Cesar Marchesini

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Correndo o risco

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Tempo, tempo, tempo

Glauco Vilas Boas. Foto de Marcos Mendes
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Poluicéia Desvairada!

Vomitando arte pelas esquinas. Em alguma travessa da Rebouças.
Foto de Lee Swain
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Hoje!

Iara Teixeira Foto de Vera Solda
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Cesar Marchesini

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Lina Faria

Autorretrato
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Noventa e nove por cento dos escritores não sabem o que é hipotipose. O 1% restante simplesmente dá de ombros. Não é doença de cavalo, já aviso. Calma. Leia isto: “Algumas vezes, na praia, começava a chover subitamente, as nuvens deslocando-se velozmente sobre o mar, como cavaleiros negros em arrasadora carga de cavalaria, os raios cortando o céu como golpes de cimitarras zangadas. As moças correriam para seus suéteres e bolsas de praia, alguém recolheria o toca-discos portátil e o álbum de 45-rpm, os rapazes ergueriam o cobertor sobre a cabeça como uma marquise e todos buscariam a segurança da calçada do restaurante mais próximo. Lá ficariam eles contemplando a praia batida pela chuva, os canudinhos de Coca-Cola, torcidos e manchados de batom, dentro das garrafas vazias”.
Você começou a entender o que é hipotipose. Talvez possa se dizer que é coisa antiga, da literatura antiga. Bem de quando as pessoas sentavam quietas numa chaise-longue e se deleitavam com os romances. No caso, esse parágrafo acima é de uma novela policial de Ed McBain. Hipotipose seria a descrição pormenorizada de uma cena, com pouca ou nenhuma análise por parte do autor. Trataria da apresentação objetos visíveis em vez de elucubrações espirituais. Acho que ela ainda é interessante pra autores que ganham por palavra — falo dos estrangeiros, claro! As caudalosas descrições ajudam a encher linguiça e produzir mais um best-seller.
Pra exemplificar, diria que Os sertões, do Euclides da Cunha, seria hipotipótico por excelência. Nota dez. E o Dalton Trevisan de hoje tiraria zero. E seria a nota máxima, pois tirar dez significa ter mãos pesadas e estilo oceânico.
Outro exemplo que tirei do livro O perfume, de Patrick Süskind. Logo no capítulo 1, segundo parágrafo, pra situar toda a ação do livro, o autor descreve assim a cena:
“Na época de que falamos, reinava nas cidades um fedor dificilmente concebível por nós, hoje. As ruas fediam a merda, os pátios fediam a mijo, as escadarias fediam a madeira podre e bosta de rato; as cozinhas, a couve estragada e gordura de ovelha; sem ventilação, as salas fediam a poeira, mofo; os quartos, a lençóis sebosos, a úmidos colchões de pena, impregnados do odor azedo dos penicos. Das chaminés fedia o enxofre; dos curtumes, as lixívias corrosivas; dos matadouros fedia o sangue coagulado. Os homens fediam a suor e a roupas não lavadas; sua boca fedia a dentes estragados, seu estômago fedia a cebola e, o corpo, quando não era bem mais novo, a queijo velho, a leite azedo e a doenças infecciosas”. E vai por aí.
Uma fedentina que causa arrepio e engulho. Só não concordo com o autor quando ele diz que o fedor daquela época seria inconcebível pra nós, né? Ou será que ele disse isso de propósito, pra gente rir?
Rui Werneck de Capistrano é autor de Nem Bobo Nem Nada, primeiro romancélere brasileiro. 
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Tchans!

Christina Aguilera. TaxiDriver
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TheBoczonTheTable

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Solda – Xarjantiga

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Solda

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Salão Internacional de Humor de Caratinga

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A estreia de Sylvio back no conto

