Edgar Allan Poe

© Oswaldo Miran

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Mural da História – 2011

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A Helena de Paulo

“A padroeira da poesia em Curitiba acaba de fazer mais um milagre. Chama-se Sempre palavra, tem apenas cinquenta páginas e inclui uns quarenta pequenos poemas. Mas tem luz bastante para iluminar esta cidade por todo um ano. Embora seja a própria poesia encarnada, nossa padroeira está toda prosa. E com razão. Depois de onze livros de poemas editados por conta própria, é a primeira vez que é publicada por uma editora, a Criar, daqui de Curitiba mesmo, acionada pelo escritor Roberto Gomes. Helena Kolody (ou Guélena Kolódy, para quem sabe) é filha de imigrantes ucranianos, tem 73 anos e o mais belo par de olhos azuis que já vi. Ah, se eu tivesse nascido em 1911 como meu pai!

Como a precursora Gilka Machado e Cecília Meireles, sua admiração confessa, nossa padroeira foi, a vida toda, professora de escola normal, quase o único ofício fora de casa que uma mulher podia exercer naquelas épocas, quando Getulio Vargas, nosso grande déspota esclarecido, dizia na Voz do Brasil, “Trabalhadores do Brasil”, mas não dizia, “Trabalhadoras...”

Para o magistério, viveu. E, como professora, aposentou-se. Como professora, eu disse. Como poeta, ela é mais viva e atual que boa parte dessa garotada que, hoje, anda por aí, apertando uma espinha aqui, enrolando um poema ali, achando que poesia é um texto qualquer nota e se julgando, em sua infinita ignorância, o maior gênio incompreendido do planeta. Nossa padroeira é o poeta mais moderno de Curitiba, de uma modernidade enorme, uma modernidade de quase oitenta anos. Nenhum de nós tem modernidade desse tamanho. Nossa padroeira nunca casou. E viveu a vida toda com a mãe e as irmãs, seu tesouro eslavo de afetividade e dedicação. Vida. Esse é o assunto de Helena Kolody. Não é à toa que essa nossa mestra de poesia é professora de biologia. Mas tudo isso que eu digo não passaria de uma efusão sentimentalóide, se a poesia de Helena não se sustentasse em nível de linguagem, de design, de essência.

Que dizer, porém, de um poeta que chega, de repente, e, apenas, te diz num poema de duas linhas, “para quem viaja ao encontro do sol, é sempre madrugada”? “Essências e medulas”, assim definira Pound a poesia. E esse era o nome que eu daria para um ensaio sobre a poesia da nossa padroeira. Quando, em 1941, Helena publica, em Curitiba, às suas próprias custas, a coletânea Paisagem interior, seu primeiro buquê de poemas, Bilac ainda é um Deus, o Modernismo de 22 ainda é apenas um escândalo e a poesia só é reconhecível nos trajes de gala do soneto. Sobretudo já estava morto e enterrado o rico movimento simbolista que, presente no Brasil todo, tinha tido em Curitiba o seu centro mais ativo: É Brito Broca quem diz, em 1910, Curitiba era cidade literalmente mais importante do Brasil. Basta dizer que oito das quinze revistas do Simbolismo brasileiro foram editadas aqui, entre 1895 e 1915.

Mas, quando Helena começa a produzir e publicar, esse momento já tinha passado, deixando atrás de si apenas um perfume e uma vibração. No escuro, no silêncio, na penumbra, Helena veio então construindo sua poesia e publicando aqui mesmo, Música submersa, A sombra no rio, Era Espacial, Trilha Sonora, Infinito Presente, sempre ela, até este Sempre palavra.

Algo na poesia e na vida, no produto e no processo, de Helena, me lembram o gaúcho Mario Quintana, a mesma pureza, a mesma entrega, a mesma singeleza, a mesma santidade. Mas Helena é mais enxuta, mais rápida, mais haikai que o mestre de Porto Alegre: Helena chega no gol com menos toques na bola. Periférica como Quintana, Helena passou esses anos todos meio intocada pelas novidades que fervilharam no eixo Rio-São Paulo, alquimista mergulhando sozinha até a essência do seu fazer lírico, até o momento em que, como diz ela, “o carbono acorda diamante”.

Folha de São Paulo, julho de 1985

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Pacheco x Haddad

A conflituosa renegociação da dívida dos estados com a União, em especial a de Minas Gerais, é um novo motivo de embate entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O ministro, na alternativa que apresentou aos governadores, desconsiderou a maior parte da proposta formulada por Pacheco, que busca um protagonismo na discussão. Ele planeja ser candidato ao governo de Minas em 2026 com o apoio de Lula e do PT.

