Hoje, quinta, 14 de setembro. Amy Winehouse faria 40 anos… Slimani estreia pelo Coxa. E, sério, hoje é o Dia Internacional da Capivara. Huçulak prefeita?
O Plural está convidando os principais pré-candidatos a prefeito de Curitiba a escreverem artigos contando por que merecem o cargo (por que eles querem talvez seja mais óbvio). Começamos com um texto da Carol Dartora, depois veio a Maria Letícia, chegou a vez do Ney Leprevost, e agora… a Márcia Huçulak?
Pois então. Em tese, a deputada estaria fadada a ser vice de Eduardo Pimentel, ungido por Greca e Ratinho como candidato à sucessão. Ela, com sua mega exposição na mídia da época da pandemia e o caminhão de votos que fez em 2022, seria a parceira ideal de chapa.
Mas os textos não eram para candidatos a prefeito? Huçulak, que de ingênua não tem nada, diz no texto que nem se considera pré-candidata. Imagina… Mas aí cita uma fieira de argumentos que mostram por que, afinal, ela poderia ser uma boa prefeita. Significa? Parece que sim.
Quanto ao resto, só o tempo dirá. Mas uma coisa é fato, e fato interessante: as mulheres não estão deixando barato e podem mesmo decidir a eleição de Curitiba no ano que vem. Só quem não percebeu isso, claro, são os políticos homens.
O Advogado Geral da União Jorge Messias determinou que a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia instaure investigação sobre a fake news difundida pelo jornalista bolsonarista Alexandre Garcia. “É inaceitável que, nesse momento de profunda dor, tenhamos que lidar com informações falsas”, afirma Jorge Messias.
Durante apresentação do seu programa “Oeste Sem Filtro”, do site de extrema-direita Revista Oeste, Alexandre Garcia espalha uma grotesca fake news em que afirma que barragens de represas construídas por governo petista no Rio Grande do Sul foram abertas de propósito para inundar o estado.
Para dar munição ao discurso bolsonarista, Garcia usa a tragédia no Rio Grande do Sul para lançar uma teoria para culpar o governo Lula pelas enchentes no estado.
Lula exigiu – e tem direito a – novo avião, com especificações compatíveis às necessidades de um presidente com protagonismo internacional: suíte privativa de casal, com chuveiro; sala de reuniões; autonomia de 16 horas de voo, sem escalas; dobro da capacidade de passageiros. Óbvio que será criticado, sempre pelos mesmos, que preferem aviões com capacidade de transportar joias sauditas na vinda e cocaína na ida, sem necessidade de área privativa para o casal presidencial e na configuração que permita ao presidente circular contando piadas sujas para os asseclas.
Lula e Janja pagaram o tributo de fazer amor na saleta da PF com a barricada petista a preservar-lhes a intimidade; não faz sentido o presidente percorrer o corredor do avião para ir ao banheiro – com mais forte razão quanto à primeira dama; a sala de reuniões e maior capacidade de transporte são indispensáveis a um governo com tantos inimigos, ancorado a três dezenas de partidos a viajar no mesmo avião. Em tempo: perdeu a graça, está vencida a chatice do ‘Aero Lula’. O avião é do Estado, a serviço de todo e qualquer presidente, atual e futuro.
A articulação política de Lula sabe que a posse nesta quarta (13) dos ministros do Republicanos e do PP não garantirá voto em temas contrários ao perfil conservador do Congresso —e não se trata de pauta comportamental, mas das pautas econômicas mesmo.
Um exemplo. No almoço de ontem com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, se esmerou para convencer os parlamentares de que não há por parte do governo, quando tenta taxar o lucro sobre incentivos estaduais, interesse em aumentar imposto, mas o de tapar “brechas que prejudicam a livre concorrência”. Não conseguiu convencer.
Parlamentares de PP e Republicanos deixaram o encontro dizendo ser praticamente impossível a Câmara aprovar a medida provisória apresentada no início do mês. Ou seja, as bancadas terão ministério, mas o voto não é automático.
