A diplomacia brasileira vai aproveitar a pressão da China e da Rússia para ampliar o número de países no Brics (acrônimo em inglês para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e, portanto, atendidos pelo banco de desenvolvimento do grupo— para pressionar os chineses a defenderem a inclusão no Brasil no Conselho de Segurança da ONU.
Mais de 20 países estão na fila para integrar o grupo. Tanto China como Rússia veem na sua ampliação uma oportunidade de aumentar a influência no mundo, em contraposição aos financiadores tradicionais, como o Banco Mundial e o FMI.
O Brasil é reticente, porque teme a perda de relevância global. Atualmente, o Brics rivaliza com o G7, que na teoria incluiria as maiores economias do mundo, mas exclui China e Rússia.
A contrapartida brasileira é a inclusão do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, uma medida apoiada pela Rússia e não completamente rejeitada pelos Estados Unidos. Mas a China é contra, por temer que, numa eventual reforma, entre a Índia – que, apesar de compor o Brics, é sua adversária regional e com quem tem contencioso em fronteiras.
O Plural traz entrevista com Fátima Ortiz, que celebra cinquenta anos de teatro. Mulher inteligente, lúcida, realizada na arte e de bem com a vida. Parece que é minha vizinha, segundo o cartunista Solda. Será que aceitaria um café cá em casa? Pode trazer o Enéas Lour, seu marido, que não fossem as virtudes pessoais seria celebrável por compartilhar com ela a vida e o teatro.
‘O Castelo de Gelo’ é obra complexa e delicadíssima
Siss é uma garota extrovertida, alegre e muito popular na escola. Sua infância ocorre sob o manto dos cuidados parentais e tamanha segurança lhe confere a capacidade de ser a líder entre os amigos.
Até que Unn, uma menina de personalidade oposta, chega ao vilarejo norueguês, mais precisamente à escola de Siss. Unn é melancólica, quieta e misteriosa. Órfã com apenas 11 anos de idade, foi acolhida por uma tia também solitária.
Siss, acostumada a atrair qualquer criança para suas aventuras e conversas, automaticamente se intriga com o isolamento quase intencional e de certo modo provocador da tímida novata, que sorri com olhos azuis “que invadem e se deixam invadir”. Começa então a sua obstinação em se tornar íntima daquela garota de olhar hipnotizante, tão arredia e inquietante.
Nesse delicadíssimo livro, o autor Tarjei Vesaas, nascido no sul da Noruega e morto em 1970, narra muito mais do que o simples desabrochar de duas garotas para a pré-adolescência. São corpos atravessados por curiosidades, desejos, despedidas e silêncios na mesma medida excessivos e cândidos.
Magnetizadas pelo universo uma da outra, e sem saber ainda se movidas pelo maravilhamento de uma amizade intensa ou por uma primeira descoberta erótica, Unn e Siss combinam se de encontrar uma tarde no quarto da primeira.
A partir do que podem ver, compartilhar e sentir naquele encontro, e sobretudo a partir do que ainda não podem contemplar, expressar e interpretar, um laço eterno se dá entre elas. Cúmplices de um início espantoso, de olhares que transmitiam “uma espécie de nostalgia afetuosa”, ambas agora precisavam de algum distanciamento para que, talvez, pudessem um dia colocar em palavras suas angústias e arrebatamentos. A força literária desta obra é justamente a beleza gritante da incapacidade verbal dos inexperientes.
Após o encontro, Siss percebe que nunca mais poderá voltar para a casa dos pais da forma como saiu –”não, não adiantava, ela não estava lá, estava espremida entre aquilo que existe nas margens da estrada”. Unn, na manhã seguinte, decide passar o dia escondida: “Não posso encontrá-la, já me basta pensar nela”. Caminhando por entre árvores encobertas pela geada e rios congelados reluzentes como espelhos, chega a uma cascata petrificada pelo fim do outono que, diziam, havia se tornado um castelo.
Tão marcante quanto a presença de Unn, tão forte quanto a batalha de Siss contra a solidão e o esquecimento, tão desafiador quanto cada minuto à espera de respostas (lembra de quando nos apaixonávamos na adolescência, tão virgens de cinismo e marcas?), este “O Castelo de Gelo” consegue o feito mágico de nos contar tanto —e ainda sobra muito a ser digerido semanas após a leitura– e, ao mesmo tempo, nos deixar desesperados por informações ou compreensões mais nítidas e desambiguadas.
É bonito pensar que, ao lado da antes solar Siss, agora encantada por seu espelho invertido que mostra frio e escuridão, nós, os leitores desse grande livro, também podemos nos perder pelos labirintos das lembranças dos nossos primeiros amores e de tantas despedidas e não ditos ao longo da vida. Uma metáfora perfeita sobre como explosões afetivas ocorrem em nossas mentes: tentativas infinitas de apreendê-las sem sucesso.
Ele é o tal. Bem talhado, é leve e seu design é estruturado para conservar permanentemente a aparência impecável. Seu material não proveio de Kripton, logo, não traz a indestrutibilidade do uniforme do Super-Homem. Sua blindagem, interna, não é nem de kevlar nem de aramida, as proteções mais eficientes dos coletes à prova de bala – a maioria tem uma entretela, tira de uns 6x35cm que absorve a goma que as passadeiras especializadas se encarregam de afixar nele.
Após este ritual de prensagem a altas temperaturas, sob vapor, ele está outra vez apto a desempenhar suas funções de fiel escudeiro dos poderosos, mais conhecidos como banqueiros, empresários, políticos, executivos, vulgarmente reconhecidos como manda-chuvas, big-boss, chefes etc.
Usado em torno de uma das mais frágeis regiões do corpo humano, ele a reforça de uma aura protetora que mantém ameaças à distância segura. O efeito é uma inibição que afeta agentes da lei e da ordem, que não ousam tocá-lo. O protegido, que tem elevada confiança na sua capacidade defensiva, apenas tem o cuidado de utilizar um desses indispensáveis acessórios por ocasião, com trocas oportunas para garantir sua eficácia durante reuniões nas altas esferas, expedientes decisivos, eventos públicos, ambientes festivos. Nem ao WC vai sem ele. É tão importante que você nunca viu um se demorar na cadeia. Ele é o colarinho branco, o defensor dos fortes e opressores. Se a descrição impressiona, imagine o próprio.
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