A versão de Haddad desagradou também membros do seu partido no estado. Petistas, que chegaram a negociar uma alternativa na Assembleia Legislativa de Minas, disseram ao Bastidor que a proposta defendida por Pacheco foi feita a partir de discussões de deputados estaduais.

Membros do PT admitem que a versão de Haddad precisa ser “aprimorada”. A proposta da Fazenda condiciona a redução dos juros das dívidas ao investimento em ensino médio técnico e só discute, de forma limitada, a ideia de Pacheco de amortização extraordinária dos débitos com ativos.

O senador propõe, por exemplo, a federalização de estatais e a cessão de créditos do acordo de Mariana e da Lei Kandir para a União. São dois pontos fundamentais do plano Pacheco.

Na disputa, a maior parte do PT está com o presidente do Senado, que irá apresentar e encaminhar o projeto no Congresso. Como lá é ele quem tem a caneta, a expectativa é que a sua versão seja a vitoriosa.

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Mural da História – 2012

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Flagrantes da vida real

No Teatro… Foto de Maringas Maciel.

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Janela indiscreta – Um poema sobre Curitiba, em 2020

Em algum lugar perto deste hotel
alguém desafina uma Aquarela Brasileira no saxofone.
Longe, a espinha das serras azuis.
Um avião decola de São José dos Pinhais
rumo a Londres ou Londrina,
cruza o céu cinza da cidade grande.
Velha araucária espremida
entre prédios espelhados.
Na TV, mais uma delação premiada.
Pessoas trabalhando ou nos celulares
em cada uma dessas janelas, abelhas.
Luzes se acendem, luzes se apagam.
A tarde cai fria e depressa.
Triste carne, triste Curitiba.

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Mural da História – 2010

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Aprendiz de feiticeiro

País hipócrita o nosso: Sérgio Moro na rua da amargura porque foi oportunista na Lava Jato. E os juízes que confirmaram suas decisões, inclusive a prisão de Lula, pintam de salvadores da pátria. Se a regra da vergonha na cara estivesse na constituição como foi proposta por um gaiato no tempo da ditadura Vargas, o mínimo que esses juízes deviam fazer é pedir aposentadoPaís hipócrita o nosso: Sérgio Moro na rua da amargura porque foi oportunista na Lava Jato. E os juízes que confirmaram suas decisões, inclusive a prisão de Lula, pintam de salvadores da pátria. Se a regra da vergonha na cara estivesse na constituição como foi proposta por um gaiato no tempo da ditadura Vargas, o mínimo que esses juízes deviam fazer é pedir aposentadoria. Mas não, hoje são filhotes de Catão, defensores de uma moralidade para a qual foram convertidos, como num milagre de Lourdes.

Os juízes do TRE que hoje absolvem Moro pelo menos são coerentes, pois abonam a candidatura do senador em nome de seu papel do Catão da época. Dá a impressão que Sérgio Moro lançou um pó hipnótico sobre os magistrados e sobre o Brasil. Um pó tão poderoso que ninguém viu a maroteira do então juiz sobre magistrados calejados, experientes e mestres na manipulação política e da prestidigitação juridica das quais Moro revelou-se um patético aprendiz de feiticeiro, o trapalhão que falhou na mágica mas enganou seus mestres.ria. Mas não, hoje são filhotes de Catão, defensores de uma moralidade para a qual foram convertidos, como num milagre de Lourdes.

Os juízes do TRE que hoje absolvem Moro pelo menos são coerentes, pois abonam a candidatura do senador em nome de seu papel do Catão da época. Dá a impressão que Sérgio Moro lançou um pó hipnótico sobre os magistrados e sobre o Brasil. Um pó tão poderoso que ninguém viu a maroteira do então juiz sobre magistrados calejados, experientes e mestres na manipulação política e da prestidigitação juridica das quais Moro revelou-se um patético aprendiz de feiticeiro, o trapalhão que falhou na mágica mas enganou seus mestres.

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Playboy – Anos 60

1968|Melodye Prentiss. Playboy Centerfold LivePix

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Os operadores da luz

Ainda tenho Erico Veríssimo como um dos meus autores favoritos e dele guardo enorme saudade. Foi o maior escritor do seu tempo e continua sendo um dos grandes até hoje. É sempre com renovado prazer que se lê “O Tempo e o Vento”, “Incidente em Antares” e a autobiografia “Solo de Clarineta”, entre outros títulos assinados pelo bom gaúcho de Cruz Alta.

Não sei se o Rio Grande do Sul já prestou a devida homenagem a Erico, batizando com o nome dele uma praça, uma avenida ou um edifício público. Talvez não, porque a ingratidão e o esquecimento são próprias do ser humano.