Outra briga contratada é a vontade do governo de deixar com a Fazenda a responsabilidade por aprovar as outorgas das empresas de apostas. O grupo do presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (AL), já trabalha para mudar para o Ministério dos Esportes, que ficará com o PP. A legenda de Lira quer sob seu guarda-chuva a liberação das outorgas e sua fiscalização.
Marianna Camargo é jornalista. Escreve crônicas como exercício incansável de observação, para sobreviver ao salto, atravessar a margem. Ex-jogadora de xadrez, pretendia ser coreógrafa.
Leitora voraz de Julio Cortazar e de poesias. Ouve Chet Baker, Marvin Gaye e Ramones. Escreve às 18h25, sempre que possível, e acredita que só os loucos e muito sérios usam azul-marinho. Foi sumariamente demitida do MON. Não por motivos funcionais ou ideológicos, mas certamente como gesto de soberba de quem assume o comando e quer, às suas ordens, gente menos competente que ela, submissa, mais dedicada a divulgar a chefe do que as atividades do Museu. Marianna Camargo não é para mediocridades.
Quem nasceu no dia de hoje é dotado de longevidade. Turquerite IX, o rei deus da mitologia Turqueriana, viveu 765 anos. E só não ultrapassou essa idade porque Tirpur, seu pai, chegou em casa bêbado e lhe bateu tanto que ele teve que ser levado às pressas ao médico mais próximo pelo avô, interrompendo uma agitada partida de truco que até então favorecia plenamente o velhinho.
Por conta da inadimplência das contas, às vezes a Feira do Livro vende menos. E por conta das ofertas nas caixas dos sebos, eis os títulos e autores mais mexidos por mãos curiosas e mais mixados por mentes fabulosas:
O Morro do Tempo e o Vento Uivantes, de Érico Bronté O Alienista de Bagé, de Luis Fernando de Assis Seis Personagens em Busca do Tempo Perdido, de Luigi Proust Enterrem meu Coração na Curva das Trevas, de Dee Conrad A Divina Comédia Humana, de Honoré de Alighieri Dona Flores do Mal e Seus Dois Maridos, de Jorge Baudelaire A Ilustre Casa Assassinada, de Lúcio de Queirós Crime e Castigo na Rua Morgue, de Edgar Allan Dostoievski O Som do Trovão e a Fúria, de William Bradbury As Viagens de Gulliver ao Redor do Meu Quarto, de Xavier Swift O Estrangeiro no País das Maravilhas, de Lewis Camus Grandes Sertões e Esperanças, de Guimarães Dickens Tristes Trópicos de Câncer, de Lévi-Miller O Apanhador nas Vinhas da Ira, de J. D. Steinbeck O Velho e as 20.000 Léguas Submarinas, de Jules Hemingway Como Era Verde Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Liewellyn O Homem Sem Qualidades Que Calculava, de Malba Musil Éramos Seis Mosqueteiros, Maria José Dumas O Pequeno Polegar e a Pata da Gazela, de Charles Alencar Etc.
jardins inabitados pensamentos pretensas palavras em pedaços jardins ausenta-se a lua figura de uma falta contemplada jardins extremos dessa ausência de jardins anteriores que recuam ausência freqüentada sem mistério céu que recua sem pergunta
– Ana Cristina Cesar, em “A teus pés”. São Paulo: Brasiliense, 1982.
No Brasil, a velhice é uma espécie de morte simbólica
Há duas semanas, quebrei um pedaço do dente molar. “Nossa”, pensei, “estou ficando velha!”. Meus dentes não aguentam mais mastigar as mesmas coisas que sempre comi, como castanhas-do-pará. Por que fui tão burra de mastigar uma coisa tão dura? Que raiva de mim mesma. A culpa é minha!
