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Mostra Fátima Ortiz – 50 Anos em Cena
De 22 de agosto a 3 de setembro a cena cultural curitibana estará em festa. Fátima Ortiz, atriz, diretora teatral, produtora, arte-educadora e dramaturga estará comemorando cinco décadas de carreira artística com diversas atividades gratuitas para o público da cidade.
Serão peças para maiores de 14 anos e uma para crianças, em que Fátima, atua, dirige, escreve, ou produz, ou todas as opções com suas múltiplas atividades. Também terá um “Encontro de Dramaturgia” e o evento “Curitiba é uma Festa”, uma homenagem a outros artistas que também estavam em ação desde a década de 1970. Além disso, serão ministradas por ela oficinas para professores e população em geral interessada no teatro.
“Ter o marco de 50 anos fazendo teatro é muito importante. Sabemos que muitas pessoas mudam de profissão, saem da cidade. E como eu brinco, eu sou história viva, estou aqui esse tempo todo e preciso comemorar. Dentro desses 50 anos em cena, comecei como atriz e fui me encaminhando para diversas áreas: como a dramaturgia, escrever para crianças, a docência, os cursos livres de teatro e a direção. Além disso sou dirigente de um espaço importante em Curitiba – o Pé no Palco – isso já há 28 anos, e essa carreira foi bastante marcada pela minha facilidade, minha vocação em conduzir processos em grupo”, avalia Fátima
A Mostra Fátima Ortiz – 50 Anos em Cena é realizada pelo Pé no Palco, por meio do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e prefeitura Municipal de Curitiba. Tem o apoio cultural do Palco Escola e CESBE, com incentivo fiscal das empresas Servopa e Uninter.
Programação
Durante a programação da Mostra serão apresentadas a peça “Nave Mãe, “A Morte de Ivan Ilitch”(montagem em processo), “Com que Roupa? Mulheres Travestidas em Shakespeare” e o espetáculo para crianças “O Olho D’Água”. De acordo com Fátima, a curadoria da Mostra foi realizada com o critério de os espetáculos que tivessem “na mão”, ou seja, que iam ser produzidos ou eram recém-produzidos. “Ainda, era fundamental que os espetáculos trouxessem eu como atriz, diretora, produtora, preparadora de elenco, etc além da importância do espetáculo infantil nessa mostra, uma vez que sou conhecida nacionalmente pelos trabalhos dirigidos à infância”, explica.
Curitiba é uma festa
Durante as comemorações, serão reunidas diferentes gerações de Curitiba, para que os mais jovens conheçam os artistas que trabalharam na década de 70 e estão por aí ainda produzindo. Eles serão homenageados no evento Curitiba é uma festa, com mediação do Otto Wink, na abertura da Mostra.
Sobre Fátima Ortiz
Fátima Ortiz é atriz, diretora teatral, produtora, arte-educadora e dramaturga, é artista reconhecida por suas iniciativas e realizações que englobam o fazer teatral em suas dimensões criativas, educativas e política. É conhecida nacionalmente pelo seu teatro dirigido à infância. Participou em diversos Festivais Nacionais de Teatro, Concursos de Dramaturgia, Seminários, Congressos, Oficinas e Interlocuções e Curadorias.
É uma das mais premiadas diretoras de teatro de Curitiba. Sua postura artística é norteada pelo princípio da supremacia dos valores do mundo sensível e pelo comprometimento com a liberdade de criação. Acredita na força da convivência criativa, aquela que revela a integridade das pessoas aproximando-as da essência espiritual. O teatro que faz e ensina modifica e intensifica o desejo de fruição da beleza e a utopia de um mundo perfeito onde cada um pode edificar uma poética original.
Dirige, há 28 anos, a empresa Pé no Palco, referência de qualidade em Curitiba. O espaço valoriza o teatro realizado na cidade em sua diversidade e qualidade, e acredita na importância do investimento na formação de plateia, nas atividades formativas e na busca de subvenção junto às iniciativas de políticas públicas culturais e também na invenção de novas formas de financiamento e de articulação entre arte e mercado.
