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O nome da cidade é Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrn

dobwllllantysiliogogogoch. Eu na estação, metade do caminho do trem que me levará até o ferry boat que cruzará o mar em direção à cidade dos (meus) sonhos, Dublin. Essa é a fotografia. Difícil acreditar que exista um nome de cidade maior que esse no planeta. Fica no País de Gales. Significa “igreja da Santa Virgem Maria em um vale de avelã branca próximo ao redemoinho de água da igreja de São Tysilio com a caverna vermelha”.

Na próxima, estou cruzando o Mar da Irlanda. A chuva fina embaça os vidros, a neblina nubla o horizonte, o mar cinza reflete o céu escuro. Murmuro o canto de Lorelei do Pogues:No photograph of you beside me”. Conheci esta canção tão novo que nem prestei atenção que o seu cenário era o Rio Reno longe dali. Pensava no Liffey desaguando nesse mar. Lore-Ley, poema de Heine, nome das perigosas rochas que tiraram a vida de numerosos marinheiros. O nome, dizem, vem de Lureln, que no dialeto do Reno quer dizer “murmúrio”, e da palavra Celta Ley, “pedra” (rock). O canto murmurado das ninfas, sob as águas, ecoava nas pedras, distraindo os navegadores. Essa talvez seja a música que mais amei na minha vida, penso hiperbólicamente. Algumas semanas depois, vi no Madstock, com os olhos cheios e a garganta salgada, meus ídolos punks velhinhos Phil Chevron, Spider Stacy e Shane MacGowan (com um copo do McDonalds cheio de gim na mão). Só faltou Kirsty McColl, a voz da sereia daquela canção, que morreu no mar de Cozumel em um polêmico acidente com um barco. Em um vídeo postado no YouTube, li a mensagem de alguma mãe para o filho, à respeito da música: “I don`t suppose you would crash your ship for a nice girl in sensible shoes”. (Eu não imagino que você vá afundar o seu barco por uma boa menina em sapatos certinhos”). Amo The Pogues desde a época de Pogue Mahone, do gaélico póg mo thóin (kiss my arse).

Na frente do confortável hotel, no centro da cidade, repousava essa estátua de Phil Lynott, líder do Thin Lizzy! Que tipo de cidade é essa que homenageia um negro, filho de imigrante da américa do sul e mãe irlandesa? É o mesmo lugar que resiste ao domínio britânico desde o século XII. É o mesmo lugar que entrou numa sangrenta guerra civil, entre católicos e protestantes, desde a década de 20, período em que surgiu o IRA, até o final dos anos 90. De um lado do St Stephen`s Green, o parque onde cegos colhem e cheiram as plantas e ervas, encontrei a Newman House: Universidade católica frequentada por James Joyce e Flann O`Brien. Do outro lado, ao longo da Grafton St., visitei a lendária Trinity College, um dia fundada pela Rainha Elizabeth I para “civilizar” Dublin. Andaram nessas pedras e jardins, Jonathan Swift, Oscar Wilde, Samuel Beckett, Bram Stoker, entre muitos outros. Trezentos mil livros estão guardados aqui, entre eles o Livro de Kells, considerado o manuscrito ilustrado mais esplêndido e suntuoso da arte Cristã da Idade Média. Escrito em latim por monges celtas, segundo a crença, com mãos de anjos. O livro guarda a história dos quatro evangelhos do Novo Testamento.

Quando senti frio, comprei a melhor calça de veludo que tenho na Kevin & Howlin Ltd. Sempre que penso em meias de lã, elas estão lá, tão distantes da minha casa em São Paulo, que invariavelmente prefiro não sair. A Irlanda também é dos lugares que não conheci. Não fui até o tradicional Finnegans em Dún Laoghaire. Não fui conhecer o litoral em Dalkey, cenário da história de Flann O`Brien. Nessa praia, o incrível personagem De Selby inventa uma máquina (que infelizmente só funciona embaixo d`água) para envelhecer seu uísque, e controlar o curso do tempo, gerando encontros atemporais como o descrito com Santo Agostinho, numa caverna no fundo do mar. Não fui até a Torre do Martello, na costa da baía, em Sandycove, onde James Joyce viveu por seis dias com seu amigo, o estudante de medicina Oliver Gogarty, e onde Stephen Dedalus vive com Buck Mulligan, no início de Ulysses. Mas andei por cada rua citada neste livro. Fiz uma espécie de Bloomsday íntimo. Não no dia 16 de junho, escolhido por Joyce para a peregrinação de Leopold Bloom, porque este foi o dia em que o autor conheceu Nora Barnacle, o amor de sua vida, numa esquina da Merrion Square, bem na frente da casa da infância de Oscar Wilde. É claro, passei longos minutos olhando essa esquina em silêncio, mais de cem anos depois, como se ouvísse à distância as palavras do casal sendo murmuradas apaixonadamente.