Com o selo da Topbooks, Sylvio Back, um dos mais premiados cineastas brasileiros, faz sua estreia no conto com a coletânea Guerra do Brasil, título homônimo de seu polêmico filme sobre a Guerra do Paraguai (1864-1870), realizado em 1987, e base desse livro que reúne cinco estórias curtas, um “conto-poema” e um “conto-novela” – neologismo criado pelo autor para definir uma narrativa que rompe com a extensão clássica do gênero.
De uma ousadia perdida no tempo, pois remonta a mais de 80 anos a última vez que o conflito gerou um livro de contos, Guerra do Brasil é, para a prestigiosa editora carioca, uma aposta muito pertinente, visto que a ficção de Back coincide com a atual febre de edições que elegem a História como personagem e cenário. Mas o diferencial que empresta originalidade a esses contos reside na corajosa imersão do autor no conturbado passado dos  países da então Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) e ao “inimigo comum” da época: o Paraguai.
 Com ilustrações do desenhista e caricaturista Cárcamo e apresentação do escritor Marcelino Freire, Guerra do Brasil é, “a exemplo do próprio filme, um memorial histórico, irônico e afetivo, frequentemente autobiográfico, sobre o amplo universo mítico da Guerra do Paraguai, talvez uma das últimas exorcizações da nacionalidade que ainda precisavam ser feitas para explicar os contornos anímicos do Brasil”, como destaca a Nota da Editora na abertura do livro.

Nota da Editora
A Guerra do Paraguai (1864-1870) é um inestimável manancial anedótico da história do Brasil e do Cone Sul, rastreado por belos romances e contos. Porém, a cobrança por uma devassa factual e imaginária, que atualize toda a sua extensão geopolítica, ideológica e moral, corresponde a um desafio permanente e incontornável.
Maior conflito bélico do século XIX na América do Sul, vitimando, entre civis e militares, mais de um milhão de brasileiros, paraguaios, argentinos e uruguaios, o resgate de seu imaginário só passou a freqüentar nossa ficção a partir dos anos 20 do século findo (conto) e modernamente nas últimas décadas (romance). O que é sintomático o quanto a tragédia da Guerra do Paraguai ainda pensa feridas e orgulhos nacionais como se o conflito tivesse terminado ontem, e não há cento e quarenta anos. 
Coube ao escritor Carlos de Oliveira Gomes, com A Solidão segundo Solano López (Civilização Brasileira, Rio de Janeiro), em 1980, reeditado dois anos depois pelo Círculo do Livro, a primazia de inaugurar a Guerra da Tríplice Aliança no espectro do romance brasileiro. No lançamento, ocorrido nos estertores do regime militar, o livro foi demonizado pela crítica e pela mídia por fazer uma defesa da atuação do Duque de Caxias, comandante das forças aliadas no Paraguai.
De lá para cá, autores dos mais variados recortes biográficos se detiveram no tema, esmiuçando-o sob os olhares e perspectivas morais muitas vezes díspares, seja confrontando a História oficial, seja assinando embaixo – mas todos, sem exceção, atormentados com a sua complexidade e contradições político-ideológicas escancaradas pelos acontecimentos e seus personagens, em que se confundem heróis e vilões e onde a verdade e a mentira se imbricam, dramática e alegremente.
 Assim, de relatos hagiográficos, tiradas fantasmagóricas e surrealistas, romances-reportagem e memoriais oníricos, a verossimilhanças históricas, existenciais e poéticas, os textos são vazados de humor, ironia, paródia e crueldade. Alguns chegam mesmo a romper os limites da narrativa tradicional do gênero e aportam invenções de linguagem e consciência crítica, daí emergindo um soberbo repertório romanesco.

