O Sesc Paço da Liberdade é palco de mais um bate-papo musical da 30ª Oficina de Música de Curitiba. Desta vez, o convidado é o jornalista e escritor Sérgio Cabral, pesquisador e especialista em música popular brasileira. Cabral é autor de biografias de grandes nomes da MPB, como Pixinguinha, Tom Jobim, Ary Barroso, Elizeth Cardoso, Nara Leão e Ataulfo Alves. O jornalista Roberto Mugiatti é o mediador do encontro, que começa às 15h, com entrada franca.
Serviço: 30ª Oficina de Música de Curitiba. Bate-papo musical – Sérgio Cabral. Local: Sesc Paço da Liberdade – Praça Generoso Marques, 180 – Centro. Data e horário: 23 de janeiro de 2012 (segunda-feira), às 15h. Entrada franca.
O aspecto mais delicado, ao comentar a morte de alguém vitimado pela droga, é evitar o discurso moralista e hipócrita (“Jovens, afastai-vos! As drogas matam!”). Como posso dizer isso, se eu também bebo? Sócrates bebeu valentemente em suas últimas décadas de vida. Segundo a imprensa, estava com o fígado praticamente destruído, e sua única chance real de sobrevivência era aguentar firme até conseguir um transplante. Infelizmente, não deu. A culpa é da bebida? É do bebedor? Diante de situações assim, temos necessidade de atribuir culpa a alguém, como se achar um culpado pudesse de certa forma apaziguar a nossa mágoa pela perda. Aqui, o culpado e perda são uma só pessoa, porque ninguém obrigava Sócrates a beber, ele bebia porque gostava, como a imensa maioria dos que bebem, inclusive eu. A questão, mais uma vez, é saber quando parar. Parar por hoje. Dizer: “Parei por hoje, me traz uma mineral com gás”, ou algo equivalente. Se você todo dia souber a hora de parar de beber por hoje, talvez tenha chance de continuar bebendo em paz até uma idade avançada.
Sócrates, como jogador, era um desses casos improváveis de atleta, como aquele besouro que não pode voar mas voa. Sócrates era magro, desengonçado. Quando corria, parecia o tempo todo a ponto de cair sozinho. Não teria físico para suportar o futebol vale-tudo de hoje em dia, todo à base de safanões, encontrões, esbarrões, trancos e peitadas. O que o salvava era a imensa habilidade com a bola, na qual batia com a precisão de um taco de sinuca, dando-lhe a força, a trajetória e o efeito que bem entendia. E a inteligência. Era alto, enxergava o jogo inteiro lá de cima. Parecia saber sempre onde estava cada companheiro e cada adversário, para onde se deslocavam, e a que velocidade. No meio dessa confluência de trajetórias, ele fazia sua navegação leve, ágil, bola dominada, sem esbarrar em ninguém, ziguezagueando por entre a zaga e muitas vezes executando uma assistência diagonal que deixava seus companheiros na cara do gol.
O quarteto que ele compôs na Seleção Brasileira de 1982 com Zico, Falcão e Cerezo não tem similar, na combinação de estilos tão diferentes e complementares; em qualidade pura, foi equivalente ao quarteto Pelé, Tostão, Gerson e Rivelino na Copa de 1970. Falam muito nos passes de calcanhar do doutor. O calcanhar estava para ele assim como o trocadilho estava para Lourival Batista: um detalhe pitoresco numa obra mais profunda e mais complexa. Irônico, incisivo, crítico, boêmio, conhecia as entranhas do futebol e conseguia continuar achando-o belo. Um brasileiro de biografia improvável, e de um carisma tranquilo e sem pose.
O violão e as composições marcantes do grande maestro paranaense Waltel Branco serão a grande atração do dia 21 de janeiro, às 21h, no Canal da Música (R. Júlio Perneta, 695 – Mercês). No show “Waltel Convida”, este baluarte da música do Paraná levará várias de suas obras como compositor ao palco do Pequeno Auditório. Na ocasião, o músico conta com a participação de ilustres convidados e amigos, que se juntam a ele para oferecer suas homenagens. O time de colaboradores será formado por João Egashira, Saul Trumpet, Kito Pereira, Tampinha, Rogéria Holtz, Emilio Pita e Romildo, todos nomes consagrados da música local e admiradores confessos do Maestro.