Dali segui para comer um sanduíche de gorgonzola no Davy Byrnes, como Bloom. Esse é só um dos famosos pubs da cidade. Lá é sempre “a lovely day for a Guinness”. No histórico O`Donoghue`s tirei esta, da nota na parede com o nosso nome. Ali perto ficava a livraria, lembra? Na vitrine um exemplar da primeira edição do Ulysses. A mais famosa. Aquela de 1922, azul acinzentado, da Sylvia Beach da Shakespeare & Company. Só mil cópias. Nunca tive esse fetiche. Nunca tive dinheiro pra ter esse fetiche. Tenho muitos, mas livro assinado, não. Mas Dublin é a terra de Beckett, Joyce, Synge, Flann O`Brien, Séan O`Casey, Bernard Shaw, Jonathan Swift, Brian Friel, Seamus Heaney. É a terra de Yeats (“colocaria o mundo a teus pés, mas sou pobre tenho apenas sonhos, quero estendê-los a teus pés, pise com cuidado são meus sonhos”). Dublin é de Oscar Wilde.

Do fundo da livraria, ela me trouxe uma segunda edição do De Profundis. De 1905, azul cinza também, um pouco mais escuro. A primeira edição é de fevereiro de 1905. Essa segunda é de março. Assinado o nome de quem a comprou nessa data. É ainda a versão censurada, editada pelo amigo Robert Ross que doou posteriormente o manuscrito integral para o British Museum com a condição de que só fosse publicado cinquenta anos depois. Voltei para o hotel e li essa edição da dolorida carta de cinquenta mil palavras, de vingança e amor, do homem mais brilhante que já viveu nesse mundo. Quando amanheceu, escrevi um longo e-mail para Marco Nanini: “(…) Estou em Dublin nesse momento, na sombra da Saint Patricks Cathedral (…) não conheço ninguém além de você pra fazer isso. Ontem aconteceu uma coisa incrível (…).

Felipe Hirsch (O Globo)

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Solda

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Ova-se!

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Solda

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Oi Solda, beleza a arte do Glauber no blog. Estou indo a Floripa, extremo sul da ilha, Praia da Solidão, entre a Josely (Açores) e Fernando Alexandre (Costa de Dentro). E alguns manezinhos torcedores do Avaí e do Coxa, uns 2 ou 3. A foto anexa é da minha janela no morro do Saquinho, você pode ver Pântano do Sul, do Arantes). Outra semana, dia 13, volto a Curita – e o convite é para sushis, etc. Abraço grande, Ewaldo Schleder.
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Desenho de Yuri Ochakovsky. Israel.
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Todo dia é dia

você me liga
e eu fico ligado,
minha amiga,
seu namorado,
aquele que sabe
de cor e salteado
quanto desejo cabe
em nossas bocas –
palavras roçando
palavras ocas,
se acariciando,
passando as vogais
na pele das consoantes –
por que você não fica mais?
por que você não chegou antes?


paulo vitola
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Cesar Marchesini

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Cesar Marchesini

Gazeta do Povo.

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“É uma época difícil. Estamos todos sob muita pressão.
O nosso filho está doente. Tem uma coisa morta enorme
embaixo da sala de jantar”.

