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©Amorim

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Cartesianamente falando

Renatus Cartesius, René Descartes, escreveu o livro Discurso do Método — para conduzir a razão e buscar a verdade nas ciências — que, parece incrível, se constituiu num desses famosos divisores de águas nas tarefas humanas.

Num super-resumo, veja o que ele propõe: “Conduzir por ordem nossos pensamentos, indo dos mais simples aos mais confusos (ou complexos)… Dividir as dificuldades em tantas partes quantas forem possíveis… Fazer em cada parte enumerações tão completas e revisões tão gerais que se esteja seguro de nada omitir”. O famoso bordão “vamos por partes, como diria Jack, o estripador” é real e funciona em inumeráveis situações da nossa vida. Um dia fiz um haicai que era assim: vamos por partes/como queria/Descartes. No mais das vezes, a gente atropela tudo e acha que nada tem solução. Arrancamos os cabelos diante de algum problema que parece muito grande.

Nunca nos lembramos de ir por partes. Descobri que gente gosta mesmo é de sofrer. De fazer com que os outros vejam que estamos assoberbados, que não temos tempo nem para respirar. Gostamos de nos fazer de vítimas do trabalho, do sistema, de chefe sacudo, de carga insuportável de serviço. Cansei de ver isso em agências de propaganda. Gente chateada trabalhando até altas horas porque não dava conta dos jobs no horário normal. Gente para quem o relógio esquecia de marcar seis horas e pulava logo para dez da noite. Gente que fazia questão de empilhar os jobs na mesa, sem dividir com os outros criadores, só para mostrar o quanto estava sobrecarregada. Gente que só saía depois que todos já tinham saído — fazendo tudo para que o chefe notasse — para dar uma de vítima, de pobre coitada, de trabalhadora.

Na empresa, quando alguém propõe simplificação radical ou divisão das tarefas, a maioria rosna e diz que não vai dar certo. Por isso, em qualquer trabalho de grupo, seja em escolas ou nas empresas, sempre um bobo trabalha mais. Pena que Descartes esteja esquecido. Que a leitura seja coisa do passado. E que quem tem ideias para agilizar tudo seja considerado CDF e mais alguns adjetivos desqualificativos.

*Cartesiano do piso ao teto

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© Jan Saudek

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Mais perdido que filho de prostituta em dia dos pais.

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Fraga

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Só dois?

A PF prende no Paraná dois trêfegos golpistas do 8 de janeiro. Só agora, só dois, no Estado inteiro? Estranho; pelo menos a metade dos paranaenses são golpistas in pectore. Não na ação, porque tímidos, mas o coração bate forte ao som do tacão golpista. Um berro do Mito, mesmo o despertador do Rolex furtado à Viúva, e marchamos para Brasília, bem lentos, piano-piano che si và lontano. O Paraná adquiriu o complexo de jogar parado na Revolução de Trinta, quando Getúlio Vargas, Washington Luís devidamente fugido, desceu do vagão para dormir e almoçar em Curitiba.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Salão Internacional de Humor do Piauí

Delite Fonseca e Creuza Martins, em algum lugar do passado. © Orlando Pedroso

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Salto

Espelho, vazio, salto
Nada mais longe
Nada mais perto

Meu mar sobre mim
A paisagem em dobras
A palavra árida
Gasta pelo tempo
Ressurge no seu pensamento

Viro a esquina
Descubro seus ângulos obscuros
Percorro as manhãs
Que me dizem que o vento
Sopra
Sempre

Publicado em Marianna Camargo | Com a tag | Deixar um comentário
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Escândalo com joias faz Exército trocar nome de Sucatão para Sacolão

Após escândalo com joias, militares planejam golpe civil

A Polícia Federal divulgou elementos das buscas em endereços do general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Barbosa Cid.

Entre o material foi encontrada uma foto usada para negociar a venda de esculturas recebidas pelo governo com um agravante: a imagem revelava o reflexo do general.

Cometer erros crassos é um talento conhecido entre os bolsonaristas, que acessam a rede de wifi da Câmara dos Deputados durante a invasão da Casa e tentam acessar emails desativados 99 vezes. Mas poucos esperavam que tamanha incompetência viria da alta patente do Exército.

Ganhar o posto de general não é uma tarefa fácil e leva-se em média 30 anos. Entre pintar meios-fios e ser puxa-saco de oficiais, os candidatos também estudam e cursam universidade.

Fica o questionamento do que o general Cid estudou nesse período. Leis da física, como reflexão de luz, não foi.

O oficial já havia tentado vender as joias no início de 2023. Não conseguiu, porque as joias seriam folheadas a ouro. Além de militar incompetente, Cid pai é um péssimo traficante de joias.

A falta de aptidão para o contrabando não é exclusividade da família Cid. Durante o governo Bolsonaro, joias e esculturas foram transportadas do Brasil aos Estados Unidos por aviões da FAB, passadas de coronel a almirante. É como o jogo “passa anel”, mas, no lugar de crianças, são oficiais de alta patente passando joias e esculturas milionárias. No final, ninguém assume quem ficou com o quê.

Se não fosse desmascarado, o Exército poderia mudar seu quartel-general para a rua 25 de Março. O avião da FAB, antes chamado de Sucatão, seria apelidado de Sacolão. Militares decretariam o “Golpe Civil”, pelo direito de contrabandear como qualquer cidadão comum, sem manchar a imagem da instituição.

Oficiais alegam que são poucos integrantes que foram corrompidos pelo presidente. Difícil acreditar que homens de alta patente tenham sido corrompidos por um capitão expulso. Se foram, é mais uma prova da total incompetência do Exército.

Tanto que muitos brasileiros começaram a temer pela segurança nacional. Com esses militares, qualquer um poderia invadir o país. O Paraguai poderia realizar sua vingança. A Bolívia poderia desistir do acesso ao Pacífico. Chegar ao oceano Atlântico é mais fácil. O que entristece é que, mesmo assim, ninguém quis.

Publicado em Flávia Boggio - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Todo mundo lá!

Publicado em Fátima Ortiz | Com a tag | Deixar um comentário
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Portfólio

Produção: Usina de Kyno. Patrocínio: O Boticário. Apoio: Bamerindus e Fundação Cultural de Curitiba. Programação gráfica, cartaz, folheto e poemas digitalizados: Solda. Direção: Sylvio Back. Fotografia de Sérgio Sade. Década de 1990.

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Quem é quem

José Pires, também conhecido como Jota, é jornalista, cartunista e artista gráfico. Como cartunista, foi premiado nos Salão de Piracicaba e no Salão de Humor do Piauí, tendo participado também de vários salões internacionais. Em 1980 foi premiado no Salão de Humor do Canadá. Jota já publicou na Folha de S. Paulo, onde fez parte do Folhetim e da Folha Ilustrada, suplementos modernizadores do jornalismo cultural brasileiro.

Publicou também em O Estado de S. Paulo, onde durante cerca de dois anos publicou uma coluna de humor no suplemento diário Caderno 2. Já publicou também na antiga Última Hora, de São Paulo, Correio Popular, de Campinas, Gazeta de Pinheiros, no semanário Primeira Mão, nas revistas Visão, Repórter Três, Tênis Esporte e no jornal paranaense Folha de Londrina.

Entre as décadas de 1970 e 1980, participou ativamente da imprensa alternativa brasileira, de oposição à ditadura militar. Foi da equipe do jornal Movimento, um dos mais importantes órgãos de imprensa durante o regime, de seu primeiro número, em 1975, até seu fechamento em 1981. Publicou também em O Pasquim e no jornal Ex e participou da revista Versus, além de outras publicações de oposição ao regime militar.

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Toledo

Solda, no verão de 1985 em Toledo, Espanha, flagrei um colega fazendo umas fotos para publicidade num beco bem afamado. Abraços, Dico Kremer

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