Como torrar a paciência alheia

O ponto de torra é uma medida de tempo e temperatura em que os grãos da Paciência Alheia são torrados. Ele determina a cor, o gosto e o cheiro da impaciência que você sente.

O tempo de torra mais curto oferece uma identidade mais leve e suave à raiva; já um tempo prolongado, deixa a Paciência Alheia mais escura, reação marcante e rejeição pronunciada. O grão de Paciência Alheia é feito de uma combinação de grãos de controle, calma e passividade, que resulta num blend balanceado.

Para uso diário e satisfatório da Paciência Alheia, encorpada mas ainda palatável, recomenda-se não torrá-la com o saco junto. Assim, estará sempre fresquinha na embalagem a vácuo. Experimente, mas não teste demais a Paciência Alheia.

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Você sabia?

Os Países Baixos, principais exportadores de anões para os Estados Unidos, manifestaram descontentamento ante o boicote americano ao salto alto, alegando quebra de acordo assinado entre ambas as partes. A nota oficial adverte o mundo livre do perigo que correm as nações subdesenvolvidas, eternamente submissas às grandes potências, cujas exigências e imposições fazem dessas nações gato e sapato.

Um grupo de estudantes europeus, revoltado com o boicote, ocupou a lanchonete Bob’s, mantendo 324 hambúrgueres como reféns. Até agora os estudantes não se manifestaram quanto às reivindicações, embora todos tenham pedido sanduíche de pasta de galinha e suco de laranja com bastante açúcar. O presidente americano continua em silêncio. E de chinelos.

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Mural da História – Década de 1980

Nélida Kurtz, a Gorda. © Luiz Rettamozo.

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P_12. © IShotMyself

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Antologia Lírica

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Belchior

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A tragédia de Sergio Moro

Seja qual for a decisão do TRE, a corrupção ganha.

Está em curso o julgamento do processo que poderá terminar na cassação do mandato do senador Sergio Moro. Se ele for condenado, a corrupção ganha porque o símbolo da maior operação de combate à corrupção da história nacional foi apanhado em malfeitorias eleitorais. Se ele for absolvido, a corrupção também ganha, porque, tendo cometido ilegalidades, saiu inteiro.

Essa situação parece absurda, mas segue uma lógica demonstrada na segunda metade do século passado pelo economista sueco Gunnar Myrdal. Leis complexas e ambíguas são produzidas pelo Estado e por burocratas para preservar a prática da corrupção.

Passados dez anos, no Supremo Tribunal Federal descostura-se o manto de moralidade da Operação Lava Jato. Confissões são desconsideradas e multas são congeladas. Em poucas palavras, no cumprimento de leis complexas e ambíguas, o jogo virou.

Há duas semanas completaram-se dez anos da explosão do caso da compra, pela Petrobras, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Neste ano da graça de 2024, a empresa suíça Trafigura acaba de pagar US$ 126 milhões para a Justiça americana por conta do seu esquema multinacional de capilés. A repórter Julia Affonso revelou que a Trafigura molhou a mão de um diretor da Petrobras com US$ 1,5 milhão em operações de compra e venda de óleo.

Como as leis são complexas e ambíguas, em 2022 o Superior Tribunal de Justiça suspendeu o processo. Apesar das confissões de executivos, a defesa dos investigados argumentou “práticas espúrias de parte dos procuradores da República, integrantes da força-tarefa Lava Jato, e da autoridade judiciária, reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal como contaminadoras de sua atuação e das provas por eles produzidas”.

Bingo. Era o ocaso da Lava Jato, alvorada para os réus. Passaram-se dois anos e as roubalheiras com a Trafigura explodiram nos Estados Unidos. Lá, o Departamento de Justiça afirmou que “por mais de uma década, a Trafigura subornou autoridades brasileiras para obter negócios ilegalmente e obter mais de US$ 61 milhões em lucros”. No Brasil, o caso dorme em berço esplêndido.

O juiz Sergio Moro divulgou a delação premiada do petista Antonio Palocci às vésperas da eleição de 2018 e foi para o Ministério da Justiça de Jair Bolsonaro. O magistrado, que surgiu em 2004 defendendo uma faxina no sistema político nacional, viu-se acusado pelo Podemos de ter torrado R$ 45 mil do fundo partidário em roupas, inclusive uma bermuda.

Moro fez uma carreira literalmente meteórica e, como sucede com os meteoros, produziu brilho, barulho e buraco. O metabolismo nacional levou dez anos para digerir a República de Curitiba, que ousou encarcerar os barões da corrupção organizada. Cassou o mandato do ex-procurador e deputado Deltan Dallagnol e poderá cassar Sergio Moro.

Moro e os procuradores pagam pelo que fizeram de errado. Até aí, é o jogo jogado, mas criou-se uma situação na qual a culpa de um alivia os crimes dos outros. Resultado: os larápios de 2014 viram vítimas dos réus de 2024.

Os réus de 2014 confessaram seus crimes e aceitaram pagar multas proporcionais aos prejuízos que causaram à Viúva para abastecer seus cofres. Uma coisa era uma coisa e outra coisa, outra coisa.