Quando o ator Marco Nanini, o diretor Felipe Hirsch e o produtor Fernando Libonati se reuniram para discutir que peça montariam este ano, os três traziam a mesma proposta: remontar “Pterodátilos”, texto do americano Nicky Silver que reuniu pela primeira vez o trio há oito anos e ganhou o prêmio APCA de melhor espetáculo de 2002. A rigor, mais que uma remontagem, o espetáculo – que teve estreia para convidados no Galpão da Gamboa e abriu suas portas para o público no dia 3 de setembro no Teatro das Artes – é um trabalho completamente renovado. O texto foi revisado por Felipe, que incluiu extratos de outras obras do autor. O cenário, de Daniela Thomas, também diretora de arte, passa por uma desconstrução reveladora. E o elenco traz, além de Nanini, os talentos de Mariana Lima, Álamo Facó e Felipe Abib.

“Pterodátilos” sempre ficou na cabeça da gente porque tem humor, diálogos incríveis e precisos, e dramaticidade sem pieguice. Quando foi montada pela primeira vez, por conta das circunstâncias, ganhou uma impostação mais grandiosa. “Queríamos repeti-la de uma forma mais próxima da plateia, sem aquela impostação que o Teatro Alfa, em São Paulo, pedia”, diz Marco Nanini.

“Com o passar do tempo, eu Nanini, Nando e Daniela Thomas percebemos que ‘Pterodátilos’ cada vez mais pedia para ser remontada. Entre outras coisas porque, como tema, como foco, a peça se concentra nessa opção pelo consumismo que está fazendo um país como o Brasil crescer 20% no mercado de luxo, enquanto o resto do mundo cresce 4%’, acrescenta Felipe Hirsch. ‘Para mim, hoje, esse espetáculo é a cara do Brasil’.

Comédia violenta e provocadora, a peça trata de uma família rica e disfuncional rumo à extinção, e, por extensão, à extinção da espécie. Alcoolismo, depravação sexual, violência, abandono e outros temas tabus ganham uma entonação coloquial através do humor dilacerante e dos diálogos curtos e diretos de Nicky Silver. Na descrição precisa de Daniela Thomas, um espetáculo de doer o estômago, porque tanto provoca o riso frouxo quando a contração nervosa.

No palco

Sinopse
A família de Artur, um presidente de banco, e Grace, uma dona de casa alcoólatra, é chacoalhada pelo retorno do filho mais velho (Todd), o eminente casamento da caçula Ema com o namorado transformado em empregada (Tom), o desemprego do pai e a descoberta de ossos no subsolo da casa em que moram.

Marco Nanini (Artur e Ema)
“Ele é meu filho. É a coisa mais importante da minha vida. Eu falei coisa? Eu quis dizer pessoa. Eu faria qualquer coisa por ele. Suportaria qualquer sofrimento. Eu cortaria meu braço. Eu não cortaria meu braço. Eu preciso dos meus braços” (Artur)

“Eu conheço o orgulho! Eu sei o que é o orgulho! Eu própria não tenho nenhum, mas eu já vi em outros”(Ema)

Pai e filha ganham vida no corpo de um dos maiores atores do país. Marco Nanini comemora 45 anos de vida nos palcos com este “Pterodátilos”. Como ator de teatro, ele já participou de mais de 30 espetáculos e acumulou 13 prêmios por atuações em peças como “Zoo Story” (de Edward Albee), “Doce Deleite” (de Vicente Pereira, Alcione Araújo e Mauro Rasi), “Mão na Luva” (de Oduvaldo Vianna Filho), “O Burguês Ridículo” (Baseado em Molière), “Uma Noite na Lua” (de João Falcão), “A morte do Caixeiro Viajante” (de Arthur Miller),Um Circo de Rins e Fígados” (de Gerald Thomas) e “O Bem Amado” (de Dias Gomes).

Foi dirigido pelos principais diretores de teatro do país, entre eles Aderbal Freire-Filho, Felipe Hirsch, Gerald Thomas, Guel Arraes, João Falcão e Jô Soares. Também é um dos responsáveis pelo maior fenômeno do teatro brasileiro, “O Mistério de Irma Vap” , peça que completou 11 anos em cartaz. É produtor há 25 anos e já dirigiu atores como Paulo Autran, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Ney Latorraca, Aracy Balabanian e
Louise Cardoso.

