Entre Rui e os outros

No post ‘Dignidade já!” (bordão de Leão Lobo, tv personality) escrevi, com muita insegurança “podiam ao menos se declarar”. Inseguro sim, porque sempre apanho na flexão do infinitivo, para mim o ponto intransponível da língua portuguesa – na versão brasileira, porque na lusitana impera o caos. Frente ao problema, sempre atiro a esmo, seguro da unanimidade na dificuldade, que até hoje não vi qualquer gramático superar; eles, ou fogem do tema ou tratam dele de modo a confundir o paciente. Nessa hora socorro-me de Rui Barbosa, no trecho da crônica em que lamenta “de ver triunfar as nulidades”. Qualquer brasileiro medianamente gramaticado escreveria “de tanto ver triunfarem“. Eu prefiro errar com Rui a acertar com eles.

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Um que eu tenho

Bob Marley & The Wailers, Catch a Fire, cd duplo. Um, com a versão jamaicana, unrealeased, o outro, com todas as interferências dos técnicos da Island Records, para tornar o som rude dos Wailers mais agradável aos ouvidos ingleses, sob a coordenação de Chris Blackwell.

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Darcie Dolce. © Zishy

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Fraga

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O escondido sai mais caro

A articulação política do governo até tentou convencer as lideranças de PP e Republicanos de que havia um bom motivo para não haver evento público de posse, como o que ocorreu com Celso Sabino, quando o deputado assumiu o Ministério do Turismo.

Tentou-se espalhar a versão de que a reserva ocorrera por receio de que os apoiadores de Ana Moser, antecessora de André Fufuca no Esporte, pudessem causar constrangimentos ao novo ministro. Não funcionou.

Nos neoaliados há a sensação de que Lula, tão experiente na linguagem política, errou novamente ao não conferir prestígio especialmente às bancadas do PP e Republicanos. A consequência, diz um deputado ao Bastidor, será mais pedidos de dinheiro.

“Os amores escondidos saem caro. De alguma forma, o carinho e o agrado têm que chegar”, diz o parlamentar referindo-se a dinheiro de emendas e pastas robustas.

De olho em São Paulo

Quem não se importou com a falta de uma cerimônia de posse foi o PSB de Márcio França e Geraldo Alckmin. Para uma liderança do partido, a legenda vai querer seu “carinho e agrado” em forma de apoio em São Paulo.

Tanto Alckmin, agora vice-presidente, como França, que deixou o Ministério dos Portos e Aeroportos para o de Empreendedorismo e Pequenas Empresas, podem concorrer ao Palácio Bandeirantes e ao Senado e esperam ter o apoio petista.

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Flagrantes da vida real

Como diz Maringas Maciel: cada qual com o seu na mão. © Maringas Maciel

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© César Marchesini

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você é o colírio
dos meus ouvidos
meus olhos só escutam gritos
uivos, balas perdidas
tímpano alucinado
enxerga de longe
um coração apaixonado

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Penso, logo existo

Cartesiano é um adjetivo referente a Descartes, filósofo, físico e matemático francês, “considerado o pai da filosofia moderna”, cujo nome latino era Cartesius, que deu nome ao pensamento cartesiano.

O racionalismo cartesiano é um pensamento estabelecido por Descartes em suas obras o “Discurso do Método” (1637) e “Meditações Metafísicas” (1641), onde expressa sua preocupação com o problema do conhecimento.

O ponto de partida é a busca de uma verdade primeira que não possa ser posta em dúvida. Por isso, converte sua dúvida em método para se bem conduzir a Razão e procurar a verdade nas Ciências.

O pensamento cartesiano começa duvidando de tudo, convencido de que tanto a opinião tradicional como as experiências da humanidade são guias de mérito duvidoso, resolveu adotar um novo método inteiramente isento da influência de ambos.

O método cartesiano é baseado na dedução pura, consiste em começar com verdades ou axiomas simples e evidentes por si mesmos, e depois raciocinar com bases nele, até chegar a conclusões particulares.

Cartesiano é um adjetivo referente a Descartes, filósofo, físico e matemático francês, “considerado o pai da filosofia moderna”, cujo nome latino era Cartesius, que deu nome ao pensamento cartesiano.

O racionalismo cartesiano é um pensamento estabelecido por Descartes em suas obras o “Discurso do Método” (1637) e “Meditações Metafísicas” (1641), onde expressa sua preocupação com o problema do conhecimento.

O ponto de partida é a busca de uma verdade primeira que não possa ser posta em dúvida. Por isso, converte sua dúvida em método para se bem conduzir a Razão e procurar a verdade nas Ciências.

O pensamento cartesiano começa duvidando de tudo, convencido de que tanto a opinião tradicional como as experiências da humanidade são guias de mérito duvidoso, resolveu adotar um novo método inteiramente isento da influência de ambos.

