Vai lá!

Zé Beto Foto de Lineu Filho

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Pedradas!

Ivan Justen, Soruda, Thadeu Wojciechowski e Luiz Cláudio, o Lobão. Foto de Vera Solda

curitiba é uma aldeia justa

cidade apertadinha

a gente quer entrar com tudo

mas ela só deixa

pôr a cabecinha

solda

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Todo dia é dia

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Foto de Iara Teixeira

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Gazeta do Povo

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Entre nós

Coisa curiosa: há anos que trabalho com desenho e cia mas, diferente da música, onde conheço milhares de personagens da cena curitibana, no perigoso mundinho do cartum não conheço ninguém. Quer dizer, não conheço bem. Já dei oi pra um aqui, olá pra outro lá, mas conhecer, conhecer mesmo, nada. Eis que dia desses o chapa Zé Beto me convocou pra fazer uma visita pro Solda, mestre do traço e responsável pelo blog mais bacana destas bandas. Fiquei feliz da vida e passei a mão em alguns dos livros que tenho do cartunista na intenção de têlo-los autografados. Não só consegui, como passei uma deliciosa tarde batendo papo embalado pelo café da Vera, esposa do Solda. Na foto do Zé Beto, o momento de tietagem explícita. Simon Taylor

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Rá!

Joyce Vieira, Teresina, Piauí. Autorretrato

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Hoje

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Nofa!

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Soruda

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Vai lá!

Biratan

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

29

Recentemente, fui provocado por um amigo de infância para responder sobre os shows da minha vida. Passei uma noite pensando no assunto. Os melhores, quase sempre aconteceram por circunstâncias erráticas, ocasionais, porque despertaram algo novo em mim, uma idéia, uma sensação estranha, que às vezes só é compreendida tempos mais tarde. A primeira vez foi Rita Lee. 1980, acho.

No meu colégio, Sn. andava cantarolando as faixas de um disco novo no recreio: “but if I had your faith, then I could make it safe and clean, if only I was sure, that my head on the door was a dream”. E se à noite saíssemos para dançar (coisa que eu não fazia) era pra ouvir a voz de Robert Smith. Meu amigo A. namorava K., que foi morar em Nova Iorque, e foi abraçando L. que eu ouvi pela primeira vez Just Like Heaven. Todos, fomos para São Paulo assistir o show do The Cure, no Ibirapuera, no dia do meu aniversário, em 1987.

Lembrei do Longue Lizards em 1988. Foi assim, desatou um nó na minha cabeça. Já conhecia John Lurie e Tom Waits em Down By Law, mas aquele show atonal, trôpego, com Marc Ribot na guitarra, me arrebatou. Um ano depois, John Zorn tocou seu Naked City com um skate nos pés. Temas de Ennio Morricone e Ornette Coleman tocados com uma rapidez e consciência inacreditáveis.

Os incontáveis do Beijo AA Força. Lembro especialmente de uns realizados em um bar chamado 481 em Curitiba. Mano Negra na Lapa, com a participação de Jello Biafra cantando I Fought The Law, música de Sonny Curtis e dos Crickets. A versão mais conhecida, claro, é do The Clash, mas o Dead Kennedys havia gravado a canção em homenagem a Harvey Milk, ativista gay assassinado em San Francisco. Lembro que o show foi muito violento. Voava sangue do Bodyslam praticado.

David Bowie trouxe Earthling para a Pedreira Paulo Leminski. Inacreditável. Era o disco que mais ouvíamos na época. E era David Bowie. Eu já havia assistido Sound and Vision mas nada comparável com aquela simulacão sexual durante White Light White Heat. Sobre Morrissey em Curitiba já falei muito. E a chuva ácida sobre os neons da Tour Up do R.E.M. Um show para mais de cem mil pessoas sem nenhum vídeo, só sinais iluminados, ideogramas, símbolos. A experiência nos levou para casa serenos, em silêncio, como se tivéssemos testemunhado um ritual de sabedoria e equilíbrio.

A mão direita de João Gilberto vista da primeira fila em São Paulo. Beth Gibbons capaz de suspender o tempo com sua voz cheia de nicotina. Falei também sobre o Pixies na Pedreira. Outros inesquecíveis: Bob Dylan em Glasgow, P. J. Harvey e o clássico Kraftwerk em São Paulo. Em 2005, eu e minha amiga, a fotógrafa Carol Sachs, dormimos no tapete vermelho do Koko em Londres, resultado de algumas noites seguidas em claro. Acordamos no show insano do Art Brut. Eddie Argos passou mais tempo em cima da platéia, praticando Crowd Surf, que em cima do palco. Este também foi o ano em que vi, pela primeira vez Elvis Costello!

O Franz Ferdinand fez o, improvável, maior show que já vi na tenda do Circo Voador. Quem estava lá sabe do que estou falando. Também nunca esquecerei do The National no Pier 17 e

de Rufus Wainwright, sob a chuva, no Central Park. E é claro, os sonhos realizados: Pogues e Madness no Victoria Park e Leonard Cohen na Antuérpia, já relatados aqui. O Planeta Terra nos presenteou com 3 shows históricos nos últimos anos: Devo, Sonic Youth e Iggy Pop. Somos órfãos do Tim Festival de Monique Gardenberg, a quem devemos boa parte dessas experiências incríveis. Caetano Veloso é sempre inesquecível também. Paulo Leminski invadindo o palco da tour Velô gritando “Cajá!”. 3 horas de atraso e um público extremamente agressivo no show seco do melancólico e lindo disco de 87.