Fora do teatro, brilha também no cinema e na televisão. Tem no currículo filmes como “Carlota Joaquina” e “Copacabana”, de Carla Camurati, “O Xangô de Baker Street”, de Miguel Faria Jr., “Lisbela e o Prisioneiro”, “Romance” e “O Bem Amado”, de Guel Arraes, “Apolônio Brasil”, de Hugo Carvana, e o recém-finalizado “A Suprema Felicidade”, de Arnaldo Jabor. Ao lado de Marieta Severo e Pedro Cardoso, protagoniza “A Grande Família”, um dos maiores índices de audiência da televisão brasileira desde 2001.

“Amo profundamente o Nanini, a loucura e a coragem dele. Além de ser o maior ator deste país, ele é de uma coragem e de uma entrega inigualáveis” (Felipe Hirsch).

Mariana Lima (Grace)

“Deus, eu estou exausta. Eu comprei um tubinho nude do Valentino e um tailleur off white da Miu Miu. Eu adoro fazer compras. Nós devemos sempre manter a melhor aparência. Nós somos o que vestimos”

Uma das atrizes mais deslumbrantes surgidas nos últimos anos, Mariana Lima faz Grace, a mãe alcoólatra desta família disfuncional. Ela integrou por mais de dez anos o grupo Teatro da Vertigem, do diretor Antônio Araújo, atuando em peças como “O Livro de Jó” e “Apocalipse 1,11”. Com o diretor Enrique Diaz, fez “A Paixão segundo G.H.”, adaptação de Fauzi Arap para a obra de Clarice Lispector, e “Gaivota – Tema para um Conto Curto”, baseado em Tchekhov, além de assumir a assistência de direção em
“Ensaio.Hamlet”.

Com Nanini, atuou em “A Suprema Felicidade”, filme de Arnaldo Jabor com estreia prevista para outubro, onde, ironicamente, faz o papel de filha do ator. Bem aventurada, como diz, por trabalhar com diretores tão especiais e diferentes entre si, Mariana considera o texto de “Pterodátilos” de uma precisão absoluta
“tanto na escolha dos conflitos, quanto na escolha dos diálogos, quanto na escolha das palavras. É uma peça curta, de ritmo vertiginoso, onde todas as coisas são faladas sem véu da culpa, sem meias palavras”.

Álamo Facó (Todd)

“De hora em hora apodrecemos e apodrecemos “essa é a questão”

O sucesso do monólogo “Talvez” que escreveu e interpreta, com direção de Cesar Augusto, levou Álamo a se encontrar duplamente com Nanini. Além de fazer Todd, o filho pródigo de “Pterodátilos”, ele está em “A Grande Família”. Álamo começou sua carreira no Tablado, de onde seguiu para a Inglaterra para estudar teatro, dança e literatura inglesa. De volta ao Rio, fez cursos de cinema e teatro, além de atuar em peças como “Entre Quatro Paredes”, “Lobo de Estepe” e “Jornada de um Poema”. Atuou também em vários filmes, dois deles ainda por estrear: “O Palhaço”, de Selton Mello e “Qualquer Gato Viralata Tem uma Vida Sexual Mais Saudável que a Nossa”, de Tomás Portella.

Felipe Abib (Tom)

“Eu sei que alguns homens acham esse uniforme degradante, mas eu acho estranhamente excitante”.

Um dos destaques de “Corte Seco”, a peça premiada de Christiane Jatahy, Felipe vive Todd, o romântico namorado de Ema que se transforma em empregada da família em “Pterodátilos”. Ator “de uma aplicação, concentração e um certo lunatismo emocionantes”, na descrição de Felipe Hirsch, Abib trocou o curso de Veterinária pelo de teatro, paixão que abraçou há sete anos. Ator também de “Cachorro”, peça livremente inspirada no universo de Nélson Rodrigues, com direção de Vinicius Arneiro, e de Canção de Mim Mesmo, poema de Walt Whitman adaptado e dirigido por Alexandre Mello, Abib define “Pterodátilos” como uma sessão de análise, “não de um indivíduo, mas da espécie humana”.

Nos bastidores

Fernando Libonati (produtor)

Parceiro de Marco Nanini24 anos trabalhando diretamente com a produção, Nando, como é conhecido, consegue, segundo o ator, “uma grande harmonia entre a fantasia e a realidade. Isto permite que ele escolha comigo um texto, a equipe de criação, opine sobre as coisas artísticas e mantenha a capacidade de cuidar daquela parte terrível de fazer contas, cuidar das dívidas…”.

