Exibido o programa partidário do PL no dia 7 de setembro, Valdemar Costa Neto, dono da legenda, correu para se explicar aos correligionários bolsonaristas sobre o motivo de o ex-presidente não ter sido o personagem principal l, nem a sua defesa ter sido feita categoricamente na TV.
Segundo Valdemar disse a seus interlocutores, o objetivo do programa era dar relevância e protagonismo aos apoiadores que sempre estiveram nas ruas nos 7 de setembro anteriores. Também negou que a legenda estivesse rejeitando “seu principal ativo eleitoral”.
Aliados de Bolsonaro não gostaram de o programa partidário ter tratado o ex-presidente, segundo entenderam, de maneira secundária, nem de não ter lhe dado espaço para que pudesse falar com a população sobre as investigações de que tem sido alvo pela Polícia Federal, especialmente o do caso das jóias.
O Bastidor vem informando que, dentro do partido, com exceção dos mais apaixonados por Bolsonaro, o ex-presidente é visto como tóxico, a depender da região do país (aqui e aqui). Apesar da resiliência no número de apoiadores entre 25% e 30%, segundo indicam as pesquisas do PL, o apoio a ele não é homogêneo no país.
A preocupação de Valdemar, então, é dar protagonismo a Bolsonaro onde ele é mais bem avaliado.
Fábio Campana, escritor, poeta, jornalista, publicitário e editor (1947|2021) nasceu no município paranaense de Foz do Iguaçu. Viveu em Curitiba desde 1960.
Publicou Restos Mortais, contos (1978); No Campo do Inimigo, contos (1981); Paraíso em Chamas, poesia (1994); O Guardador de Fantasmas, romance (1996); Todo o Sangue (2004); O último dia de Cabeza de Vaca (2005); Ai (2007); A Árvores de Isaías (2011); O Ventre, o Vaso, o Claustro (2017); e As Coisas Simples (2019).
Foi diretor da editora Travessa dos Editores, onde também dirigiu as revistas Et Cetera e Ideias. No jornalismo, além de editor de seu blog por 15 anos, foi editor da revista Atenção e do jornal Correio de Notícias. Atuou como colunista político dos jornais Gazeta do Povo, O Estado do Paraná, Tribuna do Paraná, Gazeta do Paraná e Tribuna do Norte. Foi comentarista de política das rádios BandNews, Banda B e CBN no Paraná. Como repórter, foi autor de matérias marcantes, como “Sodomia, suor e látego”, publicada na extinta Revista Panorama, em 1979. A reportagem denunciava as condições do sistema prisional juvenil do Paraná.
Foi secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Curitiba e secretário de Estado da Comunicação Social em três administrações do Governo Estadual do Paraná.
Como publicitário, trabalhou nas agências Equipe e Exclam. No campo do marketing político, atuou em diversas campanhas para governador do Paraná e em inúmeras campanhas para prefeituras, além de ter dirigido a comunicação das campanhas presidenciais que elegeram dois presidentes do Paraguai: as de Juan Carlos Wasmosy (1993) e de Raúl Cubas Grau (1998).
Foi filiado ao Partido Comunista em 1960 e esteve filiado ao PCdoB até 1981, quando deixou o partido. Foi preso político em 1966 e em 1970. Casado com a psicóloga e professora Denise de Camargo desde 1975, Fábio Campana deixa também dois filhos e um neto.
Elza Pereira e Pedro Viegas, alvos da ditadura brasileira, refugiaram-se em Santiago antes do regime de Pinochet
Lembrar as datas se torna uma tarefa cada vez mais difícil. Para isso, Elza Pereira, 79, conta com a ajuda da memória do marido, Pedro Viegas, 86. Com os remendos que um faz às recordações do outro, o casal narra o episódio que os uniu, num dos momentos mais inesperados de suas vidas: o exílio político no Chile nos anos 1970.
Perseguidos pelos militares brasileiros, os dois buscaram refúgio no país então liderado por Salvador Allende. Expulsa do curso de odontologia em Minas Gerais acusada de “subversão” e na mira do regime, que ameaçava prendê-la pela terceira vez, Elza, membro da ALN (Ação Libertadora Nacional), emigrou em 1970 para Santiago.
Pedro foi dali a alguns meses, em janeiro de 1971, enviado pelo próprio regime —o ex-marinheiro e jornalista foi um dos 70 presos liberados pela ditadura, mas expulsos do país, em troca do então embaixador suíço Giovanni Bucher, sequestrado por militantes de esquerda.
Foi na capital chilena, em meio a grupos de brasileiros refugiados, que o casal se conheceu. Juntos desde então, os dois, já aposentados, vivem em Iperó, no interior de São Paulo.
“Eu nasci num lar comunista”, diz Elza. “Meu pai [Diamantino Pereira] era operário têxtil, em Sorocaba. Ele foi morto tempos após a série de torturas nas últimas prisões que sofreu no DOI-Codi, segundo os depoimentos dos companheiros –porque ele mesmo não falava nada.”
Elza foi detida pela primeira vez no Congresso da UNE, em Ibiúna, em 1968. Depois, foi presa em abril de 1969 quando participava de uma reunião do movimento estudantil da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Então, seu nome entrou de vez numa perigosa lista.
A tortura à qual foi submetida é um tema sobre o qual prefere não falar. “Fiquei vários anos tratando psicologicamente. Não para esquecer, mas aceitar as coisas que aconteceram. Foi um período difícil, não só para mim, mas para todos.”
A ameaça que a levou a sair do país veio alguns meses após a segunda prisão, quando, por meio de uma colega de trabalho, militares descobriram em seu armário uma pilha de livros e documentos tidos como subversivos. Elza diz não guardar rancor. “Acredito que não foi intencional. Tampouco considero uma traição. Sei que havia medo e que, provavelmente, ela era pressionada a me entregar.”
O episódio também lhe rendeu a expulsão do trabalho e da universidade sob o guarda-chuva do Decreto 477, instituído pelo general Artur da Costa e Silva naquele mesmo ano para punir professores, alunos e funcionários da instituição considerados subversivos pelo regime. Com os militares à espreita, ela fugiu.
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