Sem a pretensão de exaurir o que se publicou, eis os títulos dos livros que, cronologicamente, ora bordejaram, ora mergulharam na Guerra do Paraguai dos anos 80 do século passado até este nosso primeiro decênio: Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro (Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1984);  Avante, Soldados: Para Trás, de Deonísio da Silva (Siciliano, São Paulo, 1992); Jovita, Missão Trágica no Paraguai, de Assis Brasil (Notrya, RJ, 1992);  Xadrez, Truco e Outras Guerras, de José Roberto Torero (Objetiva, RJ, 1998); A República dos Bugres, de Ruy Tapioca (Rocco, RJ, 1999); Questão de Honra,  de Domingos Pellegrini (Moderna, SP, 1999); Netto Perde sua Alma, de Tabajara Ruas (Record, RJ, 2001), que virou filme com título homônimo co-assinado pelo autor e Beto Silva; Ana Néri, de José Louzeiro (Mondrian, RJ, 2002); Cunhataí, de Maria Filomena Lepecki (Talento, RJ, 2003); Santo Reis da Luz Divina, de Marco Aurélio Cremasco (Record, RJ, 2004); e Fragmentos da Grande Guerra, de Leandro Fortes (Record, RJ, 2004).
Na área do conto, porém, e em se tratando de uma seleta exclusiva recorrendo ao mote da Guerra do Paraguai, há que remontar aos anos 20 e 30 do século XX, e a mira recai, sem coincidência alguma, sobre o Rio Grande do Sul, palco primevo do conflito. Inesperadamente, as décadas confluem para o mesmo livro, cujo título é Um Pobre Homem, obra de estreia do escritor gaúcho Dyonélio Machado. Publicada em 1927 pela Livraria Globo, de Porto Alegre (RS), dela constam, entre outros, os contos paraguaios “Execução” e “Noite no acampamento”; este, com o subtítulo “Narrativa de campanha”, se compõe de seis minicontos, que somam quase 20 páginas. Ali é narrada a tragédia dos últimos dias do ditador Solano López em Cerro Corá, morto pelas tropas do general Câmara, com os soldados protagonizando cenas de horror “(…) Bêbados, estão immolando as mulheres, depois de scenas revoltantes de deboche” [sic].
Difícil acreditar, mas, uma década depois, pelo fato de Dyonélio Machado ser comunista declarado (ficou dois anos preso), Getúlio Vargas, instigado pelo Exército golpista do Estado Novo, mandou apreender o livro. No entanto, pasmem: o interdito e a caça ao livro e ao autor não terminaram nem postumamente! Em 1995, quase 70 anos após sua publicação original, a editora paulista Ática, para comemorar o centenário de nascimento de Machado (1895-1995), reeditou Um Pobre Homem e, pura e simplesmente, censurou o conto-fleuve, “Noite no acampamento”, expurgando-o do livro, sem explicação alguma. Pobre homem, o imortal Dyonélio!
Um segundo volume de contos, que também nos remete a 80 anos atrás e cuja primeira edição é de 1928 (Companhia Editora Nacional, São Paulo), chama-se A Guerra de Lopez, do cearense Gustavo Barroso (que assinava também com o pseudônimo, João do Norte, logo abaixo de seu nome). Barroso, membro da Academia Brasileira de Letras, foi um dos líderes mais insignes do nascente Integralismo nos anos trinta. Com o subtítulo, “Contos e Episódios da Campanha do Paraguay”, a obra contém 17 contos atravessados por saborosos poemas, quadrinhas, modinhas, cantigas e letras de sambas rememorados dos tempos do conflito. Ambos, Machado e Barroso, fabulam ao seu jeito e vezo ideológicos o mesmo episódio da morte de López em Cerro Corá (1870).
 Só recentemente, em dois contos – um de Eric Nepomuceno, em O livro da Guerra Grande, de Augusto Roa Bastos, Alejandro Maciel e Omar Prego Gadea (Record, RJ, 2002) e outro, de Miguel Sanches Neto em Todas as Guerras, antologia organizada por Nelson de Oliveira  (Bertrand Brasil, RJ, 2009) – a Guerra do Paraguai voltou a frequentar a seara das estórias curtas.
Redemocratizado o Paraguai – fascinante país, cujas relações historicamente tensas com o Brasil remontam à chamada Guerra Grande (para os paraguaios)  –, surge agora a oportunidade de um approach ficcional totalmente equidistante das paixões nacionais, tanto as da época, quanto as de hoje. Trata-se desta coletânea de contos do cineasta, poeta e roteirista, Sylvio Back, estreando no gênero em obra exclusiva, fruto de quatro anos de pesquisas e acidentadas filmagens no Paraguai durante a ditadura Stroessner, e que desembocaram no documentário de longa-metragem sob o mesmo título, lançado em 1987. 
Os contos de Guerra do Brasil, a exemplo do próprio filme, é um memorial histórico, irônico e afetivo, frequentemente autobiográfico, sobre o amplo universo mítico da Guerra do Paraguai, talvez uma das últimas exorcizações da nacionalidade que ainda precisavam ser feitas para explicar os contornos anímicos do Brasil.
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Uebas!

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