Waltel começou a fazer música desde muito cedo, e já na década de 40 formou sua primeira banda de jazz. Teve como mestres grandes nomes, entre eles Bento Mossurunga e o padre José Penalva, que o ajudaram a mergulhar no mundo da música. A partir daí, Waltel foi ganhando projeção nacional, sendo inclusive considerado um dos responsáveis pela formatação das origens da Bossa Nova. O músico, inclusive, morou em uma pensão com João Gilberto, com quem firmou uma parceria e amizade. Depois disto, ganhou o mundo com seus arranjos e suas famosas trilhas sonoras para filmes ao redor do globo. Multi-instrumentista, Waltel Branco tocou com Dorival Caymmi, Nana Caymmi, João Gilberto, e ainda fez arranjos para Roberto Carlos, Djavan, Cartola, Gal Costa, Mercedes Sosa, Astor Piazzola e Tom Jobim, entre outros grandes nomes.
Muito já foi dito sobre Waltel, mas o maestro Júlio Medaglia expressou muito bem a importância desse grande músico: “O excelente violão que Waltel toca faz parte de toda uma personalidade e vivência musicais cheias de componentes. Ele não faz parte daquele bando de artistões cuja vida se resume nos 30 centímetros do braço do violão. Waltel atua em mil diferentes faixas porque ele conheceu mil diferentes tipos de música em sua vida.”
Serviço: Show “Waltel Convida”, com Waltel Branco e convidados. Dia 21 de janeiro, às 21h, no Pequeno Auditório do Canal da Música (R. Júlio Perneta, 695 – Mercês). Ingressos a R$5. Classificação etária: livre.
As peças são da série “Os Caprichos” e foram elaboradas pelo artista espanhol entre 1797 e 1799
A série “Os Caprichos”, de Francisco Goya (1746-1828), estará no Museu Oscar Niemeyer (MON) a partir da próxima quinta-feira (26/01). São 80 gravuras que ele elaborou entre 1797 e 1799 a partir das técnicas de água-forte, água-tinta, ponta seca e buril.
Salvador López Becerra, diretor do Instituto Cervantes de Curitiba, instituição parceira na realização da mostra, explica que essa coleção é uma sátira da sociedade espanhola de fins do século 18, especialmente da aristocracia e do clero, do sistema de valores, do imobilismo dos costumes e da superstição. “É com Os Caprichos que Goya se consagra como o grande mestre da gravura”, afirma Becerra.
Já a diretora do Museu Oscar Niemeyer, Estela Sandrini, chama a atenção para o fato de que Goya, um requisitado e consagrado pintor, migrou para a gravura, modalidade artística na qual se revelou tão talentoso como era no uso de pincel e tinta sobre as telas. “Goya elaborou narrações, e essas narrativas visuais apresentam, lado a lado, opostos, donzelas e monstros. Amor, dor e morte, temas perenes, se evidenciam nas cenas que o artista divide entre um escuro sombrio e um claro volumoso”, diz Estela.
Na avaliação da diretora do MON, que também é artista visual, “esses Caprichos são misteriosos e contêm segredos que atravessam os séculos a seduzir, a provocar e a desafiar mulheres e homens porque os não-ditos dessas gravuras dizem respeito até demais à nossa complexa condição, demasiadamente humana”.
Becerra lembra que os críticos afirmam que Goya é um dos precursores da arte moderna. “Desta forma, é óbvio comprovar como Os Caprichos influenciaram gerações de artistas de movimentos tão díspares como o romantismo francês, o impressionismo, o expressionismo alemão e o surrealismo”, afirma.
Serviço: Exposição “Os Caprichos”, de Goya. Abertura: 26 de janeiro, às 19 horas. O ingresso é gratuito durante a inauguração. Em cartaz até 24 de abril de 2012. Museu Oscar Niemeyer – Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico – Curitiba. Horário: 10 às 18 horas. De terça a domingo. Ingressos: R$4 e R$2 (No primeiro domingo de cada mês a entrada é franca).
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