Serviço: Mostra Fátima Ortiz – 50 Anos em Cena|Apresentações de 22 de agosto a 3 de setembro|Onde: Teatro José Maria (Rua Treze de Maio, 655) Quanto: Entrada Gratuita
Programação:
- 22 de agosto (terça-feira)
19h30 – Curitiba é uma Festa (Palestra Otto Wink) - Dia 25 de agosto (sexta-feira)
20h – Nave Mãe - Dia 26 de agosto (sábado)
20h – Nave Mãe - Dia 27 de agosto (domingo)
15h – O Olho D’água (infantil) *Peça acessível em Libras.
19h – Nave Mãe - Dia 29 de agosto (terça-feira)
20h – A Morte de Ivan Ilitch *montagem em processo - Dia 30 de agosto (quarta-feira)
20h – A Morte de Ivan Ilitch *montagem em processo - Dia 1º de setembro (sexta-feira)
20h – Com que Roupa? Mulheres Travestidas em Shakespeare - Dia 2 de setembro (sábado)
14h – Encontro de Dramaturgia com Fátima Ortiz
20h – Com que Roupa? Mulheres Travestidas em Shakespeare - Dia 3 de setembro (domingo)
15h – O Olho D’água (infantil) *Peça acessível em Libras.
19h – Com que Roupa? Mulheres Travestidas em Shakespeare
Publicado em Sem categoria
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Dias não menos dias
Chora-se com a facilidade das nascentes
Nasce-se sem querer, de um jato, como uma dádiva
(às primeiras virações vi corações se entrefugindo todos
ninguém soubera antes o que havia de ser não bater
as pálpebras em monocorde
e a tarde
pendurada no raminho de um
fogáceo arborescente
deixava-se ir
muda feita uma coisa ultima.
Ovo no cu da galinha
Bom dia, do Plural Curitiba
Hoje, terça, 22 de agosto. Dia de as professoras voltarem às aulas de cabeça erguida. Não necessariamente com o futuro garantido, mas de cabeça erguida.
Greca e a educação
Tem uma história que eu acho engraçada. Conta a lenda que um repórter novato recebeu do editor a tarefa de descobrir se havia mesmo um cartel de postos de combustível em Curitiba, como isso funcionava etc. Pauta difícil. Mas o guri voltou rapidinho e afirmou categoricamente: “Não existe o tal cartel”. Mas como ele tinha tanta certeza? “Eu perguntei pra um amigo que tem posto.”
Pois então. Assim como o dono do posto não vai falar que participa de um cartel, nenhum político vai dizer que não coloca a educação uma prioridade. Se você perguntar, todo mundo vai dar a resposta padrão: a educação é o caminho e tudo mais. Mas é observando que você vê se isso é verdade ou se é balela.
Quando um prefeito diz que tem coisa mais importante para fazer com o orçamento e que não tem como dar uma carreira dignam para as professoras… Bom, aí é que você sabe se a educação é mesmo prioridade para aquele político. Ou se o discurso dele vale tanto quanto a palavra de um dono de combustível envolvido em cartel.
Leia mais aqui.
A barganha no Brics
Mais de 20 países estão na fila para integrar o grupo. Tanto China como Rússia veem na sua ampliação uma oportunidade de aumentar a influência no mundo, em contraposição aos financiadores tradicionais, como o Banco Mundial e o FMI.
O Brasil é reticente, porque teme a perda de relevância global. Atualmente, o Brics rivaliza com o G7, que na teoria incluiria as maiores economias do mundo, mas exclui China e Rússia.
A contrapartida brasileira é a inclusão do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, uma medida apoiada pela Rússia e não completamente rejeitada pelos Estados Unidos. Mas a China é contra, por temer que, numa eventual reforma, entre a Índia – que, apesar de compor o Brics, é sua adversária regional e com quem tem contencioso em fronteiras.
Publicado em O Bastidor
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Outro milagre de Fátima
O Plural traz entrevista com Fátima Ortiz, que celebra cinquenta anos de teatro. Mulher inteligente, lúcida, realizada na arte e de bem com a vida. Parece que é minha vizinha, segundo o cartunista Solda. Será que aceitaria um café cá em casa? Pode trazer o Enéas Lour, seu marido, que não fossem as virtudes pessoais seria celebrável por compartilhar com ela a vida e o teatro.
No livro de Tarjei Vesaas, o primeiro amor entre duas garotas
Siss é uma garota extrovertida, alegre e muito popular na escola. Sua infância ocorre sob o manto dos cuidados parentais e tamanha segurança lhe confere a capacidade de ser a líder entre os amigos.