Além disso, é Nando quem torna viável o que Nanini chama de “meus pequenos sonhos quixotescos”, como foi a criação do Galpão Gamboa. É no prédio da Gamboa que toda a produção de “Pterodátilos” foi feita. Ali a peça foi ensaiada, teve sua estréia e saiu prontinha pra o Teatro das Artes. Paralelamente aos trabalhos com Nanini, a Pequena Central, produtora da dupla, cuida de outros projetos como o filme “Do Começo ao Fim”, de Aluizio Abranches e a peça “Talvez”, de Álamo Facó. Além de sócio diretor da Pequena Central, Nando é sócio fundador da
Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR).

Felipe Hirsch (diretor)

Felipe milita no teatro desde sempre. Aos 13 anos de idade, a ousadia adolescente o levou a montar, com amigos de rua, “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, e estrear no miniautidório do Teatro Guaíra, em Curitiba. Diretor, dramaturgo e produtor, ele fundou em 1993, com o ator Guilherme Weber, a Sutil Companhia de Teatro, que conquistou mais de 60 prêmios e apresentou ao Brasil dramaturgos como o próprio Nicky Silver, Shelagh Stephenson (“A Memória da Água”, 2001), Paula Vogel (“Como Aprendi a Dirigir um Carro”, 2003) e Will Eno, de quem montou ‘Temporada de Gripe” e que também assinou o roteiro de “Insolação” (2009), primeiro longa-metragem de Felipe e Daniela Thomas.

Dirigiu ainda espetáculos como “A Vida é Cheia de Som e Fúria”, de Nicky Hornby, “Estou Te Escrevendo de um País Distante”, o fenômeno de público “Avenida Dropsie”, baseado nos quadrinhos de Will Eisner, e “Cinema”. Fora da Sutil, Felipe assinou espetáculos como “O Avarento”, de Molière, com Paulo Autran, e “Viver Sem tempos Mortos”, sobre textos de Simone Beauvoir, com
Fernanda Montenegro.

Com Marco Nanini, Felipe trabalhou anteriormente em “Os Solitários”, de Nicky Silver, em 2002, e “A Morte de um Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller, em 2003. Para Felipe, Silver tem uma capacidade de humor incrível, e cada frase que escreve “
tem a força de um tiro. Seus personagens se contradizem o tempo todo e seu texto, em momento algum, tem preocupação com qualquer tipo de naturalismo. É muito raro encontrar um autor com a capacidade de precisão que Nicky Silver tem”.

Daniela Thomas (Cenografia e direção de arte)

Também diretora e roteirista premiada, autora de filmes como ‘Terra Estrangeira”, “O Primeiro Dia” e “Linha de Passes”, com Walter Salles, e “Insolação”, com Felipe Hirsch, Daniela estreou como cenográfa em 1983, no Teatro La MaMa, em Nova York. Em 2001, cenografou “Nostalgia”, de Felipe Hirsch, diretor com quem passou a trabalhar constantemente. Para ele, Daniela não é apenas cenógrafa, “ela conceitua o espetáculo comigo”. Intuitiva, como se autodefine, Daniela criou para “Pterodátilos” um palco móvel, que gira, roda e se desmonta, “como a família”.

Antonio Guedes (Figurinos)

Nos últimos anos, este jovem figurinista – também responsável por comandar a grife Dobra –passou a acumular elogios pelo trabalho no teatro, em espetáculos como “Um Circo de Rins e Fígados” e “Asfaltaram o Beijo”, de Gerald Thomas, e “O Bem Amado”, de Enrique Diaz e Guel Arraes. No cinema, assinou os figurinos de “Irma Vap – O Retorno”, de Carla Camurati, e “Do Começo ao Fim”, de Aluizio Abranches.

