Vale a pena ver de novo

Quem tem currículo tem medo; Solda não, é uma das poucas exceções. Nasceu em 52, em Itararé, interior de São Paulo, onde, segundo o Barão do mesmo nome, travou-se a maior batalha que não houve da História. Por razões ainda obscuras mudou-se com mala e cuia de chimarrão para a capital do Paraná quando tinha 13 anos . Não esperou a maioridade para entrar em cena no primeiro teatro que lhe apareceu pela frente, onde fez de tudo; foi autor, ator, sonoplasta, músico, cenógrafo, faxineiro, bilheteiro e cartazista, tendo inventado o teatro do eu sozinho.

Mas como esqueceu de ser também espectador, foi à falência por falta de público.A gente se conheceu em 74, no Primeiro Salão de Humor de Piracicaba, eu como jurado, ele como um dos concorrentes premiados. Daí pra frente dedicou-se a atividades subversivas e anti-sociais, cartum, literatura e propaganda, não necessariamente nesta ordem. Voltou em 92 ao seu torrão natal, para a mostra “100 anos de Itararé“ e constatou que Aparício Torelly, o Barão de Itararé, estava certo: a tal famosa batalha não houve mesmo.

Na verdade o fato mais importante que aconteceu na cidade foi ele, Solda, ter nascido lá. Voltou à base e só não se naturalizou curitibano para não magoar sua avó. Sempre pensei que Solda era codinome e não sobrenome. Só agora fiquei sabendo que se chama, na carteira de identidade, Luiz Antonio Solda. “Solda“, ensina o dicionário, “ligar, unir com solda, por fusão parcial obtida por maçarico.”

Pois é, pensei que era a solda das múltiplas coisas que ele faz. Seu cartum fatalmente teria que desaguar nas letras. Ele é um cartunista de letras. Nuvens de letras pairam sobre os calungas que desenha, jorram da telinha da tevê, se derramam dos chapéus, das gavetas, dos livros entreabertos, de todos as fendas, buracos e orifícios.

Seus textos são cáusticos e certeiros como o de outro grande cartunista que também escrevia primorosamente, o Fortuna. São ao mesmo tempo absurdos e lógicos. E vice-versa. E não me pergunte por quê, leia o Solda que você vai saber do que estou falando. Quer que eu mostre o pau depois de matar a cobra ? Segure este hai kai : “é só entrar no banheiro / levar um choque no chuveiro / e sair limpo / pra se sujar o dia inteiro.”

Foi amigo e parceiro – de trabalho e mesa de bar – do maior poeta do Paraná, quiçá do Brasil, Paulo Leminski, invejado por todos os alcoólicos anônimos por ser notório. Quando Leminski morreu de cirrose Solda parou de beber quando, muito pelo contrário, deveria estar bebendo em dobro, por ele e pelo Leminski. Mas ainda pode se redimir.

Estou guardando o seu lugar na turma do funil.

Jaguar

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Solar da Fossa no Almanaque

O programa Almanaque, da Globo News, com histórias da pensão Santa Terezinha, vai ao ar hoje, 00:05 da madrugada. Reportagem de Sandra Moreyra que entrevistou na cantina La Fiorentina, além do autor, Toninho Vaz, os compositores e ex-moradores Abel Silva e Luis Carlos Sá (da dupla com Guarabyra). Foto do garçom desconhecido. O programa vai ser reprisado às 12:30 e 18:30 deste domingo.

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Tchans!

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Playboy – Anos 70

Sylvie Garant. Foto sem crédito

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Vai lá!

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Foto de Newton Maringas Maciel

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Antenados

Foto de Roberto José da Silva

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Livraria Argumento

O poeta e compositor Abel Silva, a atriz Íttala Nandi, o escritor Toninho Vaz (nosso correspondente no Itanhangá) e o compositor Bernardo Vilhena no lançamento de PoemAteu, livro de Abel. Foto do garçom desconhecido

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Álbum

Alice Ruiz e Paulo Leminski. Foto de Lina Faria

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Solda

Do blog do Zé Beto

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Solda

Do blog do Fábio Campana

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Vai lá!

TereZona

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Cadê o Bóris?

Foto de Lina Faria

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Vai lá!

IllustraBrazil

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Ela

O chargista Aroeira e Pryscila Vieira, no 3º Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro. Foto de Misquici

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