Até que Unn, uma menina de personalidade oposta, chega ao vilarejo norueguês, mais precisamente à escola de Siss. Unn é melancólica, quieta e misteriosa. Órfã com apenas 11 anos de idade, foi acolhida por uma tia também solitária.
Siss, acostumada a atrair qualquer criança para suas aventuras e conversas, automaticamente se intriga com o isolamento quase intencional e de certo modo provocador da tímida novata, que sorri com olhos azuis “que invadem e se deixam invadir”. Começa então a sua obstinação em se tornar íntima daquela garota de olhar hipnotizante, tão arredia e inquietante.
Nesse delicadíssimo livro, o autor Tarjei Vesaas, nascido no sul da Noruega e morto em 1970, narra muito mais do que o simples desabrochar de duas garotas para a pré-adolescência. São corpos atravessados por curiosidades, desejos, despedidas e silêncios na mesma medida excessivos e cândidos.
Magnetizadas pelo universo uma da outra, e sem saber ainda se movidas pelo maravilhamento de uma amizade intensa ou por uma primeira descoberta erótica, Unn e Siss combinam se de encontrar uma tarde no quarto da primeira.
A partir do que podem ver, compartilhar e sentir naquele encontro, e sobretudo a partir do que ainda não podem contemplar, expressar e interpretar, um laço eterno se dá entre elas. Cúmplices de um início espantoso, de olhares que transmitiam “uma espécie de nostalgia afetuosa”, ambas agora precisavam de algum distanciamento para que, talvez, pudessem um dia colocar em palavras suas angústias e arrebatamentos. A força literária desta obra é justamente a beleza gritante da incapacidade verbal dos inexperientes.
Após o encontro, Siss percebe que nunca mais poderá voltar para a casa dos pais da forma como saiu –”não, não adiantava, ela não estava lá, estava espremida entre aquilo que existe nas margens da estrada”. Unn, na manhã seguinte, decide passar o dia escondida: “Não posso encontrá-la, já me basta pensar nela”. Caminhando por entre árvores encobertas pela geada e rios congelados reluzentes como espelhos, chega a uma cascata petrificada pelo fim do outono que, diziam, havia se tornado um castelo.
Tão marcante quanto a presença de Unn, tão forte quanto a batalha de Siss contra a solidão e o esquecimento, tão desafiador quanto cada minuto à espera de respostas (lembra de quando nos apaixonávamos na adolescência, tão virgens de cinismo e marcas?), este “O Castelo de Gelo” consegue o feito mágico de nos contar tanto —e ainda sobra muito a ser digerido semanas após a leitura– e, ao mesmo tempo, nos deixar desesperados por informações ou compreensões mais nítidas e desambiguadas.
É bonito pensar que, ao lado da antes solar Siss, agora encantada por seu espelho invertido que mostra frio e escuridão, nós, os leitores desse grande livro, também podemos nos perder pelos labirintos das lembranças dos nossos primeiros amores e de tantas despedidas e não ditos ao longo da vida. Uma metáfora perfeita sobre como explosões afetivas ocorrem em nossas mentes: tentativas infinitas de apreendê-las sem sucesso.
Publicado em Tati Bernardi - Folha de São Paulo
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De retalhos e rebotalhos
Após este ritual de prensagem a altas temperaturas, sob vapor, ele está outra vez apto a desempenhar suas funções de fiel escudeiro dos poderosos, mais conhecidos como banqueiros, empresários, políticos, executivos, vulgarmente reconhecidos como manda-chuvas, big-boss, chefes etc.
Usado em torno de uma das mais frágeis regiões do corpo humano, ele a reforça de uma aura protetora que mantém ameaças à distância segura. O efeito é uma inibição que afeta agentes da lei e da ordem, que não ousam tocá-lo. O protegido, que tem elevada confiança na sua capacidade defensiva, apenas tem o cuidado de utilizar um desses indispensáveis acessórios por ocasião, com trocas oportunas para garantir sua eficácia durante reuniões nas altas esferas, expedientes decisivos, eventos públicos, ambientes festivos. Nem ao WC vai sem ele. É tão importante que você nunca viu um se demorar na cadeia. Ele é o colarinho branco, o defensor dos fortes e opressores. Se a descrição impressiona, imagine o próprio.
Flagrantes da vida real
Publicado em Flagrantes da vida real
Com a tag flagrantes da vida real, fumando espero, maringas maciel
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