores o acolheram, no entanto, Greene diz que “escrever romances é como colocar mensagens numa garrafa e jogá-la no mar — ela pode ser aberta por amigos ou inimigos inesperados”.

A trajetória de vida de Greene se estende por dezenas de livros — romances, peças de teatro, ensaios, críticas, autobiografia. Quanto aos primeiros romances, ele desautorizou qualquer republicação. Tornaram-se caras raridades em sebos. Ele os considerava abaixo de qualquer crítica.

Greene, como tantos outros escritores, saiu mutilado na guerra contra o cinema. Ele deplorou cada adaptação dos livros e o modo como foi tratado por diretores, produtores e chefões.

Para terminar esse brevíssimo esboço entro na questão da linguagem — que muito me interessa. Greene disse que — anos mais tarde — ainda tinha arrepios pela linguagem excessivamente pomposa dos primeiros livros — talvez pela grudenta leitura de poetas metafísicos. Exemplos: “Um revólver pendeu até a calçada como uma flor flanada”, “O som das vozes distantes salpicou-o como as sementes de uma papoula, trazendo repouso”, “Um relógio despejou sua carga de horas”. Nos livros posteriores, ele adotou a tesoura gramatical e cortava advérbios, adjetivos, verbos e até substantivos que não tivessem estrita função na frase e na história. Hoje, depois de tanto tempo, ainda temos autores bombásticos e pomposos, que parecem viver no tempo do Império.

Antes de fechar definitivamente esse texto, convido você a ler uma descrição do autor feita por um expert em minibiografias — Kenneth Tynan:

“Greene parece ter uma história de sucesso pessoal, mas, ao encontrá-lo, tem-se a impressão de que foi um fracasso. Ele tem a aparência de um pedante retraído e se senta encurvado, com as mãos e as pernas cruzadas, espiando o fluxo das circunstâncias com olhos brilhantes, úmidos e desesperançados. Em seu rosto rosado vemos veias e bolsas; de quando em quando, ele se ergue para emitir alguma réplica com voz petulante e gasta que ainda tem dificuldades com seus erres”. Nessa época, Greene tinha apenas 48 anos. Ecce homo, Graham Greene! Mais dele? Vá atrás. E depois me conte.

Rui Werneck de Capistrano ainda espera pela editora dos seus sonhos.

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