Beto Bruel (Iluminação)

Parceiro constante de Felipe Hirsch na maioria de espetáculos da Sutil Companhia de Teatro, Beto é vencedor de dois prêmios Shell pela iluminação de “A Memória da Água” (2001) e “Não Sobre o Amor” (2008). Fiel à origem curitibana, ele desenvolve sua carreira na cidade, a exceção dos trabalhos com Felipe no Rio e em São Paulo. Desde o início de sua trajetória, em 1970, com o Grupo Momento, acumula uma série de troféus Gralha Azul, fruto de parcerias com diretores como Ademar Guerra e Aderbal Freire-Filho. Com Felipe, ele ainda assinou a luz dos premiados “A Vida é Cheia de Som e Fúria”, “Os Solitários”, “A Morte de um Caixeiro Viajante”, “Avenida Dropsie”, “Temporada de Gripe” e “Cinema”.

Texto de Nicky Silver. Direção: Felipe Hirsch. Com Marco Nanini, Mariana Lima, Álamo Facó e Felipe Abib. Cenografia e direção de arte: Daniela Thomas. Figurinos: Antonio Guedes. Iluminação: Beto Bruel. Produção: Fernando Libonati. Realização: Pequena Central de Produções Artísticas

Temporada: 3 de Setembro a 19 de Dezembro.
Sextas e Sábados às 21h. Domingos às 20h. Sextas: Setor A: R$80,00 Setor B: $ 60,00. Sábados e Domingos: Setor A: R$90,00. etor B:R$ 70,00. lassificação etária: 16 anos.

http://www.teatrodasartes.com.br/programacao2.html#hed.html

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Tchans!

Liz Hurley. TaxiDriver.
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Solar – a luz natural
será outra em alguns segundos
outra e outras mais
ou caso não haja nuvens
nem sol a se esconder
ou só nuvens plúmbeas
lâminas no céu
a frisar o horizonte com negritude
nem tarde nem cedo demais
tem vez que ela – estática extasiante
se sai fina – aguda
fio da esperança
de uma fresta no breu
ou um sol de mariposas
cônica e efêmera
quando em noite sem vento
sem chuva sem sereno

a luz se faz do lado de cá
essa sutil falsificação da realidade
virá do facho largo da lâmpada
calculada em micro watts
ou fechada como o foco no confessor
ela vem da chapa de espelhos
multiplicada e inebriante
como um dia ensolarado
depois rebatida e morta

apagada na escuridão e no silêncio

uma câmera
o que poderá uma câmera na mão
sem uma idéia na cabeça?
o que sentirão os olhos injetados
de cansaço e angústia?
veios carmim prestes a estourar?
o coração? o que irá ver e lhe bater
a cada segundo 24 vezes?
o peso sobre os ombros débeis
nos ombros profissionais
a câmera nas mãos
no olho a grua
alta e bom som a idéia
as mãos formigam como alheias
ao empunhar sem parar
a metralhadora de olhares

movimento – a menina vem passar
e só uma vez o homem e a velhinha
um pintor em devaneio boêmio
visualiza a própria mente
até refratar aos sentidos
o subjetivo olhar da imaginação

sair e viajar com bilhete de volta
a cada cena
até o embarque da platéia em fantasia
e o sonho nunca acaba

reação ação reação ação
atores atuação atos atitudes
a arte os artistas
puros como o sonho das estrelas
seduzir abdicar sofrer calar
verbalizar bastidores
incendiar mentes e corações
racionalizar o mito e pronunciar a verdade
em sua busca nos ensaios perfeccionistas
como pegar agora aquele passado
e deixá-lo com cara de futuro?
a seqüência de imagens senão mapas

de uma geografia humana
a contar sua história
a conter uma idéia
na cabeça

ewaldo schleder – ago 2010

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Hoje!

Sábado da Memória das Artes Gráficas, com o renomado artista Loredano, mediação de Marcelo Alencar.

Serviço
Sábado da Memória das Artes Gráficas. Dia 04 de setembro, às 14h. Biblioteca de São Paulo . Parque da Juventude. Av. Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana – São Paulo (SP). Tel: 11 2089 0800.

Poiesis – Organização Social de Cultura. Assessoria de Comunicação. Dirceu Rodrigues, Jaina Carvalho, Carla Nastari, Juliana Dias e Mariana Lima. Tel.: (11) 3285-6986.

http://www.bibliotecadesaopaulo.org.br/
http://www.bibliotecadesaopaulo.blogspot.com/

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Hoje!

HQMIX Livraria. Praça Roosevelt, 142, Centro, São Paulo, SP. telefone 11 3258 7740. Dani e Gual esperam por vocês.
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