Fui à dentista. Ela disse que, provavelmente, o molar quebrou porque tenho bruxismo, estou apertando muito os dentes durante a noite. E me aconselhou: “Mirian, seus dentes pioraram muito. Por que você não se aposenta? Você não precisa mais trabalhar tanto assim. O desgaste dos dentes é reflexo da sua tensão, ansiedade e preocupação com o trabalho. Você precisa se divertir mais, viajar com o marido, sair com as amigas, aprender a não fazer nada”. Em resumo: como o meu maior prazer é trabalhar, vou acabar ficando uma velha desdentada. E a culpa é minha!
Depois de ficar mais de duas horas com a boca aberta na dentista, tive 38,7 graus de febre, dor de garganta, tosse, espirros, nariz entupido, noites sem dormir e estou até hoje sem paladar e olfato. Poxa, sempre uso máscara em locais fechados e tomei todas as doses da vacina para Covid e gripe. Só tirei a máscara para ir à dentista. Quem mandou comer castanha-do-pará? A culpa é minha!
Para piorar ainda mais a situação, na semana anterior havia ido à ginecologista. Levei uma bronca porque a minha osteoporose, que já era grave para a minha idade, piorou nos últimos três anos. Segundo ela, eu não poderia ter parado de tomar a injeção para osteoporose. “Não pode parar!”, ela me repreendeu, “quando para de tomar a injeção dá efeito rebote. Você não sabe que o risco de fraturar o fêmur é muito perigoso na sua idade?”. Mas, então, por que ela nunca me avisou que eu não poderia parar de tomar a injeção caríssima? Por que ela nunca me falou do tal efeito rebote? Não interessa se ela foi relapsa, lógico que a culpa é minha!
O pior de tudo não foi a febre, a tosse, a dor de garganta, a insônia, a osteoporose, o dente quebrado e o dinheiro que gastei com médicos, dentistas, exames e remédios. O pior foi levar broncas de profissionais que me disseram que estou fazendo tudo errado, que não estou sabendo me cuidar do “jeito certo” para a minha idade. Afinal, ficar velha é culpa minha!
Na minha pesquisa sobre envelhecimento e felicidade, quando perguntei às mulheres “Quem vai cuidar de você na velhice?”, elas responderam categoricamente: “Eu mesma”. E, em seguida, “minhas amigas”.
Já os homens responderam: “Minha esposa”, “minhas filhas” e “minhas netas”.
São as mulheres que cuidam. Elas cuidam de todos da família e reclamam que não sobra tempo para cuidar de si. As mulheres da chamada “geração sanduíche” sentem-se sufocadas por obrigações e responsabilidades de cuidar dos pais idosos, dos cônjuges, dos filhos e netos. Algumas cuidam até mesmo dos ex-maridos que ficaram doentes, apesar de estarem separadas há muitos anos. Um dos casos mais emocionantes que pesquisei foi o de uma escritora de 98 anos que me disse que não poderia morrer nunca, pois precisava cuidar do filho de 72 anos que teve um AVC e um infarto.
Quando eu era bem mais jovem, minhas amigas me questionavam: “Quem vai cuidar de você na velhice? Como vai ser sua velhice se você decidiu não ter filhos?”. Eu respondia: “Quem vai cuidar de mim na velhice? Eu mesma!”.
Hoje, quando me fazem a mesma pergunta, não sei como responder. Primeiro, porque já estou me sentindo uma velha decrépita e descartável. Segundo, porque, apesar de tantos anos de pesquisas, parece que não estou sabendo como cuidar de mim do “jeito certo”. E, pior ainda, a culpa é minha!
É preciso ter muita coragem para envelhecer em um país que trata os mais velhos como inúteis, ignorantes, teimosos, difíceis, ridículos, invisíveis, decrépitos e descartáveis. Ficar velho, no Brasil, é uma espécie de “morte simbólica”.
Há mais de três décadas eu venho repetindo como um mantra: “O jovem de hoje é o velho de amanhã”. Parafraseando Guimarães Rosa, o que a vida quer é ver a gente aprendendo a se cuidar no meio da juventude, e se cuidar ainda mais no meio da velhice. O que a vida quer da gente é coragem.
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