No entanto, Erico Veríssimo é um brasileiro que está fazendo muita falta ao Brasil. Até porque, além de romancista – ou contador de histórias, “fascinado pelas pessoas e pelos problemas humanos”, como ele preferia identificar-se –, lido e aclamado em vários idiomas, Erico era um homem de posições definidas (e corajosas), consciente e participante, cuja voz – como anotou o professor gaúcho Sergius Gonzaga –, “independente dos livros que escrevia, ecoava por toda a Nação”. E que, numa época em que ainda existia esquerda e direita, ousou atacar as duas. Em defesa da democracia e da liberdade de expressão. Exatamente quando essas duas instituições eram palavras malditas, abominadas pelo poder dominante, e estavam banidas do vocabulário brasileiro.

– Esse negócio de liberdade – dizia Erico – me faz sempre lembrar de um episódio de minha infância. Quando menino, fui chamado a segurar uma lâmpada, enquanto um soldado operava um pobre-diabo que tinha sido “carneado” por soldados da polícia municipal. Ele estava horrivelmente ferido, apareciam-lhe os intestinos e tinha o rosto todo retalhado. Eu sentia medo e náusea, mas não larguei a lâmpada. Acho que a nossa tarefa, como escritor, é essa: com medo ou não, segurar a lâmpada acesa para deixar que apareçam as injustiças do mundo.

E acrescentava: “Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos do nosso posto”.

Assim era Erico!

Assim também precisam ser os nossos jornalistas. Com náusea ou com medo, devem sustentar acesa a luz que desnuda aos olhos da população os vendilhões da Pátria, os falsos defensores do povo e a caterva que está sempre pronta a assumir o poder.

Eu, modestamente, tenho tentado fazer isso, gastando, como me é possível, os meus palitos de fósforo. Sem medo, mas com muita náusea, confesso.

Por isso, sempre tive em Erico Veríssimo um dos meus tipos favoritos. Foi um exemplo. De competência profissional, de dignidade, de integridade e coragem pessoais e, sobretudo, de coerência – um destemido soldado na defesa dos direitos humanos e da liberdade de pensamento e de ação, com acentuado sentimento de justiça e toda repugnância pela violência e por qualquer tipo de tirania ou totalitarismo.

Ele admitia ter apenas um receio: de perder a capacidade de indignação e cair na resignada aceitação.

– Não quero ser indiferente – frisava, adicionando: “Dentro de mim ouço sempre meu grito de indignação. Quando choro pelo outro, sei que estou chorando por mim. Quando tenho receio pelo outro, tenho também por mim. Não sou santo, sou humano”.

Sim, um homem, mas um homem fascinado pela capacidade humana de sobreviver e para quem o grande herói deste país sempre foi e sempre será o povo, o ser comum, que, se continua vivo, é de teimoso.

Até porque, como também dizia Erico, “no Brasil, infelizmente, o governo não é exercido por estadistas, mas por homens de negócio”.

Por isso, sempre tive em Erico Veríssimo um dos meus tipos favoritos. Foi um exemplo. De competência profissional, de dignidade, de integridade e coragem pessoais e, sobretudo, de coerência – um destemido soldado na defesa dos direitos humanos e da liberdade de pensamento e de ação, com acentuado sentimento de justiça e toda repugnância pela violência e por qualquer tipo de tirania ou totalitarismo.

Ele admitia ter apenas um receio: de perder a capacidade de indignação e cair na resignada aceitação.

– Não quero ser indiferente – frisava, adicionando: “Dentro de mim ouço sempre meu grito de indignação. Quando choro pelo outro, sei que estou chorando por mim. Quando tenho receio pelo outro, tenho também por mim. Não sou santo, sou humano”.

Sim, um homem, mas um homem fascinado pela capacidade humana de sobreviver e para quem o grande herói deste país sempre foi e sempre será o povo, o ser comum, que, se continua vivo, é de teimoso.

Até porque, como também dizia Erico, “no Brasil, infelizmente, o governo não é exercido por estadistas, mas por homens de negócio”.

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Benett|Pural

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Na janela

© Ralph Brooks

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

Na virada para o século XX, três cavaleiros embarcam numa expedição pelo arquipélago da Terra do Fogo, a mando de um rico proprietário de terras, encarregados de proteger sua vasta propriedade. Na companhia de um imprudente tenente britânico e um mercenário norte-americano, está o atirador mestiço Segundo, que percebe, em meio às crescentes tensões no grupo, que sua verdadeira missão é “remover” de forma assassina a população indígena.

Os Colonos – Los colonos – 2023 – Drama – Chile / Argentina – 97 minutos – Direção de Felipe Gálvez Haberle – Elenco: Sam Spruell|Colonel Martin/Mark Stanley|Alexander MacLennan/Alfredo Castro|José Menéndez/Mariano Llinás Francisco Moreno Benjamin Westfall|Bill

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