O método cartesiano é baseado na dedução pura, consiste em começar com verdades ou axiomas simples e evidentes por si mesmos, e depois raciocinar com bases nele, até chegar a conclusões particulares.

Descartes afirmava que tudo era duvidoso, nada podendo ser considerado “a priori” como certo, a não ser uma coisa: “Se duvido, penso, se penso, existo”: “Cogito, ergo sum”, “Penso, logo existo”, ponto de partida da Dúvida Metódica, de onde se constrói todo o seu pensamento.

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Acreditar que não acreditamos em nada é crer na crença do descrer

© José Medeiros – Acervo-IMS

“Millôr Fernandes nasceu. Todo o seu aprendizado, desde a mais remota infância. Só aos 13 anos de idade, partindo de onde estava. E também mais tarde, já homem formado. No jornalismo e nas artes gráficas, especialmente. Sempre, porém, recusou-se, ou como se diz por aí. Contudo, no campo teatral, tanto então quanto agora. Sem a menor sombra de dúvida. Em todos seus livros publicados vê-se a mesma tendência. Nunca, porém diante de reprimidos. De 78 a 89, janeiro a fevereiro. De frente ou de perfil, como percebeu assim que terminou seu curso secundário. Quando o conheceu em Lisboa, o ditador Salazar, o que não significa absolutamente nada.

Um dia, depois de um longo programa de televisão, foi exatamente o contrário. Amigos e mesmo pessoas remotamente interessadas – sem temor nenhum. Onde e como, mas talvez, talvez — Millôr, porém, nunca. Isso para não falar em termos públicos. Mas, ao ser premiado, disse logo bem alto – e realmente não falou em vão. Entre todos os tradutores brasileiros. Como ninguém ignora. De resto, sempre, até o Dia a Dia”.

(“Currículo” publicado por Millôr quando de sua estreia no jornal “O Dia”, Rio (RJ).

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© Nicole Tran Ba Vang

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Palíndromos

Falo aqui de vez em quando sobre a arte do palíndromo, a frase que lida ao contrário é a mesma coisa. O exemplo-padrão, que conheço desde guri, é “Roma me tem amor”.

Fazer palíndromos é uma arte barroca, cuja característica principal é um excesso de complexidade no processo para um excesso de perplexidade com o resultado. Uma matéria recente no “Globo” (http://tinyurl.com/pr8b8hu) lista entre os praticantes da Grande Arte o escritor e ator Gregório Duvivier (autor de “Soluço-me sem óculos” e do fescenino “E até cu buceta é”) e o cartunista Laerte (autor de “Rir, o breve verbo rir”). A matéria também cita palíndromos de Chico Buarque (“Até Reagan sibarita tira bisnaga ereta”), Millôr Fernandes (“A grama é amarga”), Paulo Henriques Britto (“Ótimo, só eu, que os omito”), Marina Wisnik (“Lá vou eu em meu Eu oval”).

Brincadeira de gente desocupada? Não acho. Acho que é brincadeira de gente ocupada – e doida para achar um pretexto qualquer pra não começar a trabalhar. Para adiar o instante terrível do trabalho, o cara se dedica à invenção de palíndromos. Eu diria quase “a descoberta”, em vez de “invenção”, porque um palíndromo tem algo de inevitável: se a palavra “lâmina”, lida ao contrário, dá “animal”, todos os sujeitos que perceberem isso vão fazer palíndromos parecidos. É como se essas frases se formassem a si mesmas, precisando apenas de uma ajudazinha de uma equipe de seres humanos.

A literatura não deixou de perceber as propriedades mágicas de fórmulas tão enigmáticas. Osman Lins usou o palíndromo latino “sator arepo tenet opera rotas”, “o lavrador mantém com cuidado a charrua nos sulcos”, como mote gerador de seu romance Avalovara (1973). Tim Powers, em Expiration Date (1996) conta sobre caçadores de fantasmas que escrevem palíndromos em folhas de papel para aprisioná-los: os fantasmas começam a ler o palíndromo e ficam indo e voltando, em loop, sem conseguir sair dali.

Fraga, um dos maiores frasistas brasileiros, inaugurou mês passado em Porto Alegre uma exposição de palíndromo, entre os quais façanhas como esta: “Será sol e pane para plano Ícaro. O voo racional para. Pena pelos ares”. Ao me avisar, mandou-me este: “Ser avatar: ele duplica fácil. Pude ler a Tavares”. Que eu respondi assim: “A semana à toda: a garfada, Fraga adota-a na mesa”. Brincadeira de desocupados? Não, acho que é um exercício de mentes capazes de pequenas proezas em atividades para as quais o Capitalismo, esse vagaroso dinossauro rumo à extinção, não conseguiu conceber recompensas pecuniárias à altura do tempo, do esforço, do talento envolvidos.

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