Publicado em Elio Gaspari - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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A conta-gotas

José Rodrigo Sade

O suplício do senador Sergio Moro Moro (União-PR) está longe do fim. Durante a sessão desta quarta-feira (3), a desembargadora Cláudia Cristina Cristofani pediu vista e adiou novamente a análise dos processos que podem custar o mandato do ex-juiz da Lava Jato, quando o placar estava 1 a 1. O caso voltará a ser examinado na segunda-feira (8).

Cristofani justificou o pedido de vista em virtude do voto do desembargador José Rodrigo Sade, o segundo a votar. O mais novo membro do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) abriu divergência ao voto do relator, Luciano Carrasco Falavinha, e defendeu a condenação de Moro e do primeiro suplente da chapa, Luis Felipe Cunha.

A chapa de Moro é alvo de duas ações abertas pelo PL, de Jair Bolsonaro, e pelo PT, de Luiz Inácio Lula da Silva. Os partidos alegam que o ex-juiz se beneficiou da pré-candidatura à Presidência da República, anunciada ainda em 2021, quando ele era filiado ao Podemos, para obter vantagem perante os demais candidatos ao Senado, em 2022, e fez caixa dois.

Em um voto de mais de 200 páginas, Falavinha defendeu que a tese apontada pelos partidos e encampada pelo Ministério Público Eleitoral, não deveria prosperar. Para ele, o fato de Moro ter usado uma boa quantia em dinheiro para promover a pré-campanha não significaria, necessariamente, uma vantagem diante dos demais candidatos.

O desembargador alegou que faz parte do jogo político alguém se lançar inicialmente para disputar um cargo, mas terminar em outro, após negociações com os partidos. Por isso, não caberia contabilizar os gastos da pré-campanha à Presidência com os valores empenhados na campanha ao Senado.

Na sessão desta terça-feira, Sade foi no caminho contrário e avaliou que tais gastos deveriam, sim, ser contabilizados. Dessa forma, Moro teria extrapolado o teto previsto pela Justiça Eleitoral, para a disputa ao Senado no Paraná, o que representaria claro abuso de poder econômico diante dos adversários.

Outro ponto importante de controvérsia está num gasto feito pelo União Brasil, que contratou o escritório de advocacia de Luis Felipe Cunha para trabalhar defendendo o partido. O relator Falavinha disse que ficou comprovado que os serviços do suplente de Moro foram efetivamente prestados não só para o ex-juiz da Lava Jato, mas também para outros candidatos do partido. Sade discordou: avaliou que a manobra representou desvio de dinheiro público – no caso, do Fundo Partidário.

Os dois desembargadores também divergiram quanto à finalidade dos gastos. Parte dos valores usados por Moro antes de concorrer ao Senado foram destinados ao pagamento de segurança e contratação de veículos blindados, por exemplo. Para Falavinha, tais custos não representaram um benefício eleitoral ao ex-juiz, enquanto Sade avaliou que o montante geral foi determinante, independentemente de onde e como o dinheiro foi aplicado.

Sem certeza do fim

Inicialmente, o TRE-PR havia reservado três sessões para o julgamento de Moro. A primeira foi realizada na segunda-feira (1º), quando foram ouvidas as defesas, o Ministério Público e o voto de Falavinha. Nesta quarta-feira, o único a votar foi Sade.

Com o pedido de vista, já não é mais certeza de que o julgamento se encerre na próxima segunda-feira, pois ainda faltam os votos de outros cinco desembargadores, sendo que qualquer um deles pode pedir vista novamente e adiar a decisão.

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Flagrantes da vida real

Edson Bueno, Enéas Lour e Beto Bruel, em São Luiz do Purunã, 2020. © Maringas Maciel

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Diário de um vagau

Entre a perplexidade e o espanto, talvez seja o portador de alguma coisa que nem eu mesmo sei o que seja.

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Indicado por Lula abraça acusação e vota por cassar Moro

Desembargador José Rodrigo Sade ignorou até que Moro tem histórico de ameaças e considerou como gasto de campanha as despesas com sua segurança, abraçando o elemento mais perverso da ação.

O desembargador eleitoral José Rodrigo Sade (TRE-PR) pediu uma série de “vênias” e citou até o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, mas fez exatamente o que se esperava dele: votou pela cassação do mandato de senador de Sergio Moro (União-PR).

Sade chegou à cadeira do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) da qual votou nesta quarta-feira, 3, pela mão de Lula e com o apoio do grupo Prerrogativas, os advogados ligados ao petismo que sucatearam legados jurídicos da Operação Lava Jato no combate à corrupção.

O desembargador abraçou todas as alegações das ações apresentadas por PT e PL, que acusam Moro de ter abusado de poder econômico por supostamente ter se beneficiado na eleição para o Senado pelo Paraná por suas pré-campanhas ao Palácio do Planalto e a uma cadeira no Senado por São Paulo.

Após seu voto, a desembargadora Claudia Cristina Cristofani pediu vista, interrompendo o julgamento. A próxima data agendada para a deliberação é segunda-feira, 8.

Abraçou a acusação

Sade divergiu de todo o voto do relator Luciano Carrasco Falavinha, que se posicionou na segunda-feira, 1º, contra a cassação. Para o indicado de Lula, não seria necessário provar que Moro tivesse a intenção de se candidatar ao Senado pelo Paraná desde quando era pré-candidato à Presidência da República, como disse o relator.

O desembargador ignorou até que Moro tem histórico de ameaças e considerou como gasto de campanha as despesas com sua segurança, abraçando, o elemento mais perverso da ação. A julgar por sua visão, quanto mais ameaçado o candidato, mais prejudicado ele será, porque sobrará menos dinheiro do partido para outras atividades.

Sade ainda resgatou o ministro do STF aposentado Joaquim Barbosa para rebater argumento da defesa, de que Moro não precisaria de tanta publicidade para ser conhecido, já que virou figura de destaque nacional durante a Lava Jato. O desembargador questionou por que, então, Barbosa também não concorreu em eleições o que não tem nada a ver com o caso de Moro.

Relator rebateu

O relator Falavinha rebateu o voto de Sade, dizendo que o colega “passou ao largo de algumas situações” destacadas em seu voto, “envolvendo inclusive uma situação de inelegibilidade não prevista na Constituição, não prevista em lei”.

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Mural da História

Lina Faria, Walter Franco e Raquel Machado Kremer, em algum lugar do passado. © Dico Kremer

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Elas

Óleo sobre tela. © Isabel Guerra

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Adeus, ‘cumpade’ Ykenga

Ykenga foi um dos primeiros amigos que fiz no desenho de humor.

No final dos anos 80, quando lancei um jornalzinho de humor chamado ‘Cartoon’, ele  foi o primeiro cartunista que escolhi para entrevistar e convidar para participar do tablóide.

Ele trabalhava no jornal ‘O Povo’, na Lapa. A entrevista rolou no “Carlitos”, um boteco que ficava em frente ao Capela, na Mem de Sá, 96, onde Jaguar jantava com Madame Satã, tarde da noite.

A entrevista começou à tarde e entrou pela noite. Enchi três fitas K7. Falamos de tudo e bebemos todas. Ykenga era bom de papo e de copo. Depois da entrevista, ele me deu dois originais enormes, que tinha feito para a edição de ‘O Povo’, do dia seguinte.

Quando os garçons já estavam empilhando as cadeiras sobre as mesas, ele me pediu: “Me dá uma carona? Corajoso. Eu já não tinha condições sequer de dirigir pra mim, muito menos para os outros. Por sorte, na época, não havia Lei Seca. E lá fomos nós para o outro lado da poça. Só então o negão (época boa, podíamos chamar um amigo de negão, sem problemas) me disse que não morava “bem” em Niteroi, morava em São Gonçalo, longe pra cacete!

Levei Ykenga em casa, mas, na volta, não sei como, perdi as fitas com a entrevista e os desenhos que ganhei de presente. A entrevista nunca foi publicada. Não foi a primeira vez. Uma vez, depois de receber uma “Moção” da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e uma medalha do vereador Pedro Porfírio, esqueci os dois em um táxi.

Participei com Ikenga de diversos salões e exposições de humor e fiz várias viagens com ele. Só para o “Salão Internacional de Humor Ecológico”, no Abraão, na Ilha Grande, foram 10 anos.

Carioca, Ykenga nasceu Bonifacio Rodrigues de Mattos, no dia 14 de maio de 1952. Estudou no Colégio Santo Inácio e é, por formação, desenhista técnico e sociólogo. Como cartunista Ykenga iniciou a carreira na década de 1970, no jornal alternativo “Favelão”, impresso e distribuído nas comunidades cariocas.

Iniciou profissionalmente a carreira de cartunista em 1970, no “Pasquim”, levado pelo Henfil, a quem foi apresentado pelo irmão Betinho, com quem Ykenga trabalhou no Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE).

Passou pelas redações de: ‘O Dia’, ‘O Povo’, ‘Cartoon’,  ‘Perú Molhado’, ‘Prensa de Babel’, ‘Última Hora’, ‘O Fluminense’, ‘Jornal dos Sports’, ‘Tribuna da Bahia’, ‘O Povo’, de Fortaleza, ‘Libèracion’, da Suécia, ‘La Juventud’, do Uruguai e ‘Stachel’, da Bulgária, entre outros.

Ilustrou livros com textos de Martinho da Vila, Novos Talentos da ABL e o Catálogo do ‘Salão Internacional de Caricatura de Montreal’ (Canadá).

Em 2015, lançou o livro Casa Grande & Sem Sala, uma sátira ao clássico Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, em que contesta, com o uso do humor, o mito da democracia racial. O nome do livro, prefaciado por Chico Caruso, faz alusão à série de charges Casa Grande & Sem Sala, do próprio Ykenga, que foi publicada em jornais da década de 80 e que aborda a realidade das favelas cariocas.

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Eça de Queirós

Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos e pelo mesmo motivo.

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