Como sou torto, vejo graça até no show do Gomez dentro de uma pequena loja de discos. Mas o Radiohead é inquestionável. Nunca ouvi uma qualidade sonora assim. Som sendo usado de verdade, com seus volumes, com uma delicadeza e uma capacidade profissional inigualáveis.

Falando sobre os shows que perdi, não vi o caótico e histórico show do Nirvana em São Paulo em 1993. Não vi Kurt Cobain sair de quatro, se arrastando, vestindo uma camisola, no show do Rio. Não vi Prince chamando a Paula, uma amiga, pra dançar no palco. Não vi Supergrass em Atibaia. Não vi Chet Baker, aqui no Brasil, em algum dos últimos shows de sua vida. Não vi Paulinho da Viola no Paiol. Não consegui ingressos. Só ouvi de fora ele abrir o show cantando Comprimido e aquilo partiu meu coração irremediávelmente. E não vi Chrissie Hynde com Johnny Marr. Vi agora The Pretenders no Shephards Bush. Morrissey estava na platéia mas Johnny Marr longe do palco.

Para encerrar, meu amigo Caio, a história que não me esqueço é da Fab. que fez xixi na calça, parada em pé, para guardar seu lugar sagrado no show dos Ramones. Hoje, ela é professora particular de inglês ou alemão, e ela um dia, provavelmente, vai ter um filho e vai esquecer dessa história. Um dia ela vai ouvir de novo, sem querer, Sheena Is A Punk Rocker e vai balançar o ombro, constrangedoramente, para desespero do seu filho, dizendo: essa é do meu tempo! E o garoto ainda vai amar aquela música, porque isso é eterno. Os meus discos do Captain Beefheart me dizem disso. É claro, nós não vivemos num país de mães junkies desdentadas, vivendo em Elephant and Castle, que dançam coletâneas da Two Tone. Nossa cidade é de velhos intelectuais que guardam seus vinis em armários mofados cheirando a uísque, e que ao cair da tarde, com o vento e a maresia, pousam a agulha sobre um vinil do Tom, lembrando do barulho das ondas e do Beco das Garrafas.

Felipe Hirsch (O Globo)

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Tchans!

Aisleyne Horgan Wallace. TaxiDriver

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Xanjantiga

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Como insistiu Ortega y Gasset, “eu sou eu e minhas circunstâncias”. Eu, como ser humano, vou indo aos truques e barracos. Agora, as circunstâncias estão de um jeito que ninguém mais dá jeito. Em tudo tem gente que sabe mais do que eu, entende mais e tem poder de dispor as coisas do jeito que bem entende. E tudo isso são minhas circunstâncias. Que sacada, heim? Valeu, Ortega y Gasset!

Veja, por exemplo, o que são minhas circunstâncias de escritor. Vivemos num mundo atulhado de livros. Milhões de escritores. Aí, publiquei um — é sempre filho de parto anormal que vem ao mundo… cheio de esperanças. Ó, mundo cruel!  Parto anormal quer dizer “feito sem grana de editoras”.

Daí, começou a grande valsa da distribuição do livro — veeeende aquiiii, veeeeende aliiiiii… Aí, por amor aos nobres leitores com menos dinheiro, levei alguns exemplares como doação à Biblioteca Pública. No caso, livros de ficção. Bondosa alma, né?

Claro que se deve dar e esquecer, fazer o bem sem olhar a quem — e todos os chavões de autoajuda milenar. Mas sempre bate uma curiosidade autoral — vaidades das… Então, fui à Biblioteca e procurei os livros.

No fichário, está lá PR B869.35 C 2436 NEM. Eu, enfim, catalogado. Pra completar, diria ‘morto e sepultado’.

Por quê?

Perguntei onde estava o livro e me disseram que era no segundo andar, setor de Documentação Paranaense. Cheguei lá e tentei me aproximar das estantes pra procurar e fui interpelado pelo atendente. Ele perguntou o que eu procurava. Mostrei a sequência escrita da ficha catalográfica e ele me pediu que esperasse. Ele ia buscar o livro. Aí, li na estante que só se podia entrar acompanhado por um atendente. Danger! No trespass! Esperei e ele me trouxe o livro. Abri pra ver se alguém o havia emprestado. O atendente me disse que era só pra consulta local. Nada de empréstimo! Deixei o livro em cima da mesa e me mandei.

“Mandar é sentar-se”, glosava Ortega y Gasset. Um trono, uma cadeira de espaldar alto… e tem-se alguém com poder. Alguém que lá do alto olhou meus livros e decretou ‘Setor de Documentação Paranaense’. E lá se foram os pobres… pro ostracismo. Fiquei triste, mas tenho que respeitar as circunstâncias, né?

Um dia, quando o mundo acabar, o Setor de Documentação Paranaense vai permanecer de pé — pronto pra receber alienígenas e mostra a eles que aqui viveu um escritor, publicou livros que não deviam ser levados pra casa. “Talvez um escritor maldito!” — pensarão os alienígenas. Será que vão ficar curiosos e ler?

Rui Werneck de Capistrano autor de NEM BOBO NEM NADA, OVOS DO OFÍCIO, TAL DE TANTO DE TAL…, O CONSELHO, etc. e tchau!

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter