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Poluicéia Desvairada!
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Londrina, primavera de 2001
Foto de Bruna Bazzo
Prezado Hélio Leites: só agora na primavera leio o que no inverno escreveu de você o Paulo Polzonoff nesse Jornal do Estado (que circulação tem? Na parte política parece daqueles que mordem para depois assoprar…).
Polzonoff e Rogério Pereira estiveram comigo num encontro com gente no Espaço Cultural Telepar. Os dois gênios, porém, certamente por detestar gente, usaram todo o tempo para falar contra tudo e todos, no típico estilo metralhadora giratória, babando raiva e inveja (para eles, ninguém presta e nenhum escritor é bom, talvez porque achem que o mundo mudará depois de seus livros, que eles, aliás, ainda não escreveram, embora o Polzonoff confesse que tem muitos projetos… É típico de uma certa categoria de críticos, escritores frustrados, aliás apenas escrevinhadores em espaços conseguidos mais por custarem barato ou nada do que por mérito).
Ele desanca você por não ser artista, mas artesão. Mas nunca vi você se proclamando artista, nem querendo fazer mal a alguém ou destilando amargura ou ressentimento. Para mim, você é antes de tudo uma pessoa brilhante, que sempre me faz bem encontrar. Quanto a classificar você, se é artista, artesão ou a arte em pessoa, deixo para as mentes classifícatórias, aqueles que só conseguem comer uma fruta nova se souberem o nome científico. A Inquisição, o III Reich, o Estado Novo, o Macartismo, o sovietismo, todos tiveram mania por classificar pecados, raças, classes sociais, inimigos, dividir e etiquetar tudo ao alcance da vista.
O seu crime é ser inclassificável, Hélio, e ter sol já no nome desperta mesmo inveja nos que não conseguem espantar as trevas da mente e o mofo no coração. Quem não consegue ter alegria nem afeto sente uma raiva danada da gente. Mas esses ditadorezinhos, com o poderzinho de escrever o que quiserem em jornaizinhos, acabam todos afastados pelos mesmos jornaleiros (os donos ou editor de jornais assim) que lhes deram espaço, depois que os danos que causam acabam custando mais que o pouco ou nada que ganham tais profissionais da ar-ar, a amargura com arrogância). Veja como é difícil pronunciar ar-ar, não parece um cachorro raivoso latindo?
A melhor forma de acabar com isso é ignorar, mas eu gostaria que você tirasse cópia disto e enviasse ao jornal/dono/editor, quem sabe percam a cabeça e me processem. Duvido que publiquem, até porque já aviso que só aceitarei publicação na íntegra (não tem páginas inteiras para desancar gente? Por que só poucas linhas para a defesa delas? Isso é simplesmente ditadura, exercício de poder econômico contra as pessoas, mas muitos grandes e pequenos jornais são assim – ainda).
Fique com um abraço, Hélio, continue a brilhar e a anos encantar com seu talento e sua graça, lembrando que Jesus foi apedrejado, espancado e crucificado. Agradeça pelas pedras, pelos paulos. É com pedras que se faz alicerces. Há paulos e paulos. Eu fico com o Leminski. Eles, que fiquem com o Polzonoff. Domingos Pellegrini
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Nos trilhos
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Assim rasteja a Humanidade
Abib Miguel, o Bibinho, ex-diretor-geral do Assembleia Legislativa deve deixar a prisão. Foto sem crédito
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Uebas!
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Hoje
Keith Richards (Dartford, Inglaterra, 18 de dezembro de 1943) é um músico, compositor britânico, considerado um dos grandes nomes do rock do século XX como integrante e fundador dos Rolling Stones. Foto sem crédito
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Lobão lança autobiografia "50 Anos a Mil"
O momento é considerado pelo músico como “um rito de passagem”
Era um daqueles sábados de azul desconcertante no Rio. A entrevista com Lobão seria numa livraria em Ipanema, bairro pelo qual ele circulou a vida toda. Mas o cantor carioca preferiu transferi-la para um hotel no Flamengo. Queria ficar mais próximo do Aeroporto Santos Dumont, de onde decolaria para a cidade onde decidiu envelhecer: São Paulo. Aos 53 anos, o momento, em que está saindo da MTV e se voltando exclusivamente à música, seu ofício primaz, é considerado pelo próprio “um rito de passagem”. O marco é o lançamento da autobiografia “50 Anos a Mil”, em que narra não só suas quase quatro décadas de vida profissional, iniciada aos 17 anos ao lado de Lulu Santos e Ritchie, na banda Vímana, mas também os anos que forjaram sua personalidade, quando aprendeu a rir de si mesmo.
O jornalista Claudio Tognolli coassina a capa, estampada por um Lobão mais grisalho e magro do que a imagem fixada no imaginário brasileiro. A primeira pessoa, no entanto, é do roqueiro: “Eu não tava a fim de escrever. Mas quando fiz o prólogo, não parei mais, e escrevi 900 páginas. Logo percebi que se essa história fosse contada por outra pessoa, seria trágica. Chega às raias da inverossimilhança”, conta o músico, ou melhor, o multiartista – assim se reconhece -, por vezes seja tachado de ‘decadente’ e ‘recalcado’.
Autobiografia de Ozzy Osbourne chega ao Brasil Compositor de sucessos cantados há quase 30 anos, dos hinos “Me Chama” e “Rádio Blá” às criações mais recentes, baterista desde criança, toca guitarra e violão, e bem. É um sobrevivente, e está (bem) disposto para mais 50 anos.
Artista de apelo jovem, cultuado talvez igualmente pelo talento e pela porra-louquice, viveu os excessos das drogas dos anos 80 (principalmente cocaína, mas também heroína), só que conseguiu colocar a cabeça para fora. Acabou padecendo da dor de se tornar órfão dos grandes amigos, que morreram em plena atividade criativa (Júlio Barroso, Cazuza).
A ‘vida louca, bandida’ o jogou na prisão e na bancarrota, por conta dos gastos com advogados. A relação visceral com a música, a religiosidade (carola na infância, depois espírita), as brigas pela distribuição independente de seu trabalho, as desavenças no meio artístico, as vaias do Rock in Rio – tudo é contado no livro de forma quase sempre jocosa. Tire as crianças de perto e ‘viaje’ com esse narrador-personagem, um ícone do rock nacional, que revela dramas, exageros e controvérsias com eloquência e ritmo. E sem arrependimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
50 Anos A Mil – Autores: Lobão e Claudio Tognolli. Editora: Nova Fronteira (600 págs., R$ 59,90).
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